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Marco inFeliciano não me representa! (via Questão de Mau Gosto)

Todo mundo está a par do tumulto que é a permanência do pastor Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias. O deputado federal pelo PSC-SP é assumidamente racista, machista e homofóbico, assim como exibicionista de sua intolerância religiosa.

Compareci ao Ato II contra essa criatura, que aconteceu em São Paulo no fim-de-semana do dia 16 de março. O primeiro manifesto paulistano aconteceu no dia 09.

O que devo dizer à respeito disso como comunicador é que este não é um assunto que “já deu o que tinha que dar”. Estamos falando de direitos comuns a todos os cidadãos. Não é um modismo, não é uma piada de vida efêmera, não é um crime chocante que toma posse da mídia por um mês… É um assunto que define o futuro dos brasileiros em geral. Então, eu e todos os manifestantes vamos continuar batendo na mesma tecla até que os nossos direitos sejam respeitados!

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Falso restaurante canibal em Rondônia:mais uma “pegadinha” da net

Um boato da Internet transformou rapidamente Rondônia num escândalo do Brasil na imprensa mundial como praticante de canibalismo em restaurante de antropófagos em Guajará Mirim.  O falso boato, fruto de uma armação na Internet prejudica a imagem da cidade, de Rondônia e do Brasil.  O site http://forum.hardmob.com.br publicou o seguinte texto, aparentemente da Folha.com : ” Restaurante brasileiro causa polêmica em Berlim ao oferecer carne humana”

“O restaurante brasileiro Flimé causou polêmica e duras críticas na capital alemã, Berlim, ao anunciar que vai abrir uma filial na cidade no próximo dia 8 de setembro. O restaurante, cuja matriz fica em Rondônia, inclui em sua campanha de inauguração na Alemanha um cadastro para clientes interessados em oferecer partes do seu próprio corpo.

O site do restaurante não inclui no cardápio nenhuma referência direta à carne humana, mas diz seguir a cultura indígena wari –tribo da selva amazônica conhecida pela cultura do canibalismo–, na qual “comer é um ato espiritual com o qual ganhamos a mente e a força da criatura comida”.

O vice-presidente da União Cristã-Democrata de Berlim, Michael Braun, expressou sua indignação com o restaurante e culinária. “Espero que seja apenas uma brincadeira de mau gosto”, afirma Braun ao jornal alemão “The Bild”, acrescentando que a campanha poderia ser apenas para despertar a curiosidade dos clientes.

O restaurante também já causou alvoroço em Guarajá-Mirim (RO), onde cerca de mil pessoas fizeram um protesto contra o uso de carne humana no cardápio da matriz. Em uma entrevista divulgada no YouTube há duas semanas, o proprietário Eduardo Amado diz que os protestos ajudam a atrair clientes e que todos deveriam provar a culinária wari, já que os clientes voltam com “um sorriso no rosto”. Ele não cita em nenhum momento explicitamente o fato de oferecer carne humana no cardápio.

A Folha.Com tentou entrar em contato com o restaurante, mas não obteve resposta. Na internet é possível ainda ver depoimentos de clientes que recomendam o prato polêmico e aqueles que criticam o canibalismo.

No site trilíngue (alemão, português e inglês), os clientes interessados podem preencher um cadastro com uma série de perguntas sobre hábitos médicos e de saúde, como fumo, consumo de bebidas alcoólicas e frequência de atividade física.

No fim, há um alerta: “Os membros associados do Flimé concordam, com este, em doar para o Flimé qualquer parte de seu corpo, que será determinada pelo próprio associado. […] A finalidade do uso da parte doada é de livre escolha do Flimé”.

O endereço do restaurante de Berlim ainda é secreto. Mas para os brasileiros, há no site instruções sobre como chegar ao Flimé, em meio à selva amazônica em Rondônia.

http://forum.hardmob.com.br/newthrea…stthread&f=226

http://www.flime-restaurante.com/

O site Nillnews, também deu destaque à matéria http://tinyurl.com/2vbezj7

O site Opera Mundi ( http://tinyurl.com/344whcu ) publicou, em matéria assinada por Pedro Aguiar e Laisa Beatriz que “Mídia internacional ignora indícios de fraude e publica notícia sobre restaurante canibal”

A mídia de vários países do mundo se viu envolvida nesta quinta-feira (26/8) em uma notícia polêmica com ares de montagem bem armada. Um restaurante em Rondônia especializado em receitas canibais estaria procurando doadores voluntários para fornecer seu principal ingrediente: carne humana.

Em seguida, diversos jornais, portais e agências de notícias de diversos países repercutiram a entrevista do Bild, mencionando também anúncios que teriam sido publicados em jornais locais na Alemanha e um vídeo postado no site YouTube com uma entrevista com o suposto dono do restaurante. Entre eles, estavam o inglês The Guardian, a revista alemã Der Spiegel e as agências ANSA e Efe (embora somente em seu serviço em espanhol). Boa parte da imprensa portuguesa também deu crédito à história, inclusive veículos grandes como a TV RTP e o jornal Expresso .

A maioria divulgou um website em que um suposto restaurante oferece iguarias da culinária wari – uma tribo amazônica de Rondônia que, de fato, praticava canibalismo na época anterior ao contato com os brancos. Ao mesmo tempo, também disponibiliza um formulário para potenciais doadores oferecerem partes de seus corpos como carne e ainda procura “cirurgiões de mente aberta” dispostos a realizar as operações. No texto, escrito em alemão e em português (com a ortografia de Portugal pré-acordo), o Flimé promete arcar com os custos hospitalares.

Evidências

Em pouco tempo, a notícia ganhou páginas na web, blog, redes sociais e fóruns de discussão, com algumas pessoas escandalizadas e muitas duvidando da veracidade da notícia.

No entanto, como o Opera Mundi apurou, as evidências de informação forjada (ou hoax, como se diz no jargão de internet) se acumulam no caso do “restaurante canibal”. O website do estabelecimento divulga uma localização na cidade de Guajará-Mirim (RO) com um link para um mapa do GoogleMaps que, por sua vez, publica um endereço e um telefone. Ao ligar para o número, a reportagem do Opera Mundi constatou se tratar de uma agência bancária.

“Aqui é o Bradesco de Guajará-Mirim. Não conhecemos nenhum restaurante com esse nome na cidade. Duas pessoas já ligaram hoje”, disse Aline Costa, funcionária do banco. “Esse número é da agência há mais de 20 anos”.

Erros e montagens

No próprio site do “restaurante” e no vídeo colocado no YouTube, os autores erram o nome da cidade por duas vezes: primeiro, como “Guarajá Mirim”, depois como “Guajirim-Mirim”. Além disso, o vídeo mostra o prédio da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, na Cinelândia, como se fosse na cidade em Rondônia, e uma faixa com os dizeres “Pare canibalismo” – soando como uma tradução automática do inglês “stop cannibalism”. (NR: o áudio é mal feito, aparentemente numa sala improvisada, sem tratamento acústico )

No vídeo, que filma a tela de uma TV com aparência de programa jornalístico, é exibida uma reportagem sobre uma manifestação que teria reunido “mais de mil pessoas” na cidade (a população local é de 40 mil). Em seguida, aparece uma entrevista com um português identificado como o chef Eduardo Amado, explicando as origens da cozinha wari e dizendo não se importar com a polêmica do canibalismo. A repórter que o entrevista, usando microfone sem identificação de nenhum canal de TV, tenta disfarçar um claro sotaque português como se fosse brasileira.

“Todo o povo que passa por nosso restaurante volta sempre com prazer, um sorriso nos lábios”, afirma o entrevistado.

Recomendação

Uma segunda versão, publicada em 17 de agosto, traz legendas em inglês sobre o vídeo anterior. Abaixo do monitor, na imagem, passam legendas de horóscopo de um jornal matogrossense datado de 3 de agosto. Em ambos os casos, os usuários que publicaram o vídeo se registraram apenas dias antes e não têm nenhuma outra postagem nem informação pessoal divulgada.

Um terceiro vídeo, publicado no YouTube na mesma data (17/8), traz um depoimento em que o usuário identificado como Hugo Avelar, também português, diz já ter ido ao estabelecimento e recomenda o canibalismo.

Contactados pela reportagem, os usuários responsáveis pelos vídeos não responderam até a publicação desta matéria.

O tradicional jornal português Expresso, parece que não viu os vídeos do Youtube, com claro sotaque português e das colônias como Cabo Verde (link http://tinyurl.com/289vc8x ) e publicou a manchete sensacionalista :
“Alemanha: Restaurante procura doadores para especialidades canibais”

No youtube, veja os três vídeos  em destaque, conforme se vê abaixo, todos com sotaque lusitano e das colônias e feito com atores amadores:


Segundo a Wikipédia, os  ” Wari’ são muitas vezes designados como Pakaa Nova, por terem sido avistados pela primeira vez no rio homônimo, afluente da margem direita do Mamoré, no estado de Rondônia. Mas é como Wari’, palavra que em sua língua significa “gente”, “nós”, que gostam de ser chamados, e é dessa forma que são conhecidos pelos não-indígenas que mantêm com eles um convívio mais estreito. Vivem hoje aldeados em torno de sete Postos da Funai administrados pela Ajudância de Guajará-Mirim, Rondônia, e na Terra Indígena Sagarana, na confluência dos rios Mamoré e Guaporé, administrada pela Diocese de Guajará-Mirim.”

Na suposta pesquisa disponível na net em arquivo PDF Ficha de Cadastro Restaurante Flimé a grafia é ” cultura Huari” que segundo a Wikipédia ” foi uma civilização andina que floresceu no centro dos Andes aproximadamente desde o ano 600 até 1200 d. C., chegando a expandir-se até os actuais departamentos peruanos de Departamento de Lambayeque|Lambayeque]] pelo norte e Arequipa pelo sul.

A cidade maior sócia a esta cultura é Wari, que se encontra localizada a 25 quilómetros ao noroeste de Ayacucho. Uma cultura irmã de Huari é a cultura Najar Alguns sustentam que esta cidade, junto à de Tiahuanaco, foi centro de um império que cobria a maior parte da puna e a costa do Peru actual. Foi um dos primeiros grandes impérios em Sudamérica, posteriores à mochica e anteriores (uns 300 anos) ao Tahuantinsuyo que dominaria a maior parte da região andina.”

O que ninguém percebeu é que os dados aparentemente divulgados como originais do Google Earth quando ” esticados” colocam a BR 425 em cima de casas, escolas e ruas de uma cidade desconhecida, numa montagem grosseira.  Veja a foto abaixo que extraímos do site do restaurante:

O traçado da BR 425 não "bate" com o mapa falso.

A Prefeitura Municipal de Guajará-Mirim, através do Chefe de Gabinete Décio Keher Marques emitiu uma nota oficial em que diz: ”  Conforme noticiado por alguns veículos de comunicação regional, estadual e internacional sobre um restaurante que comercializa possivelmente carne humana, o prefeito Atalibio José Pegorini vem através da chefia de Gabinete manifestar o desconhecimento de qualquer estabelecimento que fira os bons costumes e as legislações municipal, estadual e federal. Doutra feita, o prefeito municipal repudia matérias de cunho sensacionalista que possa vir prejudicar a imagem de Guajará-Mirim, a Pérola do Mamoré e de seus habitantes. O prefeito Municipal ainda comunica que abre a partir deste momento, uma comissão para averiguar a veracidade do objeto noticiado nesses meios de comunicação, assim como recorrerá judicialmente sobre os danos causados ao município.”

Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, a Polícia Federal está investigando o caso. Para o delegado da PF no município, Julio Mitsuo Fujiki, a notícia sobre o suposto restaurante “não passa de uma piada de muito mau gosto”. “Estamos levantando as informações necessárias para tomar medidas judiciais cabíveis”, afirmou.

Guajará-Mirim não merecia mais esta…