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Céu na terra

Belém 150915 119  Mangal das Garças ave laranjaTexto e foto sobre Belém, de Valéria del Cueto

Belém do Pará é um lugar multifacetado e isso é apenas uma de suas seduções. Outubro, o mês de sua maior festa, o Círio de Nazaré. A cidade se engalana para receber os romeiros e devotos da santa.

Antes do início da festa, no intervalo após o Festival de Ópera do Theatro da Paz, Belém é deliciosamente calma. Bem diferente do agito social frenético que domina as festividades religiosas.

Um ótimo momento para explorar o Mangal das Garças! Era desejo antigo guardado para quando tivesse tempo sobrando para sintonizar e realinhar as energias com a natureza exuberante. O espaço, aberto em 2005, ocupa 40 mil metros quadrados na margem do rio Guaná, ponta da Cidade Velha, ao lado do Arsenal de Marinha.

O Memorial Amazônico da Navegação apresenta os elementos dominantes no meio de transporte que forjou Belém: o militar(Marinha), o comercial(ENASA) e o regional. A estrutura do prédio, em Ipê, e seu telhado de palha se integram com os objetos exibidos. Destaque para as peças refletidas em espelhos e enquadradas pelas laterais vazadas da construção. Um divertido exercício fotográfico, antes de uma mudança radical nas dimensões exploradas.

É no alto do Farol de Belém, outra das atrações pagas, assim como as demais visitas monitoradas, que temos uma ideia do espaço geográfico onde está encravado o Mangal.

O rio, o projeto arquitetônico do Parque Naturalístico (capitaneado por Paulo Chaves Fernandes, secretário estadual de Cultura) e a cidade de Belém, dominada por suas maravilhosas mangueiras, se descortinam de 47 metros de altura, no topo da torre da caixa d’água que abastece todo o complexo.

Os Lagos Cavername, da Ponta e o minizoológico, onde os animais interagem ou ignoram solenemente os visitantes, são os recantos referenciais do espaço gratuito concebido para apresentar as matas de terra firme, de várzea e os campos: componentes do ecossistema amazônico.

Aberto das 9h às 18h de terça a domingo, a partir das 7h está liberado para caminhadas. Também é possível acompanhar diversas atividades relacionadas ao cotidiano local como alimentação de peixes, tartarugas e garças, no Recanto da Curva, e soltura de borboletas, no Borboletário.

Se a sintonia for fina, a energia boa e a paciência muita, é possível “dialogar” e clicar garças, maguaris, socós, marrecos, tartarugas, iguanas que “ocupam” o espaço.

Dois viveiros, um de pássaros, outro de beija-flores e borboletas, podem ser visitados. No dos pássaros, conta seo Carlos, o encarregado, estão abrigadas espécies recolhidas pelo IBAMA e ainda incapazes de voltarem para a natureza. Do órgão também vem a madeira apreendida nas operações contra o desmatamento utilizada na conservação e manutenção do parque e seus equipamentos. Pelo menos uma vez por ano, por causa das chuvas, parte das estruturas de madeira tem que ser substituída para segurança dos visitantes: aves, animais e turistas.

O restaurante Manjar das Garças, com um visual incrível, e o Mirante do Rio, projetado sobre o Guaná no final de uma passarela de 100 metros sobre os mangues com sua vegetação típica, o aningual, são outras atrações a serem exploradas. Tudo num tempo próprio, onde a luz modifica o ambiente e cria efeitos diferentes no correr do dia. O Armazém do Tempo, no galpão de ferro da ENASA, Empresa de Navegação da Amazônia S/A, usado como oficina mecânica e de reparo de embarcações, transformou o ambiente restaurado num espaço de exposições e venda de produtos indígenas.

Criado há dez anos, o Mangal das Garças é, sem dúvida, um referencial urbanístico brasileiro. Integra a comunidade, permite a interação homem/natureza e explora de forma sustentável as belezas da Amazônia.

* Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “No Rumo” do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

Surf noturno na Pororoca ilumina a noite no rio Capim, no Pará

São Domingos do Capim- PA, Brasil- As pranchas estavam cobertas de LEDs e o Mirante do Barriga – de onde o fenômeno pode ser visto – iluminado para a espera da onda. fotos: Sidney Oliveira/ AG Pará

Curta Amazônia : poesia, música e filmes na Madeira-Mamoré, em Porto Velho

O 3º Festival de Cinema Curta Amazônia fará hoje (29) uma homenagem aos familiares do jornalista Nelson Townes de Castro, falecido no ano passado.  A partir dessa edição a melhor produção rondoniense do Festival  receberá o nome de Troféu Nelson Townes. Hoje também tem  documentários ( “Cinematógrafo brasileiro em Dresden” e “Oswaldo Cruz na Amazônia – a saga das vacinas”) dos cineastas Eduardo Thielen e Stella Oswaldo Cruz Penido . Os filmes foram  produzidos nos estados de Rondônia, Amazonas e Pará e tem imagens e fragmentos do acervo de Oswaldo Cruz, bisavô de Stlella, quando esteve realizando levantamentos e implantando ações de prevenções às doenças tropicais na época da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré .

Após a exibição dos filmes haverá a cerimônia de premiação do Festival informando os vencedores dessa edição. E, encerrando essa primeira noite do Curta Amazônia na Praça Madeira Mamoré teremos a apresentação das bandas regionais “As Testemunhas” , banda composta por Giovani, Raoni, Nino, Gabi, Elias, Kátia, Eliseu e Edivaldo Viecili. A outra banda regional que se apresentará será a banda “Malcriados” , formada por Dinho Reis,  Tino Lôco Alves, Cláudio Jonhson, Saulo e Bode.

Banda Malcriados se apresenta hoje à noite, no Curta Amazônia (foto:Divulgação)

Banda Malcriados se apresenta hoje à noite, no Curta Amazônia (foto:Divulgação)

No sábado (30) haverá apresentação do Duo Pirarublue da Amazônia, o lançamento do documentário “Madeira Mamoré 100 anos depois – o sonho não acabou!” do diretor rondoniense Carlos Levy e a entrega dos vencedores do concurso de pintura ambiental , encerrando a programação com a projeção dos filmes vencedores de 2012.

Mobilização contra a malária no Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Pará e Rondônia

Mobilização Contra Malária, que acontecerá em seis estados da região norte do país: Amazonas, Acre, Amapá, Tocantins, Pará, Rondônia e Roraima, foi lançada nesta segunda-feira (5) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Além de mostrar as novas ações, foram apresentados os números que apontam para a redução de 31% de casos da malária no primeiro semestre de 2011.

Para complementar as ações na comunidade e levar informações sobre malária à população, foi realizada uma campanha de comunicação que atingirá as 450 mil famílias moradoras dos municípios e seguirá as três fases: prevenção com uso de mosquiteiro/cortinado impregnado de inseticida, diagnóstico rápido e tratamento da malária completo e que também foram apresentadas aos participantes, após a coletiva.

Segundo o Ministério da Saúde,  já ocorreu a diminuição de 31% dos casos da doença. De janeiro a junho de 2011 foram notificados 115.798 casos da doença e este número em 2010, no mesmo período, era de 168.397. Serão distribuídos 1.100.000 (um milhão e cem mil) Mosquiteiro/cortinados Impregnados com Inseticidas de Longa Duração (MILDs). 500 mil testes de malária serão disponibilizados para que sejam realizados exames em pessoas moradoras de comunidades mais afastadas da Amazônia brasileira.

 Municípios prioritários:

 Acre: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Plácido de Castro e Rodrigues Alves;

Amazonas: Atalaia do Norte, Autazes, Barcelos, Borba, Careiro, Coari, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga;

Amapá: Oiapoque e Porto Grande;

Pará: Itaituba, Anajás, Jacareacanga, Pacajá, Itupiranga, Novo Repartimento e Tucurui;

Rondônia: Alto Paraíso, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Cujubim, Guajará-Mirim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste, Nova Mamoré e Porto Velho.

Roraima: Bonfim, Cantá, Caracaraí e Rorainópolis.

Programa “Mais Cultura” vai investir R$ 14 milhões na Amazônia em microprojetos

O Ministério da Cultura investirá cerca de R$ 14 milhões para financiar projetos culturais no Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O edital Microprojetos Mais Cultura para Amazônia Legal foi publicado na segunda-feira, dia 12, no Diário Oficial da União (DOU).

A ação visa promover a diversidade cultural da Amazônia Legal por meio do financiamento não reembolsável de projetos de artistas, grupos artísticos independentes e produtores culturais. As iniciativas deverão ter como beneficiários jovens entre 17 e 29 anos residentes em regiões ou municípios da Amazônia Legal.

Esta é a segunda edição do Microprojetos Mais Cultura. Em 2010, o teto por projeto foi ampliado para 35 salários mínimos para atender o “custo amazônico”, uma das principais deliberações da II Conferência Nacional de Cultura, realizada no último mês de março, em Brasília.

Outra novidade do Microprojetos para Amazônia Legal é a possibilidade de inscrição oral de projetos. Serão aceitas inscrições gravadas em meio digital ou fita cassete.

O Microprojetos para Amazônia Legal será executado em parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte/MinC), do Banco da Amazônia (Basa) e dos governos estaduais da região amazônica.
As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 11 de junho. Podem participar pessoas físicas com idade superior ou igual a 18 anos completos e pessoas jurídicas sem fins lucrativos que desenvolvam projetos socioculturais nas seguintes áreas: artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual, artesanato, cultura afro-brasileira, cultura popular, cultura indígena, design, moda e artes integradas – ações que não se enquadrem nas áreas anteriores ou que contemplem mais de uma área artística na mesma proposta.

Os projetos devem ser enviados pelo correio para o endereço Programa Mais Cultura – Ação Microprojetos Amazônia Legal, Coordenação de Difusão Cultural da Funarte – Brasília, Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, Lote 02, CEP 70.070-350, Brasília – DF.

O edital e os formulários para as inscrições estão disponíveis nas páginas eletrônicas do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br), do Programa Mais Cultura (http://mais.cultura.gov.br), e da Funarte (www.funarte.gov.br).

Camargo Corrêa e Odebrecht desistem de Belo Monte. E agora?

Segundo informações extra-oficiais, as empresas  Camargo Corrêa e Odebrecht desistiram de participar do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, Pará, um projeto que se arrasta há várias décadas.

Conforme as declarações das empresas “após análise detalhada do edital de licitação da concessão, assim como dos esclarecimentos posteriores fornecidos pela Aneel, as empresas não encontraram condições econômico-financeiras que permitissem sua participação na disputa”.

O preço-teto da tarifa é de 83 reais o megawatt-hora para a usina de Belo Monte, que terá capacidade para gerar 11 mil megawatts, a terceira maior do mundo e o dobro das usinas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia.

O leilão da usina hidrelétrica de Jirau, por exemplo, com potência de cerca de 3 mil megawatts, teve preço-teto estipulado de 91 reais o megawatt.

Segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Belo Monte teria custo total de 19 bilhões de reais. Este  valor foi  questionado pelas empresas interessadas na obra, que estimam algo em torno de 30 bilhões de reais. A Odebrecht e a Camargo Correa participaram dos estudos que resultaram no projeto de Belo Monte e no comunicado desta quarta-feira se dispuseram a “contribuir para o sucesso do empreendimento”.

O consórcio formado pelas duas empresas era a esperança do governo para que houvesse disputa no leilão de Belo Monte, o que poderia reduzir ainda mais a tarifa esperada. Vence o leilão quem oferece a menor tarifa ao consumidor. Até o momento, o governo tem divulgado que existe interesse da Andrade Gutierrez em consórcio com a Neoenergia, Votorantim, Vale e CPFL Energia.

Um outro consórcio, que teria como líder a Suez Energy do Brasil, vencedora do leilão de Jirau, poderia incentivar a disputa, mas a empresa não comenta o assunto.

Nesta quarta-feira foi encerrado o prazo para que as empresas registrassem na Eletrobras o interesse de ter a estatal como parceira após a realização do leilão, com até 49 por cento de participação no consórcio.

Apesar de ter obtido depois de muita polêmica a licença prévia de instalação da usina junto ao Ibama, o projeto de Belo Monte vem sendo questionado pelo Ministério Público do Pará, que ameaçou entrar na quinta-feira na Justiça contra a obra. As empresas têm até o dia 14 de abril para registrar na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o consórcio que disputará a usina de Belo Monte.

James Cameron, diretor de Avatar compara Belo Monte ao seu filme

O diretor canadense James Cameron, dos premiadíssimos Titanic e Avatar comparou esta semana em Manaus, durante um Fórum Internacional de Sustentabilidade , a construção da usina de Belo Monte no Pará ao seu filme Avatar, em que os Na´vi são expulsos pelo exército .

-”Eu imploro ao Presidente Lula para reconsiderar este projeto.” disse Cameron.

O governador do Amazonas, Eduardo Braga, argumentou que o cineasta usou de dados incorretos, repassados pela ONG Amazon Watch.

Para o diretor, “somente uma mudança global de valores, de consciencia, permitiria entender a crise. E isto está acontecendo…”

Alegando ser um ecologista voluntário, disse que mora com mulher e filhos num sitio, com horta adubada por produtos organicos e com um painel solar que sustenta a casa. Parece pouco pelo alcance que suas palavras tem. Poderia por exemplo, durante a entrega dos Oscars quando levou uma “surra” de sua ex-mulher que venceu em quase todas as categorias,  ter sugerido que os EUA assinasse o Tratado de Kyoto, de lançamento de gases na atmosfera ou aderisse à reunião fracassada de Copenhagem. De qualquer forma faltou informar ao cineasta que Altamira,onde será hipotéticamente construída Belo Monte não fica no Amazonas.