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Mitos e crenças populares prejudicam o controle da malária

O mês de novembro marca a luta pelo controle da malária nas Américas. A data visa incentivar estes países a aumentar o diálogo e realizar campanhas contra a doença. O Brasil registrou, somente no ano passado, 300 mil casos de malária, 99% deles concentrados na Amazônia Legal. A falta de informação sobre transmissão, diagnóstico e tratamento da malária é que ainda atrapalha o controle da doença. Nesta etapa do projeto, a Mobilização Contra Malária busca desmistificar algumas crenças populares sobre o diagnóstico, a transmissão e o tratamento que, ao serem repassados, dificultam as ações de combate à doença. Mitos difundidos na região que prejudicam o controle da doença:

– Malária pode ser transmitida pela água? Mentira. A única forma de transmissão é pela picada do carapanã contaminado.

– Chás e plantas medicinais podem curar a malária? Mentira. O tratamento só pode ser feito com medicamentos e tem que ser completo, caso contrário, a malária pode voltar mais grave.

– Se os sintomas da malária passaram, a pessoa está curada?A pessoa tem que fazer o tratamento até o final, por mais que os sintomas já tenham desaparecido. Depois do tratamento, é importante fazer novamente o exame de malária para saber se está completamente curado.

– O sangue da ponta do dedo não permite um diagnóstico preciso para malária? Mentira. As gotas de sangue colhidas na ponta do dedo ou na veia fornecerão as mesmas informações sobre a doença. Os exames realizados são seguros e todos aprovados pelo Ministério da Saúde.

É preciso sentir todos os sintomas para estar com malária? Mentira. Os sintomas podem variar, portanto, basta sentir um ou dois desses sinais para procurar um serviço de saúde para fazer o exame. Os sintomas são dor de cabeça, dor no corpo e na barriga, febre e tremor.

– Mulheres grávidas não podem fazer o tratamento? Mentira. A gestante tem um tratamento diferenciado, basta procurar o serviço de saúde para receber um acompanhamento especial.

“Ao levarmos informação, conseguiremos interromper o ciclo da malária. Quando as pessoas fazem o tratamento até o final, elas ficam curadas e diminuem os riscos de contaminar outros mosquitos que poderão transmitir a doença para familiares e vizinhos. É fundamental para isso: realizar o diagnóstico rapidamente e, caso esteja com malária, fazer o tratamento completo,” explica Ana Carolina Silva Santelli, coordenadora-geral do Programa Nacional de Controle de Malária

O projeto tem o patrocínio do Fundo Global de Luta contra AIDS, Tuberculose e Malária e realização pela Fundação Faculdade de Medicina (FFM), Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e do Ministério da Saúde por meio da Unidade Técnica do Projeto (UT) e  integra 47 municípios prioritários para o controle da malária: Acre: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Plácido de Castro e Rodrigues Alves; Amazonas: Atalaia do Norte, Autazes, Barcelos, Borba, Careiro, Coari, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga; Amapá: Oiapoque e Porto Grande; Pará: Itaituba, Anajás, Jacareacanga, Pacajá, Itupiranga, Novo Repartimento e Tucuruí; Rondônia: Alto Paraíso, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Cujubim, Guajará-Mirim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste, Nova Mamoré e Porto Velho; Roraima: Bonfim, Cantá, Caracaraí e Rorainópolis.

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Mobilização contra a malária no Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Pará e Rondônia

Mobilização Contra Malária, que acontecerá em seis estados da região norte do país: Amazonas, Acre, Amapá, Tocantins, Pará, Rondônia e Roraima, foi lançada nesta segunda-feira (5) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Além de mostrar as novas ações, foram apresentados os números que apontam para a redução de 31% de casos da malária no primeiro semestre de 2011.

Para complementar as ações na comunidade e levar informações sobre malária à população, foi realizada uma campanha de comunicação que atingirá as 450 mil famílias moradoras dos municípios e seguirá as três fases: prevenção com uso de mosquiteiro/cortinado impregnado de inseticida, diagnóstico rápido e tratamento da malária completo e que também foram apresentadas aos participantes, após a coletiva.

Segundo o Ministério da Saúde,  já ocorreu a diminuição de 31% dos casos da doença. De janeiro a junho de 2011 foram notificados 115.798 casos da doença e este número em 2010, no mesmo período, era de 168.397. Serão distribuídos 1.100.000 (um milhão e cem mil) Mosquiteiro/cortinados Impregnados com Inseticidas de Longa Duração (MILDs). 500 mil testes de malária serão disponibilizados para que sejam realizados exames em pessoas moradoras de comunidades mais afastadas da Amazônia brasileira.

 Municípios prioritários:

 Acre: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Plácido de Castro e Rodrigues Alves;

Amazonas: Atalaia do Norte, Autazes, Barcelos, Borba, Careiro, Coari, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga;

Amapá: Oiapoque e Porto Grande;

Pará: Itaituba, Anajás, Jacareacanga, Pacajá, Itupiranga, Novo Repartimento e Tucurui;

Rondônia: Alto Paraíso, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Cujubim, Guajará-Mirim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste, Nova Mamoré e Porto Velho.

Roraima: Bonfim, Cantá, Caracaraí e Rorainópolis.

Sabe aquela expressão do “Oiapoque ao Chuí” ? esqueça .

Por  Beto Bertagna

Pode apostar com seus colegas de cerveja na mesa, você vai ganhar. Aquela história de que o Brasil ía do Oiapoque ao Chuí, quando tentavam dizer do extremo norte ao sul dançou. Até porque pela geografia oficial, durante muito tempo o Cabo Orange, que fica no Oiapoque, estado do Amapá foi considerado o ponto extremo do norte do país. E rendeu até música, nas vozes de Teodoro e Sampaio:

“Arrumei as minha malas
E de viagem sai
Pra conhecer o Brasil
Do Oiapoque ao Chuí
E pra falar a verdade
Eu tenho muita saudade
De tudo que conheci”

Em 1930, o Marechal Cândido Rondon organizou uma expedição ao Monte Caburaí e chegou a afirmar que se tratava do extremo norte do Brasil. Mesmo assim, aquelas terras permaneceram por muito tempo esquecidas e o Oiapoque, no Estado do Amapá, ficou sendo considerado o ponto onde começaria o Brasil.

Jáá em 1931 a Serra do Caburaí aparecia como ponto extremo do norte brasileiro nas anotações do Capitão-de-Mar-e-Guerra Braz Dias de Aguiar, chefe da Comissão Brasileira Demarcadora de Limites.  Aguiar, então, concluiu que o ponto extremo Norte do Brasil era a Serra do Caburaí em detrimento do Monte Roraima.  O Estado recebeu o nome de Roraima em homenagem ao lendário e místico monte homônimo.

De fato, uma simples visualização cartográfica da região evidencia a localização mais setentrional do Monte Caburaí em relação ao Oiapoque, sem muito mistério. Basta olhar o mapa com um pouco de atenção.

Com base nestes dados é correto dizer que O Brasil vai do Caburaí ao Chuí. Para os poetas ainda fica mais bonito, porque há rima na frase, e fica até mais agradável de expressar. A expressão Do Oiapoque ao Chuí foi sempre mal interpretada como referindo-se aos pontos extremos do Brasil,  na verdade ela foi cunhada visando expressar a extensão do litoral brasileiro, facilmente visualizada nos mapas.

Portanto, para não cair no erro novamente, saiba diferenciar o extremo norte do país do início do litoral brasileiro,  na sua face norte.

O Ministério da Educação, já reconhece oficialmente o fato desde 1998,  depois que uma expedição conjunta das Forças Armadas, Ibama, Funai, Embrapa, UFRR, entre outros órgãos federais e estaduais, descobriu que o Caburaí fica ao norte exatamente 84 km a mais do que o Oiapoque. A partir deste ano  as editoras foram obrigadas  a ratificarem a informação nos livros didáticos, o que parece não ter adiantado muito, sendo a expressão popular errada “do Oiapoque ao Chuí” vista até hoje como correta pela maioria do povo brasileiro, inclusive (e infelizmente) pela mídia de uma forma geral (há exceções).

O Monte Caburaí , onde nasce o rio Ailãfica no município de Uiramutã, dentro do Parque Nacional do Monte Roraima. Sua altitude é de 1.465 m e faz fronteira com a República Cooperativista da Guiana. Fica a 80 km do Monte Roraima. A localização exata do Monte Caburai é Latitude: 05º 16’ 19,6” N e Longitude: 60º 12’ 43,3” W.

Portanto, em suas próximas rodas de papo de boteco, pode apostar: O Brasil vai do Caburaí ao Chuí.

Oiapoque e Caburaí eu não conheço, mas Chuí eu conheço bem. Fica a 20 km de Santa Vitória do Palmar, tem praias lindíssimas como a Barra do Chuí e o Hermenegildo ( mais conhecido pelos íntimos como “Hermena“). Atravessou uma Avenida e pronto . Você está em Chuy, Uruguai, com suas parrilladas, cerveja Norteña, Patrícia e uma lendária fortaleza portuguesa tomada pelos espanhóis, a Fortaleza de Santa Tereza. Em Barra do Chui, corre o Arroio Chuí que separa Brasil e Uruguai, marcando o ponto mais meridional do Brasil.

E tem outra também que é legal, mas que vai ficar para a próxima. Afinal, o Brasil é mais largo ou mais comprido? Façam suas apostas…

E prá relaxar, Ié Ié Ié do Oiapoque ao Chui, com Marcelo Birck

E do Caburaí ao Chuí, do Platão Arantes Teixeira

Oiapoque, durante muito tempo considerado o ponto setentrional do Brasil

Chuí , fronteira com o Uruguai, tem uma avenida que separa os dois países. O Arroio Chui separa também Uruguai e Brasil na Barra do Chui, no ponto mais meridional do Brasil.

Em algum ponto do Arroio Chui o ponto mais meridional do Brasil. foto: Wikipédia/Dantadd

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