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Cineamazônia 2020 será on line e gratuito

O Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, um dos mais tradicionais eventos de cinema da região Amazônica, realiza, de 01 a 05 de dezembro de 2020, a sua 17ª Edição, que, este ano, em função das medidas impostas pela pandemia, será totalmente online e com acesso gratuito aos filmes selecionados para as mostras e demais atividades.

Os filmes concorrem ao Troféu Mapinguari nas categorias curta e média metragem nos gêneros de animação, experimental, ficção e documentário, além do Prêmio Thiago de Mello: Júri Popular – Troféu Esperança, escolhido pelo público através de votação pela internet durante o festival além documentários de longa metragem que concorrem ao Prêmio Silvino Santos.

Na competição de curtas e médias, várias premiações recebem o Troféu Mapinguari, que além dos melhores em cada gênero, concorrem a prêmios de direção, fotografia e montagem, entre outros, e ao prêmio para a Melhor Produção Amazônica, um incentivo à produção audiovisual da região. A escolha dos filmes que concorrem na mostra competitiva é feita por um júri de profissionais que atuam no setor audiovisual e do meio ambiente. Toda a programação está sendo preparada para atender ao novo formato do Cineamazônia, exibido em plataforma pela internet, a exemplo de diversos outros festivais e atividades culturais durante este ano.

Em um ano marcado pela pandemia e o isolamento social, além da grave crise no setor cultural e na indústria de conteúdo nacional, que se arrasta desde o início de 2019, que fragilizou a produção audiovisual, represando recursos e sem uma clara definição de políticas públicas, o que afetou a realização da 17ª Edição na data inicialmente prevista. Estes fatores afetaram também a realização da 16ª Edição, prevista para agosto de 2018, executada apenas através da Itinerância no Vale do Guaporé em dezembro de 2018 e meados de 2019.

Para o diretor da Acapulco Filmes, produtora do Cineamazônia, o cineasta José Jurandir da Costa, o “Cineamazônia teve a sua primeira exibição em 2003, e nestes 16 anos sempre procuramos oferecer ao público muito mais que a simples exibição de filmes, mas também fazer com que o cinema e a temática ambiental fossem levadas e discutidas nas escolas, nas comunidades e se tornassem ferramentas de educação e conscientização, a exemplo das diversas oficinas que oferecemos”. O cineasta destaca ainda a importância do Cineamazônia para a região amazônica, pois “sempre lutamos para o crescimento da produção audiovisual da Amazônia e a integração latino americana e de países de língua portuguesa através do cinema”.

A produtora executiva do Cineamazônia, a Fernanda Kopanakis, é enfática ao afirmar que “mesmo sem patrocínio, vamos realizar a 17ª Edição, já que o Cineamazonia não para”, e lembra que “mesmo diante de todas as dificuldades pelas quais passa o setor cultural no país, e em especial o cinema, não poderíamos deixar de contemplar os produtores que se inscreveram em 2018 com os seus filmes, nem mesmo o público que sempre nos acompanhou nestes anos”.

Toda a programação com os filmes selecionado e atividades que acontecem na 17ª Edição do Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, entre 01 à 05 de dezembro, que este ano tem como tema “A Natureza não pode sair de cena”, será em breve divulgada à imprensa e espectadores e que, segundo os seus realizadores, será um marco para a Amazônia e uma nova fase da produção audiovisual.

Ônibus movidos a hidrogênio passam a circular em São Paulo

Passageiros que utilizam transporte público no Corredor São Mateus-Jabaquara (ABD), entre as regiões de Santo André e Diadema, na Grande São Paulo, têm contribuído diretamente para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa na atmosfera. Isso porque entraram em circulação dois novos ônibus movidos a hidrogênio na rota.

Os veículos, desenvolvidos com tecnologia brasileira, são resultado de um projeto financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), em uma parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S.A (EMTU/SP).

Em junho de 2015, três unidades foram entregues ao estado de São Paulo e ativados para testes. No começo deste mês, dois deles foram integrados à frota dos ônibus intermunicipais gerenciadas pela EMTU/SP. Os trabalhos começaram na linha 287P Piraporinha a Santo André, um trajeto bastante demandado pelos usuários.

A tecnologia de propulsão utilizada é totalmente livre de emissões de poluentes. No lugar de dióxido de carbono e outras emissões dos veículos terrestres comuns, somente vapor d’água é eliminado pelo escapamento.

Os dois ônibus reforçam a preocupação com a natureza. Eles são decorados com pássaros representativos da fauna brasileira e recebem nomes de aves. Um deles é o Arajuba, ave da região amazônica que representará as regiões Norte e Nordeste. O outro é o Sabiá Laranjeira, considerado, por Decreto Presidencial, como um dos quatro símbolos nacionais.

A guerra entre pilotos e drones está no ar

Topógrafos, fotógrafos e cinegrafistas aéreos estão cada vez mais perdendo negócios para robôs que frequentemente podem fazer o trabalho deles de forma mais rápida, mais barata e melhor. Está no ar a batalha dos homens contra os drones.

Essa competição, junto com as preocupações com relação a colisões no ar com drones, transformou os pilotos comerciais em alguns dos mais duros oponentes às aeronaves não tripuladas. E agora esses aviadores estão revidando, fazendo lobby junto aos reguladores por regras restritas para esses dispositivos e delatando às autoridades casos de usos não autorizados de drones.

Jim Williams, chefe do escritório de aeronaves não tripuladas da Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), disse que muitas investigações da entidade sobre voos de drones comerciais começam com pistas dos pilotos que concorrem com esses drones. “Eles nos dizem ‘olha, estou perdendo todos os meus negócios para esses caras. Eles não têm autorização. Investiguem’”, disse Williams em uma conferência sobre drones no ano passado.

Ao contrário da grande maioria dos pilotos comerciais dos EUA — aqueles que conduzem aviões de passageiros bem longe do solo —, os principais oponentes dos drones são os que operam helicópteros e pequenos aviões, geralmente entre 500 pés e 2 mil pés, para fazer mapas, inspecionar dutos e pulverizar safras. Os drones devem permanecer abaixo de 400 pés, mas a FAA já recebeu dezenas de relatos de aparelhos voando muito perto de aviões tripulados — normalmente pequenos aviões e helicópteros.

“Um objeto de 20 quilos se chocando com certas partes de um helicóptero pode ser desastroso”, diz Mike Peavey, um piloto veterano da Guerra do Vietnã que opera helicópteros na região de New England para monitorar linhas de energia e fazer filmagens.

Peavey diz que ele inicialmente se recusou a filmar uma competição de barcos em Newport, em Rhode Island, em junho, porque os drones também estariam sobrevoando as águas da região. Ele pressionou os inspetores aeronáuticos de Rhode Island para reconsiderar a permissão de drones no evento.

Uma semana antes da competição, o inspetor disse que operar um drone perto de um evento ao ar livre seria uma contravenção de acordo com a lei de Rhode Island. Peavey filmou os veleiros. Os drones, não.

A FAA baniu o uso comercial de drones até que a regulamentação para os dispositivos seja concluída nos próximos anos. Enquanto isso, a agência aprovou voos comerciais de drones com limitações para 15 operadores.

Em muitos desses casos, o maior sindicato de pilotos dos EUA, a Associação de Pilotos de Linhas Aéreas, e a Associação da Aviação Agrícola Nacional, um grupo comercial de aviadores que atua no setor agrícola, ajudaram a persuadir a FAA a colocar restrições severas em voos de drones, incluindo a necessidade de licença de piloto para os operadores e a manutenção dos dispositivos dentro da área de visão a olho nu.

No caso de várias isenções, a FAA concordou com as recomendações do grupo de aviadores do setor agrícola para exigir que os operadores notifiquem as autoridades locais de aviação dois dias antes dos voos e exibam números de identificação nos drones. O grupo também pediu à FAA para exigir pintura brilhante, luzes estroboscópicas e transponders que transmitem a localização dos drones para outros aviões, mas a agência recusou essas exigências.

No ano passado, depois que um juiz derrubou a primeira multa aplicada pela FAA contra um homem que operava um drone imprudentemente, o grupo de aviadores do setor agrícola entrou com uma ação judicial em defesa da aplicação da multa.

Se a FAA não pode punir usuários imprudentes de drones, “então a segurança de voos para operações na aérea agrícola (e todas as operações com aviões tripulados com esse objetivo) está em risco”, escreveu o grupo, que exige que seus membros avisem a FAA no caso de avistarem drones.

O piloto Chuck Boyle, presidente da Associação Internacional dos Fotógrafos Aéreos Profissionais, diz que os drones têm sido um assunto constante nos encontros do grupo há anos. “Temos muitos membros que estão frustradíssimos”, diz. “Eu ouço histórias deles [fotógrafos] perdendo negócios para empresas de construção que decidiram fazer [trabalhos] por conta própria [com drones] ou de um operador de drone que pegou um emprego deles.”

Boyle começou a denunciar usuários de drones que desrespeitavam a proibição da FAA. “Estou muito preocupado que a atitude realista que ele exibe e sua oferta comercial de ‘drones’ machuquem alguém”, escreveu ele para um inspetor da FAA no ano passado, denunciando um empresário de Orlando, na Flórida, cuja empresa filma comerciais de TV usando drones.

O inspetor advertiu a empresa, a CineDrones, dizendo que se ela estivesse usando drones comercialmente, “eu devo insistir para que vocês parem as operações imediatamente”.

O presidente da CineDrones, Mike Fortin, diz que ignorou o alerta e ainda está usando os aparelhos.

Muitos pilotos, contudo, não são tão críticos quanto aos drones e alguns estão até adotando os dispositivos.

O ex-piloto da Força Aérea dos EUA, Robert Hicks, que opera uma empresa de fotografia aérea usando aviões tripulados, disse que ele recentemente iniciou sua própria empresa de drones depois de observar que o setor está mudando. Ele está focado em clientes latino-americanos em função da regulação severa nos EUA.

Bill Richards, um piloto que faz filmagens com seu helicóptero em New York, diz que enquanto “todo mundo em meu setor está desdenhando dos drones”, ele decidiu construir o seu próprio aparelho por US$ 15 mil. “Eles podem fazer algo que eu não posso: subir poucos metros sem provocar uma enorme ventania no set de filmagem”, diz.

Com Defesa.net e Wall Street Journal

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Preservação cresce, mas contrabando ameaça tartarugas na fronteira de Rondônia com a Bolívia

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Com cuidados e técnicas de manejo, o projeto “Quelônios do Guaporé” começa a alcançar metas. Ambientalistas da Ecovale estimam que a taxa de sobrevivência subiu de menos de 1% para 12 e 15% em média. Esse resultado é animador, observa o ambientalista José Soares Neto, Zeca Lula.

Em 15 anos, apoiada por brasileiros e bolivianos. a Ecovale devolveu à natureza aproximadamente dez milhões de filhotes de tartarugas e tracajás. “Dependemos de maior estrutura para fiscalizar”, ele se queixa. Contrabandistas conhecem cada entrada e saída no Vale do Guaporé e capturam espécies adultas para vender a R$ 300,00 cada.

A estudante do quinto período de Biologia da Faculdade São Lucas em Porto Velho, Queitiane Johns Santiago não conhecia o projeto, mas participou de todas as etapas da soltura, a partir da remoção dos filhotes dos tanques de incubação para a voadeira, reidratação e soltura na rampa de areia. “Uma experiência única e que vale pelo aprendizado de todo o curso”, disse.

Segundo Zeca Lula  o aumento do percentual conservacionista é o maior indicativo do êxito do, embora ainda não seja possível afirmar que os rios da região estejam repovoados.

Ao primeiro barulho de motor da voadeira fogem pelas trilhas dos alagados. O ambientalista lamenta a ausência do poder público nas ações de controle ao desmatamento ilegal e abate de espécies, entre as quais, a tartaruga.

Empreendimentos fixados na região vendem a R$ 40, para turistas, a refeição preparada com carne de tartaruga.  O único órgão público que atua na região com estrutura de fiscalização, mas sem poder de polícia, é a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).

De acordo com Zeca Lula, isso resulta no avanço de pontos de desmatamento dentro da reserva extrativista e a instalação de empreendimentos irregulares, inclusive a construção de casas.

Quelônio chora na desova

O acordo de cooperação com a Bolívia, por meio do Parque Departamental do Departamento (Estado) do Beni, foi assinado em 2003, prevendo a cessão de guardas-parque, agentes comunitários e guarnições militares nas ações de controle e fiscalização dos rios e praias que servem de berçário para postura e eclosão dos ovos de tartarugas e tracajás.

Uma espécie de espetáculo que começa em outubro com o fenômeno da desova, seguido da eclosão dos ovos e nascimento dos filhotes, e devolução à natureza no mês de dezembro.

Até 2 mil tartarugas chegam a desovam numa só praia do Rio Guaporé e seus afluentes. A falta de espaço é por causa da ameaça dos contrabandistas. As espécies escolhem as praias com maior segurança para desovar. Chegam a “botar” entre 160 e 180 ovos, cada.

Grandes bancos de areia atraem visitantes e turistas. “As tartarugas permitem até ser tocadas; chegam a escorrer lágrimas do olhos de tanta dor durante o ato da desova”, explica Zeca Lula.

Em 15 anos foram soltos nos rios da região cerca de dez milhões de filhotes de tartarugas e tracajás. O projeto nasceu da necessidade de conscientizar a população local para não consumir carne e ovos de espécies ameaçadas de extinção, nem praticar caça predatória.

Ribeirinhos, maiores parceiros

O projeto “Quelônios do Guaporé” conquistou a confiança da população ribeirinha, integrada atualmente às coordenações locais de fiscalização e preservação das espécies. “Tudo indica que estamos apenas no caminho certo, pois outra meta é a geração de emprego e renda para os nativos”, diz o ambientalista.

Jorge Félix Calazans, 57 anos, é um dos 12 ribeirinhos contratados pela Ecovale para atuar como piloto de voadeira na fiscalização das praias. Por falta de recursos, a entidade foi obrigada a reduzir a folha de pagamento de 36 para os 12 atuais empregados.

Calazans garante que acompanha o trabalho da Ecovale desde 2003, quando a entidade assumiu a coordenação do projeto “Quelônios do Guaporé”, e diz gostar  muito do trabalho que realiza. Quando a reportagem perguntou o que é um dia triste para ele, a resposta foi objetiva: “quando se perde covas de ovos com a cheia do rio”.

Crocodilos atendem pelo nome

O jacaré-açu chamado Negão mora há 14 anos próximo ao tapete de algas aquáticas que circundam a pequena ilha onde foi construída a sede da Ecovale. Em poucos minutos, ele atende aos chamados de Zeca Lula.

Outros dois crocodilos, Chicão e Felipão desfilam nas imediações do porto, num espetáculo diferente dos protagonistas ferozes de filmes que se tornaram recordes de bilheteria no mundo.

Chamam tanto a atenção dos visitantes que raramente alguém sai da Ecovale sem uma foto ou um vídeo dos três. Felipão, o menos dócil, fica agressivo com Negão e Chicão, quando algum visitante joga n’água iscas de carne.

Entregues por órgãos ambientais à Ecovale, as antas (tapir) Bernadão e Liza vêm se readaptando  à região e também se tornaram atrações. Saem pela manhã para a mata próxima e retornam no final do dia para dormir.

Bernardão, com três anos de idade chega a passear pela varanda da sede da entidade, e há pouco tempo ganhou a companhia de Liza, de um ano e seis meses de idade.

A Distribuidora Coimbra anunciou no dia 28 de dezembro de 2014 o aumento de 100% da quota de apoio. Segundo Zeca Lula, normalmente quando o empresário ou qualquer outro visitante visita a entidade e conhece mais o projeto, também adere à causa.

A Ecovale recebe ainda apoio da Noma do Brasil, fabricante de carrocerias para veículos; da Noma Motors, ambas de Maringá (noroeste do Estado do Paraná); do Centro Universitário Unicesumar e da Concessionária Mitsubishi de Veículos LF, em 2013. O Governo de Rondônia doou uma lancha voadeira para às atividades de fiscalização.

Por Abdoral Cardoso com fotos de Rosinaldo Machado e José Soares Neto / Decom-RO

Leia também > Soltura de filhotes de tartarugas, um “aulão” ecológico no Rio Guaporé, em Rondônia

Soltura de filhotes de tartarugas, um “aulão” ecológico no Rio Guaporé, em Rondônia

Transformou-se num “aulão” de educação ambiental e consciência ecológica para crianças e adultos a devolução à natureza de mais um lote de 100 mil filhotes de tartarugas da Amazônia, domingo (28), no vilarejo boliviano Versalles, margem esquerda do Rio Guaporé na fronteira brasileira com a Bolívia.

Eram 9 h, quando os últimos dos 2,2 milhões de filhotes salvos da cheia do Rio Guaporé, ainda nos ninhos da praia da Tartaruguinha, dia 9 de dezembro de 2014, começaram a ser transportados das voadeiras para uma rampa de areia de onde mais tarde foram soltos e correrem em direção à água.

No barranco próximo à rampa já os aguardavam mais de dez crianças bem penteadas e vestidas ansiosas por manusearem e posarem para fotografias com exemplares das tartaruguinhas, ora para os aparelhos celulares dos pais, ora para as câmeras fotográficas semiprofissionais dos familiares.

Pareciam aprender ali a dura lição de que se nada mais for feito para ajudar entidades como a Associação Comunitária Quilombola e Ecológica Vale do Guaporé (Ecovale) elas poderão chegar à idade adulta com o registro de um quelônio apenas na memória. Filhos das 35 famílias que moram no vilarejo, as crianças permaneceram três  horas na rampa de soltura dos filhotes numa brincadeira de adultos para ajudar a proteger as tartaruguinhas do sol e reidratar.

A professora Lola Salvatierra coordena o projeto na localidade e se emocionou ao discursar antes da soltura. Disse da necessidade de os dois países darem maior atenção aos projetos e programas de preservação dos ecossistemas da Amazônia.

Apontou como uma das prioridades o projeto de manejo de quelônios, pois são espécies que não têm nacionalidade. “É dever de brasileiros e bolivianos protegê-los, pois são indispensáveis ao equilíbrio da cadeia alimentar e sobrevivência também das aves, répteis e peixes que habitam o chamado Santuário Ecológico Vale do Guaporé”, disse.

Segundo o presidente Ecovale, José Soares Neto, “Zeca Lula”, a praia da Tartaruguinha foi a única das oito onde eram monitoradas 38 mil covas de ovos de tartaruga na qual se alcançou algum êxito em 2014. A cheia atípica dos rios nessa época do ano inundou as praias e destruiu filhotes que haviam nascido, mas ainda estavam dentro dos ninhos.

O ambientalista conta que equipes da entidade formadas por brasileiros e bolivianos, e voluntários, inclusive empregados de fazendas liberados pelos proprietários para ajudar, promoveram um mutirão e conseguiram salvar 5 mil recém-nascidos numa das praias onde a expectativa de resgate era de 12 mil tartaruguinhas.

Fazendeiro “empresta” empregados

Paulo Carvalho foi o primeiro fazendeiro da região de São Francisco do Guaporé a dispensar os empregados da Estância Benagouro para participar do mutirão. Ele apoia o projeto desde o início. “Liberei os empregados pelos simples prazer de ajudar a salvar as ‘bichinhas’ que pertencem tanto aos brasileiros quanto aos bolivianos”, afirmou.

Após o resgate, as tartaruguinhas passam entre 30 e 40 dias em incubação nos tanques da (Ecovale). Na incubadora, os filhotes se fortalecem para fugir de predadores que dependem da mesma cadeia alimentar para sobrevivência, entre eles o jacaré, garça, gaivota, mergulhão, tuiuiú, piranha, tambaqui, pirapitinga, pirarara, surubim, traíra e outras espécies que se alimentam dos filhotes de tartarugas e tracajás.

Transformou num “aulão” de educação ambiental e consciência ecológica para crianças e também adultos a devolução à natureza de mais um lote de 100 mil filhotes de tartarugas da Amazônia, domingo (28), no vilarejo boliviano Versalles, margem esquerda do Rio Guaporé na fronteira brasileira com a Bolívia.

Eram 9 h, quando os últimos dos 2,2 milhões de filhotes salvos da cheia do Rio Guaporé, ainda nos ninhos da praia da Tartaruguinha, dia 9 de dezembro de 2014, começaram a ser transportados das voadeiras para uma rampa de areia de onde mais tarde foram soltos e correrem em direção à água.

No barranco próximo à rampa já os aguardavam mais de dez crianças bem penteadas e vestidas ansiosas por manusearem e posarem para fotografias com exemplares das tartaruguinhas, ora para os aparelhos celulares dos pais, ora para as câmeras fotográficas semiprofissionais dos familiares.

Pareciam aprender ali a dura lição de que se nada mais for feito para ajudar entidades como a Associação Comunitária Quilombola e Ecológica Vale do Guaporé (Ecovale) elas poderão chegar à idade adulta com o registro de um quelônio apenas na memória. Filhos das 35 famílias que moram no vilarejo, as crianças permaneceram três  horas na rampa de soltura dos filhotes numa brincadeira de adultos para ajudar a proteger as tartaruguinhas do sol e reidratar.

A professora Lola Salvatierra coordena o projeto na localidade e se emocionou ao discursar antes da soltura. Disse da necessidade de os dois países darem maior atenção aos projetos e programas de preservação dos ecossistemas da Amazônia.

Apontou como uma das prioridades o projeto de manejo de quelônios, pois são espécies que não têm nacionalidade. “É dever de brasileiros e bolivianos protegê-los, pois são indispensáveis ao equilíbrio da cadeia alimentar e sobrevivência também das aves, répteis e peixes que habitam o chamado Santuário Ecológico Vale do Guaporé”, disse.

Segundo o presidente Ecovale, José Soares Neto, “Zeca Lula”, a praia da Tartaruguinha foi a única das oito onde eram monitoradas 38 mil covas de ovos de tartaruga na qual se alcançou algum êxito em 2014. A cheia atípica dos rios nessa época do ano inundou as praias e destruiu filhotes que haviam nascido, mas ainda estavam dentro dos ninhos.

O ambientalista conta que equipes da entidade formadas por brasileiros e bolivianos, e voluntários, inclusive empregados de fazendas liberados pelos proprietários para ajudar, promoveram um mutirão e conseguiram salvar 5 mil recém-nascidos numa das praias onde a expectativa de resgate era de 12 mil tartaruguinhas.

Por Abdoral Cardoso com fotos de Rosinaldo Machado e José Soares Neto / Decom /RO

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Festcineamazônia: Inscrições de produções audiovisuais vão até esta segunda, 2 de setembro

O festival será realizado na capital rondoniense de Porto Velho, entre os dias 3 a 9 de novembro de 2013.

As inscrições de produções audiovisuais para a 11ª edição do Festcineamazônia podem ser feitas até esta segunda-feira (2/9). Os interessados em participar de um dos maiores festivais de cinema da região Norte podem enviar as produções cinematográficas pelo endereço www.cineamazonia.com/Festival/Inscricao.
A temática dos filmes participantes é livre e não há taxa de inscrição. São aceitas produções com duração máxima de 26 minutos e de todos os gêneros – ficção, documentário, animação e experimental -, realizados em qualquer formato. Produções de todas as partes do mundo estão aptas a participar e cada realizador pode inscrever até três filmes/vídeos, finalizados a partir de 2008 com legendas em português.
No site www.cineamazonia.com o participante tem acesso ao regulamento do festival e preenche a ficha de inscrição. Para o processo de pré-seleção, deverá ser enviada uma cópia do filme (no formato DVD, de área livre) à organização do evento, e pelo menos, uma imagem do filme (no formato JPEG, resolução mínima de 300 dpi e dimensões aproximadas de 15×10 cm)
São 18 troféus Mapinguari em disputa. Além da mostra competitiva, o Festcineamazônia homenageia produtores, diretores e atores que contribuem com a cultura nacional e possuem relevância nas questões ambientais e de direitos humanos.
A escolha das obras vencedoras está a cargo da Comissão de Julgamento, composta por profissionais do setor audiovisual ou ambiental. Os participantes concorrem aos prêmios: Prêmio para Melhor Filme ou Vídeo; Prêmio Danna Merril para Melhor Documentário; Prêmio Major Reis para Melhor Animação; Prêmio Vitor Hugo para Melhor Ficção; Prêmio Manoel Rodrigues Ferreira para Melhor Experimental; Prêmio Chico Mendes para Melhor Roteiro; Prêmio Marina Silva para Melhor Montagem; Prêmio Povos Indígenas de Rondônia para Melhor Trilha Sonora; Prêmio Silvino Santos para Melhor Fotografia; Prêmio Capô (Maurice Capovilla) para Linguagem; Prêmio Melhor Direção; Prêmio Melhor Ator; Prêmio Melhor Atriz; Melhor Reportagem Ambiental Rondoniense; e Melhor Reportagem Ambiental Nacional.
O Júri Popular também concede prêmios aos seus escolhidos: Prêmio Thiago de Mello – Troféu Esperança; e Prêmio Lídio Sohn para Melhor Produção Rondoniense. Todos os selecionados para a mostra competitiva do festival recebem certificado de participação.

Público lota Teatro Banzeiros, em Porto Velho, para conhecer os vencedores do 10º Festcineamazônia

Os músicos Eliakin Rufino e Princezito encerraram a 10ª edição do Festcineamazônia com um show que contagiou o público com músicas dançantes, regionais, africanas e um duelo de poesias.

Princezito, natural de Cabo Verde, é compositor, estudioso das várias vertentes do batuku (gênero musical cabo verdiano) em que aborda a canções tiradas das histórias, contos e provérbios populares. Já Rufino é poeta, cantor, escritor, professor de filosofia, produtor cultural e jornalista. Faz shows de música e poesia, com os quais já vem percorrendo o Brasil e diversos países há mais de 20 anos.

Os jurados da mostra competitiva foram a comunicóloga e produtora Samira Pereira, o cineasta Joel Zito Araújo, o ator e roteirista Thoamas Stravos, o produtor cultural Celso Brandão e produtor de cinema Wilsson Austurizag. Os jurados da categoria vídeo reportagem ambiental foram os jornalistas Solano Ferreira, Fred Perillo e o diretor de Cinema, Marcelo Cordeiro Quiroga.

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Poesia domina o último dia do Festcineamazônia, em Porto Velho

“Artista que tem de início a pretensão de ser artista já me causa desconfiança”. A provocação feita pela escritora e compositora Alice Ruiz abriu o debate ‘É de poesia que o mundo precisa’. Ao lado do escritor Marcos Quinan, do poeta Thiago de Melo e do músico africano Princezito, Alice Ruiz conversou durante cerca de duas horas com estudantes do ensino médio de escolas públicas de Porto Velho, nesta sexta pela manhã, no Teatro Banzeiros, centro da capital rondoniense.  O debate fez parte da programação paralela da décima edição do Festcineamazônia e foi mediado pelo poeta e professor Carlos Moreira. A discussão foi baseada ‘no fazer da poesia’ e a importância da arte e cultura para o mundo contemporâneo hoje. Vindo de Cabo Verde, o cantor Princezito explanou sobre as dificuldades em se produzir arte num país financeiramente pobre, além de contar a relação que teve a origem humilde dele próprio com a visão que possui hoje de cultura. “Isso está presente na minha música”, disse.   O cantor faz show de encerramento do festival ao lado do músico de Roraima Eliakin Rufino. No último dia da mostra competitiva foram exibidos 18 filmes. Entre eles, o paraense ‘Matinta’, de Fernando Segtowick, com Dira Paes no papel principal.  Este ano o Festicineamazônia trouxe como novidade a mostra Cinema e Samba, como filmes com temática sambista exibidos em uma escola de samba. o cineasta Aurélio Michilis, diretor de “O cineasta da selva” foi o homenageado da noite. O festival encerra no sábado, com a premiação dos vencedores do troféu Mapinguari e o show musical de Eliakin Rufino e Princezito.

Fim de uma espécie : Morre “Solitário George”, a última tartaruga gigante de Galápagos

Foto: GNP Direction / AP Photo

O Solitário George, a última tartaruga gigante de sua espécie que habitava as ilhas Galápagos, morreu neste domingo(24) sem que se conseguisse a sua reprodução.  O único sobrevivente da espécie “Geochelone Abigdoni” tinha  mais de cem anos e foi encontrado sem vida no centro de criação de tartarugas terrestres da ilha Santa Cruz. O Parque Nacional Galápagos informou que fará um seminário internacional no próximo mês, em “homenagem” ao Solitário George. Na pauta, estratégias de manejo das populações de tartarugas ameaçadas de extinção.

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Parque dos Beraderos

Por Rud Prado
Com a construção da ponte na região da Balsa, o acesso à margem esquerda do rio Madeira ficará fácil. Fácil demais. Por conta disso já se anuncia e já se inicia uma grande especulação imobiliária. A cidade, devido ao impedimento natural, que sempre representou a travessia pelas águas barrentas e velozes do Madeira, durante todo esse tempo resistiu à tentação de ocupar a outra margem de forma mais concreta. Agora a travessia pelas balsas está com os dias contados. E a floresta, que teima em existir, deve sucumbir. Os alicerces do que chamam “progresso” deve ficar suas raízes de ferro e cimento nos capões de floresta que ainda podemos visualizar dos mirantes de Porto Velho. A ocupação daquela mata ciliar já existe. Mas esse processo tende a ser muito mais acelerado agora. O que se vislumbra é um prejuízo para esse patrimônio natural e um prejuízo para auto estima de um povo. A identidade cultural beradeira ou beradera, como queiram está ameaçada. Essa paisagem é um patrimônio da capital do Estado de Rondônia. Um dia viramos as costas para rio. Agora não podemos virar as costas o iminente desaparecimento da mata do lado esquerdo do Madeira. Se nada fizermos, a nossa paisagem, a mata ciliar – ou o que dela resta -, vai desaparecer. De um dia para o outro o sol pode não mais encontrar o naco de mata onde repousa. Sim, o por do sol mais belo do mundo pode estar com os dias contados. Se ficarmos calados, inertes, o nosso cartão postal, registrado todas as tardes pelos ávidos cliques das máquinas digitais, poderá ser deletado para sempre. A ganância não tem limite. Sua sede de lucro draga o rio, envenena a água, assassina os peixes, mata a mata. A ganância não dá margem à razão, tratora a emoção. A história de várias gerações é substituída por outra que caiba no balanço anual. É hora da caboclada se unir. Não podemos deixar que arranquem aquelas árvores, e com elas nossa identidade. Não podemos deixar que tirem nosso orgulho, nossa história. Precisamos tirar o grito de nossas gargantas. Porque é certo que virão as máquinas barulhentas com suas bocas escancaradas cheirando a óleo diesel, famintas. Comendo casas de pássaros, moradas de caboclos, mastigando a vida. Mas nós podemos evitar isso. Nós podemos pensar. Nós podemos sentir. Nós podemos gritar. Nós podemos nos juntar. Juntos, vamos impedir que nossa paisagem desapareça. Exigir que se crie um parque, uma reserva florestal urbana. Vamos fazer com que se respeite a mata ciliar da margem esquerda do Rio Madeira. Porque isso está na lei. Lei da qual nem se falava quando se destruíu tudo do lado direito, quando sobre palafitas foi-se edificando a miséria, se equilibrando a indignidade. Mas podemos escrever um outro lado da história e que ele seja diferente. A margem esquerda do Madeira pode se tornar um imenso parque. Além de evitar a destruição da mata, podemos recuperar o que foi devastado, A idéia é propor um parque. O tamanho que terá esse parque? Não sei, convido todos para o debate, para sugestões. Mas é preciso que nele, além da paisagem onde pousa nossos olhares e repousa o sol, tenha espaço para a arte, para a música, para o teatro. Para o abrir das flores, de um livro, para a contemplação. Com o Parque dos Beraderos, com o nosso parque, podemos dar um passo rumo à sustentabilidade. Fazer de Rondônia um bom exemplo para o mundo. Que a cidade vai se estabelecer do outro lado, não há dúvida.Isso já é uma realidade. Mas que venha depois da floresta. Que se respeite a mata ciliar.Que não se construa na margem do rio. E que, para essa cidade de lá e de cá, seja pensado um sistema de tratamento de esgoto, para não transformarmos o Rio Madeira num imenso canal de dejetos . Para não dar margem à destruição, para salvar a mata do Beradão, vamos criar juntos o Parque dos Beraderos. Convido a galera a refletir sobre isso. É um manifesto de um pantaneiro que virou beradero, o grito de quem aprendeu a amar as coisas dessa terra. Quero ver o que é bonito preservado. Sonho que se sonha só, vocês sabem: é só um sonho. Juntos, tudo é possível. Meu email está aberto para receber sugestões: rudprado@gmail.com
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Meio-ambiente : TAM fará vôo experimental com biodiesel

O presidente da TAM, Líbano Barroso, disse hoje que a empresa fará um voo experimental em setembro utilizando “biodiesel derivado do pinhão manso, o “Jatropha curcas L.”   Ele fez essa afirmação durante sua palestra no painel “Desenvolvimento e Tendências para as Companhias Aéreas”, na Cúpula União Europeia – América Latina da Aviação Civil, que se realiza nesta semana no Rio de Janeiro. O pinhão manso já vem sendo pesquisado há bastante tempo pela Brasil Ecodiesel, uma das gigantes do setor de combustíveis verdes.

Segundo Barroso, o voo será sem passageiros e vai durar apenas 45 minutos. “Vamos utilizar 50% desse biodiesel, e o teste será feito a partir do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro”, explicou o presidente da aérea.  Os aviões comerciais são uma das grandes fontes poluidoras do nosso planeta contribuindo em grande escala para o aquecimento global e o efeito estufa.  Não se tem notícia de que outras aéreas como GOL, AZUL, WEBJET e AVIANCA, para citar as líderes em “market-share” tenham algum tipo de preocupação ambiental neste sentido.

O biodiesel já é adicionado por lei, à proporção de 5 % no diesel consumido no país e já há uma campanha para a adoção do B10, ou seja, adição de 10 % de biodiesel no diesel vendido nas bombas. Ele é considerado um combustível ecológico, por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos. Resulta na redução de até 78% de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos, quando comparado com a queima do diesel mineral. É produzido por tecnologia de produção nacional, simples e conhecida e além disso, pode ser enquadrado no mercado de créditos de carbono. Rondônia e o Norte são vistos como possíveis produtores de biodiesel, que pode regenerar áreas já degradadas com o plantio do pinhão manso, que não tem utilidade comestível e representa um grande avanço na busca dos combustíveis renováveis.  Outras fontes , em menor escala, para produção de biodiesel são o sebo bovino, que até então tinha pouquissima utilização e por isto, preço de venda muito baixo.

Pouca gente sabe, mas Rondônia já produz biodiesel.

Já pensou ?

Chique no “úrtimo” ir prá Europa com combustível produzido em Rolim de Moura, Vilhena e Chupinguaia !