Teóricamente, a partir de janeiro de 2012, todos os funcionários públicos brasileiros poderão escolher o banco em que vão receber seu salário. A chamada portabilidade de conta chega atrasada. mais precisamente três anos depois da liberação para os funcionários de empresas privadas. Com a portabilidade, as contas podem ser mudadas sem cobrança de tarifas . A mobilidade faz parte de um amplo pacote elaborado em 2006 pelo Banco Central (BC) para estimular a concorrência entre bancos. Além da conta-salário, as medidas incluem a portabilidade do cadastro dos clientes e de operações de crédito. Neste caso, a pessoa pode transferir um empréstimo de um banco para outro que oferecer melhores condições de pagamento. Quem quiser receber seus vencimentos em outro banco terá de fazer um único comunicado ao banco a que está vinculado hoje. A partir daí, o este terá de transferir, sem custo e no mesmo dia, o salário do cliente para a conta informada previamente. “Folhas de pagamento são importantes para os bancos”, diz o Ricardo Mollo, professor do Insper . As instituições usam os salários para reter clientes. “Um banco de varejo vive de escala e, com as folhas, pode oferecer pacotes com redução de tarifas.” Outro ponto que deve garantir clientes é a oferta de crédito consignado juntamente com o pacote da conta corrente. Segundo Mollo, o Banco do Brasil (BB) atuou fortemente nessa área, fazendo ofertas agressivas de exclusividade de folha aliada a consignado. “O BC soltou uma norma proibindo essa prática, mas apenas para os novos contratos.” As cidades que possuem apenas um banco também é fator de restrição à portabilidade. Os clientes não são organizados e perdem força na hora de pleitear taxas menores. Em tese o BB é a instituição que mais perde com a liberação das contas pois é responsável por grande parte do pagamento de salários dos barnabés no país. São cerca de 7 milhões de servidores públicos, 12% da base de clientes pessoas físicas do BB. Atualmente o banco é o agente financeiro em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato grosso, Bahia, Paraíba, Rio Grande do norte, Piauí, Maranhão, Rondônia, Roraima, Acre, Tocantins e Amapá As capitais são São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Palmas (TO), Porto Velho (RO), São Luiz (MA), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Macapá (AP), Boa Vista (RR) e Rio Branco (AC).
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“Nem da Rocinha” não vai para Porto Velho
Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, será transferido neste sábado (19) para o Presídio Federal de Campo Grande,no Mato Grosso do Sul, o mesmo que, até o ano passado, abrigou o traficante Fernandinho Beira-Mar, conhecido como um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina. De acordo com o diretor da penitenciária Washington Clark, Nem deve permanecer em uma área isolada, conhecida como triagem,com 7 m2 por pelo menos 20 dias. Ainda segundo Clark, o tratamento que será oferecido a Nem é o mesmo dispensado aos demais detentos que estão na unidade, uma das quatro mantidas pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional) no país. O pedido de transferência de Nem foi feito pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e autorizado pela Justiça Federal nesta sexta-feira (18). A presidência do TJ/RJ afirmou que Nem não poderia permanecer no Rio. Também serão transferidos Anderson Rosa Mendonça, conhecido como Coelho, Valquir Garcia dos Santos, o ‘Carré’, e Flávio Melo dos Santos. Todos serão transportados em um avião da Polícia Federal.via R7
Livros imprescindíveis para entender Rondônia – 9 – Rondon
No começo do século XX, o governo central do Brasil, preocupado em estender sua presença e autoridade efetiva à Região Centro-Oeste, ligaria pelo telégrafo o que hoje são os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia ao resto do país. A partir de 1900, coube ao então capitão Cândido Ronclon comandar a comissão encarregada de prolongar os fios telegráficos até essa região em larga medida selvagem e pouco explorada. Nos quinze anos seguintes, à frente da que ficou conhecida como Comissão Rondon, este nativo de Mato Grosso e descendente de índios pelo lado materno abriu caminhos no Pantanal e na floresta virgem, conviveu com a onipresente malária e com tribos hostis, enfrentou incompreensão e má vontade, tudo para levar adiante seu projeto civilizatório e de construção da nação.
Este livro traz um relato detalhado dessa aventura essencialmente política na selva, em que Rondon fazia questão, em todas as ocasiões, de hastear a bandeira e tocar o hino nacional (levava consigo seu indefectível gramofone), símbolos da unidade da pátria. ‘Também reconstrói a aventura tragicômica que foi ciceronear o ex-presidente americano Theodore Roosevelt numa excursão desastrada por um rio adequadamente chamado “da Dúvida”, pois seu curso era desconhecido. Mas, além dos fatos, Todd A. Diacon investiga as idéias motrizes da ação de Rondon e as contradições de sua prática positivista, a batalha ideológica em torno de sua Comissão.
Aos 35 anos de idade. Cândido Mariano da Silva Rondon recebeu do governo brasileiro a tarefa de construir as linhas telegráficas que ligariam o estado de Mato Grosso ao Amazonas, território então pouco explorado, cuja comunicação com o centro administrativo do país era precária. De 1900 a 1915, O marechal cuidou de efetivar seu projeto e deu a ele ares de uma verdadeira “missão”.
E dessa figura tida ora como herói desbravador, um autêntico defensor dos indígenas, ora como agente violento de expansão do autoritarismo do Estado — que trata este livro. Sem desprezar esses vários lados, Todd A. Diacon procura entender a atuação do marechal como um projeto político de integração nacional. Para tanto, enfatiza pontos até agora pouco examinados da trajetória desse personagem, como a presença decisiva das idéias positivistas. Ao discutir os feitos e os fracassos do militar e apresentar os aspectos simbólicos que constituíram sua carreira, o autor dá nova atualidade ao tema, e revela como “a invenção e reinvenção de Rondon continuará a acompanhar a invenção e reinvenção da nação brasileira”.