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Filme sobre Expedição Dequech desvenda mitos das lendárias Minas de Urucumacuã

DEQUECHO falecimento do engenheiro de minas Victor Dequech, ocorrido em Belo Horizonte em 2012 poderia também sepultar uma parte importante da história de Rondônia.

Conhecido por ser o fundador da Geosol, a maior empresa de sondagens do país e da Sociedade Brasileira de Espeleologia, Dequech entra para a história de Rondônia a partir da Expedição da década de 40 que visava encontrar as lendárias Minas de Urucumacuã.

Outro depoimento histórico e fundamental para a compreensão dos fatos é o do Prof.Me. Emanuel Pontes Pinto, escritor , historiador e autor do célebre livro “Urucumacuã : mitos, lendas, tradição e história “.

O depoimento de Dequech é uma verdadeira bomba e põe por terra muitos mitos criados na fértil imaginação de cutubas e peles curtas.

O filme foi contemplado no Edital nº 78/ 2020/SEJUCEL-CODEC 1ª EDIÇÃO JAIR RANGEL “PISTOLINO” e fomentado pela Lei Federal  14.017/2020 (Lei Aldir Blanc) através do Governo do Estado de Rondônia por meio da Superintendência Estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer / SEJUCEL.

Taba, Querida Taba no tempo que se bebia uma cerveja gelada com dignidade e os beócios rareavam nas ruas modorrentas…

Num intervalo das gravações do documentário de Luiz Brito, aparecem Euro Tourinho, Carmênio Barroso e Beto Bertagna levando na mão a primeira câmera Sony Digital que apareceu por estas bandas. Corria o ano de 1997. Naquele ano, a Funcetur presidida pelo Ruy Motta lançou um edital para apoio a curta-metragens, num projeto coordenado pelo folclorista Flávio Carneiro. Daquela geração despontaram realizadores como Lidio Sohn, Alejandro Bedotti, Carlos Levy, Jurandir Costa, Beto Bertagna e Luiz Brito. No Festival de Curitiba, ainda naquele ano, 4 produções rondonienses concorreram ao prêmio Pinhão. E a estréia do trabalhos teve um lançamento digno de Holywood (quááá !) com direito a tapete vermelho e canhão de luz na entrada da velha, saudosa. decana e completamente lotada Taba do Cacique, recanto dos boêmios, sonhadores, jornalistas, poetas, artistas e outros mentirosos. (Republicado a pedido)

Da esquerda para a direita, Bertagna, Carmênio e Euro Tourinho

Túnel do Tempo : filmagem do documentário “Povo Amondawa”

foto : Luiz Brito

Fazendo a fotografia do filme “Povo Amondawa”, do diretor Luiz Brito. produzido entre 1992 e 1997.

A nação indígena Amondawa, ramificação dos Uru eu wau wau,  como tantas outras existentes em Rondônia, foi mais uma das vítimas do avanço da civilização através dos projetos de colonização  ocorridos no estado, a partir do final da década de 70.

Uma das principais características vividas em Rondônia naquela  época foi  o intenso fenômeno da migração trazendo consequências sociais profundas não só para as sociedades indígenas.

O filme documentário “Povo Amondawa”   com 12 minutos registrou um pouco desse processo que teve como meta principal  o progresso a qualquer custo, e que foi maléfico para os Amondawa e outros povos indígenas que não tiveram  tempo e nem direito de se pronunciar como cultura  amazônica no processo.

foto : Luiz Brito

Luiz Brito apresenta a exposição “Queimadas” em Porto Velho/RO

A exposição Queimadas pendura nas paredes do palácio do governo estadual de Rondônia imagens de 20 anos do trabalho do fotógrafo Luiz Brito. Lá estava ele: filho de uma mulher de 90 anos, que cresceu num seringal pra dentro desse rebolado de mato todo, na beira do Guaporé, rio que teima em se insinuar como uma sucuri enrolada em frondosas castanheiras, samaúmas, e terrenos alagados, que mais parecem cultivados por ciumentos jardineiros. Luiz sabe disso. A gente não falou de eleições, a gente não falou de poder, nem de esquerda e nem de direita. A gente falou de suas fotos, não de todas. A gente falou daquelas fotos. Contou-me ter chegado por centenas de vezes no dia seguinte às queimadas. A sola do pé estrondava de calor, a fumaça invadia as ventas, as vísceras ardiam. “É o horror!” ele me disse. “Parece um cemitério”. A imagem feito um radiofone. Dava pra escutar os gritos dos pássaros desesperados, voando, em chamas, deixando para trás seu ninho e a prole. Uma preguiça, que não morreu queimada, mas tentando atravessar um deserto sem água e sem alimento. Os rastros de pequenos animais, que já não existiam. As formas geométricas dos troncos abatidos pelo fogo e pela motoserra, se equilibrando uns sobre os outros. Isso tudo ele me contou. “É o horror”, ele repetiu. “São corpos. Estão incinerados”. Não duvidei. Lembrei do relato autobiográfico de Primo Levi, um homem que foi oprimido até o fundo num campo de concentração durante a segunda Guerra Mundial. Ali, a lógica rigorosa de humilhação, tortura e aniquilação se revela com tanta força, que já não é possível terminar a leitura sem ter sentido vergonha, e uma centena de náuseas. “Estão incinerados”, dizia-me Luiz. E a fumaça me invadiu.

Nicole Soares

queimadas

Clique na imagem para ampliar 

A exposição acontece a partir do dia 3 de outubro, na Galeria do Edifício Pakaas Novas (térreo) , Palácio Rio Madeira em Porto Velho, capital de Rondônia. Queimadas em Rondônia. Uma realidade protagonizada pela ignorância e ganância de alguns que lucram com esta tragédia que mata sem piedade a vida. Uma das fotos da exposição, abaixo, em p & b processo analógico (filme) . Local do registro , municipio de Porto Velho

Turma do bem ( e da pesada !)

foto: Eduardo Thiellen

foto: Eduardo Thiellen

Da esquerda para a direita Stella Oswaldo Cruz, eu, Manoel Rodrigues Ferreira e Marcos Santilli. Agachado, Luiz Brito… ê turminha boa.

Taba, Querida Taba no tempo que se bebia uma cerveja gelada com dignidade e os beócios rareavam nas ruas modorrentas…

Num intervalo das gravações do documentário de Luiz Brito, aparecem Euro Tourinho, Carmênio Barroso e Beto Bertagna levando na mão a primeira câmera Sony Digital que apareceu por estas bandas. Corria o ano de 1997. Naquele ano, a Funcetur presidida pelo Ruy Motta lançou um edital para apoio a curta-metragens, num projeto coordenado pelo folclorista Flávio Carneiro. Daquela geração despontaram realizadores como Lidio Sohn, Alejandro Bedotti, Carlos Levy, Jurandir Costa, Beto Bertagna e Luiz Brito. No Festival de Curitiba, ainda naquele ano, 4 produções rondonienses concorreram ao prêmio Pinhão. E a estréia do trabalhos teve um lançamento digno de Holywood (quááá !) com direito a tapete vermelho e canhão de luz na entrada da velha, saudosa. decana e completamente lotada Taba do Cacique, recanto dos boêmios, sonhadores, jornalistas, poetas, artistas e outros mentirosos. (Republicado a pedido)

Da esquerda para a direita, Bertagna, Carmênio e Euro Tourinho

Filmes importantes para entender Rondônia – 5 – Povo Amondawa

foto : L.Brito

foto : L.Brito

A nação indígena Amondawa, ramificação dos Uru eu wau wau,  como tantas outras existentes em Rondônia, foi mais uma das vítimas do avanço da civilização através dos projetos de colonização  ocorridos no estado, a partir do final da década de 70.

Uma das principais características vividas em Rondônia naquela  época foi  o intenso fenômeno da migração trazendo consequências sociais profundas não só para as sociedades indígenas.
O filme documentário “Povo Amondawa”   com 12 minutos registrou um pouco desse processo que teve como meta principal  o progresso a qualquer custo, e que foi maléfico para os Amondawa e outros povos indígenas que não tiveram  tempo e nem direito de se pronunciar como cultura  amazônica no processo.

Duração: 12 minutos – Ano de Produção : de 1992 à 1997  – Direção Luiz Brito

NR : Tive o prazer de participar desta produção do Luiz Brito, na única vez que o Governo de Rondônia realizou um edital para produção de audiovisuais, quando existia a Funcetur e o seu presidente era o Ruy Motta. Depois, foi só calote. Na única oportunidade em que o Governo Cassol/Cahúlla teve de participar do DocTV , uma parceria entre os Estados, a TV Cultura de SP e o Ministério da Cultura, adivinhem…. O único Estado que deu cano na obrigação de cumprir sua contra-partida  foi… ganha um DVD virgem quem acertar.

Lançamento do Curtamazônia/2010 no dia 5 de março

O lançamento do 1º Festival de Cinema Curtamazônia/2010, será no dia 05 de março a partir das 19:30 h na Casa de Cultura Ivan Marrocos, na Av. Carlos Gomes, esquina com a Praça das Três Caixas D´Águas, afirma o Organizador do Festival , Carlos Levy.

É esperado com grande expectativa o lançamento do mais novo empreendimento cultural no Estado de Rondônia, esperado pela classe artístico-cultural, pela crítica, pelos formadores de opiniões, empresariais, entidades públicas e  comunidade em geral.

Para os Organizadores do Curtamazônia/2010, o Festival é mais uma etapa do fortalecimento do audiovisual rondoniense e porque não dizer do Cinema Brasileiro, haja vista que estão chegando produções de cineastas de todo o Brasil, e daqui de Rondônia já começaram inclusive a produzirem vídeos para concorrer no Festival que irá oportunizar e mostrar ao público que Rondônia tem produção audiovisual capaz de concorrer com os grandes centros produtores.

“Eu tenho plena convicção que um dos “Troféus Três Caixas D´Águas” que simbolizará e abrilhantará o Festival, será de algum dos vídeos rondonienses escritos, porque a produção do audiovisual  rondoniense tem crescido e melhorado sua qualidade, enfatiza o diretor, ator e produtor Pistolino, que estará concorrendo com dois trabalhos inscritos.

O Curtamazônia/2010 será um Festival bastante abrangente e diversificado nas suas categorias (veja regulamento e ficha de inscrição no site www.curtamazonia.com), podendo se inscrever filmes e vídeos de curta-metragem produzidos a partir de 1º de janeiro de 2004. E as inscrições estão abertas até o dia 24 de abril, e tire o seu filme e vídeo da “gaveta”, venha mostrar seu talento, produza e dirija seu filme ou vídeo, podendo se inscrever filmes e vídeos de curta-metragem até 25 minutos.

“Um dos objetivos do Festival além de resgatar filmes e vídeos que fazem e fizeram parte do Cinema na Amazônia, será de divulgar e dar mais visibilidade e oportunidade para que nós rondonienses possamos ver filmes nacionais e regionais que estão fora dos grandes circuitos exibidores e que estarão presentes no Curtamazônia/2010”, conclui  Luiz Brito – Presidente da ABD/RO.

Em sua programação oficial de lançamento do Curtamazônia/2010 está previsto homenagens à imprensa em geral, entidades privadas, públicas e personalidades do mundo artístico-cultural que contribuem para o fortalecimento de nossa cultura amazônica.

CURTAMAZÔNIA: CONFIRA A PROGRAMAÇÃO OFICIAL DO LANÇAMENTO

> 19:30 h – Início com coquetel/musical

> 20:00 h – Abertura oficial com o Hino Céus de Rondônia.

> 20:10 h – Apresentação do vídeo Curtamazônia/2010

> 20:15 h – Lançamento do Curtamazônia/2010

> 20:25 h – Apresentação da réplica ao público, convidados e imprensa do Troféu Três Caixas D´Águas.

> 20:30 h – Homenagens especiais à entidades privadas, públicas e imprensa rondoniense.

> 20:50 h – Fala de convidados e homenageados.

> 21:20 h – Coquetel/musical

> 22:00 h – Encerramento

Está previsto na programação oficial no lançamento do 1º Festival de Cinema Curtamazônia/2010, homenagens à diversas autoridades   estaduais, municipais, federais e a imprensa que compõe a mídia de Rondônia. Será no dia 05 de março a partir das 19:30 h na Casa de Cultura Ivan Marrocos, na Av. Carlos Gomes, esquina com a Praça das Três Caixas D´Águas, o local dos que receberão à homenagem: “Amigo do Cinema da Amazônia”, dedicado à pessoas e entidades que contribuem e valorizam o desenvolvimento sócio-econômico-cultural no Estado de Rondônia,  aqui em especial o Festival de Cinema Curtamazônia/2010.

Chapinha (atualizado)

Aldenir Campos Paes, o "Chapinha", velho companheiro de jornadas na extinta TV Educativa Canal 2, de Porto Velho

Chapinha sai de trás das câmeras e é entrevistado no Programa Papo News, da TV Record News , canal 58, hoje às 11:30, também na ViaCabo e com reprises durante a semana.
Chapinha, e seu irmão Alcivam, foram alguns dos pioneiros que trabalharam no CEPAV, Centro de Produção Audio-Visuais Pe. Landell de Moura, idealizado pelo então Secretário de Esporte e Cultura, Vitor Hugo e por seu adjunto, Isaias Vieira dos Santos.
O CEPAV foi o embrião do que seria depois a TVE Madeira-Mamoré, projeto que tive o orgulho de capitanear juntamente com o Célio Hugo, e que depois , em outras etapas, teve a adesão de diversos jornalistas e produtores que hoje labutam na imprensa rondoniense. Por lá passaram, Nelson Townes de Castro, José Carlos Sá, Sérgio Melo ( que apresentava o telejornal diário Jornal 2, com 30 minutos de duração), o Luiz Brito, Sinara Guatimozin,  Carlos Levy, Jurandir Costa,  Ruben Torrico, Luiz Alves de Medeiros, João Kerdy e tantos outros, inclusive os que conseguiram sucatear e liquidar de vez com o canal de comunicação que poderia até hoje estar prestando serviços para a comunidade. A primeira antena ficava em cima do prédio do Tribunal de Contas. E a derradeira, uma moderna superturnstile está até hoje apodrecendo em cima da caixa dágua da Caerd, ao lado do hotel Aquarius, para quem quiser ver e comprovar a veracidade destas informações. ( Inclusive está circulando um livro que pretende traçar a trajetória  da imprensa caripuna. Ainda não tive a oportunidade de ler, mas vamos conferir se o autor foi mesmo a fundo na pesquisa e ouviu as fontes que estão aí , disponíveis e abundantes, ou ficou só no confortável, mas medíocre,  “ouvi dizer” .)

A TVE teve a primeira unidade externa portátil U-Matic da região, uma Sony DXC 1800 de um tubo e um gravador VO 4800, de 3/4 de polegada. A própria TV Rondônia fazia suas externas com uma máquina chamada BVU 200 , transportada num carrinho de supermercado e uma extensão de fio num rolo.

O "portátil" VO 4800 pesava uns 5 quilos e era acoplado à câmera por um cabo


Das diversas figuras que passaram pelo saudoso Canal 2,  teve uma que com seu enorme arcabouço intelectual e visão de futuro alojados no cabeção chato,  insistiu em apagar fitas com conteúdo histórico para gravar um importantíssimo Misto X Ferroviário. Você se lembra ?  Nem eu.
Lembranças, lembranças. Acho até que Chapinha estava junto quando capotou o nosso único carro que servia tanto para serviços burocráticos como para as externas.  Algum tempo depois, um caminhão de tora passou por cima do velho Fiat 147 da TVE , em Ariquemes, destruindo-o. Eu estava dentro mas não sofri qualquer lesão. O motorista escapou por pouco e mesmo assim ficou internado uns dias com suspeita de traumatismo craniano.
Mas esta e outras histórias serão contadas mais à frente. Vamos ver a entrevista do Chapinha que deve ter muita coisa prá contar.

Atualizado com o comentário de Nelson Townes :
Tomara que o Chapinha não esqueça que ele era o par permanente, com trocas apenas para dar tempo para a mudança de pauta, do sempre lúcido e inteligente Edson Lustosa e da não menos inteligente, sempre ultra-produzida – incluindo um aroma discreito de Fleurs de Rocaille – e charmosa Cristina Arcanjo, nossos repórteres de externas. Eles encaravam qualquer pauta, e cada qual a mais desafiadora. E nunca furavam as pautas. Uma vez o vice-governador Orestes Muniz (notem que a TV era do Estado), vendo-se em apuros diante de uma pergunta sobre um escândalo no governo Jerônimo Santana, perguntou pra Cristina: “Afinal, vocês são de uma TV do governo ou da oposição?” A brava Cristina respondeu: “Somos da TV Madeira-Mamoré, e o senhor ainda não respondeu a minha pergunta”. Ele não respondeu e a matéiria foi “Orestes se recusa a falar sobre… (e aí vinha a história). Éramos respeitados e nosso telejornal obrigou a TV Rondônia a reformatar o dela porque estávamos começando a roubar audiência. A primeira que fizeram foi mudar o prefixo musical. Eles usavam uma musiquinha que lembrava o tema de Tom & Jerry. O jornal da TVE entrava de sola com a música “Orient Express”, de Jean Michel Jarre. Espero que o Chapinha lembre do editorial que inventamos no meio do telejornal, anos antes de o Arnaldo Jabor surgir com isso na TV Globo. Que ele lembre da denúncia que eu fiz do mercúrio nos peixes do rio Madeira. qiando comprei no mercado e levei um tambaqui de verdade pro estúdio, coloquei numa mesa diante da câmera e despejei mercúrio sobre o peixe, enquanto falava algo bem humorado sobre nosso novo prato regional, o peixe contaminado. Como era mercúrio cromo (afinal, não precisávamos ser tão realistas, era só uma caricatura de um fato), o peixe foi lavado e degustado mais tarde pela equipe da TV. Lembre do dia, Chapinha, eu que eu pedi que você filmasse as Três Caixas d’Água e girasse a câmera de forma a parecer que tombavam sobre o bairro do Caiari. Era uma crítica ao meu primo, secretário da Cultura, Abelardo Castro, por se descuidar de providências para o tombamento do monumento de sua conservação. Fomos, aliás. os primeiros a denunciar ferrugem nas bases das Caixas d’Água. O Abelardo, chefe supremo da TVE, como secretário de Estado, assistiu ao lado do governador Jerônimo Santana, essa crítica contra ele num televisor do arraial da Flor do Maracujá. Ele olhou pro relógio e disse: “Governador, quero que senhor veja como está a TV Educativa que o Beto e o Nelson estão tocando. O Nelson montou um telejornal muito bom.” Aí apareceu o editorial mostrando as Caixas d’Água com as bases enferrujadas tombando (desabando) sobre o bairro do Caiari, tendo como fundo sonoro a “Abertura 1812″, de Tchaikovsck, no ponto em que a orquestra num crescendo funde a música com sons de canhões disparando em Moscou na guerra contra Napoleão, (no nosso caso, eram tiros que faziam tremer as Caixas d’Água, pois instruí Chapinha a dar uns tapas na câmera antes de virar a imagem de ponta cabeça) antes de seu desabamento. A TVE criticava o próprio secretário da Cultura, o próprio governo. Mas, Jeônimo adorou a crítica, riu muito. O Abelardo Castro até que estava engolindo bem a história. Ficou uma fera comigo só quando o Jerônimo, ainda rindo, pegou no braço dele e disse: “Pô, Abelardo, até o teu primo te goza!” E eu morava com o Abelardo, na Vila Cujubim (hoje Sedam). De qualquer forma, nem o Abelardo, nem o Jerônimo, nem o Oestes Muniz, ninguém se metia na nossa linha editorial. Havia liberdade total .Fazíamos uma TV quase artesanal (tive que caçar em São Paulo um gerador de caracteres que ela não tinha e ninguém encontrava). A TV tinha crescente audiência até ser sucateada por gente que hoje é até motivo de orgulho profissional em gente que não conhece nossa história e não sabe, por exemplo, que o Chapinha é um desses caras veteramos da nossa imprensa cujo trabalho e realizações deixa no chinelo o currículo de muito rei da cocada preta por aí.

Livros imprescindíveis para entender Rondônia – 3

REVELANDO PORTO VELHO , do fotógrafo e documentarista Luiz Brito

No jogo do claro-escuro das imagens, Luiz Brito refaz com este livro o antigo sonho da infância perdida de muita gente. O resgate cristalino e autêntico da construção da imagem + ética = imagética de Porto Velho, uma cidade que já nasceu sob o signo da esperança, bafejada por ares cosmopolitas.

Fruto de um trabalho fatigante e teimoso do autor na busca incessante de negativos, slides e cópias em papel, resultaram neste livro rico em detalhes de um passado visualmente delicioso. O resgate fotográfico de uma cidade que se desfigura a cada dia. Que vê desbotar a sua identidade na indiferença e no esquecimento histórico.

É preciso que se defenda nossa história. Que se revele o que fomos às gerações atuais. Que se faça justiça aos pioneiros. E que se mantenha viva a nossa memória, sem o asco dos que se consideram donos da verdade, esqueceram num passado distante que no bom jornalismo tem que ouvir as versões dos fatos, na história oral, segundo ALC,  há a cápsula narrativa e que antiguidade só funciona em quartel : no mundo da informação tem que ter é qualidade e pouca, ou nenhuma, soberba. Parabéns Luiz Brito ! Este humilde blog rende-se ao seu profissionalismo. E vamos em frente, às novas produções, indiferentes às dores-de-cotovelo inevitáveis dos que se achavam caciques só porque colocavam as respectivas bundas em cima de papéis mofados à espera de graus de nobreza feitos de lata.

Taba, Querida Taba no tempo que se bebia uma cerveja gelada com dignidade e os beócios rareavam nas ruas modorrentas…

Num intervalo das gravações do documentário de Luiz Brito, aparecem Euro Tourinho, Carmênio Barroso e Beto Bertagna levando na mão a primeira câmera Sony Digital que apareceu por estas bandas. Corria o ano de 1997. Naquele ano, a Funcetur presidida pelo Ruy Motta lançou um edital para apoio a curta-metragens, num projeto coordenado pelo folclorista Flávio Carneiro. Daquela geração despontaram realizadores como Lidio Sohn, Alejandro Bedotti, Carlos Levy, Jurandir Costa, Beto Bertagna e Luiz Brito. No Festival de Curitiba, ainda naquele ano, 4 produções rondonienses concorreram ao prêmio Pinhão. E a estréia do trabalhos teve um lançamento digno de Holywood (quááá !) com direito a tapete vermelho e canhão de luz na entrada da velha, saudosa. decana e completamente lotada Taba do Cacique, recanto dos boêmios, sonhadores, jornalistas, poetas, artistas e outros mentirosos. (Republicado a pedido)

Da esquerda para a direita, Bertagna, Carmênio e Euro Tourinho