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FLI – Festival Literário completa 10 anos repleto de atrações: Mia Couto, Francisco, el Hombre, Marina Lima, Coletivo Vertigem e mais

Desenvolvido a partir da diversidade cultural da região do Vale do Ribeira e ao abrir espaço para movimentos artísticos dessas e das demais regiões do Brasil, o FLI – Festival Literário chega a 10ª edição, entre os dias 14 e 17 de junho em Iguape, 18 de junho em Iporanga, e 18 e 19 de junho na cidade de Registro. Toda a programação é gratuita e para participar de algumas atividades é preciso passar pelas respectivas inscrições.

FLI é uma realização das Oficinas Culturais, Programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis. Em 2022 conta com a correalização do programa Fábricas de Cultura, das Prefeituras de Iporanga e de Registro, com a parceria do museu Casa das Rosas, SP Leituras e SisEB, além do apoio do Sesc. Neste ano, a gestão do Ponto do Livro do Festival será feita por Mulheres Negras na Biblioteca (MNB), projeto idealizado por profissionais de Biblioteconomia e Letras que incentivam a leitura de autoras negras em diversas bibliotecas públicas, escolas e instituições culturais.

“O abraço” é o tema desta edição e marca a celebração do retorno presencial. A programação é aberta para espectadores que poderão interagir de diferentes formas, desde indicar os livros que os abraçaram durante o período de isolamento devido à pandemia de Covid-19, até trocar palavras com diversos nomes da literatura e da música no chamado palco-roda.

Além da realização do Programa Oficinas Culturais, neste ano o FLI conta com a curadoria convidada de Bel Santos Mayer e Marcelino Freire, profissionais com ampla atuação na literatura e a difundindo na área educativa. A dupla de curadores tem a função disparadora da programação, com um olhar técnico da Literatura e focada em eixos como Biblioteca dos abraços, as rodas de conversas e a Itinerância Escolar, esta que é um conjunto de oficinas para professores de educação infantil da rede pública junto às intervenções literárias para alunos de escolas municipais e estaduais da região.

Outra proposta do FLI é conectar músicos de alcance nacional e internacional com músicos influentes do Vale do Ribeira, em apresentações que prometem movimentar o público. Diferentes estilos serão apresentados em shows como o da banda Francisco, el Hombre com uma participação de Bruna Rosa, cantora, produtora e atriz de Registro (SP), e da compositora Marina Lima com Pedrinho Costa, trompetista de Apiaí (SP).

Fábrica de Cultura 4.0 Iguape – nova unidade de Fábricas de Cultura, Programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis – tem como parte da agenda algumas atividades correalizadas com o FLI de Oficinas Culturais, Festival que ocupará o prédio entre os dias 14 e 17 de junho. Veja a programação completa – clique aqui (download).

A Fábrica de Cultura recomenda o uso de máscara cobrindo nariz e boca nos espaços fechados do equipamento.

Além de apresentarem espetáculos, atores do Vale do Ribeira serão os “olhos” do Festival por Iguape, direcionando o público pelos andares da nova Fábrica de Cultura por meio de diferentes intervenções artísticas. Já a seção FLI entrevista convida seis alunos de escolas estaduais da cidade para o papel de entrevistadores, junto com Maria VilaniSalloma Salomão, entre outros grandes nomes, com perguntas direcionadas aos escritores da região, entre eles, Giovana Neves. Os espectadores encontrarão, ainda, o Ponto do Livro, as rodas de conversas e o FLISARAU.

Na cidade de Iporanga, no dia 18 de junho, as pessoas poderão aproveitar diversas atrações, como a sessão de autógrafos de obras de escritoras do Vale do Ribeira, entre elas, Nathália Gonçalves e Isabel Campos; um show do músico Caio Simonian e a Roda de Jongo apresentada pela Comunidade Jongo Tiduca.

Em Registro, 18 e 19/06, o FLI promove diferentes atividades, dentre elas, um grafitti que será feito ao vivo por Pérola Santos, grafiteira e artista visual de Eldorado (SP); a estreia de Cypher do Vale: Abraços, encontro entre MCs mulheres e B-gilrs do Vale do Ribeira com a participação da DJ Damanobeat; um bate-papo com Jup do Bairro, cantora e compositora que, em 2020, lançou o EP “Corpo sem juízo”; e o encerramento com o show da banda Francisco, el Hombre.

Alternativas para a participação das pessoas com mobilidade reduzida: a Fábrica de Cultura 4.0 Iguape oferece rampa de acesso, elevadores e banheiros adaptados para pessoas com deficiências. Nas cidades de Iporanga e Registro, respectivamente na Praça da Matriz e Praça Beira Rio, o evento contará com espaços para cadeirantes e banheiros químicos para PcDs.

7º FLI acontece em Iguape dias 7 e 8 de junho com o tema Futuro , Lugar e Memória

 

Poeta, slammer e uma das organizadoras do Slam das Minas, Mel Duarte comanda o FLISARAU, um encontro poético com microfone aberto para todos que quiserem ler ou recitar textos, poemas ou poesias, autorais ou não autorais. Simplesmente, não dá para perder!

Área de povoamento bastante antigo, o Vale do Ribeira está localizado no sul do estado de São Paulo e leste do Paraná e é composto por municípios por onde passam o Rio Ribeira de Iguape e seus afluentes, que até o século passado eram a única via de acesso a outras regiões do estado.

A preservação das matas e a diversidade ecológica são algumas de suas marcas, mas a preservação não é apenas ambiental, importantes comunidades quilombolas, indígenas e caiçaras ocupam e dão identidade ao lugar.

Devido sua posição de isolamento, a região tem a característica de ser “um estado dentro do estado”, com vivências, memórias e identidade própria que tornam-se visíveis em diversos aspectos do local, desde a arquitetura, a economia, até a cultura.

Uma das maneiras de acessarmos toda essa memória, identidade e história é por meio de uma técnica de registro milenar, a escrita. E é assim que nasce o FLI!

O Festival, que acontece em Iguape,  na região do Vale do Ribeira desde 2013, traz para este ano o tema “Futuro, Lugar e Memória”. Com as presenças de escritores, artistas e pensadores como Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Geovani Martins, Mel Duarte e Bianca Santana, serão discutidas questões sobre território, ancestralidade e povos tradicionais.

Durante o 7° FLI vão rolar algumas sessões de autógrafos e lançamentos de livros, uma ótima oportunidade para quem quer ter algum tipo de troca com os autores das obras 🙂

Na sexta (7), às 20h, a autora Eda Nagayama estará no Ponto do Livro, na Praça da Basílica, Centro Histórico de Iguape, para o lançamento de “Yaser”. Na obra, Nagayama narra a realidade do povo palestino diante das contínuas políticas coloniais de Israel pela lente de Yaser, um camponês da vila de Yanoun.

Geovani Martins, autor do aclamado “O Sol na Cabeça”, Russo Passapusso, músico e compositor, integrante da banda BaianaSystem, e a atriz, cantora e ativista Zezé Motta se reúnem para “O Futuro Não Demora”. Com mediação de Bianca Santana, a conversa-reflexão aborda palavra, sociedade e insurgência a partir da vida e obra de três olhares e gerações.

A primeira atração musical do 7° FLI é Luedji Luna . Transitando entre o universo da música brasileira e africana, a cantora e compositora baiana apresenta o show de seu álbum “Um Corpo no Mundo”, que lhe consagrou uma das mais promissoras revelações musicais da atualidade, sendo premiada e indicada aos Prêmios Bravo, SIM, WME, Caymmi e Multishow 2018.

A partir do livro “Futuro e Memória – Escrevivências do Vale do Ribeira”, que reúne textos de escritores de Cajati, Cananeia, Eldorado, Iguape, Itaoca, Registro e Ribeira, a intervenção une música e poesia num ato de celebração da riqueza cultural do Vale. É a vez do Grupo Cultural Batucajé do Vale.

No segundo dia do FLI (8), às 10h, vai rolar o Samba de Roda Nega Duda, na Praça da Basílica, Centro Histórico de Iguape

Nega Duda e seu Samba de Roda evocam as memórias de sambadeiras e sambadores do Recôncavo Baiano, com referências do culto aos orixás e caboclos, à capoeira e à comida de azeite, exaltando uma das mais importantes e significativas manifestações populares da cultura brasileira.

Sábado (8), às 14h, Conceição Evaristo participa da conversa “Escrevivência Insubmissa”. Neste encontro, a autora de “Olhos D’água” e “Ponciá Vicêncio” fala sobre os temas presentes em sua obra, como educação, gênero, memória e relações étnicas na sociedade. Com mediação de Bianca Santana.

No  dia (8) também acontece o FLI Paralelo, no Museu Histórico, entre 11h30 e 19h. Uma das grandes atrações do espaço será o bate-papo Futuro, Lugar e Memória, que reunirá os escritores Júlio Cesar da Costa (Na Ribeira da Poesia), Angélica Freitas (Um Útero é do Tamanho de um Punho), Cidinha da Silva (Os Nove Pentes D África) e Eda Nagayama (Desgarrados). A proposta é discutir sobre escritas que, a partir do território e da identidade, propagam memórias, sentimentos e insubmissões. O bate-papo será das 17h30 às 19h. Neste espaço haverá também conversas com Nega Duda, Timóteo Verá Tupã Popyguá, Islene Motta, Maria Mazarello e Luciana Bento. No FLI Paralelo cada atividade tem 30 vagas, sendo que a distribuição de ingressos será feita 1h antes do início de cada conversa.

Destacamos também mais uma conversa imperdível que vai rolar no 7° FLI: Ana Maria Gonçalves, autora de “Um Defeito de Cor”, Deborah Dornellas, responsável por “Por Cima do Mar”, Marcelino Freire, que escreveu “Contos Negreiros” e “Nossos Ossos”, e Deivid Domênico, um dos compositores do samba-enredo de 2019 da Mangueira, refletem sobre outras perspectivas de nossa história, outras versões de nosso passado e de quem somos em “Histórias que a história não conta ou o avesso do mesmo lugar”, com a mediação de Bianca Santana.

No sábado (8), às 15h, acontecerá o lançamento e sessão de autógrafos do livro “Onde está o Bóris?” (Editora Piraporiando), com a autora Janine Rodrigues.

Onde está o Boris? Muita preguiça, um dia de chuva, um gato curioso, e uma menina zureta das ideias. Samantha não imaginava a confusão que se meteria quando decidiu não fechar a janela de seu quarto. E Belinda se recusou a esperar. E você? Sabe onde está o Boris?

Durante os dois dias de Festival, o público encontrará no Ponto do Livro um espaço de troca de obras infantis e adultas, além de gibis. É uma oportunidade de renovar as bibliotecas pessoais sem custo algum. No sábado (8), das 10h às 23h30, basta levar um livro em bom estado e trocar por outro. A atividade acontecerá na Praça da Basílica.

No show que encerra a sétima edição do FLI, Nação Zumbi, um dos grupos mais influentes e respeitados na música brasileira, precursor do Mangue Beat, apresenta seus clássicos, como “Manguetown” e “Quando a Maré Encher”, além de versões de grandes sucessos que influenciaram e marcaram a banda, como “Maracatu Atômico”.