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Cineamazônia 2020 será on line e gratuito

O Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, um dos mais tradicionais eventos de cinema da região Amazônica, realiza, de 01 a 05 de dezembro de 2020, a sua 17ª Edição, que, este ano, em função das medidas impostas pela pandemia, será totalmente online e com acesso gratuito aos filmes selecionados para as mostras e demais atividades.

Os filmes concorrem ao Troféu Mapinguari nas categorias curta e média metragem nos gêneros de animação, experimental, ficção e documentário, além do Prêmio Thiago de Mello: Júri Popular – Troféu Esperança, escolhido pelo público através de votação pela internet durante o festival além documentários de longa metragem que concorrem ao Prêmio Silvino Santos.

Na competição de curtas e médias, várias premiações recebem o Troféu Mapinguari, que além dos melhores em cada gênero, concorrem a prêmios de direção, fotografia e montagem, entre outros, e ao prêmio para a Melhor Produção Amazônica, um incentivo à produção audiovisual da região. A escolha dos filmes que concorrem na mostra competitiva é feita por um júri de profissionais que atuam no setor audiovisual e do meio ambiente. Toda a programação está sendo preparada para atender ao novo formato do Cineamazônia, exibido em plataforma pela internet, a exemplo de diversos outros festivais e atividades culturais durante este ano.

Em um ano marcado pela pandemia e o isolamento social, além da grave crise no setor cultural e na indústria de conteúdo nacional, que se arrasta desde o início de 2019, que fragilizou a produção audiovisual, represando recursos e sem uma clara definição de políticas públicas, o que afetou a realização da 17ª Edição na data inicialmente prevista. Estes fatores afetaram também a realização da 16ª Edição, prevista para agosto de 2018, executada apenas através da Itinerância no Vale do Guaporé em dezembro de 2018 e meados de 2019.

Para o diretor da Acapulco Filmes, produtora do Cineamazônia, o cineasta José Jurandir da Costa, o “Cineamazônia teve a sua primeira exibição em 2003, e nestes 16 anos sempre procuramos oferecer ao público muito mais que a simples exibição de filmes, mas também fazer com que o cinema e a temática ambiental fossem levadas e discutidas nas escolas, nas comunidades e se tornassem ferramentas de educação e conscientização, a exemplo das diversas oficinas que oferecemos”. O cineasta destaca ainda a importância do Cineamazônia para a região amazônica, pois “sempre lutamos para o crescimento da produção audiovisual da Amazônia e a integração latino americana e de países de língua portuguesa através do cinema”.

A produtora executiva do Cineamazônia, a Fernanda Kopanakis, é enfática ao afirmar que “mesmo sem patrocínio, vamos realizar a 17ª Edição, já que o Cineamazonia não para”, e lembra que “mesmo diante de todas as dificuldades pelas quais passa o setor cultural no país, e em especial o cinema, não poderíamos deixar de contemplar os produtores que se inscreveram em 2018 com os seus filmes, nem mesmo o público que sempre nos acompanhou nestes anos”.

Toda a programação com os filmes selecionado e atividades que acontecem na 17ª Edição do Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, entre 01 à 05 de dezembro, que este ano tem como tema “A Natureza não pode sair de cena”, será em breve divulgada à imprensa e espectadores e que, segundo os seus realizadores, será um marco para a Amazônia e uma nova fase da produção audiovisual.

Experiência do Festcineamazônia ganha destaque em Festival Português

foto-3Cinco anos atrás, ao ser criada, a etapa itinerante do Festcineamazônia- Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo Ambiental – tinha a intenção de ser apenas mais um canal de divulgação das ideias de compartilhamento de experiências e sensações cinematográficas e cidadãs dos organizadores do festival. Depois de passar por quase todos os municípios rondonienses e se aventurar por outros países da América do Sul, da África e chegar a Portugal, o festival tem recebido o reconhecimento de experiências similares.

É o caso do Festin, o Festival Itinerante de Língua Portuguesa, realizado em Lisboa. Dedicado a cinematografia dos países de Língua Portuguesa, o festival já está na quarta edição e o Festcine Amazônia foi um dos destaques. Além da exibição de filmes, o Festin foi palco de importantes debates, recebeu organizadores de Festivais de Cinema como o Festival de Gramado, Cine Eco e Festival Internacional de Angola, além da presença de realizadores de Cabo Verde e de membros da CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis, coordenadores do Festicineamazônia relataram a experiência exitosa do festival, como o único de cinema ambiental da Amazônia, com itinerância em todo o município de Porto Velho, todo o Vale do Guaporé, Bolívia, Peru, Portugal e Africa Caboverdiana. Uma das características da itinerância é, além da exibição de filmes, sempre ser acompanhado por uma equipe de documentaristas e fotógrafos que mapeiam as comunidades, transformando as ações em documentários e livros.

Entre as discussões feitas no evento a possibilidade de uma agenda para compartilhamento de conteúdo e plataformas de manutenção e preservação de acervos foi pauta do encontro, já que os festivais absorvem produções que fazem parte da memória de cada país.

“A sensação que temos é que o Brasil é um país isolado tanto dos países de língua portuguesa, como dos países vizinhos latinos e é importante uma política cultural mais agressiva”, disse um dos participantes do encontro.

O Festcineamazônia  faz parte da Rede de Cines Itinerantes da América Latina e Caribe, que tem como missão contribuir para a diversidade cultural e o fortalecimento da identidade nacional a partir da difusão de audiovisual em locais que não contam com salas de cinema. Tem como objetivo criar e fomentar uma cultura voltada para o cinema auxiliando na formação de plateia.