Ina Saltz é designer, professora, diretora de arte especializada em revistas. Quando nos encontramos, em 2008, em Palo Alto, fiquei paralisado diante das tatuagens em seus braços. Ele tinha então 57 anos, usava um super óculos de grau de gatinha, loira platinada chanel, 1,50m, uma personagem incrível.
Nós falávamos sobre design de revistas mas eu intuia que o negócio dela era outro: tipografia e palavras escritas pelo corpo. Foi a primeira vez que pensei sobre o assunto, embora já tivesse assistido ao belo filme do Greenaway, O livro de cabeceira. Você já viu?
O feminismo das acadêmicas bigodudas dos anos 60 conquistou direitos básicos para as mulheres e pavimentou as calçadas para as divertidas moças da banda Pussy Riot. E também para o grupo Femen e as seguidoras da Slutwalk (Marcha das vadias, em português).
Explico o que todas essas meninas têm em comum:
1) São lésbicas ou simpatizantes da causa gay.
2) Promovem manifestações públicas suprapartidárias para defender a mulher. Os temas são sexismo, turismo sexual, direito ao parto em casa, a violência doméstica, a opressão da mulher na Rússia, o direito da mulher se vestir de maneira sensual sem ser achacada por homens nas ruas.
3) Têm a atitude punk que antes era só dos meninos. Gritam e fazem vandalismo. Uma conquista da cena Riot Grrrl, que começou nos anos 90 quando as meninas deixaram de ser apenas backing vocals das bandas hardcore e começaram a cuspir.
4) Ostensiva presença digital, domínio das redes e do funcionamento da mídia. Emplacam mostrando os peitos e as partes pudendas.
O Femen (em ucraniano: Фемен) é um grupo de protesto fundado em 2008 por Anna Hutsol, com base na cidade de Kiev. A banda Pussy Riot é uma banda russa de punk rock russo que entoa melodias contra a Igreja e o governo de Putin. A Slutwalk é um movimento mundial que surgiu no Canadá, em 2011, quando foi empreendida a primeira marcha.
Bem legal essa nova meiguice do século 21, os pais das meninas são um orgulho só.