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Site americano lista ‘lições’ do Brasil para se viver bem

foto : Valéria del Cueto

Uma coluna do site The Huffington Post desta semana dedicou algumas honras ao Brasil. No artigo, o veículo lista as maiores lições que o Brasil pode ensinar ao mundo sobre qualidade de vida: para viver bem, feliz e de maneira saudável.

Alguns leitores criticaram o otimismo do artigo, enquanto outros disseram que “é reconfortante ter notícias positivas sobre o Brasil no Huffington Post”, já que foram publicadas diversas notícias negativas sobre o país no veículo.

Confira a seguir a lista elaborada pelo site:

Felicidade é uma prioridade

Em janeiro, a Fundação Getúlio Vargas anunciou a criação de um indicador do bem-estar brasileiro. Num estudo conduzido pela mesma instituição, as mulheres brasileiras foram eleitas as mais felizes do mundo. E o Brasil foi considerado o país mais feliz do mundo entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – ou seja, os mais felizes entre os países com grandes desigualdades.

Comemoração é um modo de vida

O artigo lembra que os brasileiros são famosos pelo Carnaval, que seria a maior festa do País. Porém, ressalta que transformam qualquer ocasião em festa e demonstração de alegria. E dá os exemplos da Festa de São João e das comemorações de Réveillon.

Brasileiros se exercitam

O País tem a segunda maior indústria fitness do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo o site. Também os esportes ao ar livre, como futebol, vôlei, capoeira e polo colocam o brasileiro para “suar”. O resultado? Os brasileiros que têm em torno de 30 anos pesam, em média, menos que os americanos.

“Jeitinho” brasileiro

O site diz que o “jeitinho brasileiro” é um atalho para se conseguir o que precisa e que o pensamento é frequente em nossa rotina. Ainda, o jeitinho seria uma maneira de lidar com a burocracia ineficiente e muitas vezes corrupta do País, de acordo com a publicação.

Casas de sucos

Esses bares vendem lanches, frituras e alguns doces, mas os sucos nutritivos, smoothies e saladas de frutas são as principais atrações, diz o site. O número de nutrientes das frutas da cultura indígena não tem paralelo no mundo, segundo a publicação.

Beleza da arquitetura

As belezas naturais como o Corcovado e as Cataratas do Iguaçu não impediram o País de criar uma rica tradição arquitetônica. Tradição esta popularizada com seu maior expoente, o arquiteto Oscar Niemeyer, que desenhou inclusive a capital do País, Brasília.

Diversidade

O Brasil é a segunda nação negra do mundo, segundo o crítico americano Henry Louis Gates Jr. Só fica atrás da Nigéria, “mas ninguém sabe disso”, diz o estudioso.

Cafezinho todo dia

No Brasil, o tempo pode ser medido em uma pequena xícara de espresso, diz o artigo. Cada brasileiro consome, em média, 5,8 kg de café por ano, o que pode trazer benefícios ao coração, pressão, evitar diabetes e até alguns tipos de câncer, segundo pesquisas recentes.

Desigualdade está diminuindo

A desigualdade social tem caído 2,2 % ao ano, segundo estudo da Universidade de São Paulo. Também o índice de pobreza da população diminui 7,9% em cada ano, superando metas mundiais.

Música

Samba, pagode, axé, forró, rap, funk, choro e bossa nova: o site elogia a diversidade de estilos musicais do País.

Acesso à praia é um direito civil

As praias no Brasil são democráticas, um espaço público, diz The Huffinton Post. O País tem a maior costa da América do Sul e uma das 16 maiores do mundo. Pesquisas relacionam viver no litoral a níveis mais elevados de saúde.

Famílias brasileiras ficam unidas

Por fim, o artigo diz que a união familiar continua forte entre os brasileiros, mesmo com as famílias cada vez menores.

fonte: The Huffington Post

A cultura na lata de lixo (via blog da revista espaço acadêmico)

Por Marcelo Gruman

Na última terça-feira, dia 05 de março, a cidade do Rio de Janeiro foi atingida por um temporal que, em poucos minutos, a mergulhou, literalmente, num caos. Quase instantaneamente, ruas e avenidas transformaram-se em rios imundos, compostos de uma mistura fétida de lama, esgoto, galhos de árvores arrancados com a força do vento, lixo de todo tipo (garrafas pet, latas de todos os tamanhos, ferro-velho de modo geral), animais mortos. Dois dos principais túneis da cidade foram fechados, o prefeito recomendou que a população permanecesse onde estivesse até que a situação se “normalizasse” (como se o carioca, mesmo que quisesse, pudesse sair do lugar). As consequências do dilúvio foram conhecidas na manhã seguinte, carros largados no meio da rua, montanhas de lixo acumulado nas esquinas, toneladas de vegetação espalhadas por todo lado, porteiros tirando da frente dos prédios a sujeira que impedia a livre circulação da população pelas calçadas. Cinco pessoas morreram, em diferentes pontos da cidade. Aparentemente, fenômenos climáticos não têm relação com “fenômenos” culturais, mas, neste caso, há.

Quando tragédias deste tipo acontecem, logo tentamos apontar culpados. Geralmente, o algoz preferido é o Estado ou, mais comumente, seus representantes, governador, prefeito, vereadores, invariavelmente “pegos para Cristo”, incorporando o Mal absoluto. É verdade que o poder público é poder exatamente por ter sido investido da prerrogativa de legislar e executar tudo aquilo que beneficie os responsáveis pela investidura, a cada quatro anos, a população. O Estado tem a obrigação de elaborar e bem executar políticas públicas, dentre elas, o planejamento urbano, fundamental em momentos de crise como o vivido na noite do dia 05 de março. Gestão de riscos, diriam os especialistas. Os representantes do Estado não admitem falhas no planejamento, preferem culpar São Pedro, e insistem que a estrutura dos órgãos públicos responsáveis pela contenção ou redução dos danos materiais e morais funcionou dentro do esperado. Concorde-se ou não com estas afirmações, é fato que o poder público é apenas parte do problema, devendo compartilhar responsabilidades com a própria população.

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