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Cineamazônia 2020 exibe seis longas documentários na disputa do Troféu Mapinguari

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O Prêmio Silvino Santos de melhor longa metragem documentário, que acontece durante o CIneamazônia 17ª Edição, de 1 a 5 de dezembro, contará com seis filmes que concorrem ao Troféu Mapinguari.

A mostra competitiva de documentários de longa metragem acontece todos os anos durante o Cineamazônia, e reúne, nesta 17ª Edição, para exibição pública online e totalmente gratuita,  produções que retratam questões relacionadas à Amazônia, seus problemas e impactos, e resgata parte da história brasileira pouco conhecida do público, além de produções que documentam as condições dos povos tradicionais da região e de outros locais do planeta.

Entre os filmes selecionados, está Nheengatu, com direção e produção de José Barahona, uma produção Brasil-Portugal onde se busca uma língua imposta aos índios pelos colonizadores, e, através da língua misturada, o Nheengatu, o filme se constrói no encontro de dois mundos, já que a filmagem foi realizada com a população local do Alto Rio Negro. O trailer pode ser assistido no canal do Cineamazônia.

O diretor Luiz Bolognesi apresenta o filme Ex Pajé, onde Perpera, um poderoso pajé dos Paiter Suruí, se divide no conflito imposto por um pastor evangélico que entra em contato com seu povo e afirma que pajelança é coisa do diabo, até que a morte ronda a aldeia. Uma prévia está disponível no canal do Cineamazônia.

Kabadio – O tempo não tem pressa, anda descalço, de Daniel Leite apresenta a perspectiva dos conflitos de personagens reais que lutam pela sobrevivência no à uma guerra civil e ao contrabando, em um pequeno vilarejo mulçumano do Senegal. Confira o trailer do filme no canal do Cineamazônia.

Conflitos humanos e ambientais também podem ser conferidos em dois longas de sucesso. Soldados da Borracha, de Wolney Oliveira resgata a saga de mais de 60 mil brasileiros enviados à Amazônia durante a 2ª Guerra Mundial para a extração do látex, estratégico para a vitória dos aliados e a promessa nunca cumprida: voltarem para a casa como heróis da pátria e aposentados como militares. O trailer está disponível no canal do Cineamazônia.

Sérgio de Carvalho traz uma visão mais contemporânea sobre os conflitos relativos a borracha na região amazônia no filme Empate, onde o diretor dá voz aos protagonistas do movimento seringueiro entre 1970 e 1980, no Acre, refletindo sobre como este momento histórico ecoa ainda hoje na Amazônia e seus impactos mundiais. O trailer pode ser assistido no canal do Cineamazônia.

Em um momento onde o desmatamento e as queimadas na Amazônia aumentam e assustam o mundo, o diretor Orlando Senna discute em Idade da Água, a questão da falta de água no planeta e a cobiça pela Amazônia, que concentra 20% da água potável do planeta, um filme que leva o espectador a refletir sobre as atitudes do homem sobre o meio ambiente. O trailer pode ser conferido no canal do Cineamazônia.

Na programação do Cineamazônia 17ª Edição, além da exibição dos seis longas que disputam o Troféu Mapinguari – Prêmio Silvino Santos de melhor longa documentário, acontece a exibição de filmes na Mostra de Longas Convidados, onde cineastas e diretores serão recebidos para conversar ao vivo no Papo de Cinema, de quarta, 2, a sexta-feira, 04, às 10:00 horas de Brasília, 9:00 horas do Amazonas

A programação inclui também as Mesas Redondas, de terça, 01, a sexta, 04, sempre às 15:00 horas de Brasília, 14:00 horas do Amazonas, com a participação de diretores convidados. Os Debates encerram a programação diária, às 19 horas (Brasília), 18:00 horas (Amazonas), onde diretores dos longas que disputam o Prêmio Silvino Santos vão abordar temas relativos às suas produções e ao cinema na Amazônia.

Toda a programação acontece online, gratuita e aberta ao público, em paralelo as atividades abaixo, disponíveis de 1 a 5 de dezembro:

  • Troféu Mapinguari: mostra competitiva com 41 filmes curtas e médias;

  • Mostra Animando Amazônia – exibição de filmes de animação de um projeto pioneiro de animação na Amazônia Brasileira e Boliviana, desenvolvido pelo Cineamazônia durante as oficinas de Pixilation;

  • Mostra Imagens da Memória – obra cinematográfica produzida pelo Cineamazônia ao longo dos últimos anos com depoimentos de pessoas que resgatam, preservam e contam as suas histórias de vida nos diferentes territórios da Amazônia;

  • Mostra Itinerâncias – diferentes pessoas e culturas e a rica diversidade contadas do ponto de vista dos personagens locais durante as expedições do Cineamazônia Itinerante pela Amazônia, Peru, Bolívia, Colômbia e África.

  • Veja também : Cineamazônia 2020 apresenta a programação de filmes e mostras

Cineamazônia 2020 será on line e gratuito

O Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, um dos mais tradicionais eventos de cinema da região Amazônica, realiza, de 01 a 05 de dezembro de 2020, a sua 17ª Edição, que, este ano, em função das medidas impostas pela pandemia, será totalmente online e com acesso gratuito aos filmes selecionados para as mostras e demais atividades.

Os filmes concorrem ao Troféu Mapinguari nas categorias curta e média metragem nos gêneros de animação, experimental, ficção e documentário, além do Prêmio Thiago de Mello: Júri Popular – Troféu Esperança, escolhido pelo público através de votação pela internet durante o festival além documentários de longa metragem que concorrem ao Prêmio Silvino Santos.

Na competição de curtas e médias, várias premiações recebem o Troféu Mapinguari, que além dos melhores em cada gênero, concorrem a prêmios de direção, fotografia e montagem, entre outros, e ao prêmio para a Melhor Produção Amazônica, um incentivo à produção audiovisual da região. A escolha dos filmes que concorrem na mostra competitiva é feita por um júri de profissionais que atuam no setor audiovisual e do meio ambiente. Toda a programação está sendo preparada para atender ao novo formato do Cineamazônia, exibido em plataforma pela internet, a exemplo de diversos outros festivais e atividades culturais durante este ano.

Em um ano marcado pela pandemia e o isolamento social, além da grave crise no setor cultural e na indústria de conteúdo nacional, que se arrasta desde o início de 2019, que fragilizou a produção audiovisual, represando recursos e sem uma clara definição de políticas públicas, o que afetou a realização da 17ª Edição na data inicialmente prevista. Estes fatores afetaram também a realização da 16ª Edição, prevista para agosto de 2018, executada apenas através da Itinerância no Vale do Guaporé em dezembro de 2018 e meados de 2019.

Para o diretor da Acapulco Filmes, produtora do Cineamazônia, o cineasta José Jurandir da Costa, o “Cineamazônia teve a sua primeira exibição em 2003, e nestes 16 anos sempre procuramos oferecer ao público muito mais que a simples exibição de filmes, mas também fazer com que o cinema e a temática ambiental fossem levadas e discutidas nas escolas, nas comunidades e se tornassem ferramentas de educação e conscientização, a exemplo das diversas oficinas que oferecemos”. O cineasta destaca ainda a importância do Cineamazônia para a região amazônica, pois “sempre lutamos para o crescimento da produção audiovisual da Amazônia e a integração latino americana e de países de língua portuguesa através do cinema”.

A produtora executiva do Cineamazônia, a Fernanda Kopanakis, é enfática ao afirmar que “mesmo sem patrocínio, vamos realizar a 17ª Edição, já que o Cineamazonia não para”, e lembra que “mesmo diante de todas as dificuldades pelas quais passa o setor cultural no país, e em especial o cinema, não poderíamos deixar de contemplar os produtores que se inscreveram em 2018 com os seus filmes, nem mesmo o público que sempre nos acompanhou nestes anos”.

Toda a programação com os filmes selecionado e atividades que acontecem na 17ª Edição do Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, entre 01 à 05 de dezembro, que este ano tem como tema “A Natureza não pode sair de cena”, será em breve divulgada à imprensa e espectadores e que, segundo os seus realizadores, será um marco para a Amazônia e uma nova fase da produção audiovisual.