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Michael Lewin e a exposição “American Icons” na Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho

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De 10 de junho a 11 de julho a Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho , apresenta a exposição do projeto fotográfico  “American Icons”  , de Michael Lewin. A partir da singular observação de Lewin, durante estadia em solo americano, da luz do hemisfério norte, denominada de “North Light” pelos amantes da fotografia, foi composto um mosaico de hábitos e tendências particulares, criando arquétipos iconicamente universais. Segundo Lewin . ” essa luz tem a particularidade de exacerbar as cores tanto do céu como dos objetos inanimados, com nitidez cristalina, fazendo com que o resultado final da imagem apresente a cor além de meramente como matiz, mas como “forma”, tamanha sua tridimensionalidade”. O ensaio, que registra subjetivamente aspectos de sinalização e arquitetura ianque, se compôs finalmente de 60 fotos 30 X 40 impressas em formato digital no processo Xerox Pro Laser. Poucos sabem, mas é de Lewin o calendário mundial que a a Sony distribuiu para seus clientes em 1984, com fotos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Michael Lewin era um dos gerentes de equipamento broadcast da empresa.  É desta época também a criação do CEPAV, Centro de Produções Audio-visuais Pe. Landell de Moura, pelos então secretários da SECET, Vitor Ugo e Izaías Vieira dos Santos e a consequente instalação da TVE Madeira-Mamoré, canal 2, que hoje não existe mais.
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Chapinha (atualizado)

Aldenir Campos Paes, o "Chapinha", velho companheiro de jornadas na extinta TV Educativa Canal 2, de Porto Velho

Chapinha sai de trás das câmeras e é entrevistado no Programa Papo News, da TV Record News , canal 58, hoje às 11:30, também na ViaCabo e com reprises durante a semana.
Chapinha, e seu irmão Alcivam, foram alguns dos pioneiros que trabalharam no CEPAV, Centro de Produção Audio-Visuais Pe. Landell de Moura, idealizado pelo então Secretário de Esporte e Cultura, Vitor Hugo e por seu adjunto, Isaias Vieira dos Santos.
O CEPAV foi o embrião do que seria depois a TVE Madeira-Mamoré, projeto que tive o orgulho de capitanear juntamente com o Célio Hugo, e que depois , em outras etapas, teve a adesão de diversos jornalistas e produtores que hoje labutam na imprensa rondoniense. Por lá passaram, Nelson Townes de Castro, José Carlos Sá, Sérgio Melo ( que apresentava o telejornal diário Jornal 2, com 30 minutos de duração), o Luiz Brito, Sinara Guatimozin,  Carlos Levy, Jurandir Costa,  Ruben Torrico, Luiz Alves de Medeiros, João Kerdy e tantos outros, inclusive os que conseguiram sucatear e liquidar de vez com o canal de comunicação que poderia até hoje estar prestando serviços para a comunidade. A primeira antena ficava em cima do prédio do Tribunal de Contas. E a derradeira, uma moderna superturnstile está até hoje apodrecendo em cima da caixa dágua da Caerd, ao lado do hotel Aquarius, para quem quiser ver e comprovar a veracidade destas informações. ( Inclusive está circulando um livro que pretende traçar a trajetória  da imprensa caripuna. Ainda não tive a oportunidade de ler, mas vamos conferir se o autor foi mesmo a fundo na pesquisa e ouviu as fontes que estão aí , disponíveis e abundantes, ou ficou só no confortável, mas medíocre,  “ouvi dizer” .)

A TVE teve a primeira unidade externa portátil U-Matic da região, uma Sony DXC 1800 de um tubo e um gravador VO 4800, de 3/4 de polegada. A própria TV Rondônia fazia suas externas com uma máquina chamada BVU 200 , transportada num carrinho de supermercado e uma extensão de fio num rolo.


Das diversas figuras que passaram pelo saudoso Canal 2,  teve uma que com seu enorme arcabouço intelectual e visão de futuro alojados no cabeção chato,  insistiu em apagar fitas com conteúdo histórico para gravar um importantíssimo Misto X Ferroviário. Você se lembra ?  Nem eu.
Lembranças, lembranças. Acho até que Chapinha estava junto quando capotou o nosso único carro que servia tanto para serviços burocráticos como para as externas.  Algum tempo depois, um caminhão de tora passou por cima do velho Fiat 147 da TVE , em Ariquemes, destruindo-o. Eu estava dentro mas não sofri qualquer lesão. O motorista escapou por pouco e mesmo assim ficou internado uns dias com suspeita de traumatismo craniano.
Mas esta e outras histórias serão contadas mais à frente. Vamos ver a entrevista do Chapinha que deve ter muita coisa prá contar.

Atualizado com o comentário de Nelson Townes :
Tomara que o Chapinha não esqueça que ele era o par permanente, com trocas apenas para dar tempo para a mudança de pauta, do sempre lúcido e inteligente Edson Lustosa e da não menos inteligente, sempre ultra-produzida – incluindo um aroma discreito de Fleurs de Rocaille – e charmosa Cristina Arcanjo, nossos repórteres de externas. Eles encaravam qualquer pauta, e cada qual a mais desafiadora. E nunca furavam as pautas. Uma vez o vice-governador Orestes Muniz (notem que a TV era do Estado), vendo-se em apuros diante de uma pergunta sobre um escândalo no governo Jerônimo Santana, perguntou pra Cristina: “Afinal, vocês são de uma TV do governo ou da oposição?” A brava Cristina respondeu: “Somos da TV Madeira-Mamoré, e o senhor ainda não respondeu a minha pergunta”. Ele não respondeu e a matéiria foi “Orestes se recusa a falar sobre… (e aí vinha a história). Éramos respeitados e nosso telejornal obrigou a TV Rondônia a reformatar o dela porque estávamos começando a roubar audiência. A primeira que fizeram foi mudar o prefixo musical. Eles usavam uma musiquinha que lembrava o tema de Tom & Jerry. O jornal da TVE entrava de sola com a música “Orient Express”, de Jean Michel Jarre. Espero que o Chapinha lembre do editorial que inventamos no meio do telejornal, anos antes de o Arnaldo Jabor surgir com isso na TV Globo. Que ele lembre da denúncia que eu fiz do mercúrio nos peixes do rio Madeira. qiando comprei no mercado e levei um tambaqui de verdade pro estúdio, coloquei numa mesa diante da câmera e despejei mercúrio sobre o peixe, enquanto falava algo bem humorado sobre nosso novo prato regional, o peixe contaminado. Como era mercúrio cromo (afinal, não precisávamos ser tão realistas, era só uma caricatura de um fato), o peixe foi lavado e degustado mais tarde pela equipe da TV. Lembre do dia, Chapinha, eu que eu pedi que você filmasse as Três Caixas d’Água e girasse a câmera de forma a parecer que tombavam sobre o bairro do Caiari. Era uma crítica ao meu primo, secretário da Cultura, Abelardo Castro, por se descuidar de providências para o tombamento do monumento de sua conservação. Fomos, aliás. os primeiros a denunciar ferrugem nas bases das Caixas d’Água. O Abelardo, chefe supremo da TVE, como secretário de Estado, assistiu ao lado do governador Jerônimo Santana, essa crítica contra ele num televisor do arraial da Flor do Maracujá. Ele olhou pro relógio e disse: “Governador, quero que senhor veja como está a TV Educativa que o Beto e o Nelson estão tocando. O Nelson montou um telejornal muito bom.” Aí apareceu o editorial mostrando as Caixas d’Água com as bases enferrujadas tombando (desabando) sobre o bairro do Caiari, tendo como fundo sonoro a “Abertura 1812″, de Tchaikovsck, no ponto em que a orquestra num crescendo funde a música com sons de canhões disparando em Moscou na guerra contra Napoleão, (no nosso caso, eram tiros que faziam tremer as Caixas d’Água, pois instruí Chapinha a dar uns tapas na câmera antes de virar a imagem de ponta cabeça) antes de seu desabamento. A TVE criticava o próprio secretário da Cultura, o próprio governo. Mas, Jeônimo adorou a crítica, riu muito. O Abelardo Castro até que estava engolindo bem a história. Ficou uma fera comigo só quando o Jerônimo, ainda rindo, pegou no braço dele e disse: “Pô, Abelardo, até o teu primo te goza!” E eu morava com o Abelardo, na Vila Cujubim (hoje Sedam). De qualquer forma, nem o Abelardo, nem o Jerônimo, nem o Oestes Muniz, ninguém se metia na nossa linha editorial. Havia liberdade total .Fazíamos uma TV quase artesanal (tive que caçar em São Paulo um gerador de caracteres que ela não tinha e ninguém encontrava). A TV tinha crescente audiência até ser sucateada por gente que hoje é até motivo de orgulho profissional em gente que não conhece nossa história e não sabe, por exemplo, que o Chapinha é um desses caras veteramos da nossa imprensa cujo trabalho e realizações deixa no chinelo o currículo de muito rei da cocada preta por aí.