Por Beto Bertagna
Mauro Kwitko deve ser uns 10 anos mais velho do que eu, por aí. Na minha adolescência eu já escutava suas músicas pela lendária Rádio Continental 1120 khz de POA, que a Globo fez questão de emudecer. Acho que uma das suas músicas mais conhecidas é Mal Necessário, com o Ney Matogrosso. Mas me lembro de uma porrada de canções compostas por Kwitko que embalaram aquela época mágica em que a gente brigava para ter uma fitinha K-7 com as músicas que os comunicadores Antonio Carlos Contursi ( Cascalho Times), Júlio Fürst ( Mr. Lee e Julius Brown), Beto Roncaferro,Toninho Badarók, Clóvis Dias Costa e JB Schueller tocavam da MPG. Tinha também Gilberto Travi e Cálculo IV, Hallai Hallai, Fernando Ribeiro, Anna Mazzotti e o Grupo Desenvolvimento, Bizarro, Utopia, Status 4,Inconsciente Coletivo, Hermes Aquino, Cláudio Vera Cruz, Almondegas, Nélson Coelho de Castro, Bixo da Seda, Palpos de Aranha, putz, são tantos nomes !. Entrar no estúdio da 1120 era o sonho de qualquer jovem ! Quiz o destino que depois eu fosse ser redator de um programa de automobilismo na hoje Rádio Bandeirantes AM que fica na Delfino Riet , no Morro Santo Antônio .( Vem desta época também minha militância com o cinema.) Assim, vi nascer a Rádio Ipanema FM com seus imponentes gravadores profissionais Scully pois o estúdio ficava do lado da Band AM numa história mais ou menos louca como o nascimento da Continental, afinal as duas eram “estorvos” inicialmente para as suas proprietárias , Rede Globo e Rede Bandeirantes . Nesta época também fui o que se chama hoje DJ, pois com o meu grupo “Mamaloo” fazia altas festas na SABI, na ESEF/UFRGS, em Canoas e em São Léo onde eu estudava Geologia. Depois fui trabalhar como “residente” ganhando uma nota preta na Discoteca Kiwi, também em Ipanema, no lugar do Magro Miguel que na época criou a Stereomoto na praia de Atlântida. O dono do Kiwi só empregava universitários, do garçon ao cozinheiro. Acho que só o porteiro (com o apelido não sei por quê de Leiteiro) não fazia faculdade. O JB Schuler eu conheci na casa da minha namorada que era meio parente dele. Os fornecedores de “bolachas” exclusivas ficavam em Paso de Los Libres, na Argentina e quem não tinha um comandante da Varig conhecido prá trazer discos que estavam estourando na Bilboard não era ninguém.
Mauro Kwitko é escritor e é dele este texto ” A garotinha da macela ” que reproduzo agora,e que faz refletir sobre a nossa existência e a nossa missão. Afinal, damos tanto bola prá gente idiota que não merece nem um pingo de respeito e na correria do dia a dia esquecemos um pouco do verdadeiro e necessário amor , e da oportunidade que as vezes cruza pelo nosso destino sem nos darmos conta…



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