Segundo informações extra-oficiais, as empresas Camargo Corrêa e Odebrecht desistiram de participar do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, Pará, um projeto que se arrasta há várias décadas.
Conforme as declarações das empresas “após análise detalhada do edital de licitação da concessão, assim como dos esclarecimentos posteriores fornecidos pela Aneel, as empresas não encontraram condições econômico-financeiras que permitissem sua participação na disputa”.
O preço-teto da tarifa é de 83 reais o megawatt-hora para a usina de Belo Monte, que terá capacidade para gerar 11 mil megawatts, a terceira maior do mundo e o dobro das usinas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia.
O leilão da usina hidrelétrica de Jirau, por exemplo, com potência de cerca de 3 mil megawatts, teve preço-teto estipulado de 91 reais o megawatt.
Segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Belo Monte teria custo total de 19 bilhões de reais. Este valor foi questionado pelas empresas interessadas na obra, que estimam algo em torno de 30 bilhões de reais. A Odebrecht e a Camargo Correa participaram dos estudos que resultaram no projeto de Belo Monte e no comunicado desta quarta-feira se dispuseram a “contribuir para o sucesso do empreendimento”.
O consórcio formado pelas duas empresas era a esperança do governo para que houvesse disputa no leilão de Belo Monte, o que poderia reduzir ainda mais a tarifa esperada. Vence o leilão quem oferece a menor tarifa ao consumidor. Até o momento, o governo tem divulgado que existe interesse da Andrade Gutierrez em consórcio com a Neoenergia, Votorantim, Vale e CPFL Energia.
Um outro consórcio, que teria como líder a Suez Energy do Brasil, vencedora do leilão de Jirau, poderia incentivar a disputa, mas a empresa não comenta o assunto.
Nesta quarta-feira foi encerrado o prazo para que as empresas registrassem na Eletrobras o interesse de ter a estatal como parceira após a realização do leilão, com até 49 por cento de participação no consórcio.
Apesar de ter obtido depois de muita polêmica a licença prévia de instalação da usina junto ao Ibama, o projeto de Belo Monte vem sendo questionado pelo Ministério Público do Pará, que ameaçou entrar na quinta-feira na Justiça contra a obra. As empresas têm até o dia 14 de abril para registrar na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o consórcio que disputará a usina de Belo Monte.
James Cameron, diretor de Avatar compara Belo Monte ao seu filme
O diretor canadense James Cameron, dos premiadíssimos Titanic e Avatar comparou esta semana em Manaus, durante um Fórum Internacional de Sustentabilidade , a construção da usina de Belo Monte no Pará ao seu filme Avatar, em que os Na´vi são expulsos pelo exército .
-”Eu imploro ao Presidente Lula para reconsiderar este projeto.” disse Cameron.
O governador do Amazonas, Eduardo Braga, argumentou que o cineasta usou de dados incorretos, repassados pela ONG Amazon Watch.
Para o diretor, “somente uma mudança global de valores, de consciencia, permitiria entender a crise. E isto está acontecendo…”
Alegando ser um ecologista voluntário, disse que mora com mulher e filhos num sitio, com horta adubada por produtos organicos e com um painel solar que sustenta a casa. Parece pouco pelo alcance que suas palavras tem. Poderia por exemplo, durante a entrega dos Oscars quando levou uma “surra” de sua ex-mulher que venceu em quase todas as categorias, ter sugerido que os EUA assinasse o Tratado de Kyoto, de lançamento de gases na atmosfera ou aderisse à reunião fracassada de Copenhagem. De qualquer forma faltou informar ao cineasta que Altamira,onde será hipotéticamente construída Belo Monte não fica no Amazonas.
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