Arquivo da tag: Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé

Fotos para Rondônia : ação humanitária apoia povos indígenas

Mais de cem fotografias brasileiras e estrangeiras estarão disponíveis a partir desta terça-feira (01) no site da ação humanitária “Fotos para Rondônia”. A ação visa ao apoio a diversos povos indígenas e outras populações tradicionais que se encontram em vulnerabilidade frente à COVID-19, no estado de Rondônia, no sul do Amazonas e no noroeste de Mato Grosso. Esta é uma experiência emocionante que nos leva às malhas amazônicas a partir das fotografias! O projeto é construído por muitas mãos que, juntas, vão tecendo nós de histórias para que, a partir da venda de fotografias, possamos auxiliar os povos indígenas dos territórios citados no enfrentamento aos desafios impostos pela COVID-19!

Em meio à pandemia, grupos de fotógrafas e fotógrafos de várias regiões brasileiras, estão se mobilizando com a finalidade de auxiliarem suas localidades a partir da circulação, da venda e da transferência dos valores arrecadados de imagens autorais a ações especificas de apoio a comunidades e populações em extrema vulnerabilidade a situação da COVID 19; da mesma maneira surgindo o “Fotos para Rondônia”.

Todas as fotografias foram disponibilizadas de forma gratuita, por fotógrafas e fotógrafos brasileiros; registrando a forte presença de mulheres e de profissionais da região norte; assim como a presença de fotógrafos estrangeiros, enriquecendo a composição visual desta Galeria “Fotos por Rondônia”, que tem como objetivo a circulação, a venda e a destinação de 100% do valor líquido às comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas que hoje se encontram em situação de extrema vulnerabilidade nesta parte do território amazônico.

As impressões serão padrão: Fine Art, 20x30cm, acompanhadas de certificado de autenticidade, com valor fixo na aquisição por imagem de R$ 150,00. O valor arrecadado será intermediado pela Associação de Defesa EtnoAmbiental – Kanindé, entidade que receberá via transferências e depósitos os recursos e cuidará dos trâmites contábeis para o direcionamento dos valores líquidos A ARTICULAÇÃO DE SUPORTE AO ENFRENTAMENTO À COVID 19 PELOS POVOS INDÍGENAS DE RONDÔNIA, SUL DO AMAZONAS E NOROESTE DO MATO GROSSO, depois de geridos os custos operacionais e logísticos.

Ressaltando que o montante arrecadado sofrerá descontos logísticos e operacionais como impostos, custos de impressão e envio. E, após esses descontos, que giram em torno de 30% do valor arrecadado, serão direcionados os 70% restantes de forma integral às necessidades das comunidades.  As impressões serão ilimitadas pelo tempo de seis meses; duração do projeto; com entrega gratuita pelos Correios em todo território nacional.

A abrangência do projeto inclui Terra Indígena Rio Branco, Terra Indígena Karitiana, Terra Indígena Karipuna, Terra Indígena Igarapé Lourdes, Terra Indígena Zoró, Terra Indígena Kwaza, Terra Indígena Tubarão Latunde, Terra Indígena Kaxarari, Terra Indígena Sete de Setembro, Terra Indígena Rio Negro Ocaia, Terra Indígena Pacáas-Novas, Terra Indígena Sagarana, Terra Indígena Igarapé Ribeirão, Terra Indígena Igarapé Lage, Terra Indígena Rio Guaporé, Terra Indígena Uru Eu Wau Wau, Terra Indígena Rio Mequens, Terra Indígena Roosevelt além dos povos indígenas em situação urbana Kassupá (São Domingos, Costa Marques e Porto Velho), Puruborá (Seringueiras, Costa Marques, Guajará-Mirim e São Francisco), Guarasugwe (Pimenteiras, Porto Velho e Costa Marques), Migueleno (São Francisco e Porto Velho), Oro Mon (Porto Velho), Paumari (Porto Velho), Karitiana (Porto Velho), Mura (Porto Velho), Parintintin (Costa Marques e Porto Velho), Sakyrabiar (Costa Marques, Guajará-Mirim), Arua (Costa Marques), Tupari (Costa Marques), Cujubim (Costa Marques), Chiquitano (Costa Marques), Canoe (Costa Marques),, Macurap (Guajará-Mirim e São Francisco) Wajuru Porto Rolim Sabane (Vilhena), Maimande (Vilhena), Terena (Vilhena), Negarotê (Comodoro e Tangará) e a Comunidade Tradicional de Nazaré, no Baixo Madeira, em Porto Velho.

Chega ao fim a história de Marimop Suruí Paiter

Por Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé

A Nação Surui Paiter fica órfã de um grande homem, uma pessoa que carregava consigo um balaio de conhecimento sobre suas tradições, respeito à natureza e adaptação às bruscas mudanças em sua cultura impostas pelo contato compulsório com o mundo ocidental eurocêntrico.
Marimop Surui Paiter viveu no planeta Terra por mais de oitenta anos, não se sabe ao certo em que ano nasceu, isto não parecia importante para ele. Tempo suficiente para apreender as formas, ritos e sons de uma sociedade onde o bem estar coletivo era prioridade.
À época do contato com os “brancos”, Marimop já deveria ter quarenta e poucos anos, se pudéssemos ver, assitiríamos em seus olhos suas memórias dos tempos em que, com os seus, às margens de algum rio Amazônico, quando participava do Mapimaí (ritual de purificação inter-clãs Surui Paiter). Quando se defendia dos ataques de outros povos que eventualmente cruzavam os mesmos caminhos e interesses ou quando viu o homem branco pela primeira vez.
Ele foi sobrevivente do pós contato, da onda de pestes que dizimou mais de 80% do seu povo. Também assistiu o reerguimento de sua nação, que mesmo com todas as vicissitudes, mantiveram seu idioma e suas tradições. Marimop nos deixou hoje, 28/08/2011, perto da meia noite, seus olhos se apagaram quatro dias após participar de seu último ritual Mapimaí onde pode assistir seu filho Almir Suruí na posição de Labiway eSaga – líder maior do Povo Suruí Paiter, conduzir firmemente seu clã, Gamebey, durante a realização dos ritos.
Pôde ver também seus netos participando dos festejos como faziam os antigos. Com a certeza de que seu povo está em boas mãos ele se vai consciente de que tudo que ajudou a preservar será mantido pelas próximas gerações. Força, paciência e perseverança são os votos de todos os membros da Organização Kanindé aos nossos parentes Surui Paiter, que a vida de Marimop Surui Paiter sirva de exemplo a todos nós e que sigamos na luta por nossos direitos e preservação das culturas, como ele o faria.

Queiróz Galvão e Chesf vencem leilão de Belo Monte a R$ 78 o MWh

Com uma tarifa de R$ 77,97 por megawatt-hora, que representou um deságio de 6,02% sobre o preço-teto de R$ 83, o leilão de Belo Monte foi vencido pelo consórcio liderado pela estatal Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), com 49,98% do capital. Integram o consórcio vencedor Queiroz Galvão (10,02%), Galvão Engenharia (3,75%), Cetenco Engenharia (5%), Mendes Júnior (3,75%), Bertin (13,77%), Serveng (3,75%) e J. Malucelli (9,98%). A usina terá capacidade instalada de 11.233,1 MW (megawatts) e o início da geração está previsto para o início de 2015.

O coordenador de licitações da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Helvio Guerra, em entrevista coletiva após o leilão disse que a agência reguladora foi informada sobre a terceira liminar contra Belo Monte às 13h30, três minutos após o término do leilão.

Pela terceira vez, uma  liminar foi concedida pela Justiça Federal em Altamira (PA) a pedido das entidades  ONG Amigos da Terra e a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, de Rondônia, aceitando  os argumentos contra o leilão da usina, que deve ser construída no rio Xingu, no Pará.  Durante a manhã, o Tribunal Regional Federal havia derrubado a segunda liminar, concedida ontem a pedido do Ministério Público Federal.