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Começa em abril a 118ª Romaria da Irmandade do Senhor Divino Espírito Santo, no Vale do Guaporé

A 118ª Romaria do Senhor Divino Espírito Santo no Vale do Guaporé, na Amazônia terá início daqui a um mês, no dia 9 de abril de 2012, com a chegada do batelão na localidade de Surpresa, distrito de Guajará-Mirim. É uma festa planejada com um ano de antecedência.
A celebração, que envolve o Brasil e a Bolívia, é um Patrimônio Cultural Imaterial de Rondônia que está em processo de instrução para ser reconhecido como Patrimônio Brasileiro.
O Presidente da Irmandade do Divino, Dionísio Faustino espera uma atenção maior das autoridades para esta que é a maior celebração religiosa, cultural e folclórica do Vale do Guaporé :
– Aguardamos muita gente na chegada em Piso Firme, povoado da Bolívia, quando o batelão aportará no dia 23 de maio de 2012 às 16 horas.
Os ribeirinhos já conhecem os políticos que dão atenção ao Vale, por isto vai a dica: Não adianta chegar como penetra distribuindo bonézinho e camiseta, é perda de tempo. Os beiradeiros, quilombolas, devotos e assemelhados são espertos e só dirigem suas preces para quem realmente merece.
E para quem fala, e mal, quando convém, da cultura rondoniense é uma boa pedida, tirar um pouco a bunda da cadeira e andar algumas centenas de quilômetros em estrada de chão e voadeira, lendo Viagem ao Redor do Brasil, do João Severiano da Fonseca, irmão do ilustre Deodoro da Fonseca, para purificar a alma .

Livros para entender Rondônia – Tristes Trópicos, de Claude Lévi-Strauss

Mestre da Antropologia contemporânea, na qual introduziu uma nova metodologia — a análise estrutural —, Claude Lévi-Strauss está inquestionavelmente ligado ao Brasil através de Tristes Trópicos. Nesta obra, Lévi-Strauss — chegado ao Brasil em 1935, para exercer a função de professor de Sociologia na Universidade de S. Paulo — não se limita a descrever a sua vivência com os índios brasileiros — Cadiueus, Bororos, Nambiquaras e Tupi-Cavaíbas: faz também uma descrição do Brasil da época, da sua história e de tudo quanto observou nas suas expedições de estudo às zonas do Paraná, do Pantanal, da Amazónia e do Sertão, entre outras.

Cineamazônia Itinerante 2011

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Nova Califórnia foi a última localidade da região de Ponta do Abunã a receber esta etapa do Festcineamazônia Itinerante. Após oito dias de estrada e sete apresentações, a população da última sessão recebeu com alegria as apresentações do festival. Além de filmes e vídeos, o festival levou artes circenses para agraciar o público.

Na quadra da escola municipal Maria Jacira Feitosa de Carvalho, em Nova Califórnia, havia pessoas de todas as idades, mas principalmente crianças e adolescentes. Bebês, como Breno, 1 ano, Lavaene, 2 meses, a Antonio Saturnino Silva, 64 anos, antigo soldado da borracha, ou Odacir Barros, 62, migrante sulista, e muitos jovens, como Eliane, 13, e João Marcos, 15. Para a vice-diretora da escola, Ana Cristina Azevedo da Silva, 34 anos, “os alunos amam mesmo o festival, e pensavam: será que vão vir esse ano?”. Segundo Ana Cristina, “quando estão em aula, os alunos fazem trabalhos sobre os filmes que viram, e o festival mobiliza a comunidade.”

A sessão ocorreu no dia 22 de dezembro, 23 anos depois do assassinato de Chico Mendes. Fernanda Kopanakis, organizadora do festival, afirmou: “Chico Mendes deixa uma mensagem: a gente só vai viver se manter a floresta e as árvores em pé, precisamos sobreviver com a floresta, com menos violência no campo e menos devastação.”

Nova Califórnia é a sede do projeto RECA (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado), que auxilia os extrativistas a coletar frutos da floresta e industrializá-los. Vários integrantes estavam presentes, e se emocionaram com a projeção do filme Soldados da Borracha. Alguns extrativistas alegam que, com a violência no campo em razão do conflito fundiário muitos não estão podendo coletar castanhas durante a época da chuva. E outros, como Antonio Saturnino Silva, comentou emocionado: “era assim mesmo a nossa vida no seringal, era muito triste”, diz.

2ª Rota de Cinema acontece em Guajará-Mirim, mesmo sem apoio financeiro

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Foi gratificante realizar na quarta feira dia 20 de dezembro, a 2ª Rota do Cinema exibindo filmes em praça pública na cidade de Guajará Mirim, distante da capital 320 Km, na sua primeira e única exibição na fronteira, pois a chuva e tempestade assolaram  quinta e sexta a fronteira, não sendo possíveis as exibições previstas.

Mesmo assim, o público que compareceu na praça Mário Correa, na quarta dia 20 de dezembro pode assistir aos filmes propostos e ao trailer do filme “Madeira Mamoré 100 anos depois… o sonho não acabou”, do diretor Carlos Levy, que mostra trecho do depoimento do empresário Isaac Bennesby (falecido dia 25/12), que tem participação nessa obra audiovisual relatando como era o comércio na época que o trem funcionava e como chegou nessa região, vindo de Manaus com 6 anos de idade, como foi sua infância, morando no Abunã e depois se firmando em Guajará Mirim, onde residiu até hoje. Segundo o diretor do filme Carlos Levy, esse registro e outros servem como manter viva a nossa memória histórica de nossos pioneiros para futuras gerações e o filme será lançado oficialmente no Centenário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré no ano de 2012 em Porto Velho e Guajará Mirim.

Nossos agradecimentos ao secretário Dayan Saldanha da secretaria de Cultura e Turismo de Guajará Mirim, ao Dinho e Adão pela contribuição voluntária na fronteira, ao apoio da Pousada Sítio do Chicão, a Distribuidora Top Nacional – Guaraná Antarctica, a rádio Educadora do programa do Roni, a rádio Guajará do programa Guajará em cima da notícia, do João Teixeira, a Rádio Rondônia e  a TV Guajará, no seu telejornal com apresentação da Leslie e Rilmo Dantas na cinegrafia. A 2ª Rota do Cinema tem como produtora executiva Golda Barros, com realização da Associação Curta Amazônia.

Da Assessoria

Nota triste : documentarista Adrian Cowell morre em Londres , de insuficiência respiratória

Adrian Cowell ( de camisa listrada) ao lado de Vicente Rios, seu companheiro eterno, Rudney Prado (camisa amarela) e Beto Bertagna, trocando idéias num buteco ao lado do cine Veneza.

Adrian Cowell ( de camisa listrada) ao lado de Vicente Rios, seu companheiro eterno, Rudney Prado (camisa amarela) e Beto Bertagna, trocando idéias num buteco ao lado do cine Veneza, em Porto Velho, Rondônia

Em matéria assinada por Felipe Milanez, a revista Carta Capital traz uma notícia muito triste para os rondonienses e amazônidas em geral.

Diz a matéria : “Morreu nesta segunda-feira 10, de insuficiência respiratória, em Londres, o documentarista Adrian Cowell. Com um trabalho histórico de registro da destruição da Amazônia, ele estava vindo ao Brasil, onde chegaria dia 12, para finalizar a versão brasileira do filme Killing For Land(Matando pela terra, em tradução livre), inédito aqui, que aborda a violência no sul do Pará.   Aos 77 anos, Cowell seguia filmando.
Cowell foi companheiro dos irmãos Villas Boas em expedições antes mesmo da criação do Parque Indígena do Xingu, registando tanto o cotidiano dos índios, quanto o trabalho dos sertanistas e as ameaças, por garimpeiros e fazendeiros. Trabalhou também com Apoena Meirelles, outro grande sertanista, no contato dos índios uru-eu-wau-wau, em Rondônia. Filmou, quase ininterruptamente, por 50 anos no Brasil. Seu trabalho começou em 1958, quando ainda era estudante. Foi mais intenso, sobretudo, nos anos 1980, quando fez a premiada série para TV “A Década da Destruição. E todo o seu trabalho, que são mais de sete toneladas de filmes, foi doado para a PUC de Goiás, para o Brasil, onde a consulta está disponível. O Acervo Adrian Cowell é um material fabuloso constituído de filmes 16 mm, fitas de vídeo, áudios, cassetes, slides e diários de campo sobre a Amazônia. (Informações no site http://imagensamazonia.pucgoias.edu.br)

Cowell produziu o maior registro documental da memória da Amazônia nesse período. “Tem coisas que não existem em lugar nenhum,  que não está escrito, mas está registrado apenas pelo trabalho do Adrian.  E ele doou de volta para o Brasil”, diz Stella Penido, da Fiocruz, que auxiliava a restauração dos filmes. “Era incansável. E ele estava vindo ao Brasil, morreu trabalhando.” Amiga pessoal, diz Stella: “A vida dos seres humanos é como um trabalho de tecedura. Termina o trabalho com delicados fios, tecidos do inicio ao fim (Buda). Acho que não é nenhum exagero pensar que a vida do Adrian foi um bonito trabalho tecido com delicados e atentos fios do inicio ao fim. (obrigada, querido Adrian)”.

Vicente Rios, seu câmera, co-diretor no Brasil e que se tornou seu grande parceiro de trabalho a partir da “Década da Destruição”, está concluindo um documentário sobre Cowell, que vai se chamar “Visões da Amazônia”. “Faltava duas ou três frases, que ele iria completar agora”, disse Rios, chocado pela notícia. O filme, que contém cenas de bastidores das filmagens e também a visão de Cowell sobre a natureza, inclui sequencias inéditas como Cowell conversando com Orlando Villas Bôas sobre a memória de ambos dos tempos do Xingu, na casa do sertanista, em São Paulo.

Adrian Cowell nasceu em Tongshan na China, em 2 de fevereiro de 1934, e concluiu seus estudos na Universidade de Cambridge. Em um encontro que tivemos, no Rio de Janeiro, ele me explicou com um característico sotaque britânico, que aprendeu a falar português com o cacique Raoni. Em suas lembranças, sempre falava bem humorado, e extremamente dedicado e fiel tanto a seus princípios humanitários, quanto a seus parceiros, como os sertanistas, amigos índios, seringueiros.

Por um longo período, ele alternou viagens entre áreas de conflito na Amazônia e Myanmar, filmando a guerra civil no país, que viria a ser o objeto da série Opium, filmada ao longo de oito anos.

Quando Adrian Cowell decidiu filmar a destruição da Amazônia, em um trabalho documental de fôlego inigualável,  tudo podia acabar. Os índios, os seringueiros, a floresta. A Amazônia em sua totalidade. O trator do desenvolvimento, em curso e a todo vapor durante a ditadura militar, queria trazer o progresso, ou a idéia de “um progresso”, sobre um território visto como hostil e inabitado. Mas haviam os índios, os seringueiros e a biodiversidade no caminho. Na década de 1980, “nunca tanta matéria viva foi queimada como em Rondônia em toda a história”, apresenta o narrador de “A Floresta que virou Cinza”, da premiada série de cinco filmes chamada “A Década da Destruição”, em que ele filmou, ao longo de dez anos, a maior destruição já vista de um ambiente. Ganhou reconhecimento público em premiações como da British Academy (BAFTA), o Emmy Founders e o Golden Gate.

“A Década da Destruição” é o maior projeto de documentação da devastação da Amazônia jamais realizado. A seriedade, o comprometimento demonstrado pelo documentarista ao longo dos dez anos, surpreendem pelo acompanhamento incansável das histórias dos personagens, que são acompanhados por esse período. Também a coragem, como nas filmagens de tiroteios entre posseiros de terra e pistoleiros, em festas e tiroteios em garimpos, como o registro de um garimpeiro morto por um tiro de fuzil, a escravidão na produção de carvão, ameaças de fazendeiros.

Enquanto ainda era pouco conhecido pela imprensa brasileira, Chico Mendes já era filmado por Cowell, tanto os empates que fazia nos seringais, quanto em reuniões internacionais. Amigo pessoal do seringueiro, o filme, “Chico Mendes, eu quero viver”, foi concluído em 1991. O mesmo com o Padre Josimo, assassinado no Tocantins.

Em um email, escrito há três semanas, ele me disse, comentando a recente onda de assassinatos no sul do Pará: “Sem dúvida estes assassinatos possuem alguma influencia um sobre o outro. Antes de nossa proposta de filmar Chico, fiz uma decisão para a serie A Década da Destruição. Decidi que foi essencial mostrar o motivo porque tantos colonos estavam invadindo as florestas amazônicas. Resolvi fazer um filme sobre as brigas para terra em Para. Fui com Vicente Rios ao Sul de Para para encontrar com Padre Josimo – um padre negro de CPT.  Combinamos de filmar o trabalho e vida dele, mas antes que desse tempo para iniciar a filmagem,, ele foi assassinado.  Logo depois, encontramos Chico e combinamos filmar ele  (Chico viria a ser morto ao longo das filmagens)  Padre Josimo foi um caso famoso naquele tempo e tenho ainda um foto do Chico fazendo um comício num seringal embaixo de um foto do Josimo”

Uma outra série de extremo fôlego é “Os últimos isolados”, sobre os povos indígenas que vivam, ainda isolados, na floresta, enquanto se produzia a ocupação engendrada pelo regime militar. O documentarista acompanhou de perto o trabalho dos sertanistas da Funai, descrevendo o entorno dos territórios onde viviam os índios ameaçados – e que deveriam travar o primeiro contato com a sociedade ocidental. A “Destruição do Índio”, outra série memorável, reporta a difícil relação entre os povos indígenas e a colonização.

Rever o trabalho de Adrian Cowell hoje é explorar as mazelas que marcaram a exploração e a devastação da Amazônia desde o início da sua ocupação recente, engendrada durante a Ditadura. A obra que deixou vai ensinar muitas gerações de brasileiros a compreender melhor o país em que vivem – e que está sendo destruído.”

via Carta Capital

FILMOGRAFIA

THE DESTRUCTION OF THE INDIAN (A DESTRUIÇÃO DO ÍNDIO)
THE HEART OF THE FOREST (O CORAÇÃO DA FLORESTA) 16mm/ p&b/ 30 min/ BBC/ 1961
PATH TO EXTINCTION (CAMINHO PARA EXTINÇÃO16mm/ p&b/ 30 min/ BBC/ 1961
CARNIVAL OF VIOLENCE (CARNAVAL DA VIOLÊNCIA) 16mm/ p&b/ 30 min/ BBC/ 1960
Prêmios: Award from the Scriptwriters Guild of Great Britain


THE LOST CITIES OF ATLANTIS [AS CIDADES PERDIDAS DA ATLÂNTIDA] 16mm/ p&b/ 26min/ BBC/ 1961
THE FATE OF COLONEL FAWCETT (O DESTINO DO CORONEL FAWCETT 16mm/ p&b/ 26min/ BBC/ 1961
THE DEVIL IN THE BACKLANDS(CULTOS DO SERTÃO)
THE FANATICS (ROMEIROS)16mm/ p&b/ 26min/ BBC/ 1963
THE JANGADEIROS (JANGADEIROS) 16mm/ p&b/ 26min/ BBC/ 1963
SATAN IN THE SUBURBS (OS FILHOS DE SANTO) 16mm/ p&b/ 26min/ BBC/ 1963
REBEL (REBELDE)RAID INTO TIBET [EMBOSCADA NO TIBET] 16mm/ p&b/ 25min/ ATV/ 1966
THE UNKNOWN WAR [A GUERRA DESCONHECIDA] 16mm/ p&b/ 25min/ ATV/ 1966
THE LIGHT OF ASIA (A LUZ DA ÁSIA)
BUDDHISM IN TIBET [BUDISMO NO TIBET] 16mm/ p&b/ 26min/ ATV/ 1966
BUDDHISM IN THAILAND [BUDISMO NA TAILÂNDIA] 16mm/ p&b/ 26min/ ATV/ 1966
THE SOKA GAKKAI [SOKA GAKKAI] 16mm/ p&b/ 26min/ ATV/ 1966
THE OPIUM TRAIL [O RASTRO DO ÓPIO] 16mm/ p&b/ 50min/ ATV/ 1966
THE TRIBE THAT HIDES FROM MAN (A TRIBO QUE SE ESCONDE DO HOMEM) 16mm/ cor/ versões 60min, 66min e 72min/ ATV/ 1970
Prêmios: British Academy of Film & Television Arts’ (BAFTA) – Television Factual ProductionSan Francisco International Film Festival – Golden Gate Award
Award from the Scriptwriters Guild of Great Britain
Venice Film Festival Medal

THE KINGDOM IN THE JUNGLE [O REINADO NA FLORESTA] 16mm / cor/ 26min/ ATV/ 1970
THE OPIUM WARLORDS [OS GUERREIROS DO ÓPIO] 16mm / cor/ 74min/ ATV/ 1974
THE MASKED DANCE [A DANÇA DE MÁSCARAS] 16mm / cor/ 52min/ ATV/ 1976
>OPIUM (ÓPIO)THE WHITE POWDER OPERA [A ÓPERA DO PÓ BRANCO] 16mm / cor/ 52min/ ATV/ 1978
THE WARLORDS [OS GUERREIROS] 16mm / cor/ 52min/ ATV/ 1978
THE POLITICIANS [OS POLÍTICOS] 16mm / cor/ 52min/ ATV/ 1978
Prêmios:=British Academy of Film & Television Arts’ (BAFTA) – Television Documentary Programme /American Film Festival – Red Ribbon / Chicago Film Festival  – Golden Hugo

THE DECADE OF DESTRUCTION / A DÉCADA DA DESTRUIÇÃO

THE SEARCH FOR THE KIDNAPPERS (NA TRILHA DOS URU EU WAU WAU)16mm/ cor/ 52 min/ ATV/ versões 1984 e 1990
THE BLAZING OF THE TRAIL (CAMINHO DO FOGO)16mm/ cor/ 52 min/ ATV/ 1984
IN THE ASHES OF THE FOREST (NAS CINZAS DA FLORESTA) 16mm/ cor/ 52 min/ ATV/ versões 1984 e 1990
THE STORMS OF THE AMAZON (TEMPESTADES NA AMAZÔNIA)16mm/ cor/ 26 min/ ATV/ 1984
THE MECHANICS OF THEFOREST (A MECÂNICA DA FLORESTA) 16mm/ cor/ 26 min/ ATV/ 1984
BANKING ON DISASTER (FINANCIANDO O DESASTRE) 16mm/ cor/ 75 min/ ATV/ 1987
MOUNTAINS OF GOLD MONTANHAS DE OURO) 16mm/ cor/ 52 min/ ATV/ versões 1988 e 1990
CHICO MENDES – I WANT TO LIVE (CHICO MENDES – EU QUERO VIVER) 16mm/ cor/ 40 min/ ATV/ 1989
MURDER IN THE AMAZON (ASSASSINATO NA AMAZÔNIA) 16mm/ cor/ 57 min/ WGBH/ 1989
KILLING FOR LAND [MATANDO POR TERRAS] 16mm/ cor/ 52 min/ ATV/ 1990
THE CRUSADE FOR THEFOREST(A LUTA  PELA FLORESTA)>16mm / cor/ 51 min/ ATV/ 1990
Prêmios International Emmy – Founder’s Award / British Academy of Film & Television Arts’ (BAFTA) – Award for Originality / Le Prix International de Television de Geneve / San Francisco International Film Festival – Golden Gate Award / One World Broadcasting Trust – Premier Award / Medikinale International Parma – Grand Prix / National Educational Film & Video Festival – Crystal Apple /Wildscreen Festival – Bristol & West Conservation Award / American Film Festival – Red Ribbon /Television Movie Awards – Best Educational Production / North American Association for Environmental Education – Best of Show Award / Vermont World Peace Festival – 1st Prize International Concerns

THE DECADE OF DESTRUCTION FOR SCHOOLS – A DÉCADA DA DESTRUIÇÃO PARA ESCOLAS

THE RAIN FOREST (A FLORESTA TROPICAL) 16mm/ cor/ 9 min/ Nomad Films /WWF/ 1991
THE COLONISTS (OS COLONOS) 16 mm/ cor/ 16min/ Nomad Films/WWF/ 1991
THE DEVELOPMENT ROAD (A ESTRADA PARA O DESENVOLVIMENTO) 16 mm/ cor/ 12 min/ Nomad Films/WWF/ 1991
THE INDIANS (OS ÍNDIOS) 16 mm/ cor/ 16 min/ Nomad Films/WWF/ 1991
THE RUBBER TAPPERS (OS SERINGUEIROS) 16 mm / cor / 10 min/ Nomad Films/WWF/ 1991
THE POLITICIANS (OS POLÍTICOS) 16 mm / cor/ 19 min / Nomad Films / WWF/ 1991
Prêmios: North American Association for Environmental Education – Best Instructional FilmTHE HEROIN WARS(AS GUERRAS DA HEROÍNA)

THE OPIUM CONVOYS (OS COMBOIOS DE ÓPIO) 16 mm / cor/ 51 min/ Channel 4/ 1996
SMACK CITY (CIDADE DA HEROÍNA) 16mm / cor / 52 min/ Channel 4/ 1996
THE KINGS OF OPIUM (OS REIS DO ÓPIO) 16mm/ cor/ 52 min/ Channel 4/ 1996
Prêmios : Worldfest – Gold Special Jury Award /International Association of Audio Visual Communications – Gold Cindy Award /National Educational Media Network – Bronze Apple Award/U.S International Films Video Festival – Certificate for Creative Excellence

THE LAST OF THE HIDING TRIBES / OS ÚLTIMOS ISOLADOS
RETURN FROM EXTINCTION (FUGINDO DA EXTINÇÃO) – Super 16 mm e DV/ cor/ 52 min/ Nomad Films/Channel 4/ 1999
FATE OF THE KIDNAPPER (O DESTINO DOS URU EU WAU WAU) – Super 16mm e DV/ cor/ 52 min/ Nomad Films/Channel 4/ 1999
FRAGMENTS OF A PEOPLE (FRAGMENTOS DE UM POVO) – Super 16 mm e DV/ cor/ 52 min/ Nomad Films/Channel 4/ 1999Prêmios:Latin American Studies Association Award of Merit in Film

LEGADO DO CHICO
THE FATE OF THE DAMMED(BARRADOS E CONDENADOS) DV/ cor/ 25min/ TVE/BBC World/ 2001
A RAMSOM FOR THE FOREST(UMA DÁDIVA PARA A FLORESTA) DV/ cor/ 25min/ TVE/BBC World/ 2001
THE FIRES OF THE AMAZON(QUEIMADAS NA AMAZÔNIA) DV/ cor/ 45min/ BBC2 2002
CHICO ’S DREAM(O SONHO DO CHICO) – DV/ cor/ 25min/ TVE/BBC World/ 2003
THE JUNGLE BEAT(BATIDA NA FLORESTA) – DV/ cor/ 59 min/ BBC2/ 2005

Medo de intervenção na Amazônia é ‘paranoia’, dizem americanos (via Plano Brasil)

Medo de intervenção na Amazônia é 'paranoia', dizem americanos Quando visitou o Brasil em 2003, no início da invasão do Iraque, o advogado americano Mark London ficou chocado com faixas que viu penduradas pela capital do país. O pesquisador estudava a Amazônia brasileira havia décadas, era autor de um livro pioneiro sobre o assunto nos Estados Unidos, e se viu diante de frases que alegavam que, depois do Iraque, o alvo dos americanos seria o Brasil, por conta da floresta e das suas reservas de água … Read More

via PLANO BRASIL

Livros que ajudam a entender RO – 19 – Arqueologia da Amazônia

A Amazônia costuma ser considerada uma área inóspita que sempre foi escassamente povoada. A ocupação humana da região, no entanto, tem milhares de anos. As populações que aqui viveram deixaram inúmeros testemunhos materiais de sua história, modificando inclusive o meio ambiente. Este livro defende que a investigação desse passado pode ajudar no planejamento de um futuro sustentável para a região. Eduardo Góes Neves é doutor em Arqueologia pela Universidade de Indiana (EUA) e professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e do programa de pós-graduação em arqueologia da mesma faculdade. É também professor do programa de pós-graduação em arqueologia na Universidade do Centro da Província de Buenos Aires, na Argentina. O conheci durante sua passagem por Rondônia, por ocasião do início dos trabalhos arqueológicos da UHE Santo Antônio. Ele trabalha desde 1986 com arqueologia na Amazônia e desde 1990 no Estado do Amazonas, onde tem feito pesquisas nas bacias dos rios Negro e Solimões. Tem organizado exposições e publicado sobre este tema no Brasil e exterior e acredita que a Amazônia ainda tem futuro e que o entendimento do passado pode ajudar nesse processo. É isto aí, Eduardo !

Nestlé reinventa o comércio “regatão” na Amazônia. Mas escambo não vale mais…

Por Beto Bertagna

De olho em novos mercados, a Nestlé Brasil está lançando o primeiro supermercado flutuante para atender as populações ribeirinhas da Amazônia. O barco “Nestlé Até Você a Bordo”, iniciará as operações em 1º de julho. Sairá do porto de Belém, percorrerá 18 municípios(Barcarena, Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Ponte das Pedras, Muaná, Limoeiro do Ajuru, São Sebastião da Boa Vista, Curralinho, Oeiras do Pará, Bagre, Breves, Melgaço, Portel, Gurupá, Porto de Moz, Almerim e Santarem) que compõem a região da Ilha de Marajó até a região do Baixo Amazonas, e retornará a Belém. Todo o percurso será feito em torno de 18 dias e a embarcação permanecerá um dia em cada cidade. A estimativa é atender um público de 800 mil pessoas/mês.
Para que seja reconhecida durante todo o trajeto, a embarcação possui a identidade visual da Nestlé e conta com acesso para pessoas com necessidades especiais e idosos. Onze pessoas, entre funcionários do supermercado e tripulantes, trabalharão diretamente no barco de 27,5 metros de comprimento, que conta com três áreas de estoque, além do espaço da loja de 100 m².
É a volta da velha figura, disfarçada, industrializada e repaginada , do “regatão”, que chegou a ter fluxo intenso no norte do  Brasil, entre 1870 e 1913. Hábeis vendedores, eles se dedicaram ao comércio ambulante  especialmente na Amazônia. Vendiam de tudo nos “barrancos dos rios”, através de embarcações entulhadas de mercadorias . Mas hoje não vale escambo, o pagamento tem que ser em dinheiro, ou quem sabe, cartão de crédito via GPRS.

Exclusivo: Capitão Natureza navega 10.000 km defendendo meio-ambiente

 

Por Beto Bertagna

Fernando Bittencourt é paranaense. Seu projeto, navegar pela Amazônia levando mensagens ecológicas às populações ribeirinhas. Navegando em um barquinho de madeira, movido a remo e à vela, Fernando viajou o primeiro trecho de Porto Velho/RO a Manaus/AM em menos de 30 dias, propagando mensagens de preservação na vela amarela do barco. Ele ganha a vida transformando troncos de árvores sem vida em esculturas ou móveis. Assustado com a quantidade de lixo que encontrou pelo caminho, ele didaticamente mostra que “o lixo tem que ter os três erres no seu tratamento: reduzir, recuperar e reciclar. ” De volta a Porto Velho, Fernando está às voltas com um novo projeto, a construção de um barco tri-ecoflex, que vai utilizar três tipos de energia renovável.  Fernando Bittencourt está em busca de um patrocinador para levar suas mensagens Amazônia afora, desta vez pelos rios Negro e Solimões, continuando seu Projeto Marco Zero, iniciado nos galpões da centenária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré , em Porto Velho. Bons ventos, Capitão !

Por quê na Amazônia nenhum deputado ousa propor o uso do biodiesel B-100 nos ônibus ?

Nem Rio Branco, nem Porto Velho, nem Boa Vista, Manaus, Belém, Macapá… Nada. Nas capitais e principais cidades amazônicas ninguém propõe, corajosamente, que as frotas de ônibus usem o biodiesel B-20 ( concentração de 20 % de biodiesel produzido por matrizes renováveis) ou mesmo o B-100, o biodiesel puro, que reduz as emissões de gás carbônico em até 90 %.

Porto Velho e seus distritos, por exemplo, por conta do transporte dos trabalhadores das usinas se entupiram de ônibus que queimam diariamente o pior tipo de diesel, o mineral, liberado para venda a pequenas cidades ou campo e que dispersam na atmosfera uma quantidade absurda de enxofre.

Não se ouviu um pio vindo da Assembléia Legislativa de Rondônia, propondo a adoção do biodiesel B-20 neste caso e até no transporte rodoviário urbano de passageiros nas cidades de Rondônia, que hoje enfrentam o caos do trânsito por conta das dezenas de obras implantadas pelo PAC .

Os deputados nem precisariam muita criatividade, como costumam se gabar nas propagandas de mau gosto da ALE. Bastaria seguir o exemplo da Coca-Cola e da Man Latin America, que se uniram num projeto inédito de motores com injeção inteligente movidos a biodiesel B-100, sem qualquer perda da capacidade e potência. Em março de 2009, a MAN completou a compra das operações brasileiras da Volkswagen Caminhões e Ônibus, criando a MAN Latin America.

Inédita no País, a tecnologia Dual Fuel contribui para a redução das emissões de CO2 em até 90%, além de emitir menos material particulado. Gerenciado eletronicamente, sem a adição de qualquer aditivo especial, o novo sistema permite o monitoramento de sua operação, ajustando o fornecimento do combustível apropriado para o motor a cada momento – biodiesel ou óleo diesel comum –, por meio de uma unidade dosadora.  Hoje , através de norma da ANP, é obrigatória a adição de 5% de biodiesel, o chamado B-5.

Quem sabe algum, em algum estado, tenha alguma preocupação puramente ecológica…Tem até usina pronta sendo vendida em Rolim de Moura, veja só.

FARCs na Amazônia preocupam militares que prevêem invasão da região pelos Estados Unidos

soldados na selvaPor Nelson Townes

A descoberta de uma base das FARCs (o exército rebelde colombiano), no Estado do Amazonas, confirma os temores dos militares brasileiros expressados em Porto Velho, até de forma pública a explícita, sobre uma invasão militar da Amazônia por forças estrangeiras – cedo ou tarde.

A própria presença da FARC em território nacional é uma invasão – ainda que os rebeldes colombianos pretendem usar a selva brasileira apenas como esconderijo. O perigo é se os “assessores militares norte-americanos”, das quase dez bases oficialmente instaladas na Colômbia, resolverem fazer turismo não autorizado na Amazônia para capturar os rebeldes.

Esse é o cenário, cada vez mais real, previsto em 2005 numa conferência de oficiais da 17ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército para estudantes do ensino médio e de segundo grau numa modesta escola do bairro operário JK 1, em Porto Velho.

Era uma simples (na verdade muito séria) conferência pronunciada de forma muito clara, informal, mas repleta de dados, com direito a perguntas e apartes da platéia, aos jovens estudantes do bairro periférico de Porto Velho. Um major do Exército disse aos estudantes que a invasão da Amazônia pelos Estados Unidos – a pretexto de prender narcotraficantes que fugiram da Colombia (ou rebeldes como os da Farc) era apenas “uma questão de tempo.”

No dia 10 de maio corrente, o Departamento de Ensino e Cooperação (Depec) do Ministério da Defesa em parceria com o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) iniciou, o I Curso de Extensão em Defesa Nacional.

O professor de História, Delmo de Oliveira Arguelhes, participou da aula inaugural dizendo que, no caso do Brasil, a guerra é literalmente a última opção. “Desde o fim da guerra do Paraguai, há 140 anos, tentamos convencer os nossos vizinhos que somos um país pacífico.”

E é claro que amamos nossos vizinhos (exceto quando se trata da Seleção Argentina de Futebol). Mas, temos que entender bem o que diz, nas entrelinhas ,o professor.

Por via das dúvidas (aliás, dos prognósticos), o Exército treina suas tropas para guerra de desgaste contra os virtuais intrusos. “No braço não dá para enfrentar os americanos, a solução é a tática de guerrilha na selva;

Prevendo essas ameaças, a Aeronáutica transformou a Base Aérea de Porto Velho na primeira unidade de ataque aéreo com helicópteros de última geração. Aqui estão estacionados os caças A 29 Super Tucano, outra arma importante para combates aéreos na região.

“As FARC estão ai”, disse um oficial do Exército ao repórter. “Cuidado com o que pode vir no rastro delas.”

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> Agora é a vez do Esquadrão Pacau vir para a Amazônia

Filmes para entender Rondônia – 4 – Oswaldo Cruz na Amazônia

No início do século 20, após a implantação das campanhas sanitárias no Rio de Janeiro, Oswaldo Cruz partiu para a Amazônia, em viagem de inspeção sanitária aos portos do Brasil.

Em 1910, realizou campanha contra a febre amarela em Belém do Pará e, em visita às obras de construção daa Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, estabeleceu umo de combate à malária na região. Quase um século depois, utilizando filmes, fotografias, caricaturas, cartas e relatórios do cientista, uma equipe de pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz refez seu percurso e gerou este documentário que resgata a memória e atualiza as principais questões de saúde por ele levantadas.

O documentário tem 55 minutos de duração com produção , pesquisa, roteiro e direção de Eduardo Vilela Thielen e Stella Oswaldo Cruz Penido, câmera de Luiz Carlos Bonella, edição de Joana Collier, consultoria de Eduardo Coutinho e narração de Paulo José. O ano de produção é 2002, e os contatos da Casa de Oswaldo Cruz são : fone (21) 3882 9039 e e:mail editora@fiocruz.br ou através do site www.fiocruz.br/editora

De quebra, você leva o filme “A revolta da vacina” , com esquetes teatrais e depoimentos de médicos, pesquisadores e historiadores sobre a história da varíola, da vacina e da revolta popular de 1904, ocorrida no Rio de Janeiro, abordando as questões sociais, políticas e culturais que envolveram a campanha de vacinação do governo de Rodrigues Alves , em plena República Velha.

Livros importantes para entender o Pará – Jornal Pessoal

Sempre comentei no site os livros importantes e os imprescindíveis para entender Rondônia. Desta vez, faço uma pequena lista de livros legais para compreender esta doida, devastada, amada e vilipendiada Amazônia. Todos estão no Jornal Pessoal, uma iniciativa do jornalista Lúcio Flávio Pinto, que publica desde 1987 uma edição quinzenal impressa. É uma proeza ! Diz o editorial do site : ” O Jornal Pessoal circula quinzenalmente, em Belém do Pará, desde a 1ª quinzena de setembro de 1987. Tornou-se a publicação alternativa de existência mais duradoura do país e a única em atividade. É jornal alternativo porque recusa publicidade. Sempre viveu exclusivamente da venda avulsa, sobretudo em bancas de revista e livrarias de Belém, cidade que está chegando a 1,5 milhão de habitantes e é a mais importante da Amazônia. É alternativo também por ser escrito por uma única pessoa, o jornalista Lúcio Flávio Pinto, nascido em 1949, na profissão desde 1966, com a ajuda do irmão, Luiz Pinto, nas ilustrações e edição. É alternativo também por ter optado pelo formato menor e mais pobre, justamente para não depender da receita da venda de anúncios, que costuma limitar a liberdade de expressão quando dependente de grandes anunciantes e dos governos. Graças a essas características, o Jornal Pessoal só tem uma limitação: a capacidade de se informar e de transmitir informações do seu redator solitário. Lúcio Flávio se tornou a principal referência sobre a Amazônia na imprensa brasileira. Ganhou prêmios nacionais e internacionais em função da seriedade e profundidade das suas análises sobre a região, que, hoje, é tema de abrangência universal. Durante 18 anos seguidos trabalhou em O Estado de S. Paulo. Passou por outras redações da grande imprensa e de alternativos antes de se dedicar ao seu jornal, em formato ofício, 12 páginas, sem cores e fotos. Certas informações e abordagens sobre a Amazônia só costumam aparecer no JP. Por isso, o jornal obteve reconhecimento internacional. Em compensação, é vítima de constante e dura perseguição. Lúcio já sofreu 33 processos na justiça do Pará e foi condenado quatro vezes. Seu crime: dizer a verdade. Na imensa e devastada a Amazônia, dizer a verdade é considerado crime, a ser punido e coibido.”

O link para o site é http://www.lucioflaviopinto.com.br

E a lista dos livros é esta :

Amazônia, o anteato da destruição Editora: Grafisa – Belém, 1977. 372 páginas (2ª edição, 1978).

Amazônia: no rastro do saque Editora: Hucitec – São Paulo, 1980. 219 páginas.

Carajás, o ataque ao coração da Amazônia Editora: Marco Zero – São Paulo, 1982. 112 páginas (2ª edição ampliada, 1982, 140 páginas).

Jari: toda a verdade sobre o projeto de Ludwig Editora: Marco Zero – São Paulo, 1984.

Amazônia, a fronteira do caos Edição do autor – Belém, 1991. 159 páginas.

Amazônia, o século perdido Edição Jornal Pessoal – Belém, 1992. 160 páginas.

Internacionalização da Amazônia Edição Jornal Pessoal – Belém, 2002. 57 páginas.

Hidrelétricas na Amazônia Edição Jornal Pessoal – Belém, 2002. 124 páginas.

CVRD: a sigla do enclave na Amazônia Editora: Cejup – Belém, 2003. 256 páginas.

Guerra amazônica Edição Jornal Pessoal – Belém, 2005. 300 páginas.

O jornalismo na linha de tiro Edição Jornal Pessoal – Belém, 2006. 530 páginas.

Contra o poder Edição Jornal Pessoal – Belém, 2007. 278 páginas.

Geopolítica – O Esquadrão Poti agora é aqui

Do mar para a selva. O Brasil agora tem um esquadrão de helicópteros de ataque de verdade. E ele fica aqui, em Porto Velho

Por Beto Bertagna
Quando o primeiro helicóptero de ataque AH2-Sabre saiu do solo da Base Aérea de Porto Velho neste sábado (17) marcou definitivamente a transição do pequeno povoado provinciano sem muita importância para o Brasil , surgido com a implantação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré no início do século XX, para um centro geopolítico estratégico no contexto nacional. Antes porém, o povoado que ganharia o nome de Porto Velho passou por diversos ciclos econômicos e de desenvolvimento, como os da borracha, do ouro, da mineração. De Território Federal do Guaporé em 1943 passou a Estado. Ganhou grandes empreendimentos , viu a agricultura florescer, a pecuária dar um salto gigantesco e as cidades crescerem e se multiplicarem.

A transferência do Esquadrão Poti, antes sediado em Recife, para Porto Velho, com cerca de 200 homens no entanto é a prova mais irrefutável da importância estratégica que Porto Velho assumiu, pela sua localização , ao lado da Bolívia, perto de outras repúblicas que podem tomar rumos chavistas e , principalmente, a Venezuela. O que está em jogo nos próximos 50 anos é a chave deste intrincado jogo de xadrex.

Em agosto de 2009, cinco oficiais aviadores do Esquadrão Poti (2º/8º GAV) já haviam concluído o curso teórico da aeronave MI-35M (AH-02 Sabre), na Rússia, e iniciavam os preparativos para a instrução aérea.
Em dois meses e meio de aulas teóricas diárias, a equipe conheceu a aerodinâmica, a construção do helicóptero, o motor, o armamento, o emprego em combate e os instrumentos. O MI-35 é uma versão atualizada para exportação do MI-24 utilizado pelas Forças Aéreas, dentre outras, do Afeganistão, Argélia, Angola, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Brasil (Mi-35) , Bulgária, Cazaquistão, Coréia do Norte, Croácia, Cuba, Eslováquia, Estados Unidos, Georgia, Hungria, Índia, Indonésia, Líbia, Peru, Polônia, , República Tcheca, Rússia, Sérvia, , Síria, Ucrânia, Uzbequistão e Vietnã.

Combate ao narcotráfico ? Soberania nacional ? Água ?(Já se sabia do aquifero Guarani e,agora,  pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentaram um estudo, na sexta-feira (16), apontando o Aquífero Alter do Chão como o de maior volume de água potável do mundo) Petróleo ? Reservas naturais ? Ou tudo isto junto , somado a um esforço gigantesco das Forças Armadas para proteger a Amazônia Brasileira dos olhos cobiçosos de super-potências.

Porto Velho transformou-se numa das mais poderosas Bases Aéreas do Brasil. Já possuía o mais moderno simulador de vôo dos T-29 Super Tucano(EMB-314), com tecnologia brasileira e israelense que a transformara em centro de excelência de treinamento de pilotos para aquele equipamento. Além disso , seu poderio bélico tem os Super Tucano T-29, uma aeronave considerada robusta, barata, de operação simples, fácil manutenção e muito funcional. Como armamento utiliza duas metralhadoras .50”, uma em cada asa, e possui 5 pontos duros (dois em cada asa e um sob a fuselagem) para instalação de pylons para armamento, tanques de combustível ou módulos adicionais; a capacidade de carga externa é de 1.500kg. Utiliza mísseis AA (Piranha), mísseis antitanque, bombas de queda livre e foguetes.

Super Tucano T29, da Embraer. Um sucesso operacional e comercial

Ao montar e operacionalizar os primeiros helicópteros de ataque de sua frota, três helicópteros russos MI-35 recebidos no dia 16 de dezembro de 2009, transportados pelo Antonov 124, um dos maiores cargueiros do mundo o seu status subiu mais alguns degraus em importância.

O poder de fogo do AH2 inclue um canhão de dois canos GSh-23L em calibre 23 mm ou uma metralhadora Yakushev Borzov YAK-B 12,7 mm com 4 canos rotativo, 16 mísseis AT-6 Spiral ou AT-9 Spiral 2 (Ataka) antitanque, 2 casulos com 20 foguetes de 80 mm ou casulos UB-32 de 32 foguetes de 50 mm, casulos lançadores de granadas. Ele tem capacidade para transportar 8 homens na sua cabine.
Coincidentemente os MI-35 são os mesmos usados pela Força Aérea Venezuelana e rebatizados no Brasil de AH-2 Sabre, de um total de 12 previstos para chegar até 2012. A FAB , no entanto, exigiu a troca de alguns equipamentos aviônicos por outros produzidos em Israel, possivelmente da Elbit System Ltd, semelhantes aos que equipam os Tucanos T-29 da Embraer.
O custo total da operação chega a aproximadamente 400 milhões de dólares, e inclui os armamentos e peças de reposição por pelo menos 5 anos.

Mas, como compensação comercial (off-set), os russos investirão metade do valor da compra na instalação de ferramentas, bancadas e treinamentos para manutenção, que será feita majoritariamente no Brasil, e treinamento de pilotos e mecânicos, além de um simulador de voo.

O valor dessa compensação, no entanto, quando multiplicado por pesos aplicados de acordo com a relevância de cada tecnologia transferida, sobe para mais de 100% do valor da compra, segundo parâmetros da FAB, devendo chegar a 160%.

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, comemorou a incorporação do novo equipamento ao seu arsenal. “É uma plataforma guerreira, com capacidade furtiva, armamento de alta precisão e letalidade.”

Segundo Saito, as aeronaves estão preparadas para missões de superioridade aérea (domínio aéreo da área de conflito) e de interdição, tanto diurnas quanto noturnas.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a aquisição seguiu os preceitos da Estratégia Nacional de Defesa, ao prever a capacitação nacional na manutenção dos equipamentos, embora a quantidade comprada tenha sido pequena para a negociação de fabricação local.

“Os nossos pilotos, engenheiros e mecânicos já estão e continuarão treinamento de últimas técnicas de empregos. É uma quebra de paradigma. Somos internalizadores de tecnologia, conhecimento e treinamento para o desenvolvimento nacional”, afirmou Jobim, ao lado do embaixador da Rússia no Brasil Vladimir L. Tyurdenev.

Com o parque de manutenção instalado, o governo poderá repassar o conhecimento a empresas privadas que possam ampliar a clientela, cuidando inclusive da manutenção de aeronaves de outros países da América do Sul – como Peru, Colômbia, e Venezuela – e da África.

Na cerimônia de batismo, em vez de champanhe, foi utilizado um cálice de cachaça Faysca, lançada pelo ministro Jobim na fuselagem da aeronave.
“-Agora és brasileiro e estás na Amazônia” disse Jobim. “Não venha ninguém dizer como o Brasil deve tratar a Amazônia. Nós protegeremos a Amazônia para nós e para o mundo, e que o mundo saiba disso.”

Foi uma homenagem à própria FAB, pois a bebida é produzida na fazenda da FAB em Pirassununga (SP), onde são produzidos alimentos consumidos pelos alunos da academia da Força Aérea, inclusive industrializados (queijos, iogurtes, embutidos, etc.). A Faysca é muito usada como brinde, em encontros oficiais com forças de outros países.

O ESQUADRÃO POTI

Sediado na Base Aérea de Recife, Pernambuco, o Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2º/8º Gav), conhecido como Esquadrão Poti, tem suas origens no Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM) no Primeiro Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (1º/5º GAv), na então Base Aérea de Natal.

Inicialmente equipado com aeronaves North American T-6D/G Texan, Neiva L-42 Regente e helicópteros Bell OH-4 Jet Ranger, estes depois substituídos ao final de 1974 pelos Bell UH-1H Iroquois, teve também em sua dotação aeronaves Neiva T-25 Universal e Embraer U-7 Seneca.

A denominação Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2º/8º GAv) foi implantada através da Portaria nº R-239/GM3, de 09 de setembro de 1980.

Subordinado à Segunda Força Aérea (II FAe), o Esquadrão Poti opera atualmente as aeronaves Helibras H-50 Esquilo, montados no Brasil sob licença da Eurocopter, podendo ser armados com pods para lançadores de foguetes SBAT 70/7 de 70 mm e metralhadoras MAG calibre 7,62 mm ou FN Herstal calibre 12,7 mm.
A sua principal missão é formar e treinar pilotos e tripulantes de helicópteros em diversas missões, mantendo o preparo técnico-profissional de suas equipagens, permitindo o cumprimento de missões na Tarefa Operacional de Superioridade Aérea: Interceptação, Ataque, Escolta, PAC (Patrulha Aérea de Combate) e demais missões da Tarefa Operacional de Apoio ao Combate.

Em um plano secundário, executar as chamadas Operações Especiais: infiltração e exfiltração de tropas (utilizando as técnicas de Rapel, Pouso de Assalto e McGuire), Busca e Salvamento (SAR) e Busca e Salvamento em Combate (C-SAR) tanto na selva como no mar, evacuação aeromédica, entre outras.

No caso da aquisição dos AH-02 nem tudo são flores. A Rússia é muito criticada pelo seu atendimento “pós-venda” o que forçará a necessidade de uma rápida absorção da indústria nacional e na transferência de sua tecnologia para manter as super-máquinas no ar por bastante tempo.

A transferência do Esquadrão Poti para Porto Velho expôs também o desinteresse de parte da mídia local por um assunto de importância estratégica extrema. A maioria dos sites se limitou aos releases enviados pela assessoria da BAPV , reproduzindo as notícias em meio às tradicionais fofocas e fuxicos paroquiais.

Quem pousar hoje no aeroporto dos Guararapes , Base Aérea do Recife, no entanto, poderá observar o hangar do Esquadrão Poti às moscas. A sua nobre missão agora está nestas paragens do poente.

Leia Também : Com atraso, Rússia entrega em Porto Velho o simulador do helicóptero de ataque MI-35m

Filmes para entender Rondônia – 3 – Nas cinzas da floresta

foto: Adrian Cowel

A partir da construção da BR 364 em Rondônia e estradas vicinais que a ligavam, este filme de Adrian Cowel (já falecido) e Vicente Rios traça um panorama abrangente, apresentado pelo ambientalista gaúcho José Lutzemberger (já falecido) , de como a política do governo brasileiro para a ocupação da Amazônia na década de 80 levou à degradação de enormes áreas de floresta neste Estado.

” Nas Cinzas na floresta” tem 52 minutos , foi produzido em 16 mm no ano de 1990.