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Fora russos ! O fim do Esquadrão Poti. Soberania aérea sobre a Amazônia vai para o espaço

O AH2 Sabre , batismo da FAB para o russo MI 35

A Força Aérea Brasileira (FAB) vai desativar seus 12 helicópteros de ataque AH-2 Sabre, nome dado ao modelo Mi-35, fornecidos pela empresa russa Mil a partir de 2010 e operados pelo 2º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação, o Esquadrão Poti, cuja unidade tem como sede a Base Aérea de Porto Velho (Ala 6).

O modelo entrou numa negociação do governo no auge dos BRICS, que envolveu também o fim do banimento de compra de carne brasileira pela Rússia.

Um documento interno da Aeronáutica publicado no começo de fevereiro ( quinta-feira /10) estabelece que as aeronaves serão retiradas de operação a partir do dia 1º de março num processo gradativo previsto para ser encerrado no dia 31 de dezembro.

As primeiras aeronaves a serem descarregadas do inventário da FAB pertencem ao 1º lote, com matrículas FAB 8950, 51 e 52. Estas foram entregues em dezembro de 2009, sendo oficialmente incorporadas em 17 de abril de 2010. O segundo lote foi entregue em outubro de 2010 e o terceiro em agosto de 2012. Contudo, houve um atraso na entrega do último lote, que só chegou em 26/11/2014. Todos foram trazidos a bordo de aeronaves Antonov An-124 ( o segundo maior avião do mundo) da Volga-Dnepr.

É o único helicóptero puramente de ataque do país ( e talvez o último ! ), sendo usado em missões de suporte aéreo, busca e resgate, interceptação de aeronaves ilícitas, patrulha de fronteiras, dentre outras.

Com atuação aprovada em conflitos como no Afeganistão e Síria, o MI 35 é reconhecido por sua robustez (sua blindagem pode resistir disparos de calibre 20mm) e desenho agressivo, o AH-2 Sabre é equipado com um canhão GSh-23L de cano duplo, calibre 23mm, montado em uma torre móvel na seção frontal, e pode usar 40 foguetes S-8 de 80mm ou 16 mísseis antitanque 9M120 Ataka.

Outra característica incomum é que a aeronave pode transportar ainda 8 soldados, além do comandante e do artilheiro.

O custo do lote de 12 helicópteros em 2008 foi de US$ 386 milhões. Os helicópteros tem baixo número de horas de vôo e teoricamente teriam uma vida útil superior a 20 anos. A FAB não se pronuncia sobre o destino das aeronaves. Um oficial, sob anonimato, aventou a possibilidade de eles serem vendidos para a Líbia.

Tampouco se sabe sobre o destino do mi Esquadrão Poti, que poderia ser finalmente extinto, depois de ser transferido de Recife/ PE.

A razão para o descomissionamento dos AH 2 Sabre seria o alto custo de manutenção e a dificuldade em obter peças de reposição.

O que intriga é o fato do Esquadrão representar uma verdadeira força de supremacia aérea sobre a Amazônia e como proteção de duas infra estruturas importantes , as hidrelétricas da região, Santo Antônio e Jirau, além da proximidade com Bolívia e Peru. Ou seja, ficamos vulneráveis. Ao lado, também tem a Venezuela com os SU 35 Flanker, que teoricamente obteriam superioridade aérea na região enquanto os Gripen 39 comprados na Suécia pelo governo Dilma não chegam.

Vale lembrar que o Esquadrão Pacau, sediado em Manaus, com alguns F5-EM modernizados, foi desativado em dezembro de 2021.

Outra fonte, do Exército, mencionou que eles poderiam muito bem ser incorporados aquela arma, pois faz anos que o Exercito sonha em ter um helicóptero de ataque em suas fileiras.

Veja também : O Esquadrão Poti é aqui

Moto-aventura : Do Atlântico ao Oceano Pacífico, as lições do Atacama e Machu Picchu

Ninguém vai roubar minha cabeça agora que eu estou na estrada novamente
Oh, eu estou no céu de novo, eu tenho de tudo
(Deep Purple, em Highway Star)

Galleta Pabellón de Pica/Ruta 1/Chile

Aqui…

Talvez os momentos mais difíceis de uma grande viagem de moto são os dias e as horas que antecedem a largada. Não tem jeito ! Bate aquela ansiedade, um pouco de aflição, os pensamentos vão e vem atordoando a nossa mente. Dará tudo certo desta vez ? Depois dos primeiros quilômetros, o vento batendo no corpo tudo parece ficar mais fácil. Como diria Chico Science : Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar… Esta moto-aventura começa novamente em Porto Alegre/RS mas tem o destino final em outro Porto, o Velho, em Rondônia. Começa exatamente na Toca da Coruja, na Cidade Baixa , em Porto Alegre, onde nos empolgamos tanto com a cerveja extra-viva que acabamos perdendo a máquina Sony que iria documentar a viagem no outro dia. Paciência, mas viagem assim não dá prá tirar foto toda hora mesmo e o jeito é ir de celular. Lá vamos nós !

Dia 1 – Porto Alegre / São Miguel das Missões via BR 386/BR 285 – 500 km

Clique nos mapas para ampliar ou clique com o botão direito do mouse e use a opção “Abrir link em nova janela”

A idéia é entrar na Argentina por Porto Xavier, passando assim por São Miguel das Missões,  Patrimônio Cultural da Humanidade,  no RS.  São 500 quilômetros da capital, e cruzamos com vários grupos de motos fazendo o mesmo trajeto, indo ou voltando. Tivemos pouquissimo tempo em POA  para preparação da moto, na verdade poucas horas para ajeitar as coisas nos alforges e no bauleto. Foi ligar e pegar a estrada, numa manhã ensolarada de primavera. Neste primeiro trecho a fonte de alimentação do GPS Nuwi 255w, que tava ligada numa Gambitech improvisada de 12 volts, já apresentou problema. Na verdade é a primeira vez que viajo de moto com GPS (nunca mais sem a partir de agora, o ganho de tempo no cruzamento das cidades já compensa tudo !). Carreguei à noite e no outro dia só ligava quando tinha necessidade para poupar a bateria. Mas o primeiro dia foi bom, uma tocada boa, depois ainda pegamos a inauguração de um restaurante em São Miguel das Missões, com bom atendimento e música gaúcha de primera, tchê ! Caiu um temporal tão forte que acabou com nossa pretensão de assistir ao famoso espetáculo de Luz e Som das Missões. Mas o lugar é fascinante, visita obrigatória para conhecer a nossa história.

Rota das missões

Dia 2 – São Miguel das Missões/Porto Xavier/RS BR 285 e RS 168 125 km /balsa sobre rio Uruguai/San Javier / Ituzaingó (Corrientes/Argentina) RP 2/RP 10/RN 14/RN 120  210 km Total : 335 km Em Porto Xavier, por um erro de planejamento meu, perdemos a balsa que faz a travessia do rio Uruguai. Era um sábado. E tivemos que esperar até às 16:30 parados. Aproveitamos para trocar o mapa do GPS pelo ProyectoMapear com mapas da Argentina e Chile. Como o banco Erê que eu havia comprado não encaixou direito , por questão de segurança o deixei de lado. Assim, compramos um pelego para amenizar a dureza do banco da XT 660, um acessório que pode parecer estranho mas que é show de bola , em praticidade e conforto. Feito os câmbios, trâmites normais de entrada na Argentina, agora é pegar estrada ! Conseguimos neste dia chegar em Ituzaingó.

Primeira dica : O veículo tem que estar no seu nome, ou se estiver alienado, com uma carta da financeira liberando a saída do Brasil com firma reconhecida em cartório. 

Em nenhum dos países do Mercosul é necessário a PID (Permissão Internacional para Dirigir) mas vale a pena fazer e levar, é baratinho, cerca de 50 reais no Detran mais próximo de você.

Um detalhe que muita gente desconhece, é que a PID tem que ser emitida no DETRAN de origem da CNH. Ou seja , se sua CNH é do Rio Grande do Sul, por exemplo, a PID tem que ser emitida no RS.

Um pelego prá amenizar os mais de 7.000 km

Dia 3 – Ituzaingó a Salta RN 16 1.060 km

Este é um trecho brabeira. Cruza o Chaco, você possívelmente será explorado pela Polícia em Corrientes e em Resistência (lembra aquela cidade do jogo que não teve Brasil X Argentina ?). Pois é lá.

Nas duas tem uma avenida marginal, e prá evitar o tal achaque, se vc está de moto trafegue por elas. Há uma placa minúscula no acesso à ponte avisando que motos tem que ir pela avenida paralela (colectora) e somente entrar na ponte no final da avenida, bem onde tem um posto da polícia que vai tentar te explorar. É incrível ! Como você não conhece bem o lugar , vai tentando achar a entrada da tal via Colectora e …pimba, cai na mão do guarda.  Ele tentou aplicar o tal “Pago Voluntário” que daria um desconto de 50 % na multa, e coisa e tal… mas fiquei com cara de paisagem e pedi que ele multasse. Ele olhou os documentos, olhou a placa, disse que então teria que pagar no Banco de La Nacion, eu insisti que multasse, conversou com o outro guarda e disse que então eu pagaria a multa na saída da Argentina , na Aduana. Pura conversa ! É um teatrinho prá lá de ridículo. Acho até que meu manjado adesivo “Prensa Latina” ajudou em alguma coisa, afinal nestas horas você combate com o que tem na mão. Pedi um recibo da tal multa e ele só confirmou que eu pagaria na saída, na aduana entre Argentina e Chile. Quá ! Agora, não vá fazer isto à noite ou em local isolado porque o bicho pode pegar.  Era meio-dia, sol a pino, e só cai nesta porque segui outras motos menores que estavam circulando.Imaginei, se eles podem, eu também posso. Seletivamente, o guarda só encrencou comigo.

Na saída de Resistência, pelo mapa do Projecto Mapear você vai parar num beco cheio de cães modorrentos, cansados de ver grandes motos passarem perdidas. Não se acanhe ! É por ali mesmo, acaba dando certo . Só não tente fazer isto à noite. Não sei se foi um erro de quem colaborou com o Projecto ou foi sacanagem mesmo.

Passando Corrientes e Resistência, siga até Pampa del Infierno, que justifica muito bem o seu nome. Faz um calor danado e é muito úmido, mas nada que assuste quem mora na Amazônia como nós. Nas imensas retas , bandos de aves no asfalto que revoavam a cada buzinada.

Salta é uma cidade deslumbrante, não é a toa que seu apelido é “La Linda”. Cheia de monumentos, igrejas, pontos históricos. Meio clichê, mas imperdível o passeio no Complejo Teleférico Salta, que sobe o cerro San Bernardo.  Dá prá tomar uma Quilmes bem gelada lá em cima, observando a beleza da cidade encravada no vale.

Dia 4 – Salta

Segunda Dica : Compre adaptadores de tomada para carregar celular, Gps, iPad. Na Argentina é de um jeito ( tipo Australiano) , no Chile de outro (tipo Europeu) e no Peru, diferentemente se encontra o tipo Europeu e o tipo Americano. Prá completar, agora no Brasil também temos esta encrenca !

foto : mochileiros.com

Dia 5- Salta a Purmamarca via San Salvador de Jujuy (El Carmen)  RN 9 160 km Estrada estreita linda

Reparem na proporção como a estrada é estreita !

A estrada só aceita um carro por vez, tem que diminuir a velocidade cada vez que há um cruzamento. Caminhão aqui nem pensar !

A chegada em Purmamarca é fantástica. Vale uma foto com o Cerro de Las 7 Colores ao fundo.

Cardápio do dia !

 Terceira Dica : Leve um iPad ou um Netbook . O Netbook (ou um tablet Samsung) tem a vantagem da entrada USB e de ler páginas em Flash(coisa irritante no iPad..) Isto lhe dá uma boa independência na hora de precisar de Internet.

Dia 6- Purmamarca/AR a San Pedro de Atacama/Ch

O único posto de gasolina até o posto YPF em Paso de Jama(4.320 m.s.n.m), na fronteira Argentina/Chile é em Susques. Você precisa abastecer antes em Pastos Chicos (Susques) . O posto fronteiriço argentino Paso de Jama é novo (2012) e confortável. Lá há um  YPF com internet , café quente e até uma pousada se precisar pernoitar lá , devido à uma ventania com areia forte demais por exemplo. (Encha o tanque, você fará a entrada no Chile cerca de 170 km depois, em SPA)

O frio do deserto

No final de uma grande reta você começa a ter a incrível visão do Salar Grande. A princípio não dá prá entender bem o que é, aquela mancha branca no final do asfalto, parecendo neve. Quando você se aproxima é que tem a exata noção da imensidão que é o salar.

O sal do deserto

Logo após o Paso de Jama tem a fronteira com o Chile. Daí a SPA são mais 160 km. A Aduana chilena fica na entrada de San Pedro. Você rodará estes 160 km de deserto após dar saída da Argentina e antes de dar entrada no Chile, ou seja , no vazio , se é que me entendem ! Mas tudo é muito bonito, a subida ao altiplano, as multicoloridas paisagens de Purmamarca, o Licancabur soberano sobre a paisagem nevada, a fronteira com a Bolívia.

A reta final de descida até San Pedro de Atacama é incrível, são muitos quilômetros numa pista íngreme, que vai dos 4.750 metros aos 2.300 de Atacama em menos de meia hora. Ao lado da pista se vê várias saídas de emergência para caminhões que perdem os freios.

E se tem um conselho que é útil no Chile é o seguinte : respeite a velocidade máxima porque os Carabineros do Chile não perdoam, estão em toda parte, até no deserto tinha uma viatura com radar !

San Pedro de Atacama era um local de parada dos colonizadores espanhóis em sua saga de conquista. O pequeno povoado se formou a partir da Igreja de San Pedro, construída em meados do século 18. O pequeno povoado tem cerca de 2.500 habitantes e muitos, mas muitos “perros” que vão “adorar” ver você montado numa moto em baixa velocidade ! Além de simplesmente bater perna pela Calle Caracoles, a rua principal do povoado, vale fazer todos os passeios anunciados por diversas agências : Laguna Cejar , onde a salinidade é tão grande que você entra na água e não afunda, Valle de la Muerte, Cordillera de la Sal, Laguna Chaxa, Lagunas Miscanti e Miñiques, Geisers del Tatio, Camino del Inca, Toconao ,Tulor e Pucará de Quitor .

Quarta Dica : Se pensa em armazenar gasolina para levar compre um galão adequado. Na Argentina e no Chile eles não vão te vender em garrafa pet.

Dia 7- SPA Era muito cedo e fazia muito frio quando levantamos para que a van nos pegasse na pousada para o passeio até os Gëiseres El Tátio, a  4320 m de altitude, 90 quilômetros ao norte de San Pedro de Atacama, As grandes colunas de vapor saem para a superfície através de fissuras na crosta terrestre, alcançando a temperatura de 85°C e 10 metros de altura. Os gêiseres de Tatio são formados quando rios gelados subterrâneos entram em contato com rochas quentes.

“O pensamento parece uma coisa à toa, mas cumé que a gente voa, quando começa a pensar…”

Pausa para uma empanada de queijo de cabra em Machuca, caminho entre os Geisers e SPA.  Se preferir, tem espetinho de lhama…

Um passeio de moto ao final da tarde pelo Vale de La Luna é tudo de bom !

O melhor e mais barato buteco de SPA : não me pergunte o nome !

Pousada em SPA : preparando para mais uma jornada

Dia 8 – San Pedro de Atacama / Tocopilla (Ruta 23 e 24 – 270 km) / Iquique (Ruta 1 – 230 km) Total : 500

O verdadeiro oásis no meio do deserto. Ao fundo, o Licancabur

Na saída de SPA para Calama, em direção a Tocopilla (Oceano Pacífico) mais deserto, pequenas serras, retões intermináveis e pouco movimento. Calama é uma cidade média, tem aeroporto que opera jatos e postos de gasolina à vontade.

Quinta Dica : Leve mais de um cartão de crédito, porque se um der pau…Não esqueça de avisar o gerente que você vai viajar e diga os países para ele liberar o uso.  Uma boa também é levar um cartão pré-carregado tipo Visa Travel Money em dólares. Só que agora vc paga os mesmos 6,38 % dos demais cartões internacionais . Isto acaba “furando” esta minha 5ª dica. Daí no caso é melhor dinheiro em espécie mesmo. Só cuidado com notas muito estragadas, principalmente no Peru.

E agora, para onde ir?

No Chile a parte mais cara da viagem

Pacíficooo !!!

Iquique, vista de um morro onde é praticado vôo livre.

Companheiro Pasin e Rubia Luz ! Desculpe, acabei não te avisando e furei o encontro. Lembrei de vocês quando “iniciei os trabalhos”. Tenham toda a sorte do mundo nos novos projetos !

O navio-museu Esmeralda,  parte importante da história de Iquique e do Chile

Iquique tem uma vida noturna agitada e a Zofri Mall, um grande shopping center zona franca, com preços atrativos e uma infinidade de bons produtos e bugigangas.

Praça de Iquique : “furei” com o amigo Pasin aquela cerveja gelada..

Dia 9- Iquique a Arica (Ruta 5 -311 km)

Na saída para a ruta 5, no sentido contrário à Arica (ou seja, Antofagasta) há postos de gasolina em Pozo Almonte, que fica a aproximadamente a 5 km da entrada para Alto Hosício/Iquique. Para quem roda de XT 660 é a única alternativa saindo de Iquique, porque depois só Arica (300 km).Você roda  52 km desde Iquique, abastece e então , tirando os 5 km até o trevo de entrada, dá prá rodar até Arica.

Selfie à 120 km por hora no deserto

Dia 10 – Arica(Ch) a Tacna(PE) cerca de 50 km.

Tacna é uma cidade muito simpática e limpa. Tem cerca de 260 mil habitantes e é bastante arborizada. O clima é muito seco.

Depois de muito chão começam a surgir os vales verdejantes

Sexta Dica : Se for o caso, consiga a Carteira Mundial de Estudante no site http://www.carteiradoestudante.com.br . Ela custa R$ 40,00 , vale até o final do mês de  março do ano seguinte e em muitos locais legais de visitar você terá 50 % de desconto, o que por si só já paga a carteira.

A ferrovia Tacna-Arica é uma ferrovia histórica e foi construída em 1856 pela empresa The Arica & Tacna Railway Co. Na estação de Tacna, acima, existe o Museu da Ferrovia, onde se encontram fotografias e relatos de época.

Como é sempre legal misturar literatura, vale a pena ler A Senhorita de Tacna, de Mario Vargas Llosa

Dia 11 – Tacna a Puno ( Ruta 36) 320 km

Lá vamos nós cruzar a Cordilheira dos Andes novamente, coisa difícil de explicar, de descrever, é uma sensação que se tem que viver pessoalmente. Dia de susto, porque acabou a bateria do GPS e , num movimento brusco, arranquei o plugue do carregador USB. Pronto ! Perdido no meio dos Andes. E prá piorar, tinha uma estrada antiga para Puno, e uma saída para Desaguadero. Mas o que eu queria era a estrada nova para Puno ! Sem placas, sem GPS, vi uma indicação para Puno e entrei. Dei de cara com rípio e parei na primeira casa que vi, cercada de cachorros. Lá um bondoso camponês me explicou que era a antiga estrada para Puno, que era só seguir o asfalto que eu veria alguns quilômetros na frente a ubicación para Puno e Desaguadero. Deu certo, cheguei em Puno já a noitinha. Puno tem um trânsito caótico e foi complicado achar a pousada que eu tinha reservado pela Internet. Mas tudo acaba sempre dando certo !

Frio também dá sede !

Dia 12 – Puno

Passeio obrigatório a Ilha de Urcos. Sem mais delongas.

Puno vista da Ilhas de Urcos

Mercado Popular

Igreja Matriz

Tuk-tuk protegido do sol e da chuva

O melhor e mais honesto “classificados” do mundo

Rua central de Puno (Calçadão)

A foto não diz quase nada, mas trânsito pior que Puno só em Juliaca

Dia 13 – Puno a Ollantaytambo – Ruta 3S (via Juliaca/Pucará/Sicuani/Calca) 475 km

Manutenção básica

Em busca de novos caminhos …

Integração com a natureza

 

Motocando em Ollantaytambo

Dia 14 – Águas Calientes

Sétima Dica : Se você vai subir  o Huayna Picchu tem que reservar o ingresso com bastante antecedência. Os grupos são limitados em dois, um que sai às 7 hs da manhã com 200 pessoas e outro sobe às 10, com mais 200. O ticket para Machu Picchu e Huyana Picchu é específico.Faça a reserva no site oficial aqui http://www.machupicchu.gob.pe/  . Não esqueça de liberar as janelas pop-up do seu navegador. O site foi melhorado no dia 31 de janeiro de 2012, segundo um comunicado do Ministério da Cultura do Peru. Outra coisa: cara, subir o Huayna Picchu requer um mínimo de condição física e sistema cardio-respiratório em dia. Se você tem algum problema ou está muito fora de forma, não encare. É melhor consultar um médico antes. O preço do ingresso para Huayna Picchu/Machu Picchu é de 152 soles para cada adulto.Quem for estudante (com a carteira da ISIC) só pode comprar ingresso no  Escritório da Dirección Regional de Cultura – Cusco , Av. de la Cultura 238 (em frente ao estadio Universitario), Librería del Ministerio de Cultura (Casa Garcilaso) Condominio Huáscar Cusco – Perú, de segunda a sexta-feira das  8:00 as 16:00 horas ( é a avenida que dá prosseguimento à estrada logo que se chega a Cusco vindo de Puerto Maldonado) e no  Escritório do Centro Cultural de Machupicchu , em Aguas Calientes, já no povoado aos pés de Machu Picchu, de segunda a domingo, das 5:20 às 21 horas. (é pertinho da estação de trem ) Somente para Machu Picchu, o ingresso custa 128 soles e só podem entrar 2.500 pessoas por dia.  Depois de fazer a reserva, você tem duas horas para confirmar o pagamento senão a reserva cai. ( Se estiver já dentro do Peru e não conseguir via On Line, vale a pena enfrentar uma “cola” (fila) enorme no Banco de La Nación del Peru para pagar a confirmação da reserva. O horário de funcionamento dos bancos é das 8:00 às 17:30 hs. Em Iñapari, há uma agência na Plaza de Armas. Em Puerto Maldonado, o banco fica na Calle Daniel Alcides Carrión N° 241-243 – Distrito: Tambopata, telefone 082 571 210. Aos sábados , o banco abre das 9 da manhã às 13 hs. O cartão de crédito aceito no pagamento on-line tem que ter a facilidade “Certified by Visa”. Confira se o seu cartão tem essa facilidade, senão ele NÃO será aceito e vc terá que pagar numa agência do Banco de la Nación . Se estiver na época de alta temporada nem sonhe em deixar para fazer a reserva na última hora, Você não vai conseguir !

Não é preciso dizer nada…

O duo : Ai meu Machu Picchu, ninguém segura este meu delírio…

O uno: Valeu, Mestre Ismael !

Oitava Dica : Faça vacina uns 20 dias antes contra Febre Amarela e leve à Anvisa para receber o Certificado Internacional de Vacinação ( um amarelinho, com data e lote da vacina). Vai que no meio da viagem você resolve entrar na Bolívia, por exemplo.Veja este post com diversas dicas interessantes sobre Machu Picchu.

Dia 15 – Ollantaytambo / Mazuko ( Distrito de Inambari) Ruta Interoceânica Sur 450 km

O trecho entre Cusco e Iñapari da Carretera Interoceânica Sur : repare as distâncias da placa. Estrada !

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Pausa para colocar uma luva cirúrgica por baixo da outra que o frio pegou !

Dia 16 – Mazuko / Puerto Maldonado (170 km) / Iñapari (230) Assis Brasil / Brasiléia (Acre) 115 km Total: 515 km

Deu dó sair da aduana brasileira e depois de 50 metros cair numa cratera… Nosso país precisa investir muito ainda em infra-estrutura. Tem que estancar o gargalo da corrupção de alguma forma. O dinheiro que já foi destinado para as BR´s daria para deixá-las numa condição muito melhor do que a gente vê. Quando entrei no Brasil fiquei sem coragem de fazer sequer um trechinho à noite, coisa que fiz nos Andes no meio de chuva ainda, mas com sinalização e segurança.

Garantizada, la mejor !

Uma pequena visita em Cobija (Bolívia) só prá tomar umas Paceñas. Depois de um monte a confusão na conversão entre pesos argentinos, reales, soles, pesos chilenos. Mas eu tava com a camisa do Grêmio e o garçon era camarada e compreensivo. Deu tudo certo…

Serra de Santa Rosa, no Peru amazônico : lá vem curva !

Nona Dica : Nas cidades peruanas não se arrisque a transitar com seu carro ou moto. Pegue um táxi que é baratinho, e é preço fixo, coisa de 2,3 soles por passageiro em qualquer percurso. Cidades como Puno, Juliaca, Cusco tem um trânsito bem maluco.

O Brasil a menos de 150 km

Dia 17 – Brasiléia / Rio Branco / Vista Alegre do Abunã (RO) BR 317/BR 364 – 440 km

Saimos de Brasiléia cedinho para pegar um churrasco no almoço com a Vivica e a Dona Mariá. Dona Mariá não comeu mas conversou prá caramba ! Constatação : uma das melhores churrascarias gaúchas do Brasil fica no Acre !

Décima Dica : Pé na estrada, irmão !

Depois de milhares de quilômetros em boas estradas, o choque do retorno à realidade brasileira, a poucos metros da fronteira com o Peru

Abunã, Rondônia, Brasil

Dia 18 – Vista Alegre do Abunã/ Porto Velho (RO) BR 364 – 215 km

Atravessamos a balsa mais segura ( em termos de policiamento) do mundo ! Dois carros da PRF, dois da PM, um da PF … era uma escolta, pelo jeito. O que dói é o bolso : R$    4,00 para atravessar uma moto ! Carro pequeno : R$ 14,00

Tabela de preços da Balsa do Abunã/Rio Madeira/Rondônia

O pelego se integra à paisagem rondoniense

 

E quem quiser que conte outra…

Não me pediram em nenhum momento a Carta Verde, nem o SOAT no Peru (este eu confesso que não tinha, fui deixando prá frente, fui deixando e…ôpa, já sai do Peru ! Mas não deixe de ler sobre o SOAT no post Viagem pela Interoceânica).

Viagem nunca mais sem um bom GPS. Ele encurta DEMAIS o tempo de passagem entre as cidades, facilitando encontrar as entradas e saídas. Outra grande vantagem desta viagem foi o fato de só ter uma perna de ida, porque o retorno sempre é mais complicado e entediante.

Outro mito que precisa ser derrubado , é que dá prá ir com QUALQUER moto ou carro para o Atacama ou Machu Picchu. Neste trecho não tem rípio, na verdade eu detesto rípio. Até de bicicleta dá prá ir, respeitando sempre os limites da estrada , da lei e da natureza, além do próprio corpo é claro. A vantagem de ir numa big trail é poder se aventurar um pouco para fora da estrada, aliás, para isto é que ela foi feita !

Outra coisa : nesta perna, subindo a América, não paguei nenhum pedágio, pois cruzava sempre com o movimento contrário e em alguns países como o Peru e Argentina, moto não paga. As estradas são boas (o susto é quando vc volta para o Brasil !). E fazendo um bom planejamento não tem mais pane seca no deserto ( não é mesmo, Z ?). Tudo o que precisa é você estar bem consigo mesmo, de preferência com quem você ama, ter responsabilidade e respeitar os seus limites físicos e psicológicos, gostar do novo e ser aventureiro, porque sem isto vc não vai mesmo !

Todo o começo e final de viagem é parecido. A ansiedade, a vontade de ir para a estrada no início…. Depois os perrengues, o frio, a chuva…. A hora em que você pensa, ” o que eu tô fazendo aqui ?” . O que nos leva a ficar horas sob uma chuva forte, passando frio, carregando e descarregando alforges com roupa fedorenta, procurando o muquifo mais próximo e barato prá passar a noite ? Mas vai chegando perto de casa, o asfalto zunindo sob seus pés, e não tem jeito. O pensamento voa …. Qual será a próxima ?

Veja também :

Moto-aventura : Quase 10.000 km pela Patagônia

Viagem pela Interoceânica, até Machu Picchu. De moto, até de carro eu vou ! Incrível !

Sabe aquela expressão do “Oiapoque ao Chuí” ? esqueça

Cineamazônia 2020 será on line e gratuito

O Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, um dos mais tradicionais eventos de cinema da região Amazônica, realiza, de 01 a 05 de dezembro de 2020, a sua 17ª Edição, que, este ano, em função das medidas impostas pela pandemia, será totalmente online e com acesso gratuito aos filmes selecionados para as mostras e demais atividades.

Os filmes concorrem ao Troféu Mapinguari nas categorias curta e média metragem nos gêneros de animação, experimental, ficção e documentário, além do Prêmio Thiago de Mello: Júri Popular – Troféu Esperança, escolhido pelo público através de votação pela internet durante o festival além documentários de longa metragem que concorrem ao Prêmio Silvino Santos.

Na competição de curtas e médias, várias premiações recebem o Troféu Mapinguari, que além dos melhores em cada gênero, concorrem a prêmios de direção, fotografia e montagem, entre outros, e ao prêmio para a Melhor Produção Amazônica, um incentivo à produção audiovisual da região. A escolha dos filmes que concorrem na mostra competitiva é feita por um júri de profissionais que atuam no setor audiovisual e do meio ambiente. Toda a programação está sendo preparada para atender ao novo formato do Cineamazônia, exibido em plataforma pela internet, a exemplo de diversos outros festivais e atividades culturais durante este ano.

Em um ano marcado pela pandemia e o isolamento social, além da grave crise no setor cultural e na indústria de conteúdo nacional, que se arrasta desde o início de 2019, que fragilizou a produção audiovisual, represando recursos e sem uma clara definição de políticas públicas, o que afetou a realização da 17ª Edição na data inicialmente prevista. Estes fatores afetaram também a realização da 16ª Edição, prevista para agosto de 2018, executada apenas através da Itinerância no Vale do Guaporé em dezembro de 2018 e meados de 2019.

Para o diretor da Acapulco Filmes, produtora do Cineamazônia, o cineasta José Jurandir da Costa, o “Cineamazônia teve a sua primeira exibição em 2003, e nestes 16 anos sempre procuramos oferecer ao público muito mais que a simples exibição de filmes, mas também fazer com que o cinema e a temática ambiental fossem levadas e discutidas nas escolas, nas comunidades e se tornassem ferramentas de educação e conscientização, a exemplo das diversas oficinas que oferecemos”. O cineasta destaca ainda a importância do Cineamazônia para a região amazônica, pois “sempre lutamos para o crescimento da produção audiovisual da Amazônia e a integração latino americana e de países de língua portuguesa através do cinema”.

A produtora executiva do Cineamazônia, a Fernanda Kopanakis, é enfática ao afirmar que “mesmo sem patrocínio, vamos realizar a 17ª Edição, já que o Cineamazonia não para”, e lembra que “mesmo diante de todas as dificuldades pelas quais passa o setor cultural no país, e em especial o cinema, não poderíamos deixar de contemplar os produtores que se inscreveram em 2018 com os seus filmes, nem mesmo o público que sempre nos acompanhou nestes anos”.

Toda a programação com os filmes selecionado e atividades que acontecem na 17ª Edição do Cineamazônia – Festival de Cinema Ambiental, entre 01 à 05 de dezembro, que este ano tem como tema “A Natureza não pode sair de cena”, será em breve divulgada à imprensa e espectadores e que, segundo os seus realizadores, será um marco para a Amazônia e uma nova fase da produção audiovisual.

Geopolítica – O Esquadrão Poti agora é aqui

Do mar para a selva. O Brasil agora tem um esquadrão de helicópteros de ataque de verdade. E ele fica aqui, em Porto Velho

Por Beto Bertagna
Quando o primeiro helicóptero de ataque AH2-Sabre saiu do solo da Base Aérea de Porto Velho neste sábado (17) marcou definitivamente a transição do pequeno povoado provinciano sem muita importância para o Brasil , surgido com a implantação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré no início do século XX, para um centro geopolítico estratégico no contexto nacional. Antes porém, o povoado que ganharia o nome de Porto Velho passou por diversos ciclos econômicos e de desenvolvimento, como os da borracha, do ouro, da mineração. De Território Federal do Guaporé em 1943 passou a Estado. Ganhou grandes empreendimentos , viu a agricultura florescer, a pecuária dar um salto gigantesco e as cidades crescerem e se multiplicarem.

A transferência do Esquadrão Poti, antes sediado em Recife, para Porto Velho, com cerca de 200 homens no entanto é a prova mais irrefutável da importância estratégica que Porto Velho assumiu, pela sua localização , ao lado da Bolívia, perto de outras repúblicas que podem tomar rumos chavistas e , principalmente, a Venezuela. O que está em jogo nos próximos 50 anos é a chave deste intrincado jogo de xadrex.

Em agosto de 2009, cinco oficiais aviadores do Esquadrão Poti (2º/8º GAV) já haviam concluído o curso teórico da aeronave MI-35M (AH-02 Sabre), na Rússia, e iniciavam os preparativos para a instrução aérea.
Em dois meses e meio de aulas teóricas diárias, a equipe conheceu a aerodinâmica, a construção do helicóptero, o motor, o armamento, o emprego em combate e os instrumentos. O MI-35 é uma versão atualizada para exportação do MI-24 utilizado pelas Forças Aéreas, dentre outras, do Afeganistão, Argélia, Angola, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Brasil (Mi-35) , Bulgária, Cazaquistão, Coréia do Norte, Croácia, Cuba, Eslováquia, Estados Unidos, Georgia, Hungria, Índia, Indonésia, Líbia, Peru, Polônia, , República Tcheca, Rússia, Sérvia, , Síria, Ucrânia, Uzbequistão e Vietnã.

Combate ao narcotráfico ? Soberania nacional ? Água ?(Já se sabia do aquifero Guarani e,agora,  pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentaram um estudo, na sexta-feira (16), apontando o Aquífero Alter do Chão como o de maior volume de água potável do mundo) Petróleo ? Reservas naturais ? Ou tudo isto junto , somado a um esforço gigantesco das Forças Armadas para proteger a Amazônia Brasileira dos olhos cobiçosos de super-potências.

Porto Velho transformou-se numa das mais poderosas Bases Aéreas do Brasil. Já possuía o mais moderno simulador de vôo dos T-29 Super Tucano(EMB-314), com tecnologia brasileira e israelense que a transformara em centro de excelência de treinamento de pilotos para aquele equipamento. Além disso , seu poderio bélico tem os Super Tucano T-29, uma aeronave considerada robusta, barata, de operação simples, fácil manutenção e muito funcional. Como armamento utiliza duas metralhadoras .50”, uma em cada asa, e possui 5 pontos duros (dois em cada asa e um sob a fuselagem) para instalação de pylons para armamento, tanques de combustível ou módulos adicionais; a capacidade de carga externa é de 1.500kg. Utiliza mísseis AA (Piranha), mísseis antitanque, bombas de queda livre e foguetes.

Super Tucano T29, da Embraer. Um sucesso operacional e comercial

Ao montar e operacionalizar os primeiros helicópteros de ataque de sua frota, três helicópteros russos MI-35 recebidos no dia 16 de dezembro de 2009, transportados pelo Antonov 124, um dos maiores cargueiros do mundo o seu status subiu mais alguns degraus em importância.

O poder de fogo do AH2 inclue um canhão de dois canos GSh-23L em calibre 23 mm ou uma metralhadora Yakushev Borzov YAK-B 12,7 mm com 4 canos rotativo, 16 mísseis AT-6 Spiral ou AT-9 Spiral 2 (Ataka) antitanque, 2 casulos com 20 foguetes de 80 mm ou casulos UB-32 de 32 foguetes de 50 mm, casulos lançadores de granadas. Ele tem capacidade para transportar 8 homens na sua cabine.
Coincidentemente os MI-35 são os mesmos usados pela Força Aérea Venezuelana e rebatizados no Brasil de AH-2 Sabre, de um total de 12 previstos para chegar até 2012. A FAB , no entanto, exigiu a troca de alguns equipamentos aviônicos por outros produzidos em Israel, possivelmente da Elbit System Ltd, semelhantes aos que equipam os Tucanos T-29 da Embraer.
O custo total da operação chega a aproximadamente 400 milhões de dólares, e inclui os armamentos e peças de reposição por pelo menos 5 anos.

Mas, como compensação comercial (off-set), os russos investirão metade do valor da compra na instalação de ferramentas, bancadas e treinamentos para manutenção, que será feita majoritariamente no Brasil, e treinamento de pilotos e mecânicos, além de um simulador de voo.

O valor dessa compensação, no entanto, quando multiplicado por pesos aplicados de acordo com a relevância de cada tecnologia transferida, sobe para mais de 100% do valor da compra, segundo parâmetros da FAB, devendo chegar a 160%.

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, comemorou a incorporação do novo equipamento ao seu arsenal. “É uma plataforma guerreira, com capacidade furtiva, armamento de alta precisão e letalidade.”

Segundo Saito, as aeronaves estão preparadas para missões de superioridade aérea (domínio aéreo da área de conflito) e de interdição, tanto diurnas quanto noturnas.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a aquisição seguiu os preceitos da Estratégia Nacional de Defesa, ao prever a capacitação nacional na manutenção dos equipamentos, embora a quantidade comprada tenha sido pequena para a negociação de fabricação local.

“Os nossos pilotos, engenheiros e mecânicos já estão e continuarão treinamento de últimas técnicas de empregos. É uma quebra de paradigma. Somos internalizadores de tecnologia, conhecimento e treinamento para o desenvolvimento nacional”, afirmou Jobim, ao lado do embaixador da Rússia no Brasil Vladimir L. Tyurdenev.

Com o parque de manutenção instalado, o governo poderá repassar o conhecimento a empresas privadas que possam ampliar a clientela, cuidando inclusive da manutenção de aeronaves de outros países da América do Sul – como Peru, Colômbia, e Venezuela – e da África.

Na cerimônia de batismo, em vez de champanhe, foi utilizado um cálice de cachaça Faysca, lançada pelo ministro Jobim na fuselagem da aeronave.
“-Agora és brasileiro e estás na Amazônia” disse Jobim. “Não venha ninguém dizer como o Brasil deve tratar a Amazônia. Nós protegeremos a Amazônia para nós e para o mundo, e que o mundo saiba disso.”

Foi uma homenagem à própria FAB, pois a bebida é produzida na fazenda da FAB em Pirassununga (SP), onde são produzidos alimentos consumidos pelos alunos da academia da Força Aérea, inclusive industrializados (queijos, iogurtes, embutidos, etc.). A Faysca é muito usada como brinde, em encontros oficiais com forças de outros países.

O ESQUADRÃO POTI

Sediado na Base Aérea de Recife, Pernambuco, o Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2º/8º Gav), conhecido como Esquadrão Poti, tem suas origens no Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM) no Primeiro Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (1º/5º GAv), na então Base Aérea de Natal.

Inicialmente equipado com aeronaves North American T-6D/G Texan, Neiva L-42 Regente e helicópteros Bell OH-4 Jet Ranger, estes depois substituídos ao final de 1974 pelos Bell UH-1H Iroquois, teve também em sua dotação aeronaves Neiva T-25 Universal e Embraer U-7 Seneca.

A denominação Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2º/8º GAv) foi implantada através da Portaria nº R-239/GM3, de 09 de setembro de 1980.

Subordinado à Segunda Força Aérea (II FAe), o Esquadrão Poti opera atualmente as aeronaves Helibras H-50 Esquilo, montados no Brasil sob licença da Eurocopter, podendo ser armados com pods para lançadores de foguetes SBAT 70/7 de 70 mm e metralhadoras MAG calibre 7,62 mm ou FN Herstal calibre 12,7 mm.
A sua principal missão é formar e treinar pilotos e tripulantes de helicópteros em diversas missões, mantendo o preparo técnico-profissional de suas equipagens, permitindo o cumprimento de missões na Tarefa Operacional de Superioridade Aérea: Interceptação, Ataque, Escolta, PAC (Patrulha Aérea de Combate) e demais missões da Tarefa Operacional de Apoio ao Combate.

Em um plano secundário, executar as chamadas Operações Especiais: infiltração e exfiltração de tropas (utilizando as técnicas de Rapel, Pouso de Assalto e McGuire), Busca e Salvamento (SAR) e Busca e Salvamento em Combate (C-SAR) tanto na selva como no mar, evacuação aeromédica, entre outras.

No caso da aquisição dos AH-02 nem tudo são flores. A Rússia é muito criticada pelo seu atendimento “pós-venda” o que forçará a necessidade de uma rápida absorção da indústria nacional e na transferência de sua tecnologia para manter as super-máquinas no ar por bastante tempo.

A transferência do Esquadrão Poti para Porto Velho expôs também o desinteresse de parte da mídia local por um assunto de importância estratégica extrema. A maioria dos sites se limitou aos releases enviados pela assessoria da BAPV , reproduzindo as notícias em meio às tradicionais fofocas e fuxicos paroquiais.

Quem pousar hoje no aeroporto dos Guararapes , Base Aérea do Recife, no entanto, poderá observar o hangar do Esquadrão Poti às moscas. A sua nobre missão agora está nestas paragens do poente.

Leia Também : Com atraso, Rússia entrega em Porto Velho o simulador do helicóptero de ataque MI-35m

Com atraso, Rússia entrega em Porto Velho o simulador do helicóptero de ataque MI-35m

Nesta última quarta-feira (23) um avião cargueiro Ilyushen 76 pousou na Base Aérea de Porto Velho, capital de Rondônia, no noroeste do Brasil transportando o simulador de vôo dos helicópteros de ataque MI35-m (chamados pela FAB de AH2-Sabre) , uma das máquinas de guerra mais poderosas e eficientes do mundo na sua categoria e que equipam o Esquadrão Poti, ( 2º/8º GAV ) sediado em Porto Velho.

O Esquadrão Poti opera 12 helicópteros MI-35, recebidos a partir de 2009.  Além de comandantes de esquadrilha, que envolve 4 helicópteros, os pilotos sediados em Porto Velho realizaram em 2015 treinamentos para elevar o nível operacional para comandantes de esquadrão, envolvendo de 8 a 16 helicópteros, em ações de ataque, defesa, escolta, supressão da defesa aérea inimiga, varredura e apoio aéreo.

Cada AH-2 conta com um canhão de 23 mm capaz de disparar até três mil tiros em um minuto. Para se ter uma ideia, cada tiro de 23mm causa o mesmo impacto de quase 100 tiros de uma arma calibre 7,62mm, como os fuzis utilizados por tropas no solo.

Os mísseis embarcados são capazes de perfurar até 80 cm de aço de um sítio radar ou uma estrutura de comando e controle, por exemplo.

Com peso de 12 toneladas, os helicópteros têm blindagens em partes essenciais, como no tanque de combustível. A cabine dos pilotos, além de blindada, também é vedada para o caso de contaminação química ou biológica.

Leia também : Geopolítica – O Esquadrão Poti agora é aqui

fotos : 

A compra, formalizada em outubro de 2008, envolve um pacote formado por 12 helicópteros, mais armamentos e suprimentos para manutenção por cinco anos, ao custo de US$ 363,9 milhões.

Como compensação comercial, os russos investirão metade do valor da compra na instalação de ferramentas, bancadas e treinamentos parta manutenção, que será feita majoritariamente no Brasil, e treinamento de pilotos e mecânicos, além de um simulador de vôo.

O valor da compensação, quando multiplicado por pesos aplicados de acordo com a relevância de cada tecnologia transferida, sobe para mais de 100% do valor da compra, devendo chegar a 160%, segundo parâmetros da FAB.

Seguindo as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, de 2008, outro Esquadrão, o Zagal (5º/1º GCC), responsável por operar um radar de aproximação que atua na vigilância do espaço aéreo brasileiro, está em fase de conclusão da mudança de Fortaleza (CE) para a Base Aérea de Porto Velho (BAPV), em Rondônia. Definitivamente, a região amazônica é prioridade das Forças Armadas.

Geólogos classificam túneis de animais extintos na região amazônica como paleotocas

A paleotoca existe há pelo menos 10 mil anos e tem, no mínimo, 100 metros de extensão

A primeira toca de preguiças gigantes da região amazônica, extintas há milhares de anos na América do Sul, foi classificada no último mês por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil.

A caverna já era conhecida por moradores da região de Ponta do Abunã, em Rondônia, mas não havia sido classificada como paleotoca, ou seja, cavada por animais extintos.

A paleotoca existe há pelo menos 10 mil anos e tem, no mínimo, 100 metros de extensão. A toca tem marcas de garra que indicam que foi escavada por espécies de grande porte.

Serão feitos estudos complementares na região para buscar novas tocas, além de detalhar a paleotoca descoberta e determinar sua extensão total. Também serão feitas escavações de pequeno porte em busca de evidencias fósseis dos antigos moradores do local.

via Agência Brasil

Estréia “Jaci – Sete Pecados de Uma Obra Amazônica” : a conferir.

Assista ao trailler :

 

Paixões, revolta, mortes, ambição. O novo documentário da Repórter Brasil: Jaci – Sete Pecados de Uma Obra Amazônica revela as entranhas da construção de uma das maiores usinas do Brasil .O filme está na seleção oficial do festival “É Tudo Verdade”, um dos mais prestigiados do gênero e também deverá estar presente no Curta Amazônia e no Fest Cineamazônia, em Porto Velho.

Ao longo de quatro anos, os produtores seguiram as aventuras de trabalhadores que saíram de diversos estados para erguer a hidrelétrica de Jirau. Depoimentos de autoridades e especialistas, além das diversas pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela obra, ajudam a pintar um retrato em cores vivas dos impactos sociais, ambientais e trabalhistas da construção da usina que tem o terceiro maior potencial hidrelétrico do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Mais de 30 tipos de câmeras foram usadas no documentário, que conta com imagens internas que só os operários poderiam captar.

A direção é de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. A duração é 102 minutos.

Amazônia conectada

 

Foto: Divulgação/Amazônia Conectada/Exército Brasileiro

O plano é construir infovias de 7,8 mil km pelos rios Negro, Solimões, Purus e Juruá. O custo estimado é de R$ 1 bilhão e a previsão de conclusão é 2017. O objetivo é levar conexão para o interior do Amazonas. Hoje, a solução é o acesso via satélite – instável e caro. A tecnologia de fibra ótica permitirá conexões de até 100 Gigabit por segundo: capacidade usada para atender também o governo do Amazonas e órgãos como Receita Federal e Ibama.

O custo estimado é de R$ 1 bilhão e a previsão de conclusão é 2017. O objetivo é levar conexão para o interior do Amazonas. Hoje, a solução é o acesso via satélite – instável e caro. A tecnologia de fibra ótica permitirá conexões de até 100 Gigabit por segundo: capacidade usada para atender também o governo do Amazonas e órgãos como Receita Federal e Ibama.

Segundo a RNP, 94% das 7,5 milhões de pessoas que poderão ser atendidas pelo projeto são ribeirinhas.

Mais 3 helicópteros de ataque Mi-35 (AH 02 Sabre) vem reforçar o Esquadrão Poti

Neste fim de semana Porto Velho pode ter uma atração extra : é a chegada de mais 3 helicópteros russos de ataque Mi-35M / Sabre, do Esquadrão Poti, que virão transportados no Antonov An-225 Mriya ou no Antonov An-124 , possivelmente este último devido às características da pista do aeroporto e base aérea de Porto Velho. Qualquer que seja o avião escolhido, o seu pouso é um espetáculo . Se tratam do  1º e do 2º maiores aviões cargueiros do mundo, respectivamente. Vai render muitas selfies e coisas do gênero .  É só ficar esperando na Lauro Sodré.

Antonov An 124 / foto Wikipédia

As aquisições dos MI 35 e mais recentemente de 36 caças Gripen NG , da Suécia fazem parte de um plano de reestruturação da Defesa Brasileira, para assegurar sua soberania.

Na época da chegada dos primeiros “tanques voadores” (apelido do MI 35) um “repórte” sem noção de Porto Velho queria que uma destas máquinas de combate perseguisse um caminhãozinho baú roubado para a Bolívia.

PQP !

Leia também : Geopolítica : O Esquadrão Poti agora é aqui 

Ossos do ofídio

Segundo a página de Facebook do Antonio Roberto Santos Ferreira , a “criancinha” foi vista passeando na hidrelétrica do Rio Madeira. foto:reprodução/Facebook

Veja também > Motorista tenta desviar de cobra sucuri. Acidente mata 5, em Rondônia

Sucuri gigante é encontrada no rio Abunã, na fronteira de Rondônia com a Bolívia

Na fronteira de Rondônia com a Bolívia, imenso jacaré-açu assusta a população

Deu no tablóide britânico The Sun : anfíbio raro apelidade de “cobra-pênis” é descoberto no Rio Madeira, em Rondônia

Moto-aventura : Do Atlântico ao Oceano Pacífico, as lições do Atacama e Machu Picchu

Ninguém vai roubar minha cabeça agora que eu estou na estrada novamente
Oh, eu estou no céu de novo, eu tenho de tudo
(Deep Purple, em Highway Star)

Galleta Pabellón de Pica/Ruta 1/Chile

Aqui…

Talvez os momentos mais difíceis de uma grande viagem de moto são os dias e as horas que antecedem a largada. Não tem jeito ! Bate aquela ansiedade, um pouco de aflição, os pensamentos vão e vem atordoando a nossa mente. Dará tudo certo desta vez ? Depois dos primeiros quilômetros, o vento batendo no corpo tudo parece ficar mais fácil. Como diria Chico Science : Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar… Esta moto-aventura começa novamente em Porto Alegre/RS mas tem o destino final em outro Porto, o Velho, em Rondônia. Começa exatamente na Toca da Coruja, na Cidade Baixa , em Porto Alegre, onde nos empolgamos tanto com a cerveja extra-viva que acabamos perdendo a máquina Sony que iria documentar a viagem no outro dia. Paciência, mas viagem assim não dá prá tirar foto toda hora mesmo e o jeito é ir de celular. Lá vamos nós !

Dia 1 – Porto Alegre / São Miguel das Missões via BR 386/BR 285 – 500 km

Clique nos mapas para ampliar ou clique com o botão direito do mouse e use a opção “Abrir link em nova janela”

A idéia é entrar na Argentina por Porto Xavier, passando assim por São Miguel das Missões,  Patrimônio Cultural da Humanidade,  no RS.  São 500 quilômetros da capital, e cruzamos com vários grupos de motos fazendo o mesmo trajeto, indo ou voltando. Tivemos pouquissimo tempo em POA  para preparação da moto, na verdade poucas horas para ajeitar as coisas nos alforges e no bauleto. Foi ligar e pegar a estrada, numa manhã ensolarada de primavera. Neste primeiro trecho a fonte de alimentação do GPS Nuwi 255w, que tava ligada numa Gambitech improvisada de 12 volts, já apresentou problema. Na verdade é a primeira vez que viajo de moto com GPS (nunca mais sem a partir de agora, o ganho de tempo no cruzamento das cidades já compensa tudo !). Carreguei à noite e no outro dia só ligava quando tinha necessidade para poupar a bateria. Mas o primeiro dia foi bom, uma tocada boa, depois ainda pegamos a inauguração de um restaurante em São Miguel das Missões, com bom atendimento e música gaúcha de primera, tchê ! Caiu um temporal tão forte que acabou com nossa pretensão de assistir ao famoso espetáculo de Luz e Som das Missões. Mas o lugar é fascinante, visita obrigatória para conhecer a nossa história.

Rota das missões

Dia 2 – São Miguel das Missões/Porto Xavier/RS BR 285 e RS 168 125 km /balsa sobre rio Uruguai/San Javier / Ituzaingó (Corrientes/Argentina) RP 2/RP 10/RN 14/RN 120  210 km Total : 335 km Em Porto Xavier, por um erro de planejamento meu, perdemos a balsa que faz a travessia do rio Uruguai. Era um sábado. E tivemos que esperar até às 16:30 parados. Aproveitamos para trocar o mapa do GPS pelo ProyectoMapear com mapas da Argentina e Chile. Como o banco Erê que eu havia comprado não encaixou direito , por questão de segurança o deixei de lado. Assim, compramos um pelego para amenizar a dureza do banco da XT 660, um acessório que pode parecer estranho mas que é show de bola , em praticidade e conforto. Feito os câmbios, trâmites normais de entrada na Argentina, agora é pegar estrada ! Conseguimos neste dia chegar em Ituzaingó.

Primeira dica : O veículo tem que estar no seu nome, ou se estiver alienado, com uma carta da financeira liberando a saída do Brasil com firma reconhecida em cartório. 

Em nenhum dos países do Mercosul é necessário a PID (Permissão Internacional para Dirigir) mas vale a pena fazer e levar, é baratinho, cerca de 50 reais no Detran mais próximo de você.

Um detalhe que muita gente desconhece, é que a PID tem que ser emitida no DETRAN de origem da CNH. Ou seja , se sua CNH é do Rio Grande do Sul, por exemplo, a PID tem que ser emitida no RS.

Um pelego prá amenizar os mais de 7.000 km

Dia 3 – Ituzaingó a Salta RN 16 1.060 km

Este é um trecho brabeira. Cruza o Chaco, você possívelmente será explorado pela Polícia em Corrientes e em Resistência (lembra aquela cidade do jogo que não teve Brasil X Argentina ?). Pois é lá.

Nas duas tem uma avenida marginal, e prá evitar o tal achaque, se vc está de moto trafegue por elas. Há uma placa minúscula no acesso à ponte avisando que motos tem que ir pela avenida paralela (colectora) e somente entrar na ponte no final da avenida, bem onde tem um posto da polícia que vai tentar te explorar. É incrível ! Como você não conhece bem o lugar , vai tentando achar a entrada da tal via Colectora e …pimba, cai na mão do guarda.  Ele tentou aplicar o tal “Pago Voluntário” que daria um desconto de 50 % na multa, e coisa e tal… mas fiquei com cara de paisagem e pedi que ele multasse. Ele olhou os documentos, olhou a placa, disse que então teria que pagar no Banco de La Nacion, eu insisti que multasse, conversou com o outro guarda e disse que então eu pagaria a multa na saída da Argentina , na Aduana. Pura conversa ! É um teatrinho prá lá de ridículo. Acho até que meu manjado adesivo “Prensa Latina” ajudou em alguma coisa, afinal nestas horas você combate com o que tem na mão. Pedi um recibo da tal multa e ele só confirmou que eu pagaria na saída, na aduana entre Argentina e Chile. Quá ! Agora, não vá fazer isto à noite ou em local isolado porque o bicho pode pegar.  Era meio-dia, sol a pino, e só cai nesta porque segui outras motos menores que estavam circulando.Imaginei, se eles podem, eu também posso. Seletivamente, o guarda só encrencou comigo.

Na saída de Resistência, pelo mapa do Projecto Mapear você vai parar num beco cheio de cães modorrentos, cansados de ver grandes motos passarem perdidas. Não se acanhe ! É por ali mesmo, acaba dando certo . Só não tente fazer isto à noite. Não sei se foi um erro de quem colaborou com o Projecto ou foi sacanagem mesmo.

Passando Corrientes e Resistência, siga até Pampa del Infierno, que justifica muito bem o seu nome. Faz um calor danado e é muito úmido, mas nada que assuste quem mora na Amazônia como nós. Nas imensas retas , bandos de aves no asfalto que revoavam a cada buzinada.

Salta é uma cidade deslumbrante, não é a toa que seu apelido é “La Linda”. Cheia de monumentos, igrejas, pontos históricos. Meio clichê, mas imperdível o passeio no Complejo Teleférico Salta, que sobe o cerro San Bernardo.  Dá prá tomar uma Quilmes bem gelada lá em cima, observando a beleza da cidade encravada no vale.

Dia 4 – Salta

Segunda Dica : Compre adaptadores de tomada para carregar celular, Gps, iPad. Na Argentina é de um jeito ( tipo Australiano) , no Chile de outro (tipo Europeu) e no Peru, diferentemente se encontra o tipo Europeu e o tipo Americano. Prá completar, agora no Brasil também temos esta encrenca !

foto : mochileiros.com

Dia 5- Salta a Purmamarca via San Salvador de Jujuy (El Carmen)  RN 9 160 km Estrada estreita linda

Reparem na proporção como a estrada é estreita !

A estrada só aceita um carro por vez, tem que diminuir a velocidade cada vez que há um cruzamento. Caminhão aqui nem pensar !

A chegada em Purmamarca é fantástica. Vale uma foto com o Cerro de Las 7 Colores ao fundo.

Cardápio do dia !

 Terceira Dica : Leve um iPad ou um Netbook . O Netbook (ou um tablet Samsung) tem a vantagem da entrada USB e de ler páginas em Flash(coisa irritante no iPad..) Isto lhe dá uma boa independência na hora de precisar de Internet.

Dia 6- Purmamarca/AR a San Pedro de Atacama/Ch

O único posto de gasolina até o posto YPF em Paso de Jama(4.320 m.s.n.m), na fronteira Argentina/Chile é em Susques. Você precisa abastecer antes em Pastos Chicos (Susques) . O posto fronteiriço argentino Paso de Jama é novo (2012) e confortável. Lá há um  YPF com internet , café quente e até uma pousada se precisar pernoitar lá , devido à uma ventania com areia forte demais por exemplo. (Encha o tanque, você fará a entrada no Chile cerca de 170 km depois, em SPA)

O frio do deserto

No final de uma grande reta você começa a ter a incrível visão do Salar Grande. A princípio não dá prá entender bem o que é, aquela mancha branca no final do asfalto, parecendo neve. Quando você se aproxima é que tem a exata noção da imensidão que é o salar.

O sal do deserto

Logo após o Paso de Jama tem a fronteira com o Chile. Daí a SPA são mais 160 km. A Aduana chilena fica na entrada de San Pedro. Você rodará estes 160 km de deserto após dar saída da Argentina e antes de dar entrada no Chile, ou seja , no vazio , se é que me entendem ! Mas tudo é muito bonito, a subida ao altiplano, as multicoloridas paisagens de Purmamarca, o Licancabur soberano sobre a paisagem nevada, a fronteira com a Bolívia.

A reta final de descida até San Pedro de Atacama é incrível, são muitos quilômetros numa pista íngreme, que vai dos 4.750 metros aos 2.300 de Atacama em menos de meia hora. Ao lado da pista se vê várias saídas de emergência para caminhões que perdem os freios.

E se tem um conselho que é útil no Chile é o seguinte : respeite a velocidade máxima porque os Carabineros do Chile não perdoam, estão em toda parte, até no deserto tinha uma viatura com radar !

San Pedro de Atacama era um local de parada dos colonizadores espanhóis em sua saga de conquista. O pequeno povoado se formou a partir da Igreja de San Pedro, construída em meados do século 18. O pequeno povoado tem cerca de 2.500 habitantes e muitos, mas muitos “perros” que vão “adorar” ver você montado numa moto em baixa velocidade ! Além de simplesmente bater perna pela Calle Caracoles, a rua principal do povoado, vale fazer todos os passeios anunciados por diversas agências : Laguna Cejar , onde a salinidade é tão grande que você entra na água e não afunda, Valle de la Muerte, Cordillera de la Sal, Laguna Chaxa, Lagunas Miscanti e Miñiques, Geisers del Tatio, Camino del Inca, Toconao ,Tulor e Pucará de Quitor .

Quarta Dica : Se pensa em armazenar gasolina para levar compre um galão adequado. Na Argentina e no Chile eles não vão te vender em garrafa pet.

Dia 7- SPA Era muito cedo e fazia muito frio quando levantamos para que a van nos pegasse na pousada para o passeio até os Gëiseres El Tátio, a  4320 m de altitude, 90 quilômetros ao norte de San Pedro de Atacama, As grandes colunas de vapor saem para a superfície através de fissuras na crosta terrestre, alcançando a temperatura de 85°C e 10 metros de altura. Os gêiseres de Tatio são formados quando rios gelados subterrâneos entram em contato com rochas quentes.

“O pensamento parece uma coisa à toa, mas cumé que a gente voa, quando começa a pensar…”

Pausa para uma empanada de queijo de cabra em Machuca, caminho entre os Geisers e SPA.  Se preferir, tem espetinho de lhama…

Um passeio de moto ao final da tarde pelo Vale de La Luna é tudo de bom !

O melhor e mais barato buteco de SPA : não me pergunte o nome !

Pousada em SPA : preparando para mais uma jornada

Dia 8 – San Pedro de Atacama / Tocopilla (Ruta 23 e 24 – 270 km) / Iquique (Ruta 1 – 230 km) Total : 500

O verdadeiro oásis no meio do deserto. Ao fundo, o Licancabur

Na saída de SPA para Calama, em direção a Tocopilla (Oceano Pacífico) mais deserto, pequenas serras, retões intermináveis e pouco movimento. Calama é uma cidade média, tem aeroporto que opera jatos e postos de gasolina à vontade.

Quinta Dica : Leve mais de um cartão de crédito, porque se um der pau…Não esqueça de avisar o gerente que você vai viajar e diga os países para ele liberar o uso.  Uma boa também é levar um cartão pré-carregado tipo Visa Travel Money em dólares. Só que agora vc paga os mesmos 6,38 % dos demais cartões internacionais . Isto acaba “furando” esta minha 5ª dica. Daí no caso é melhor dinheiro em espécie mesmo. Só cuidado com notas muito estragadas, principalmente no Peru.

E agora, para onde ir?

No Chile a parte mais cara da viagem

Pacíficooo !!!

Iquique, vista de um morro onde é praticado vôo livre.

Companheiro Pasin e Rubia Luz ! Desculpe, acabei não te avisando e furei o encontro. Lembrei de vocês quando “iniciei os trabalhos”. Tenham toda a sorte do mundo nos novos projetos !

O navio-museu Esmeralda,  parte importante da história de Iquique e do Chile

Iquique tem uma vida noturna agitada e a Zofri Mall, um grande shopping center zona franca, com preços atrativos e uma infinidade de bons produtos e bugigangas.

Praça de Iquique : “furei” com o amigo Pasin aquela cerveja gelada..

Dia 9- Iquique a Arica (Ruta 5 -311 km)

Na saída para a ruta 5, no sentido contrário à Arica (ou seja, Antofagasta) há postos de gasolina em Pozo Almonte, que fica a aproximadamente a 5 km da entrada para Alto Hosício/Iquique. Para quem roda de XT 660 é a única alternativa saindo de Iquique, porque depois só Arica (300 km).Você roda  52 km desde Iquique, abastece e então , tirando os 5 km até o trevo de entrada, dá prá rodar até Arica.

Selfie à 120 km por hora no deserto

Dia 10 – Arica(Ch) a Tacna(PE) cerca de 50 km.

Tacna é uma cidade muito simpática e limpa. Tem cerca de 260 mil habitantes e é bastante arborizada. O clima é muito seco.

Depois de muito chão começam a surgir os vales verdejantes

Sexta Dica : Se for o caso, consiga a Carteira Mundial de Estudante no site http://www.carteiradoestudante.com.br . Ela custa R$ 40,00 , vale até o final do mês de  março do ano seguinte e em muitos locais legais de visitar você terá 50 % de desconto, o que por si só já paga a carteira.

A ferrovia Tacna-Arica é uma ferrovia histórica e foi construída em 1856 pela empresa The Arica & Tacna Railway Co. Na estação de Tacna, acima, existe o Museu da Ferrovia, onde se encontram fotografias e relatos de época.

Como é sempre legal misturar literatura, vale a pena ler A Senhorita de Tacna, de Mario Vargas Llosa

Dia 11 – Tacna a Puno ( Ruta 36) 320 km

Lá vamos nós cruzar a Cordilheira dos Andes novamente, coisa difícil de explicar, de descrever, é uma sensação que se tem que viver pessoalmente. Dia de susto, porque acabou a bateria do GPS e , num movimento brusco, arranquei o plugue do carregador USB. Pronto ! Perdido no meio dos Andes. E prá piorar, tinha uma estrada antiga para Puno, e uma saída para Desaguadero. Mas o que eu queria era a estrada nova para Puno ! Sem placas, sem GPS, vi uma indicação para Puno e entrei. Dei de cara com rípio e parei na primeira casa que vi, cercada de cachorros. Lá um bondoso camponês me explicou que era a antiga estrada para Puno, que era só seguir o asfalto que eu veria alguns quilômetros na frente a ubicación para Puno e Desaguadero. Deu certo, cheguei em Puno já a noitinha. Puno tem um trânsito caótico e foi complicado achar a pousada que eu tinha reservado pela Internet. Mas tudo acaba sempre dando certo !

Frio também dá sede !

Dia 12 – Puno

Passeio obrigatório a Ilha de Urcos. Sem mais delongas.

Puno vista da Ilhas de Urcos

Mercado Popular

Igreja Matriz

Tuk-tuk protegido do sol e da chuva

O melhor e mais honesto “classificados” do mundo

Rua central de Puno (Calçadão)

A foto não diz quase nada, mas trânsito pior que Puno só em Juliaca

Dia 13 – Puno a Ollantaytambo – Ruta 3S (via Juliaca/Pucará/Sicuani/Calca) 475 km

Manutenção básica

Em busca de novos caminhos …

Integração com a natureza

 

Motocando em Ollantaytambo

Dia 14 – Águas Calientes

Sétima Dica : Se você vai subir  o Huayna Picchu tem que reservar o ingresso com bastante antecedência. Os grupos são limitados em dois, um que sai às 7 hs da manhã com 200 pessoas e outro sobe às 10, com mais 200. O ticket para Machu Picchu e Huyana Picchu é específico.Faça a reserva no site oficial aqui http://www.machupicchu.gob.pe/  . Não esqueça de liberar as janelas pop-up do seu navegador. O site foi melhorado no dia 31 de janeiro de 2012, segundo um comunicado do Ministério da Cultura do Peru. Outra coisa: cara, subir o Huayna Picchu requer um mínimo de condição física e sistema cardio-respiratório em dia. Se você tem algum problema ou está muito fora de forma, não encare. É melhor consultar um médico antes. O preço do ingresso para Huayna Picchu/Machu Picchu é de 152 soles para cada adulto.Quem for estudante (com a carteira da ISIC) só pode comprar ingresso no  Escritório da Dirección Regional de Cultura – Cusco , Av. de la Cultura 238 (em frente ao estadio Universitario), Librería del Ministerio de Cultura (Casa Garcilaso) Condominio Huáscar Cusco – Perú, de segunda a sexta-feira das  8:00 as 16:00 horas ( é a avenida que dá prosseguimento à estrada logo que se chega a Cusco vindo de Puerto Maldonado) e no  Escritório do Centro Cultural de Machupicchu , em Aguas Calientes, já no povoado aos pés de Machu Picchu, de segunda a domingo, das 5:20 às 21 horas. (é pertinho da estação de trem ) Somente para Machu Picchu, o ingresso custa 128 soles e só podem entrar 2.500 pessoas por dia.  Depois de fazer a reserva, você tem duas horas para confirmar o pagamento senão a reserva cai. ( Se estiver já dentro do Peru e não conseguir via On Line, vale a pena enfrentar uma “cola” (fila) enorme no Banco de La Nación del Peru para pagar a confirmação da reserva. O horário de funcionamento dos bancos é das 8:00 às 17:30 hs. Em Iñapari, há uma agência na Plaza de Armas. Em Puerto Maldonado, o banco fica na Calle Daniel Alcides Carrión N° 241-243 – Distrito: Tambopata, telefone 082 571 210. Aos sábados , o banco abre das 9 da manhã às 13 hs. O cartão de crédito aceito no pagamento on-line tem que ter a facilidade “Certified by Visa”. Confira se o seu cartão tem essa facilidade, senão ele NÃO será aceito e vc terá que pagar numa agência do Banco de la Nación . Se estiver na época de alta temporada nem sonhe em deixar para fazer a reserva na última hora, Você não vai conseguir !

Não é preciso dizer nada…

O duo : Ai meu Machu Picchu, ninguém segura este meu delírio…

O uno: Valeu, Mestre Ismael !

Oitava Dica : Faça vacina uns 20 dias antes contra Febre Amarela e leve à Anvisa para receber o Certificado Internacional de Vacinação ( um amarelinho, com data e lote da vacina). Vai que no meio da viagem você resolve entrar na Bolívia, por exemplo.Veja este post com diversas dicas interessantes sobre Machu Picchu.

Dia 15 – Ollantaytambo / Mazuko ( Distrito de Inambari) Ruta Interoceânica Sur 450 km

O trecho entre Cusco e Iñapari da Carretera Interoceânica Sur : repare as distâncias da placa. Estrada !

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Pausa para colocar uma luva cirúrgica por baixo da outra que o frio pegou !

Dia 16 – Mazuko / Puerto Maldonado (170 km) / Iñapari (230) Assis Brasil / Brasiléia (Acre) 115 km Total: 515 km

Deu dó sair da aduana brasileira e depois de 50 metros cair numa cratera… Nosso país precisa investir muito ainda em infra-estrutura. Tem que estancar o gargalo da corrupção de alguma forma. O dinheiro que já foi destinado para as BR´s daria para deixá-las numa condição muito melhor do que a gente vê. Quando entrei no Brasil fiquei sem coragem de fazer sequer um trechinho à noite, coisa que fiz nos Andes no meio de chuva ainda, mas com sinalização e segurança.

Garantizada, la mejor !

Uma pequena visita em Cobija (Bolívia) só prá tomar umas Paceñas. Depois de um monte a confusão na conversão entre pesos argentinos, reales, soles, pesos chilenos. Mas eu tava com a camisa do Grêmio e o garçon era camarada e compreensivo. Deu tudo certo…

Serra de Santa Rosa, no Peru amazônico : lá vem curva !

Nona Dica : Nas cidades peruanas não se arrisque a transitar com seu carro ou moto. Pegue um táxi que é baratinho, e é preço fixo, coisa de 2,3 soles por passageiro em qualquer percurso. Cidades como Puno, Juliaca, Cusco tem um trânsito bem maluco.

O Brasil a menos de 150 km

Dia 17 – Brasiléia / Rio Branco / Vista Alegre do Abunã (RO) BR 317/BR 364 – 440 km

Saimos de Brasiléia cedinho para pegar um churrasco no almoço com a Vivica e a Dona Mariá. Dona Mariá não comeu mas conversou prá caramba ! Constatação : uma das melhores churrascarias gaúchas do Brasil fica no Acre !

Décima Dica : Pé na estrada, irmão !

Depois de milhares de quilômetros em boas estradas, o choque do retorno à realidade brasileira, a poucos metros da fronteira com o Peru

Abunã, Rondônia, Brasil

Dia 18 – Vista Alegre do Abunã/ Porto Velho (RO) BR 364 – 215 km

Atravessamos a balsa mais segura ( em termos de policiamento) do mundo ! Dois carros da PRF, dois da PM, um da PF … era uma escolta, pelo jeito. O que dói é o bolso : R$    4,00 para atravessar uma moto ! Carro pequeno : R$ 14,00

Tabela de preços da Balsa do Abunã/Rio Madeira/Rondônia

O pelego se integra à paisagem rondoniense

 

E quem quiser que conte outra…

Não me pediram em nenhum momento a Carta Verde, nem o SOAT no Peru (este eu confesso que não tinha, fui deixando prá frente, fui deixando e…ôpa, já sai do Peru ! Mas não deixe de ler sobre o SOAT no post Viagem pela Interoceânica).

Viagem nunca mais sem um bom GPS. Ele encurta DEMAIS o tempo de passagem entre as cidades, facilitando encontrar as entradas e saídas. Outra grande vantagem desta viagem foi o fato de só ter uma perna de ida, porque o retorno sempre é mais complicado e entediante.

Outro mito que precisa ser derrubado , é que dá prá ir com QUALQUER moto ou carro para o Atacama ou Machu Picchu. Neste trecho não tem rípio, na verdade eu detesto rípio. Até de bicicleta dá prá ir, respeitando sempre os limites da estrada , da lei e da natureza, além do próprio corpo é claro. A vantagem de ir numa big trail é poder se aventurar um pouco para fora da estrada, aliás, para isto é que ela foi feita !

Outra coisa : nesta perna, subindo a América, não paguei nenhum pedágio, pois cruzava sempre com o movimento contrário e em alguns países como o Peru e Argentina, moto não paga. As estradas são boas (o susto é quando vc volta para o Brasil !). E fazendo um bom planejamento não tem mais pane seca no deserto ( não é mesmo, Z ?). Tudo o que precisa é você estar bem consigo mesmo, de preferência com quem você ama, ter responsabilidade e respeitar os seus limites físicos e psicológicos, gostar do novo e ser aventureiro, porque sem isto vc não vai mesmo !

Todo o começo e final de viagem é parecido. A ansiedade, a vontade de ir para a estrada no início…. Depois os perrengues, o frio, a chuva…. A hora em que você pensa, ” o que eu tô fazendo aqui ?” . O que nos leva a ficar horas sob uma chuva forte, passando frio, carregando e descarregando alforges com roupa fedorenta, procurando o muquifo mais próximo e barato prá passar a noite ? Mas vai chegando perto de casa, o asfalto zunindo sob seus pés, e não tem jeito. O pensamento voa …. Qual será a próxima ?

Veja também :

Moto-aventura : Quase 10.000 km pela Patagônia

Viagem pela Interoceânica, até Machu Picchu. De moto, até de carro eu vou ! Incrível !

Sabe aquela expressão do “Oiapoque ao Chuí” ? esqueça

Blog mostra a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Rondônia, antes e depois de revitalização

Você pode não acreditar , mas a Estrada de Ferro Madeira Mamoré em 2006 era assim

O blog efmm100anos.wordpress.com  publicou um post com um anexo mostrando como era a lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em 2008 e como está agora, no meio do processo de revitalização. O blog Cadernos do Patrimônio que trata do patrimônio cultural brasileiro na web republicou o post, a seguir :

Veja neste arquivo Power Point produzido pelo Arquiteto Giovani Barcelos , um comparativo entre o que era a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré no ano de 2008 e , depois, no ano de 2012. Muito útil para professores de história regional e para quem realmente se interessa pela realidade da ferrovia tombada. Clique no link para fazer download     >      ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ

Vender a virgindade por R$ 1,5 milhão é uma coisa. Por R$ 20 é outra. Será? (via Território de Maíra)

Qual é o valor de um hímen intacto? É possível quantificá-lo em reais, dólares ou ienes? Por que, dentro de um mesmo país, uma brasileira obteve R$ 1,5 milhão ao leiloar sua virgindade enquanto outra recebeu R$ 20 para perdê-la?

Catarina Migliorini, 20 anos, catarinense, foi arrematada por um homem japonês com muito dinheiro no bolso. Já o político local que comprou a amazonense M., 12 anos, pagou um mico, um mico-leão-dourado.

A diferença entre elas? Talvez a primeira tenha (ou ache que tenha) algum tipo de livre arbítrio individual-midiático-contemporâneo que lhe permita colocar seu corpo à venda na internet, enquanto, para a segunda, o grau de decisão restrinja-se à necessidade de sobrevivência. Ou seja, inexistente. A semelhança? Integrarem, voluntariamente ou não, uma concepção de mundo onde prevalece a violência contra a mulher.

Continue Lendo via Território de Maíra

Começou a 118ª Romaria da Irmandade do Senhor Divino Espírito Santo, no Vale do Guaporé – Programação Completa

A 118ª Romaria do Senhor Divino Espírito Santo no Vale do Guaporé, na Amazônia iniciou nesta segunda, dia 9 de abril de 2012, com a chegada do batelão às 4 horas da tarde na localidade de Surpresa, distrito de Guajará-Mirim. É uma festa planejada com um ano de antecedência .
A celebração, que envolve o Brasil e a Bolívia, é um Patrimônio Cultural Imaterial de Rondônia que está em processo de instrução para ser reconhecido como Patrimônio Brasileiro.

O Iphan, numa parceria com a UNESCO,  está enviando uma equipe com antropólogas capacitadas ao Vale do Guaporé, para consolidar a argumentação perante a Câmara do Patrimônio Imaterial, que decide sobre a inclusão dos registros.

O Presidente da Irmandade do Divino, Dionísio Faustino também espera uma atenção maior das autoridades para esta que é a maior celebração religiosa, cultural e folclórica do Vale do Guaporé :
– Aguardamos muita gente na chegada em Piso Firme, povoado da Bolívia, quando o batelão aportará no dia 23 de maio de 2012 às 16 horas.

É ano eleitoral, mas os ribeirinhos já conhecem os políticos que dão atenção ao Vale, por isto vai a dica: Não adianta chegar como penetra distribuindo bonézinho e camiseta, é perda de tempo. Os beiradeiros, quilombolas, devotos e assemelhados são espertos e só dirigem suas preces para quem realmente merece.
E para quem fala mal ou escreve,  quando convém, sobre a cultura rondoniense é uma boa pedida, tirar um pouco a bunda da cadeira e andar algumas centenas de quilômetros em estrada de chão e voadeira, lendo Viagem ao Redor do Brasil, do João Severiano da Fonseca, irmão do ilustre Deodoro da Fonseca, para purificar a alma .

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