Pavel Valerievitch Durov nasceu em Leningrado, atual São Petersburgo, em 10 de outubro de 1984, mas passou parte da infância em Turim na Itália, onde seu pai lecionou por vários anos. No regresso ao seu país de origem, Pavel entrou para o Ginásio Acadêmico, no qual os alunos estudam de maneira aprofundada ciências e línguas estrangeiras.Durov aprendeu a codificar na infância, e usou o seu conhecimento em programação para invadir o sistema da escola e inserir na tela de boas-vindas um insulto dirigido a um professor de ciência da computação por ele detestado, este professor o privou várias vezes de ter acessos aos computadores, porém Pavel quebrou as senhas todas as vezes.
É referido como o “Mark Zuckerberg da Rússia”por ter criado o VK ou VKontakte (significado “em contato”), a maior plataforma interativa da internet russa, também conhecida como Runet, além de ser o site mais popular na Bielorrússia, o terceiro na Ucrânia, o quinto no Cazaquistão, e o 26º em nível global, com valor de mercado estimado em 1,5 bilhão de dólares.
Então… Sabe o minidesfile das escolas de samba, a Abertura Rio Carnaval 2022, na Cidade do Samba, durante o carnaval? Falei nele no último texto publicado. Não fui. Não me pergunte o porquê. Ficaria no vácuo essa resposta. Só posso dizer como. Apesar de ter pedido o credenciamento antes mesmo dele ser aberto, ter renovado a solicitação no prazo determinado e reenviado novamente após apelar a quem de direito, fiquei a ver navios.
E assim estamos até hoje, caro leitor, olhando o mar e tentando decifrar o motivo da recusa.
Vou confessar, a pancada pegou em cheio depois de dois anos de pandemia onde, por convicção e respeito, abri mão de todas as atividades carnavalescas. A Abertura Rio Carnaval seria a volta ao mundo do samba. Os motivos justificavam a largada. Para começar, comemorar o fim do bloqueio que durante a reclusão me impediam de mexer, como gostaria, no acervo carnevalerio.com.
A quebra da barreira do amor (in)contido havia acontecido no ensaio fotográfico com Jhéssyka Santtos, passista da Mangueira. Dias depois, já às portas do carnaval, ela traria ao mundo Jady. Mais uma flor, uma cria verde e rosa. Voltar à quadra vazia rompeu um dique de emoções represadas e, finalmente, estabeleci a meta de cair dentro da Abertura Rio Carnaval que aconteceria em seguida.
Sempre disse que essa história de fazer planos não combina comigo…
A outra razão para definir o evento como meta, pauta e capa do Diário de Cuiabá pós carnaval era, claro, ver como funcionaria o formato de minidesfile proposto pela Liesa.
Bailei na curva e, por isso, estou aqui justificando para você, leitor de tantos carnavais, não trazer imagens nem impressões da festa da Liesa, a largada do novo período do carnaval carioca que acontecerá em abril.
Tentei acompanhar pelas redes sociais, mas não consigo, com as informações fragmentadas, formar ou repassar qualquer opinião.
Também não acho justo quebrar, depois de tantos anos, o compromisso de colocar em suas mãos material exclusivo em texto e imagens, sempre acompanhado daquele alerta de que as impressões narradas eram as minhas e que, portanto, não falaria do que não vi, apenas do que passou diante dos meus olhos. A máxima continua valendo. O que não vi não posso analisar ou avaliar.
Nessa hora, não penso apenas nos leitores de Mato Grosso que acessam os textos e crônicas por meio do jornal e sites parceiros baseados lá e em outros estados.
Vou confessar: queria mesmo era contar o que (não) vi para Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, pelo Tribuna. Afinal, um novo formato mais compacto de desfile poderá ser adaptado à cidade na fronteira gaúcha que já tem uma robusta tradição de carnaval e, no momento, se prepara para um upgrade em suas estruturas turísticas com a vinda de muitos visitantes alavancada pela abertura de freeshops e um novo fluxo de turistas da tríplice fronteira.
Fica para o próximo evento que inclua os minidesfiles. Eles virão, tenho certeza.
Até lá, nada de promessas ou planos. Em abril haverá o desfile das escolas de samba no Sambódromo fechando um mega feriadão que começa na Semana Santa e termina no fim de semana de Tiradentes e São Jorge.
Como nos últimos 14 anos, pedirei credenciamento. Esse, o da Sapucaí, incluindo o colete para fotografar na pista, nunca me foi negado. Mas, pós pandemia, sei lá. Fiquei com trauma, depois do bloqueio.
O que prometo a você, querido leitor, é não deixar de pedir passagem e o acesso dos cronistas carnavalescos ao palco da festa para que haja um registro autoral da folia. Para que se preserve o espaço dos responsáveis pela criação dos desfiles que, por coincidência, aconteceu há 90 anos.
Até lá, firmo o compromisso que está ao meu alcance de voltar à Sapucaí nos ensaios técnicos. Aqueles que definharam, foram suspensos e voltarão, nos próximos finais de semana, com força total!
Tudo se renova… Por que não a fé em um inesquecível, mesmo que tardio, carnaval?
Seguimos sem blocos nas ruas e desfiles das escolas de samba na Sapucaí. Em compensação…
2022, O ANO DA INDEFINIÇÃO
Novela é pouco para descrever o conjunto da obra que se desenhou nesse início de 2022 na história do carnaval no Brasil e, especialmente, no Rio de Janeiro. Depois de sobreviver heroicamente aos 4 anos do ex-prefeito Marcelo Crivella, veio a pandemia. Tudo cancelado. E ela ainda persiste! Com vacina, na base do seja o que Deus quiser.
Nos capítulos anteriores o Réveillon, festa tradicional no calendário turístico carioca, chegou a ser cancelado. Isso, antes do prefeito Eduardo Paes voltar atrás e a cidade receber de braços abertos turistas do Brasil e do mundo.
A variante Ômicron batia na porta. Chegou, se instalou e provocou aglomerações extras nos postos de testagens e vacinação, além de aumentar a procura nos hospitais públicos e particulares no primeiro mês do ano.
No início de janeiro o cancelamento do carnaval de rua já era um sinal de que podia pegar para o desfile das Escolas de Samba do Rio.
Não deu outra. Um dia depois do feriado de 20 de janeiro em homenagem ao padroeiro da cidade, São Sebastião, o prefeito Eduardo Paes, após uma reunião relâmpago e inesperada (o martelo seria batido no dia 24) com seu colega de São Paulo, anunciou o cancelamento do maior espetáculo popular do planeta para evitar o “risco reputacional”, como explicou no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Mas só. O resto? Não sendo blocos e desfiles está liberado. Festas, eventos… Então, esse ano não vai ser igual a nenhum outro que passou.
E vamos às novas.
RIO CARNAVAL – nova marca, novo formato
A novidade da temporada é a Abertura Rio Carnaval, na Cidade do Samba, nos dias 26 e 27 de fevereiro. A nova marca/conceito Rio Carnaval será implementada festivamente na prévia, organizada pela Liesa, do que acontecerá nos aguardados desfiles carnavalescos anuais da Marquês de Sapucaí transferidos para o feriado de Tiradentes, em abril.
NOVO FORMATO
O roteiro do espetáculo começa no palco central. Milton Cunha receberá as escolas de samba do Grupo Especial (ordem dos desfiles nos destaques) apresentando um “combo” com direito a, no máximo, 20 minutos de sambas antigos e esquenta no palco. O samba desse ano será puxado pelos componentes do carro de som conduzido pelo mestre e sua bateria, claro, com sua rainha. A comissão de frente, casal de mestre-sala e porta-bandeira, representantes de segmentos como passistas, musas e baianas comporão o pocket desfile de carnaval. As agremiações terão 50 minutos para a performance no palco e percorrer a pista do complexo dos barracões.
Cá entre nós, será um piloto para a Rede Globo do tamanho que ela gostaria que fosse a transmissão carnavalesca de cada agremiação. Foi fácil resolver a equação. Bastou reduzir de 4 mil para 160 o número de componentes por escola e tirar as alegorias.
Para esquentar as noites têm convidados especiais na abertura. Num dia, o Cacique de Ramos, no outro, o Cordão do Bola Preta. Também tem DJ “para agitar os convidados no intervalo”.
COMO ACOMPANHAR
A FM O Dia é a rádio oficial do evento. Segundo os organizadores não haverá transmissão ao vivo para a TV.
As redes sociais poderão ser, mais uma vez, um fenômeno na distribuição de imagens para o público, ávido do imaginário do carnaval carioca.
A Rádio Arquibancada também estará no ar!
À LIGA RJ, O CRÉDITO DA INICIATIVA
Quem colocou o ovo do mini desfile na pista da Cidade do Samba em pé foi a Liga RJ, que congrega as escolas do chamado Grupo Ouro, o acesso. Ela utilizou o formato inédito na festa de lançamento do CD dos seus sambas em dezembro. A brincadeira deu certo. Era uma festa para um público restrito. E não o carnaval.
OUTRAS OPÇÕES
As festas se espalham pela cidade em diferentes formatos. As próprias agremiações farão eventos em suas quadras procurando se capitalizar e atender suas comunidades dentro das novas normas.
Até segunda ordem, nas ruas não pode nada. Já em ambientes restritos e “controlados”, não há limitações. O que não impediu a saída no último domingo do Bloco “Não Adianta Ficar Putin”, no centro da cidade, logo dispersado pela Guarda Municipal
A cidade está cheia, repleta de visitantes que, em sua maioria quase absoluta, dispensa o uso de máscaras e não respeita as orientações de não aglomerar.
Fazer o que? É carnaval no Rio de Janeiro…
SERVIÇO – Rio Carnaval
Abertura dos portões às 19 horas. Ingressos nas agência de viagem, pelo site já estão esgotados individuais e camarotes para os dois dias, 26 e 27/02.
Como nos demais (e são muitos) eventos que acontecerão no Rio de janeiro no período do carnaval, a Liesa avisa que será seguido o protocolo sanitário, sendo necessária a apresentação do comprovante de vacinação para acesso e permanência na Cidade do Samba.
Programação 26 e 27/02:
SABADO 26/02 – IMPERATRIZ / SÃO CLEMENTE / VILA ISABEL / PORTELA / SALGUEIRO / BEIJA-FLOR
DOMINGO 27/02 – TUIUTI / TIJUCA / MANGUEIRA / MOCIDADE / GRANDE RIO / VIERADOURO
Na manhã deste domingo (27), um novo ataque das tropas russas ao Aeroporto de Hostomel próximo à Kiev destruiu o maior avião cargueiro do mundo, o Antonov AN-225.
A informação foi postada há cerca de minutos pelo Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia Dmytro Kuleba em seu Twitter oficial.
A Força Aérea Brasileira (FAB) vai desativar seus 12 helicópteros de ataque AH-2 Sabre, nome dado ao modelo Mi-35, fornecidos pela empresa russa Mil a partir de 2010 e operados pelo 2º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação, o Esquadrão Poti, cuja unidade tem como sede a Base Aérea de Porto Velho (Ala 6).
O modelo entrou numa negociação do governo no auge dos BRICS, que envolveu também o fim do banimento de compra de carne brasileira pela Rússia.
Um documento interno da Aeronáutica publicado no começo de fevereiro ( quinta-feira /10) estabelece que as aeronaves serão retiradas de operação a partir do dia 1º de março num processo gradativo previsto para ser encerrado no dia 31 de dezembro.
As primeiras aeronaves a serem descarregadas do inventário da FAB pertencem ao 1º lote, com matrículas FAB 8950, 51 e 52. Estas foram entregues em dezembro de 2009, sendo oficialmente incorporadas em 17 de abril de 2010. O segundo lote foi entregue em outubro de 2010 e o terceiro em agosto de 2012. Contudo, houve um atraso na entrega do último lote, que só chegou em 26/11/2014. Todos foram trazidos a bordo de aeronaves Antonov An-124 ( o segundo maior avião do mundo) da Volga-Dnepr.
É o único helicóptero puramente de ataque do país ( e talvez o último ! ), sendo usado em missões de suporte aéreo, busca e resgate, interceptação de aeronaves ilícitas, patrulha de fronteiras, dentre outras.
Com atuação aprovada em conflitos como no Afeganistão e Síria, o MI 35 é reconhecido por sua robustez (sua blindagem pode resistir disparos de calibre 20mm) e desenho agressivo, o AH-2 Sabre é equipado com um canhão GSh-23L de cano duplo, calibre 23mm, montado em uma torre móvel na seção frontal, e pode usar 40 foguetes S-8 de 80mm ou 16 mísseis antitanque 9M120 Ataka.
Outra característica incomum é que a aeronave pode transportar ainda 8 soldados, além do comandante e do artilheiro.
O custo do lote de 12 helicópteros em 2008 foi de US$ 386 milhões. Os helicópteros tem baixo número de horas de vôo e teoricamente teriam uma vida útil superior a 20 anos. A FAB não se pronuncia sobre o destino das aeronaves. Um oficial, sob anonimato, aventou a possibilidade de eles serem vendidos para a Líbia.
Tampouco se sabe sobre o destino do mi Esquadrão Poti, que poderia ser finalmente extinto, depois de ser transferido de Recife/ PE.
A razão para o descomissionamento dos AH 2 Sabre seria o alto custo de manutenção e a dificuldade em obter peças de reposição.
O que intriga é o fato do Esquadrão representar uma verdadeira força de supremacia aérea sobre a Amazônia e como proteção de duas infra estruturas importantes , as hidrelétricas da região, Santo Antônio e Jirau, além da proximidade com Bolívia e Peru. Ou seja, ficamos vulneráveis. Ao lado, também tem a Venezuela com os SU 35 Flanker, que teoricamente obteriam superioridade aérea na região enquanto os Gripen 39 comprados na Suécia pelo governo Dilma não chegam.
Vale lembrar que o Esquadrão Pacau, sediado em Manaus, com alguns F5-EM modernizados, foi desativado em dezembro de 2021.
Outra fonte, do Exército, mencionou que eles poderiam muito bem ser incorporados aquela arma, pois faz anos que o Exercito sonha em ter um helicóptero de ataque em suas fileiras.
Sofremos uma invasão hacker no blog e possivelmente alguma mensagem pode ter sido enviada aos assinantes. Já identificamos a origem e adotamos procedimentos de segurança. Pedimos desculpas pelo inconveniente.
Daquela altura tinha uma visão geral do ambiente em que estava. Amplo e cheio de coisas. Em primeiro plano via as costas da cadeira ergonômica (sinal de que quem a ocupava o fazia com frequência) antes da escrivaninha repleta de papéis, pastas e objetos. Entre eles um laptop que visualizava pelo alto do espaldar giratório. Mais à frente cadeiras para visitantes e um sofá voltado à parede formando outro ambiente. Ao fundo estantes, mais livros e a enorme tela da TV que abriu sua visão para o mundo lá fora. Um janelão à direita. Para trás não via nada, espremido entre outros exemplares de literatura.
Não sabia seu nome, posto que era incapaz de se olhar. Não era gordo, achava, como via outros nas estantes que decoravam as paredes frontais. Mas, pela posição que ocupava, deduziu ter algum valor. Estava ao alcance das mãos do “patrão”. Era constantemente manuseado. À vista quase inevitável dos visitantes curiosos que por ali passavam. E eram muitos.
Devia conter, imaginava, alguma erudição. E essa era ampliada pelo que apreendia em seu subconsciente literário pela tela em frente. Era testemunha involuntária da história que se desdobrava a cada dia no recinto por meio daquela imensa, diversificada e louca janela pra o mundo.
De tudo que viu preferiu a alegria. O momento mais esperado era o carnaval. Seu interesse começou quando numa madrugada se (ou)viu no ritmo de uma batucada e, nas imagens projetadas, apareceu a imensa alegoria de… um livro aberto! Um irmão gigante incrustado num carro repleto de foliões. Para descobrir o que fazia ali, no meio da festa, prestou atenção às cenas que quase saiam dançando enquanto reverberavam pelo ambiente, quebrando a severidade da vizinhança na biblioteca.
Então um livro podia alcançar o mundo! Passou a observar todos as escolas de samba ávido por novas expressões literárias nos desfiles. Se sentia representado e valorizado. E lá estavam eles, em vários enredos apresentados. O período carnavalesco era ansiosamente aguardado nos anos em que pontificou com whisky e salgadinhos no salão aconchegante.
Um dia, a surpresa. Uma mudança imprevista! Não o entra e sai da estante para uma consulta ou a espanada semanal. Da prateleira para a escuridão de uma caixa fechada e, pelo som, lacrada! Que destino o aguardava? Perdeu a noção do tempo.
Sua visão foi ofuscada quando pode respirar ar puro novamente. A rearrumação foi numa estante de metal, com mais folga entre os irmãos. A visão do entorno completamente diferente. Livro empilhados, mesas, muito movimento. Ouviu dizer que fazia parte de um acervo doado a uma biblioteca de comunidade. Mais uma vez ganhou lugar de destaque. Sinal de sua relevância. Afinal, descobrira. Era um exemplar da Constituição Federal! Passou a viver manuseado e consultado.
As notícias do mundo exterior não mais chegavam. Pegava umas rebarbas por cima dos ombros dos celulares dos frequentadores. O que não era muito em se tratando de uma biblioteca. Passou a entender mais de games do que acompanhar as novidades. E sentia falta… dos carnavais. Ausentes pelo fechamento do espaço bibliográfico popular nos dias de folia.
Com o passar do tempo foi se desgastando naturalmente. Sentiu as juntas ressecadas, as folhas se soltando. Pressentiu que seu fim estava próximo pedindo a Deus só mais um carnaval, nem que fosse no compacto da quarta feira de cinzas, dia da apuração.
Não teve forças nem estrutura para chegar sequer ao meio do ano. Se despedaçou. Foi literalmente desfolhado e, com as capas e lombada, jogados numa caixa. Fechou os olhos. Imaginava que para sempre quando o conteúdo da caixa foi sendo encharcado folha por folha com um líquido pegajoso. Se entregou. Desfaleceu.
Recuperou a consciência ouvindo o som da bateria e o rugido da arquibancada aclamando a verde e rosa. “Como assim”, pensou, “onde estou, o que sou?” A lucidez foi voltando devagar. Envolvida na alegria reverberando ao vivo e a cores! Ainda havia vida em suas páginas. Usadas que foram para empastelar uma escultura carnavalesca. Fazia parte de uma alegoria num dos carros da Mangueira!
Cruzando por um dos telões que transmitiam o desfile da Sapucaí de rabo de olho (meio grudado) pode se situar. Seu desejo inimaginável fora realizado. Era um livro que virara o livro. Papel picado reelaborado para compor outra obra. Também literária. E, dessa vez, visual.
Na passada de olhar pelo telão conseguiu ler seus dizeres em letras gigantes: “Ditadura Assassin”. Franziu a sobrancelha (e livro tem?) Nunca mais. Fizera sua parte. Ajudara a impedi-la. Merecia a recompensa, decidiu, se deixando sacolejar até chegar a Apoteose ao ritmo da “Tem que respeitar meu tamborim”, a bateria da Mangueira.
O “Bluetooth original” era Harald Gormsson, apelidado de Blåtand (Dente Azul, em dinamarquês), rei da Dinamarca de 958 a 986, e também da Noruega, quando a conquistou a partir do ano 970. Em uma reunião de expoentes da indústria de computadores realizada em 1996 com objetivo de padronizar a tecnologia de conectividade por ondas curtas estava Jim Kardash, da Intel.
Dizem que Kardash, encarregado de desenvolver essa tecnologia para laptops, estava lendo o livro The Long Ships, um romance que conta as aventuras dos vikings e como Harald “Bluetooth” Gormsson conseguiu unificar as diferentes tribos dinamarquesas sob sua coroa.
Se confirmado o seu encerramento, encerra-se uma história iniciada em 1947, com a criação da unidade na Base Aérea de Fortaleza. A vocação para atuar como unidade de treinamento foi exercida desde o início, com o uso dos Republic P-47D Thunderbolt – alguns deles veteranos de guerra – para formação de líderes da aviação de caça. Nas décadas seguintes passariam por lá os F-80C, TF-33 e AT-26 Xavante. Fortaleza se tornaria conhecida como “A Sorbonne da Caça”.
No começo de 2002, o esquadrão foi transferido para Natal, onde viveu os oito últimos anos de operação dos AT-26 Xavante, inclusive depois de exercer a missão de formar novos líderes de caça. Em dezembro de 2010, finalmente, se mudou para Manaus com o objetivo de se tornar uma unidade aérea de ponta, com os caças F-5 modernizados operando a partir de Manaus.
Esse veranico de julho é de lei! Andava com saudades. Danadas. Ano passado praticamente passou batido. Sem a relativa margem de segurança que a vacina e os protocolos proporcionam a ida ao Arpoador para usufruir do combo sol, sal e areia, mar, céu e calor no inverno ficou praticamente inviável.
Ano passado, disse, e sinto que você, leitor das crônicas do Sem Fim, entendeu a sutileza do recado.
Pois é, caderninho no colo, canga colorida, mochila com a alça presa no braço, havaianas viradas de barriguinha pra baixo, que é para não queimar os pezinhos quando for calçá-las na saída, e eis-me aqui. Caneta em punho riscando a folha pautada, texteando no Arpex, Ipanema, Rio de Janeiro, Brasil.
Mal comparando, o dia de hoje é como a pausa olímpica que encanta nossa rotina, agora nas ondas do fuso horário do Japão, no outro lado do mundo.
Um refresco emocional para quem está vivendo o reality show da pandemia que se desdobra em capítulos e reviravoltas na CPI da Covid, a estrela da política brasileira, que anda levantando a beira do tapete do sempre surpreendente cenário nacional.
É, tipo assim, um respiro em que temos ídolos olímpicos, histórias edificantes e até uma fadinha de verdade que leva a gente em seus voos saltitantes. Logo ali.
Aqui ao lado vejo pranchas sentinelas cujas sombras crescem surfando na areia ao cair do sol. Fotografo a mensagem. Sei lá, né? E não é que deu o não tão midiático Ítalo Ferreira na cabeça?
As férias um dia acabam, em todos os sentidos. Primeiro, voltam as aulas logo depois da próxima frente fria acabar com o refresco do veranico.
Talvez quando você estiver lendo essa crônica, o bicho frio já esteja chegando e pegando. No Sul, já quase é. O corre começou com chuvas lá para as bandas da fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Mas pode ser que não… A esperança é a última a dizer “pode ir” a esse calorzinho delicioso. Como eu, ela não quer render-se às promessas de frio intenso, geada e neve!
Pensa num azul quase Caribe. Um mar não muito pesado ainda se desvestindo da força das ondas pós ressaca. O sacode veio na última passagem de massa polar pelo pedaço, antes do sol se reinstalar para manter a lenda viva do veranico.
Pela ordem dos acontecimentos, todos agendados, após o frio quem retorna é a CPI. Vai embolar a programação com o (con)fuso olímpico!
Tem mais um monte de coisas acontecendo, mas só tenho ouvidos para os sons da praia onde se destacam as ladainhas dos pregoeiros que circulam na areia oferecendo seus produtos. A todos os apelos junta-se mais um item à cantoria. O atrativo é a facilidade do pagamento: “Temos PIX!!!”
Aí, chega aquela hora em que passa no miudinho a ideia que nunca devemos pensar, o que dirá formular. “Que dia lindo, o que pode dar errado?”. Pensei, levei, caro leitor, como sempre. Não, não foi o vento. Poderia entrar gelado, encarneirando o mar, levantando areia anunciando a mudança o tempo.
Foi mais simples e definitivo. Quando a cor começou lentamente a empalidecer e perder aquele excesso que sempre deixa marcas? Adivinhou, curioso? Não foi um céu sendo encoberto, nuvens, bruma ou maresia empalidecendo o azul. O azul desbotou as letras, a tinta da caneta que bordava as palavras.
Se despediu lentamente enquanto a maré subia avisando que era hora de recolher a canga, rumar pra casa e fazer o acabamento no restinho de palavras que falta para arrematar a escrevinhação. Rapidamente. Antes do início de outro amanhecer olímpico em Tokyo 2021. O sol ainda ilumina as pranchas para alunos de surf, o esporte em que somos os primeiros campeões olímpicos.
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Arpoador” do SEM FIM… delcueto.wordpress.com
O rendilhado dos raios de sol atravessando as folhagens se projeta nas cortinas cor de mostarda do quarto. Ditam a hora do primeiro movimento do dia.
Ainda é um esforço pequeno, apenas o suficiente para jogar o edredon de lado, chegar ao pé da cama e abrir as janelas deixando a luz solar que ultrapassa a borda da montanha entrar e aquecer a parede da estante e da escrivaninha, passeando ao lado do notebook detentor de escritos, imagens e segredos.
O murmúrio rouco e contínuo do riozinho predomina até os passarinhos começarem a algazarra intermitente entre as espécies que visitam a mangueira, a goiabeira as bananeiras e o bambuzal, do outro lado do fluxo da água, pirulitando entre as folhas e sacudindo os galhos, única forma de pressentir a dança das espécies que circulam na floresta.
É melhor nem respirar e evitar movimentos bruscos. Eles podem atravessar a cantoria e alertar a passarada da presença do ser estranho que espreita o espetáculo. Humanos assumidos não são bem-vindos na colorida e inquieta festa matinal, só os que aceitam a imposição da exigência da imobilidade e conseguem adequar o ritmo da respiração à sintonia da mãe natureza.
Até o acionamento da máquina fotográfica tem que ser delicado, nada brusco. Lento e seguro como o dedo no gatilho de uma arma. Que comparação terrível. Mas é verdadeira. O “tiro” da imagem não pode ser brusco. Tem que ser leve e constante. Quando se alcança essa afinidade os passarinhos quase fazem poses dançando, nesse caso, nos galhos e folhas largas do mamoeiro.
Depois é tempo de seguir o fluxo do riacho indo pela estradinha de terra que ladeia a água, cruzar a ponte de madeira, atravessar o gramado e, fazendo um esforço imenso para não se perder do objeto de desejo, evitar – não sem marcar a luz especial, a tentação de parar para “desenhar” com a máquina fotográfica as muitas flores e a vegetação. Elas tremulam com a brisa acenando suas cores em busca de atenção, o que desviaria o foco ainda não alcançado do projeto da manhã ensolarada de inverno.
As pedras do riozinho por onde a água cristalina brinca de deslizar é o destino quase inalcançável. São muitas as tentações. O guia sonoro fica mais definido a medida em que a aproximação da margem vai sendo feita. É o som da água que muda sua linguagem acrescentando tonalidades e notas, agora distinguíveis e estimulantes, diferentes do murmúrio rouco do despertar.
Tentar entender o diálogo das nuances do encontro das pedras com o serpentear aquático que forma cachoeirinhas, redemoinhos, ou se espreguiça nos remansos arenosos, é tão impossível quanto assistir um file turco sem legenda. Mal dá para distinguir o início, o meio e o fim das frases dos diálogos, o que dirá compreender as palavras. Traduzi-las então…
O fluir deslizante no leito pedregulhento é assim. A gente, no máximo, capta o sentimento, a energia despendida no movimento capturada pelos reflexos espelhados que mudam de cores e alteram suas múltiplas tonalidades dependendo do ângulo, da intensidade e dos caprichos dos raios de sol.
Pensa no que acontece, por exemplo, com o passar festivo das nuvens ligeiras que sassaricam ao sabor das brisas e correm quando fustigadas pelos ventos. Lembre-se que falamos de um dia ensolarado.
Tudo é leve. Profunda, só a percepção para acionar a camada da sensibilidade (capaz de detectar a sutileza dessas nuances) e a memória. Ela, que permite esse registro. Feito no inseparável caderninho que vai sendo escrevinhado sobre a canga que protege a pele do cimento da piscina de água natural, abastecida pela bica que vem da mina, exigindo atenção com seu som forte e constante.
Assim vai se derramando e ritmando as palavras dessa que é mais uma crônica @no_rumo do Sem Fim…
Ilustração dos participantes da Quebrada Cult | Lucas Andrade l Agência Mural
Desde abril, sete jovens das periferias do Brasil se uniram para falar sobre história, arte, cultura, política, entre outros temas, de forma descomplicada na internet. É o Quebrada Cult.
Uma geração das periferias que passou pela universidade e que quer devolver para os seus aquilo que aprendeu na academia, mas também compartilhar a sabedoria das quebradas.
“O conhecimento acadêmico é um conhecimento, mas não o único”, defende os integrantes do Quebrada Cult, em reportagem de Ana Beatriz Felicio. “Nossas vivências, experiências e trocas de ideia são fontes de conhecimento também. Conhecimento se constrói em todo lugar.”
Esse espírito de atuar pelos nossos é um pouco do que move a Agência Mural e diversas organizações vindas das periferias que atuam nos bairros das bordas das cidades.
É o que nos inspira nas pautas que fazemos, tentando que esse conhecimento periférico se propague e seja cada vez mais conhecido. E que nos ajude a passar por essa fase que segue difícil, inclusive para manter a saúde mental.
Caí, levantei.
Sangrou, coagulou. Vai grudar.
Doeu, doerá. Como tatuagem.
Até cicatrizar…
Vagabinha dolorida após o tombo no asfalto mal conservado de Ipanema.
PS: Escapei da subida e “bordagem” na pista de skate no alto do Parque Garota de Ipanema pra me estabacar na Farme com Visconde. Perdas: joelho e mão esquerda mais ralada que tatuagem feita no dia, cotovelo direito também. Nada que uma boa arnica não resolva. Ela só não faz efeito na dignidade da pessoas Oh, dor…
O silêncio vale ouro, diz o ditado, e a gente sempre pesa e pensa na ausência das palavras. Ultimamente, talvez por conta da pandemia, a frase adquiriu outro sentido. Muito mais amplo.
O ruído é tanto (e não é o Manifesto), que um momento de silêncio vale grafeno. Sabe o que é? O nanomaterial de carbono puro, (como o diamante) que é leve, condutor de eletricidade, rígido e impermeável.
O silêncio anda assim, tão excitante como o cristal mais fino conhecido, com utilidades em campos tão diversos como a dessanilização e purificação da água do mar e a redução de emissões de CO2. Sensores biomédicos poderão detectar doenças, células solares flexíveis e mais transparentes captarão energia. Ao ser adicionado a materiais de construção civil os torna mais leves e resistentes.
Tudo isso pode parecer distante do cotidiano. Mas e se o nanomaterial chegar aos cosméticos com sua pulverização na coloração dos cabelos? E na mobilidade urbana, com sua aplicação nos pneus e a fabricação de quadros de bicicleta que pesem 350 gramas?
O silêncio passou a ser tão valorizado quanto o grafeno! Enquanto todo mundo berra e grita, as obras martelam, quebram, esmerilham e calam os passarinhos prisioneiros das gaiolas do sétimo andar, as TVs, celulares, o “cinco, quatro, mais uma, três, dois, tá quase lá, ummm” da ginastica online do vizinho, o som das lives, dos filmes, das aulas, da porra da vida que passa.
O silêncio vale grafeno e o povo se esgoela pelos combustíveis fósseis…
Passei a persegui-lo, o silêncio, como um prêmio. Tentei a madrugada, com quem tenho afinidade. Descobri que ele não existe e fica mais difícil no verão. Dezenas de aparelhos de ar condicionado habitam o meu quadrado. De um lado, do outro, em frente, em cima, embaixo… Tá tudo dominado pelos roncos dos motores, alguns desregulados. Nem os miados do gato do andar de baixo são capazes de superar a barreira do ronco de concreto dos aparelhos mal aparafusados e trepidantes, ainda sem a tecnologia fantástica do grafeno.
Os únicos com possibilidades de quebrar a barreira da monotonia monocórdia e calorenta são os latidos estridentes e histéricos do cachorro da vizinha que vem do alto, mas não muito. Mas ele prefere dar seu showzinho já de manhã, quando os ares já começaram a ser desligados. E nos acordar, claro. A mim e aos vizinhos, porque aqui ninguém larga a mão de ninguém. Tá todo mundo na mesma vibe, isso antes das obras enlouquecidas da pandemia. Virou sinfonia!
Sem o dia e a calada da noite o que resta? Trocar o quarto pela sala que dá para um espaço mais amplo e menos interno, apesar de ser de fundos. E apelar para o amanhecer.
A virada mais difícil para quem, como eu, gosta de atravessar a noite. Mas como ir dormir quando a batucada começa cedo e termina lá pela hora do chá? Das cinco da tarde…
Temos mais um esforço indesejado, porém necessário.
Achei o silencio por poucas horas, entre às seis da matina e o início da aula de ginástica e o “três, dois, um” online de um vizinho abusado e sem desconfiômetro que geme e bufa a cada movimento. Antes, pra saber que há vida na terra, se manifesta animadona a arara da casa da vila que tem a mangueira e outra árvore gigante que anima e esverdeia a coleção de janelas da parte interna do quarteirão.
E sim ele vale grafeno. Ver o nascer do dia se colorindo, no céu cercado de janelas adormecidas em Copacabana, em silencio total, custa caro para quem não gosta de acordar cedo.
E não tem preço quando a gente não sabe viver sem ele…
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Arpoador” do SEM FIM… delcueto.wordpress.com
Estamos no ponto mais alto do triplo mortal carpado no trapézio. Sem rede de proteção. A distopia é aqui na porta ao lado. Quem somos nós para reconhece-la dentro do nosso próprio quadrado? Entramos no segundo mês do ano. Como se o carnaval, já cancelado na prática, mas fervilhante em nossos corações, fosse loguinho ali.
Temos tudo, nesse nada sem sentido em que vegetamos. Dos grandes fatos aos pequenos atos quem somos nós nessa contradança? O nada combinado com o lugar nenhum. Somando, dividindo, subtraindo e multiplicando vamos levando a aritmética incorreta do dia a dia da pandemia. Aquela que assusta no âmbito geral e provoca um efeito inverso no individual. Todo mundo sabe que a ordem dos fatores altera o produto, o que não impede o “queroomeu” de sempre dando cartas de mão no pano não tão verde da humanidade.
O caos é aqui. Os sinais são bem claros, a gente é que não tem olhos para ver. O primeiro deles, no meu caso, é o local e o horário que saquei a caneta e abri o caderninho. São seis e meia da manhã da primeira segunda feira de fevereiro. Escrevo no chão da sala com o sol invadindo, ainda tímido, os tecidos de voil e a renda delicada da cortina que protege as plantas.
Ao meu lado o tomateiro informa, pela alegria serelepe de suas folhas que tremulam no ritmo preguiçoso da brisa passeando pela janela recém aberta que, apesar da falta de chuvas nesse janeiro esturricado, houve uma evolução sensível e visível a olho nu no jardim suspenso da pandemia.
Ao lado dele, uma rosa cor de rosa bem antigo desabrocha no vaso em que uma espécie desconhecida e com folhas de cheiro forte se desenvolve animadona. Tirei uma foto da mudinha virando arbusto abusado e o google indicou que pode ser um pé de Dama da Noite. Achei um pouco diferente dos “modelos” similares apresentados pelo sábio da Inteligência Artificial. Tenho a impressão que as folhas são mais lustrosas. As do vaso parecem ser, se não aveludadas, como a do pezinho de tomate, menos rígidas e “polidas”.
O sol que tomo todas as manhãs produz o tom moreno, quebra o tom esverdeado do isolamento na minha pele e pode ser reverenciado no desenvolvimento progressivo das plantas (inclusive eu, a ameba mor). Agora está forte e, caso não tomemos os devidos cuidados, deixará suas marcas. Isso me leva a mudar constantemente de posição. O caderninho me guia. E também ao meu corpo como um todo para evitar aquelas marcas nas dobrinhas, garantindo um bronzeado equilibrado. Igual a quando escrevo as crônicas nas Pontas, do Leme ou do Arpoador num verão qualquer.
Onde quero chegar? A nossa incrível e perigosa capacidade de adaptação, quase sempre inconsciente. A que nos faz acordar de madrugada num primeiro de fevereiro (amanhã é dia de Iemanjá), num ano sem carnaval, depois de um final de semana clássico com muito calor (chuvas por aqui, só se for de bençãos, pra quem acredita), praias lotadas, arrastões e variantes inclassificáveis das novas cepas se beijando nas bocas turísticas de Ipanema e outros points.
Não, não está pouco. Nem essas informações traduzem um retrato fiel do que nos aguarda, além da lentidão na vacinação contra a covid-19. O radinho que está desligado informa os movimentos de mais uma greve de caminhoneiros anunciada, ainda hoje decidirão os comandos do parlamento brasileiro. Mas, antes, Rodrigo Maia poderia até pautar o impeachment de Bolsonaro no Congresso Brasileiro, enquanto da miúda Myanmar o amigo desconhecido avisa sobre o último golpe de estado de um outro lado do mundo. Que não é aquele onde milhares de manifestantes são presos ao protestarem contra a prisão de um oposicionista ao regime, no caso, o russo.
O dia mal começou. Eu aqui, entre rosas, azaléas, tomateiros, hortelãs e mudinhas de pimentões. Observo o passarinho que borboleteia no pé de camélia que nunca deu flor. Agora, torro as cascas de bananas e jogo moída na terra. Diz que a ausência de flores é falta de potássio. Só saberei o efeito na próxima primavera. Enquanto converso com ela reparo que já dá pra ver uma mudança nos brotos das novas folhas que explodem nas pontas dos galhos. As flores, só o futuro dirá se resistirão ao inverno que (ainda) está por vir….
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Arpoador” do SEM FIM… delcueto.wordpress.com