Arquivo da categoria: Delírio Cotidiano

Anitta vira Embaixadora Mundial da marca Nubank

A cantora Anitta virou embaixadora mundial da marca Nubank, após deixar o conselho de administração da empresa. Sites especialistas em espalhar notícias falsas, as fake news, davam conta que a artista havia sido “escorraçada” do banco. O conteúdo falso também tentava associar à artista um prejuízo líquido do banco digital de U$ 45 milhões no primeiro trimestre de 2022. Isto tudo porque Anitta anunciou explicitamente seu apoio ao candidato à Presidente, Luis Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto.

FAB aposenta precocemente os “novos” helicópteros MI 35

O AH2 Sabre , batismo da FAB para o russo MI 35

A FAB (Força Aérea Brasileira) está aposentando todos os 12 helicópteros Mi-35 Hind, produzidos na Rússia e rebatizados na Aeronáutica de AH-2 Sabre os únicos modelos de ataque da frota.
A compra foi feita em 2008 ao custo de US$ 250 milhões e as entregas ocorreram entre abril de 2010 e o final de 2014. Ou seja, eles têm entre 7 e 12 anos de uso. Com esse tempo, a desativação do modelo ocorre de maneira considerada absurdamente precoce, visto que especialistas militares lembram que este tipo de equipamento fica operacional por várias décadas.
Até agora não apareceu nenhuma justificativa coerente e plausível para isso, já que a desativação enfraquece nosso poderio militar num momento geopolítico complicado do mundo.

Leia também: O Esquadrão Poti é aqui

Holística e Universo : tudo é energia !

Tudo é uma energia. Cada menor partícula e entidade viva é uma parte do todo. O todo não existe sem suas partes. Estamos dentro do corpo do universo e o universo está dentro de nós. Em tempos difíceis, saiba que você tem o poder do universo dentro de você. Holística e Universo é o tema central do blog da terapeuta sueca Anne Sofie Hult, que pode ser acessado através do link www.holisticheart.se

10 coisas que não se deve dizer ao TDAH

1)BASTA ANOTAR – essa afirmação é uma das maiores provas de desconhecimento do que é o TDAH. Não anotamos. Se anotarmos, esquecemos de consultar. Se consultarmos, não enxergaremos todos os itens ou tópicos, ou nossa mente só se importará com aquilo que é importante para ela e o restante cairá no limbo.
2)TENHA UMA AGENDA, PROGRAME SEU DIA – Essa é uma variação da anterior e demonstra a ignorância completa em relação ao TDAH. Tive um sem número de agendas (físicas e virtuais), todas foram abandonadas. Nos primeiros dias é perfeito, tudo anotado com riqueza de detalhes, à medida que o tempo passa, as anotações vão ficando mais vagas e espaçadas. Até que um dia acabam. Em geral, dura, no máximo, um ou dois meses.
3) FAÇA UMA LISTA DE PRIORIDADES – Não sabemos elencar prioridades. Simples assim. Nosso cérebro prioriza o que lhe é interessante, o que ele quer. Entenda, é um transtorno, uma doença, nosso cérebro funciona diferentemente do seu, ele tem uma lógica própria que, para nós portadores, é a correta pois não conhecemos outra. Se conseguimos fazer uma lista de prioridades razoável, as intercorrências do dia a dia subverterão essa ordem e ela será abandonada.
4) SE TEM QUE SER FEITO, FAÇA NA HORA – Uma das características do TDAH é a PROCRASTINAÇÃO, ou o adiar indefinidamente aquilo que deve ser feito. Na visão dos trouxas (os não portadores) isso é apenas irresponsabilidade ou preguiça. Nada mais enganoso. Sabemos o que deve ser feito, sabemos quando deve ser feito, sabemos porque deve ser feito. Mas não CONSEGUIMOS fazer. E o pior, sofremos por não conseguir fazer. A paralisia é sofrida, é incômoda, mas, na maioria das vezes, é insuperável. Só conseguimos reagir quando o desastre é iminente ou inevitável. Em geral tarde demais.
5) PENSE NO AMANHÃ, NO SEU FUTURO –
O cérebro humano funciona através de recompensas, o cérebro sem TDAH consegue projetar recompensas futuras, mais ou menos assim: vou fazer esse sacrifício hoje para no mês que vem ou ano que vem eu colha os frutos. O cérebro do TDAH não, ele só reconhece recompensas imediatas. Semana que vem já um futuro distante. Imagine ano que vem. Precisamos da recompensa AGORA.
6) PRESTE ATENÇÃO – Somos desatentos porque queremos? Pelo amor de Deus, ninguém é desatento por opção, principalmente ao ponto da desatenção tornar-se um problema, um dano. A DESATENÇÃO É PARTE DO TRANSTORNO. Eu posso estar olhando pra você, reagindo ao seu diálogo e não estar mentalmente presente. Meu cérebro ‘reserva’ uma pequena parcela de atenção ao seu diálogo desinteressante ou desagradável, o restante, a grande maioria na verdade, pode estar em Nárnia, na Terra Média ou em Hogwarts. Ou simplesmente num diálogo mais interessante na mesa ao lado, ou numa música que toca ao longe, ou na TV ligada…
No dia seguinte aquele diálogo foi deletado de nossas mentes e se você se referir a ele, para nós será uma absoluta surpresa.
7) DEIXE DE SER PREGUIÇOSO/PREGUIÇOSA – Obviamente que o que vou dizer vai parecer uma mera defesa da preguiça, mas não é preguiça, é inércia. Podemos ter preguiça de dar uma resposta e ter que continuar uma conversa. Mesmo que isso possa prejudicar nossa situação naquele diálogo. Podemos fingir que não lemos aquela mensagem por preguiça de ter que se explicar porque não quer sair, encontrar os amigos, beber… Podemos ficar quietinhos em casa e não atender à campainha insistente por preguiça de ver gente. Mesmo pessoas que gostamos. Podemos escolher não entrar na piscina de casa em um dia de forte calor, simplesmente por preguiça de trocar de roupa, andar alguns metros até a piscina e entrar na água fria. Podemos, e temos, ter preguiça para coisas e situações que nos beneficiem, que dê prazer, que nos dê lucro, simplesmente porque o que queremos é manter a inércia, manter aquele momento de… sei lá, tenho preguiça de pensar nisso.
8) SAIA MAIS CEDO, COLOQUE O DESPERTADOR… A noção de tempo é uma das maiores aberrações do cérebro TDAH. Trinta dias pra mim, é quase uma eternidade. E sempre sou surpreendido pela rapidez com que um mês chega diante de mim. Uma semana? Ixiiii, é muito tempo. Seis meses? Nem sei o que é isso…
Quantas vezes saí em direção a um compromisso com meia hora de antecedência sem considerar que o trânsito intenso daquele horário tornava a meia hora impossível de ser cumprida. Aí eu dirigia como um louco, fazendo ultrapassagens Irresponsáveis, xingando e brigando com todos as ‘lesmas’ que se arrastavam na minha frente.
Quantas vezes na infância ouvi minha mãe perguntar: Você não viu que estava escuro, que já tinha lua no céu? Não, não tinha percebido. Na verdade tinha, mas na minha cabeça haviam passado poucos minutos desde que ela surgiu. Talvez fossem seis e meia e não nove da noite.
9) VOCÊ SÓ SE LEMBRA DO QUE TE INTERESSA – Sim e não. Em geral essa frase é dita num tom de crítica a uma pessoa desonesta, que diz se lembrar apenas do que lhe interessa. Não é bem assim, o cérebro TDAH ‘não ouve’ o que não lhe interessa, o que não desperta sua atenção ou desejo. Não é proposital, é uma doença, um transtorno que nos impede de ‘arquivar’ parte do que ouvimos, falamos ou vivenciamos. Não é escolha.
10) VOCÊ É FRIO/FRIA, INDIFERENTE, SÓ SE IMPORTA COM VOCÊ. Sinceramente, não nos importamos nem com a gente mesmo. Se só nós importássemos com a gente não nos sabotaríamos tanto, não passaríamos por tantos empregos, por tantos relacionamentos, por tantos constrangimentos, por tantas perdas. Muitas vezes não respondemos porque não estamos presentes, embora nosso corpo esteja ali. Parecemos indiferentes porque passamos por cima dos detalhes, esquecemos as datas, perdemos a hora, erramos o caminho, repetimos os mesmos erros…
Claro, temos consciência de que não é fácil conviver com pessoas como nós. Claro que nada do que disse acima cura feridas abertas ou apaga falhas graves. As feridas continuarão doendo, as consequências das falhas ainda estarão presentes. Mas se você souber de antemão com quem está lidando poderá julgar de maneira mais isenta a personalidade do TDAH com quem convive.
TDAH não é falta de inteligência, não confunda, TDAH é um transtorno de execução. Sei o que fazer, como fazer, quando fazer, mas não consigo fazer a tempo, de maneira perfeita ou simplesmente me esqueço de fazer.
Pode parecer um monte de coisas: irresponsabilidade, inconsequência, preguiça, desrespeito, indiferença…
Mas é TDAH.

Macacheróvski

É hora de se acostumar com uma novidade no cardápio. Sai o popular Roskov e entra o Macacheróvski. Fruto da possível redução de grãos por falta de fertilizantes, cuja indústria foi praticamente dizimada no governo Bozo Ponha a macaxeira a ferver e quando já estiver macia frite numa frigideira e ponha um pouquinho de manteiga em cima. Bom  apetite ! 

É você !

Texto e foto de Valéria del Cueto

 Antes tarde do que nunca, ou quase. Então, cara cronista exilada do outro lado do túnel, vamos ficar com a segunda hipótese enquanto é possível. A ausência de informações para alguém que como você se exilou voluntariamente pode ser uma benção, querida amiga.

Há vários anos, verifico aqui nos dados compilados, que eu, Pluct Plact, o extraterreste, pipoco pelo planeta trazendo as notícias pelo raio de luar dançarino que atravessa a janela de sua cela. É a fresta. Hoje, afirmo com tristeza ser cada vez mais difícil manter seu interesse nessa conexão interplanetária com o mundo exterior.

Dessa vez esperei o fim do trânsito de mercúrio retrógrado (a gente tem que apelar pra tudo aprendi, a duras penas, por aqui) para ver se as tensões aliviavam com a abertura dos caminhos astrológicos. Não sei não… Só sei que não dava para deixar passar o período que você mais gosta, a pré-folia, com sua imaginação correndo solta e projetando o que seria o carnaval que, lamento informar, está aí, mas de um jeito diferente.

Carnaval de rua? Não vai ter. Ensaios técnicos na Sapucaí? Também não. Desfiles das escolas de samba? Nem pensar. É a pandemia da ignorância e do descaso com a maior festa popular do planeta e seus integrantes. 2022 é o ano do arremedo. Não pode a festa do povo, a não ser que seja paga.

Sorte de quem não teve que explicar o atraso nas obras da Sapucaí. Não está pronta. Como não esteve para os ensaios técnicos, de casais de mestre-sala e porta bandeira, comissões técnicas, alas coreografadas e baterias nos meses que antecederiam a folia. Ensaios de rua também foram suspensos a pedido. Mas quadras lotadas e festas estiveram liberadas em janeiro.

O carnaval foi transferido por decreto para abril (já sei, vai dizer que é sacrilégio, não é?). Primeiro a quaresma, depois a páscoa e aí vem a folia. Mais um cavalo para a festa de São Jorge. Difícil assimilar? Então segura essa: para o lançamento de uma novidade, a marca Rio Carnaval, haverá na Cidade do Samba um evento com todas as escolas do grupo especial.

Dois dias de apresentações no palco com os sambas, pavilhões, baianas, baterias e… um mini desfile na pista interna do complexo carnavalesco. 50 minutos por escola. Parece piloto para o nirvana das transmissões da TV. Pra que 4.000 componentes se o quadro fica cheio com 150 foliões? Tipo o antigo Maraca e o novo.

Não estranhe, cronista, a nova marca. Depois da pesquisa indicar que os ícones referências da festa são os pavilhões das agremiações, sabe o que se faz? Pasteuriza e resume o peso simbólico das bandeiras em tiras ambulantes coloridas. Não tente entender cronista, a não ser depois que assistir a explicação.

Feche os olhos e se deixe levar pela águia, o beija-flor, o surdo, as coroas e o imagético que está em seu coração e mente de foliã. Mas não faça como a freirinha carmelita. Nos dias de folia não pule o muro! A realidade está muito diferente aqui fora.

O espaço está acabando. Só dá tempo de uma rápida pincelada em assuntos, digamos, secundários. Canadá, EUA, França, entre outros países europeus, enfrentam uma onda ultradireita negacionista antivacinas que rasga o mapa no inverno do hemisfério norte e chega a Austrália no do sul. Caminhoneiros na fita.  Ainda não chegou ao Brasil que pode ter tido seu pré-teste em setembro, lembra?

Como se não bastasse, há a eminência de guerra na Ucrânia envolvendo as maiores nações mundiais. Tudo junto e misturado com a turnê do mandatário brasileiro à Rússia. Todos recomendam não ir, o que para ele é um sim.

Dizem que o poço até aqui de frustrações e violência ainda não transbordou por causa dos Jogos de Inverno em Beijing. Ele reúne esportistas de todas as nações envolvidas. Aguardaremos o rumo dos acontecimentos após os sempre espetaculares fogos de artifícios com expertise chinesa que encerrarão o evento mundial.

É muita insanidade, cronista? Depois, dizem que a louca é você…

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Das séries “É carnaval” e “Fábulas Fabulosas” do SEM FIM… delcueto.wordpress.com

Charlie Watts, baterista dos Rolling Stones, morre aos 80 anos

Watts morreu hoje em 24 de agosto de 2021, aos 80 anos de idade, em Londres. Em 14 de agosto de 2004o porta-voz da banda Rolling Stones anunciou que Watts estava com câncer de garganta. Após seis semanas de radioterapia em Londres, foi considerado curado, conforme anúncio feito por Mick Jagger em outubro de 2004.

Vacina Gourmet : Pfizer perde eficácia mais rápido que AstraZeneca contra variante delta

foto AFP

A vacina dos laboratórios Pfizer/BioNtech é mais eficaz para lutar contra os casos vinculados à variante delta do coronavírus que a desenvolvida por Oxford/AstraZeneca, mas sua eficácia desaparece mais rapidamente – afirma um estudo britânico.

Entre dezembro de 2020 e agosto de 2021, os cientistas da Universidade de Oxford examinaram amostras de quase 700 mil pessoas. E a análise permitiu estabelecer que, para as infecções com carga viral elevada, uma pessoa que recebeu a segunda dose da Pfizer um mês antes estava 90% mais protegida contra a variante delta do que uma pessoa não vacinada. O percentual cai para 85% dois meses depois, e 78%, três meses depois.

Moto-aventura : Do Atlântico ao Oceano Pacífico, as lições do Atacama e Machu Picchu

Ninguém vai roubar minha cabeça agora que eu estou na estrada novamente
Oh, eu estou no céu de novo, eu tenho de tudo
(Deep Purple, em Highway Star)
Galleta Pabellón de Pica/Ruta 1/Chile

Galleta Pabellón de Pica/Ruta 1/Chile

Aqui...

Aqui…

Talvez os momentos mais difíceis de uma grande viagem de moto são os dias e as horas que antecedem a largada. Não tem jeito ! Bate aquela ansiedade, um pouco de aflição, os pensamentos vão e vem atordoando a nossa mente. Dará tudo certo desta vez ? Depois dos primeiros quilômetros, o vento batendo no corpo tudo parece ficar mais fácil. Como diria Chico Science : Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar… Esta moto-aventura começa novamente em Porto Alegre/RS mas tem o destino final em outro Porto, o Velho, em Rondônia. Começa exatamente na Toca da Coruja, na Cidade Baixa , em Porto Alegre, onde nos empolgamos tanto com a cerveja extra-viva que acabamos perdendo a máquina Sony que iria documentar a viagem no outro dia. Paciência, mas viagem assim não dá prá tirar foto toda hora mesmo e o jeito é ir de celular. Lá vamos nós !

Dia 1 – Porto Alegre / São Miguel das Missões via BR 386/BR 285 – 500 km

POA-MISSOES

Clique nos mapas para ampliar ou clique com o botão direito do mouse e use a opção “Abrir link em nova janela”

A idéia é entrar na Argentina por Porto Xavier, passando assim por São Miguel das Missões,  Patrimônio Cultural da Humanidade,  no RS.  São 500 quilômetros da capital, e cruzamos com vários grupos de motos fazendo o mesmo trajeto, indo ou voltando. Tivemos pouquissimo tempo em POA  para preparação da moto, na verdade poucas horas para ajeitar as coisas nos alforges e no bauleto. Foi ligar e pegar a estrada, numa manhã ensolarada de primavera. Neste primeiro trecho a fonte de alimentação do GPS Nuwi 255w, que tava ligada numa Gambitech improvisada de 12 volts, já apresentou problema. Na verdade é a primeira vez que viajo de moto com GPS (nunca mais sem a partir de agora, o ganho de tempo no cruzamento das cidades já compensa tudo !). Carreguei à noite e no outro dia só ligava quando tinha necessidade para poupar a bateria. Mas o primeiro dia foi bom, uma tocada boa, depois ainda pegamos a inauguração de um restaurante em São Miguel das Missões, com bom atendimento e música gaúcha de primera, tchê ! Caiu um temporal tão forte que acabou com nossa pretensão de assistir ao famoso espetáculo de Luz e Som das Missões. Mas o lugar é fascinante, visita obrigatória para conhecer a nossa história.

Rota das missões

Dia 2 – São Miguel das Missões/Porto Xavier/RS BR 285 e RS 168 125 km /balsa sobre rio Uruguai/San Javier / Ituzaingó (Corrientes/Argentina) RP 2/RP 10/RN 14/RN 120  210 km Total : 335 kmsan-javier---corrientes Em Porto Xavier, por um erro de planejamento meu, perdemos a balsa que faz a travessia do rio Uruguai. Era um sábado. E tivemos que esperar até às 16:30 parados. Aproveitamos para trocar o mapa do GPS pelo ProyectoMapear com mapas da Argentina e Chile. Como o banco Erê que eu havia comprado não encaixou direito , por questão de segurança o deixei de lado. Assim, compramos um pelego para amenizar a dureza do banco da XT 660, um acessório que pode parecer estranho mas que é show de bola , em praticidade e conforto. Feito os câmbios, trâmites normais de entrada na Argentina, agora é pegar estrada ! Conseguimos neste dia chegar em Ituzaingó.

Primeira dica : O veículo tem que estar no seu nome, ou se estiver alienado, com uma carta da financeira liberando a saída do Brasil com firma reconhecida em cartório. 

Em nenhum dos países do Mercosul é necessário a PID (Permissão Internacional para Dirigir) mas vale a pena fazer e levar, é baratinho, cerca de 50 reais no Detran mais próximo de você.

Um detalhe que muita gente desconhece, é que a PID tem que ser emitida no DETRAN de origem da CNH. Ou seja , se sua CNH é do Rio Grande do Sul, por exemplo, a PID tem que ser emitida no RS.

Um pelego prá amenizar os mais de 7.000 km

Um pelego prá amenizar os mais de 7.000 km

Dia 3 – Ituzaingó a Salta RN 16 1.060 km

Este é um trecho brabeira. Cruza o Chaco, você possívelmente será explorado pela Polícia em Corrientes e em Resistência (lembra aquela cidade do jogo que não teve Brasil X Argentina ?). Pois é lá.

Ituizangó-a-Salta

Nas duas tem uma avenida marginal, e prá evitar o tal achaque, se vc está de moto trafegue por elas. Há uma placa minúscula no acesso à ponte avisando que motos tem que ir pela avenida paralela (colectora) e somente entrar na ponte no final da avenida, bem onde tem um posto da polícia que vai tentar te explorar. É incrível ! Como você não conhece bem o lugar , vai tentando achar a entrada da tal via Colectora e …pimba, cai na mão do guarda.  Ele tentou aplicar o tal “Pago Voluntário” que daria um desconto de 50 % na multa, e coisa e tal… mas fiquei com cara de paisagem e pedi que ele multasse. Ele olhou os documentos, olhou a placa, disse que então teria que pagar no Banco de La Nacion, eu insisti que multasse, conversou com o outro guarda e disse que então eu pagaria a multa na saída da Argentina , na Aduana. Pura conversa ! É um teatrinho prá lá de ridículo. Acho até que meu manjado adesivo “Prensa Latina” ajudou em alguma coisa, afinal nestas horas você combate com o que tem na mão. Pedi um recibo da tal multa e ele só confirmou que eu pagaria na saída, na aduana entre Argentina e Chile. Quá ! Agora, não vá fazer isto à noite ou em local isolado porque o bicho pode pegar.  Era meio-dia, sol a pino, e só cai nesta porque segui outras motos menores que estavam circulando.Imaginei, se eles podem, eu também posso. Seletivamente, o guarda só encrencou comigo.

Na saída de Resistência, pelo mapa do Projecto Mapear você vai parar num beco cheio de cães modorrentos, cansados de ver grandes motos passarem perdidas. Não se acanhe ! É por ali mesmo, acaba dando certo . Só não tente fazer isto à noite. Não sei se foi um erro de quem colaborou com o Projecto ou foi sacanagem mesmo.

Passando Corrientes e Resistência, siga até Pampa del Infierno, que justifica muito bem o seu nome. Faz um calor danado e é muito úmido, mas nada que assuste quem mora na Amazônia como nós. Nas imensas retas , bandos de aves no asfalto que revoavam a cada buzinada.

Salta é uma cidade deslumbrante, não é a toa que seu apelido é “La Linda”. Cheia de monumentos, igrejas, pontos históricos. Meio clichê, mas imperdível o passeio no Complejo Teleférico Salta, que sobe o cerro San Bernardo.  Dá prá tomar uma Quilmes bem gelada lá em cima, observando a beleza da cidade encravada no vale.

Dia 4 – Salta

Segunda Dica : Compre adaptadores de tomada para carregar celular, Gps, iPad. Na Argentina é de um jeito ( tipo Australiano) , no Chile de outro (tipo Europeu) e no Peru, diferentemente se encontra o tipo Europeu e o tipo Americano. Prá completar, agora no Brasil também temos esta encrenca !

foto : mochileiros.com

foto : mochileiros.com

Dia 5- Salta a Purmamarca via San Salvador de Jujuy (El Carmen)  RN 9 160 km Estrada estreita linda

salta---purmamarca

Reparem na proporção como a estrada é estreita !

A estrada só aceita um carro por vez, tem que diminuir a velocidade cada vez que há um cruzamento. Caminhão aqui nem pensar !

A chegada em Purmamarca é fantástica. Vale uma foto com o Cerro de Las 7 Colores ao fundo.

Cardápio do dia !

patagonia

 Terceira Dica : Leve um iPad ou um Netbook . O Netbook (ou um tablet Samsung) tem a vantagem da entrada USB e de ler páginas em Flash(coisa irritante no iPad..) Isto lhe dá uma boa independência na hora de precisar de Internet.

Dia 6- Purmamarca/AR a San Pedro de Atacama/Ch

O único posto de gasolina até o posto YPF em Paso de Jama(4.320 m.s.n.m), na fronteira Argentina/Chile é em Susques. Você precisa abastecer antes em Pastos Chicos (Susques) . O posto fronteiriço argentino Paso de Jama é novo (2012) e confortável. Lá há um  YPF com internet , café quente e até uma pousada se precisar pernoitar lá , devido à uma ventania com areia forte demais por exemplo. (Encha o tanque, você fará a entrada no Chile cerca de 170 km depois, em SPA)

O frio do deserto

No final de uma grande reta você começa a ter a incrível visão do Salar Grande. A princípio não dá prá entender bem o que é, aquela mancha branca no final do asfalto, parecendo neve. Quando você se aproxima é que tem a exata noção da imensidão que é o salar.

O sal do deserto

Logo após o Paso de Jama tem a fronteira com o Chile. Daí a SPA são mais 160 km. A Aduana chilena fica na entrada de San Pedro. Você rodará estes 160 km de deserto após dar saída da Argentina e antes de dar entrada no Chile, ou seja , no vazio , se é que me entendem ! Mas tudo é muito bonito, a subida ao altiplano, as multicoloridas paisagens de Purmamarca, o Licancabur soberano sobre a paisagem nevada, a fronteira com a Bolívia.

A reta final de descida até San Pedro de Atacama é incrível, são muitos quilômetros numa pista íngreme, que vai dos 4.750 metros aos 2.300 de Atacama em menos de meia hora. Ao lado da pista se vê várias saídas de emergência para caminhões que perdem os freios.

E se tem um conselho que é útil no Chile é o seguinte : respeite a velocidade máxima porque os Carabineros do Chile não perdoam, estão em toda parte, até no deserto tinha uma viatura com radar !

San Pedro de Atacama era um local de parada dos colonizadores espanhóis em sua saga de conquista. O pequeno povoado se formou a partir da Igreja de San Pedro, construída em meados do século 18. O pequeno povoado tem cerca de 2.500 habitantes e muitos, mas muitos “perros” que vão “adorar” ver você montado numa moto em baixa velocidade ! Além de simplesmente bater perna pela Calle Caracoles, a rua principal do povoado, vale fazer todos os passeios anunciados por diversas agências : Laguna Cejar , onde a salinidade é tão grande que você entra na água e não afunda, Valle de la Muerte, Cordillera de la Sal, Laguna Chaxa, Lagunas Miscanti e Miñiques, Geisers del Tatio, Camino del Inca, Toconao ,Tulor e Pucará de Quitor .

Quarta Dica : Se pensa em armazenar gasolina para levar compre um galão adequado. Na Argentina e no Chile eles não vão te vender em garrafa pet.

Dia 7- SPA Era muito cedo e fazia muito frio quando levantamos para que a van nos pegasse na pousada para o passeio até os Gëiseres El Tátio, a  4320 m de altitude, 90 quilômetros ao norte de San Pedro de Atacama, As grandes colunas de vapor saem para a superfície através de fissuras na crosta terrestre, alcançando a temperatura de 85°C e 10 metros de altura. Os gêiseres de Tatio são formados quando rios gelados subterrâneos entram em contato com rochas quentes.

“O pensamento parece uma coisa à toa, mas cumé que a gente voa, quando começa a pensar…”

Pausa para um pastel de queijo de cabra em ....

Pausa para uma empanada de queijo de cabra em Machuca, caminho entre os Geisers e SPA.  Se preferir, tem espetinho de lhama…

Um passeio de moto ao final da tarde pelo Vale de La Luna é tudo de bom !

Um passeio de moto ao final da tarde pelo Vale de La Luna é tudo de bom !

O melhor e mais barato buteco de SPA : não me pergunte o nome !

O melhor e mais barato buteco de SPA : não me pergunte o nome !

Pousada em SPA : preparando para mais uma jornada

Pousada em SPA : preparando para mais uma jornada

Dia 8 – San Pedro de Atacama / Tocopilla (Ruta 23 e 24 – 270 km) / Iquique (Ruta 1 – 230 km) Total : 500

calama-tocopilla

tocopilla-iquique

O verdadeiro oásis no meio do deserto. Ao fundo, o Licancabur

O verdadeiro oásis no meio do deserto. Ao fundo, o Licancabur

Na saída de SPA para Calama, em direção a Tocopilla (Oceano Pacífico) mais deserto, pequenas serras, retões intermináveis e pouco movimento. Calama é uma cidade média, tem aeroporto que opera jatos e postos de gasolina à vontade.

Quinta Dica : Leve mais de um cartão de crédito, porque se um der pau…Não esqueça de avisar o gerente que você vai viajar e diga os países para ele liberar o uso.  Uma boa também é levar um cartão pré-carregado tipo Visa Travel Money em dólares. Só que agora vc paga os mesmos 6,38 % dos demais cartões internacionais . Isto acaba “furando” esta minha 5ª dica. Daí no caso é melhor dinheiro em espécie mesmo. Só cuidado com notas muito estragadas, principalmente no Peru.

E agora, para onde ir?

E agora, para onde ir?

No Chile a parte mais cara da viagem

No Chile a parte mais cara da viagem

Pacíficooo !!!
Iquique, vista de um morro onde é praticado vôo livre.

Iquique, vista de um morro onde é praticado vôo livre.

Companheiro Pasin e Rubia Luz ! Desculpe, acabei não te avisando e furei o encontro. Lembrei de vocês quando “iniciei os trabalhos”. Tenham toda a sorte do mundo nos novos projetos !

O navio-museu Esmeralda, parte importante da história de Iquique e do Chile

O navio-museu Esmeralda,  parte importante da história de Iquique e do Chile

Iquique tem uma vida noturna agitada e a Zofri Mall, um grande shopping center zona franca, com preços atrativos e uma infinidade de bons produtos e bugigangas.

Praça de Iquique : “furei” com o amigo Pasin aquela cerveja gelada..

Dia 9- Iquique a Arica (Ruta 5 -311 km)

iquique-a-arica

Na saída para a ruta 5, no sentido contrário à Arica (ou seja, Antofagasta) há postos de gasolina em Pozo Almonte, que fica a aproximadamente a 5 km da entrada para Alto Hosício/Iquique. Para quem roda de XT 660 é a única alternativa saindo de Iquique, porque depois só Arica (300 km).Você roda  52 km desde Iquique, abastece e então , tirando os 5 km até o trevo de entrada, dá prá rodar até Arica.

Selfie à 120 km por hora no deserto

Dia 10 – Arica(Ch) a Tacna(PE) cerca de 50 km.

Tacna é uma cidade muito simpática e limpa. Tem cerca de 260 mil habitantes e é bastante arborizada. O clima é muito seco.

Depois de muito chão começam a surgir os vales verdejantes

Depois de muito chão começam a surgir os vales verdejantes

Sexta Dica : Se for o caso, consiga a Carteira Mundial de Estudante no site http://www.carteiradoestudante.com.br . Ela custa R$ 40,00 , vale até o final do mês de  março do ano seguinte e em muitos locais legais de visitar você terá 50 % de desconto, o que por si só já paga a carteira.

A ferrovia Tacna-Arica é uma ferrovia histórica e foi construída em 1856 pela empresa The Arica & Tacna Railway Co. Na estação de Tacna, acima, existe o Museu da Ferrovia, onde se encontram fotografias e relatos de época.

Como é sempre legal misturar literatura, vale a pena ler A Senhorita de Tacna, de Mario Vargas Llosa

Dia 11 – Tacna a Puno ( Ruta 36) 320 km

tacna-a-puno

Lá vamos nós cruzar a Cordilheira dos Andes novamente, coisa difícil de explicar, de descrever, é uma sensação que se tem que viver pessoalmente. Dia de susto, porque acabou a bateria do GPS e , num movimento brusco, arranquei o plugue do carregador USB. Pronto ! Perdido no meio dos Andes. E prá piorar, tinha uma estrada antiga para Puno, e uma saída para Desaguadero. Mas o que eu queria era a estrada nova para Puno ! Sem placas, sem GPS, vi uma indicação para Puno e entrei. Dei de cara com rípio e parei na primeira casa que vi, cercada de cachorros. Lá um bondoso camponês me explicou que era a antiga estrada para Puno, que era só seguir o asfalto que eu veria alguns quilômetros na frente a ubicación para Puno e Desaguadero. Deu certo, cheguei em Puno já a noitinha. Puno tem um trânsito caótico e foi complicado achar a pousada que eu tinha reservado pela Internet. Mas tudo acaba sempre dando certo !

Frio também dá sede !

Dia 12 – Puno

Passeio obrigatório a Ilha de Urcos. Sem mais delongas.

Puno vista da Ilhas de Urcos

Mercado Popular

Igreja Matriz

Tuk-tuk protegido do sol e da chuva

O melhor e mais honesto “classificados” do mundo

Rua central de Puno (Calçadão)

A foto não diz quase nada, mas pior que Puno só Juliaca

A foto não diz quase nada, mas trânsito pior que Puno só em Juliaca

Dia 13 – Puno a Ollantaytambo – Ruta 3S (via Juliaca/Pucará/Sicuani/Calca) 475 km

puno-a-urubamba

Manutenção básica

Em busca de novos caminhos

Em busca de novos caminhos …

Integração com a natureza

 

Motocando em Ollantaytambo

Motocando em Ollantaytambo

Dia 14 – Águas Calientes

Sétima Dica : Se você vai subir  o Huayna Picchu tem que reservar o ingresso com bastante antecedência. Os grupos são limitados em dois, um que sai às 7 hs da manhã com 200 pessoas e outro sobe às 10, com mais 200. O ticket para Machu Picchu e Huyana Picchu é específico.Faça a reserva no site oficial aqui http://www.machupicchu.gob.pe/  . Não esqueça de liberar as janelas pop-up do seu navegador. O site foi melhorado no dia 31 de janeiro de 2012, segundo um comunicado do Ministério da Cultura do Peru. Outra coisa: cara, subir o Huayna Picchu requer um mínimo de condição física e sistema cardio-respiratório em dia. Se você tem algum problema ou está muito fora de forma, não encare. É melhor consultar um médico antes. O preço do ingresso para Huayna Picchu/Machu Picchu é de 152 soles para cada adulto.Quem for estudante (com a carteira da ISIC) só pode comprar ingresso no  Escritório da Dirección Regional de Cultura – Cusco , Av. de la Cultura 238 (em frente ao estadio Universitario), Librería del Ministerio de Cultura (Casa Garcilaso) Condominio Huáscar Cusco – Perú, de segunda a sexta-feira das  8:00 as 16:00 horas ( é a avenida que dá prosseguimento à estrada logo que se chega a Cusco vindo de Puerto Maldonado) e no  Escritório do Centro Cultural de Machupicchu , em Aguas Calientes, já no povoado aos pés de Machu Picchu, de segunda a domingo, das 5:20 às 21 horas. (é pertinho da estação de trem ) Somente para Machu Picchu, o ingresso custa 128 soles e só podem entrar 2.500 pessoas por dia.  Depois de fazer a reserva, você tem duas horas para confirmar o pagamento senão a reserva cai. ( Se estiver já dentro do Peru e não conseguir via On Line, vale a pena enfrentar uma “cola” (fila) enorme no Banco de La Nación del Peru para pagar a confirmação da reserva. O horário de funcionamento dos bancos é das 8:00 às 17:30 hs. Em Iñapari, há uma agência na Plaza de Armas. Em Puerto Maldonado, o banco fica na Calle Daniel Alcides Carrión N° 241-243 – Distrito: Tambopata, telefone 082 571 210. Aos sábados , o banco abre das 9 da manhã às 13 hs. O cartão de crédito aceito no pagamento on-line tem que ter a facilidade “Certified by Visa”. Confira se o seu cartão tem essa facilidade, senão ele NÃO será aceito e vc terá que pagar numa agência do Banco de la Nación . Se estiver na época de alta temporada nem sonhe em deixar para fazer a reserva na última hora, Você não vai conseguir !

Não é preciso dizer nada…

Ai meu Machu Picchu, ninguém segura este meu delírio...

O duo : Ai meu Machu Picchu, ninguém segura este meu delírio…

Valeu, Mestre Ismael !

O uno: Valeu, Mestre Ismael !

Oitava Dica : Faça vacina uns 20 dias antes contra Febre Amarela e leve à Anvisa para receber o Certificado Internacional de Vacinação ( um amarelinho, com data e lote da vacina). Vai que no meio da viagem você resolve entrar na Bolívia, por exemplo.Veja este post com diversas dicas interessantes sobre Machu Picchu.

Dia 15 – Ollantaytambo / Mazuko ( Distrito de Inambari) Ruta Interoceânica Sur 450 km

ollantaytambo-puerto-maldonado

O trecho entre Cusco e Iñapari da Carretera Interoceânica Sur : repare as distâncias da placa. Estrada !

]

Pausa para colocar uma luva cirúrgica por baixo da outra que o frio pegou !

Pausa para colocar uma luva cirúrgica por baixo da outra que o frio pegou !

Dia 16 – Mazuko / Puerto Maldonado (170 km) / Iñapari (230) Assis Brasil / Brasiléia (Acre) 115 km Total: 515 km

puerto-maldonado-a-brasileía

Deu dó sair da aduana brasileira e depois de 50 metros cair numa cratera… Nosso país precisa investir muito ainda em infra-estrutura. Tem que estancar o gargalo da corrupção de alguma forma. O dinheiro que já foi destinado para as BR´s daria para deixá-las numa condição muito melhor do que a gente vê. Quando entrei no Brasil fiquei sem coragem de fazer sequer um trechinho à noite, coisa que fiz nos Andes no meio de chuva ainda, mas com sinalização e segurança.

SONY-BOLIVIA-243

Garantizada, la mejor !

Uma pequena visita em Cobija (Bolívia) só prá tomar umas Paceñas. Depois de um monte a confusão na conversão entre pesos argentinos, reales, soles, pesos chilenos. Mas eu tava com a camisa do Grêmio e o garçon era camarada e compreensivo. Deu tudo certo…

Serra de Santa Rosa, no Peru amazônico : lá vem curva !

Serra de Santa Rosa, no Peru amazônico : lá vem curva !

Nona Dica : Nas cidades peruanas não se arrisque a transitar com seu carro ou moto. Pegue um táxi que é baratinho, e é preço fixo, coisa de 2,3 soles por passageiro em qualquer percurso. Cidades como Puno, Juliaca, Cusco tem um trânsito bem maluco.

O Brasil a menos de 150 km

O Brasil a menos de 150 km

Dia 17 – Brasiléia / Rio Branco / Vista Alegre do Abunã (RO) BR 317/BR 364 – 440 km

brasileia-vista-alegre

Saimos de Brasiléia cedinho para pegar um churrasco no almoço com a Vivica e a Dona Mariá. Dona Mariá não comeu mas conversou prá caramba ! Constatação : uma das melhores churrascarias gaúchas do Brasil fica no Acre !

Décima Dica : Pé na estrada, irmão !

Depois de milhares de quilômetros em boas estradas, o choque do retorno à realidade brasileira, a poucos metros da fronteira com o Peru

Depois de milhares de quilômetros em boas estradas, o choque do retorno à realidade brasileira, a poucos metros da fronteira com o Peru

Abunã, Rondônia, Brasil

Dia 18 – Vista Alegre do Abunã/ Porto Velho (RO) BR 364 – 215 km

Atravessamos a balsa mais segura ( em termos de policiamento) do mundo ! Dois carros da PRF, dois da PM, um da PF … era uma escolta, pelo jeito. O que dói é o bolso : R$    4,00 para atravessar uma moto ! Carro pequeno : R$ 14,00

preços-balsa-abuna

Tabela de preços da Balsa do Abunã/Rio Madeira/Rondônia

O pelego se integra à paisagem rondoniense

 

E quem quiser que conte outra…

Não me pediram em nenhum momento a Carta Verde, nem o SOAT no Peru (este eu confesso que não tinha, fui deixando prá frente, fui deixando e…ôpa, já sai do Peru ! Mas não deixe de ler sobre o SOAT no post Viagem pela Interoceânica).

Viagem nunca mais sem um bom GPS. Ele encurta DEMAIS o tempo de passagem entre as cidades, facilitando encontrar as entradas e saídas. Outra grande vantagem desta viagem foi o fato de só ter uma perna de ida, porque o retorno sempre é mais complicado e entediante.

Outro mito que precisa ser derrubado , é que dá prá ir com QUALQUER moto ou carro para o Atacama ou Machu Picchu. Neste trecho não tem rípio, na verdade eu detesto rípio. Até de bicicleta dá prá ir, respeitando sempre os limites da estrada , da lei e da natureza, além do próprio corpo é claro. A vantagem de ir numa big trail é poder se aventurar um pouco para fora da estrada, aliás, para isto é que ela foi feita !

Outra coisa : nesta perna, subindo a América, não paguei nenhum pedágio, pois cruzava sempre com o movimento contrário e em alguns países como o Peru e Argentina, moto não paga. As estradas são boas (o susto é quando vc volta para o Brasil !). E fazendo um bom planejamento não tem mais pane seca no deserto ( não é mesmo, Z ?). Tudo o que precisa é você estar bem consigo mesmo, de preferência com quem você ama, ter responsabilidade e respeitar os seus limites físicos e psicológicos, gostar do novo e ser aventureiro, porque sem isto vc não vai mesmo !

Todo o começo e final de viagem é parecido. A ansiedade, a vontade de ir para a estrada no início…. Depois os perrengues, o frio, a chuva…. A hora em que você pensa, ” o que eu tô fazendo aqui ?” . O que nos leva a ficar horas sob uma chuva forte, passando frio, carregando e descarregando alforges com roupa fedorenta, procurando o muquifo mais próximo e barato prá passar a noite ? Mas vai chegando perto de casa, o asfalto zunindo sob seus pés, e não tem jeito. O pensamento voa …. Qual será a próxima ?

Veja também :

Moto-aventura : Quase 10.000 km pela Patagônia

Viagem pela Interoceânica, até Machu Picchu. De moto, até de carro eu vou ! Incrível !

Sabe aquela expressão do “Oiapoque ao Chuí” ? esqueça

8.916.100.448.256 = 12¹²

Texto e foto de Valéria del Cueto

Querida cronista. Que desafio virou trazer notícias pelo raio de luar. O que já foi prazeroso está se transformando num esforço hercúleo com variantes quase infinitas, como o vírus da Covid-19.

Se o semideus da mitologia grega cumpriu 12 trabalhos, no mundo contemporâneo eles não seriam multiplicados, mas elevados a sua própria potência (12¹²). Não precisa calcular esse número trilhométrico, amiga voluntariamente enclausurada, basta olhar para a nesga de céu da janela de sua cela e amplificar o número de estrelas que você enxerga para uma parte considerável da abóbada celeste e… voilá!

Assustei, né? Essa é a sensação que tenho e não consigo disfarçar (nem por uma boa causa) como é difícil manter-me fiel as conversa pelo raio de luar que a conecta com o mundo exterior.

As demandas intergalácticas são tantas! A tarefa de interlocução e tradução das pouco sutis intervenções humanas no curso dos acontecimentos dessa galáxia me consomem.

É muito complicado explicar aos seres extraterrestres que requisitaram minha expertise a velocidade e o rumo dos eventos produzidos pelos humanos, especialmente os de forma voluntária. Por exemplo: como e por quê alguém se acha no direito de lotear a Lua e, até, Marte? Quando eles, os visitantes, voltam seus sentidos para o conjunto da obra planetária as coisas se complicam mais ainda…

Quanto mais tento explicar que em meio a barbárie travestida de sofisticação tecnologia há, sim, um fio de esperança e a possibilidade de avanços da raça humana, mais os fatos me contradizem. É tiro, porrada e bomba para todos os lados.

Massas de refugiados, povos originários sendo atacados, dizimados e usurpados, grandes potências se enfrentado por um poder efêmero (como a história já cansou de comprovar), o número crescente de esfomeados e novas formas pouco sutis de escravidão. Claro que há, por parte de alguns poucos, um enorme esforço pelo bem comum. Porém, essa guerra está sendo perdida em várias frentes, infelizmente.

Cronista, eles não se satisfazem em causar destruição entre sua própria raça. Estão determinados a dizimarem outras espécies em prol de sua ganância insaciável. O planeta não está aguentando o impacto de tanta expropriação de seus recursos naturais.

A natureza reage e contra-ataca mandando alertas desesperados e mostra, por exemplo, com o vírus que evolui mais rápido que a ciência, quem dará as ordens no quesito evolutivo.

Não é possível que seres capazes de criar maravilhas partam para a ignorância de uma forma tão autodestrutiva. Só penso num personagem que você me apresentou quando, ainda cheio de ingenuidade, desembarquei por aqui. Santos Dumont, o pioneiro em fazer um objeto mais pesado que o ar voar (outros estavam chegando junto). Mas o que você me fez observar foi a decepção do inventor quando viu seu sonho virar uma máquina de guerra destruidora.

É isso que os deuses devem sentir em relação a sua criação, o ser humano. Por isso eles devem ter desistido da espécie. Os criadores abandonaram as criaturas. E eu, pobre Pluct Plact, não tenho mais argumentos para evitar o destino. Essa praga não pode se apossar de outros mundos!

O que me diferencia dos demais visitantes é que, na nossa osmótica convivência, quando aprendi a chorar também descobri um dos sentidos de amar, que é o não abandonar.

Por isso, me uno a você no seu silêncio e isolamento, (a forma mais digna de não se deixar vencer pelos inimigos, os arautos da morte de da destruição quando perdemos as forças), até que a sorte nos favoreça e, revigoradas, as energias divinas restaurem a sinergia natural de Gaia: a esperança no renascimento da vida…

*Essa Fábula Fabulosa é dedicada a Enock Cavalcanti e espero que responda a sua pergunta “vertical”

**Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Fábulas Fabulosas” do SEM FIM… delcueto.wordpress.com

Ruptura

Texto e foto de Valéria del Cueto

Nem é preciso abrir os olhos. Basta aguçar os demais sentidos. Os sons não ferem.

O do fundo é contínuo. Água correndo nas pedras, mas não muita. Um murmúrio alto em tempo de pouca chuva.

Um pássaro solitário cantante e um grilo quase falante de tão animado discutem! Também dá para perceber a conversa mansa do bambuzal, mas só quando venta.

Nada de tecer comparações, que é para não precisar fazer um exercício de memória e transpor para o papel a tortura dos meses a fio de enclausuramento.

Os cheiros também são outros. Até o de comida, única possível semelhança entre os ambientes.

Terra, plantas, flores e frutos. Carambola. O de cachorro molhado também.

Sangue bom é um vira-latasss aventureiro e, quando volta das viralatices que podem durar vários dias, vem todo estropiado. E fedorento…

Mesmo sem nenhuma tentativa de aproximação escolheu a mesa baixa da varanda, junto ao interruptor da luz pra se recuperar das estrepolias.

Dependendo da direção do vento o cheiro de cachorro molhado chega até a rede que balança tão vadia quanto ele.

Quando o vento muda de lado as roupas penduradas nos varais próximos da lavanderia exalam um leve perfume enquanto secam num vai-e-vem. Tão preguiçosas ao sol do pé da serra.

O tempo do tempo mudou, mas continua sendo pouco, seja na cidade ou por aqui. Ainda falta tempo para fazer um monte de coisas, tudo no seu próprio tempo. Que urge, porém não se adianta.

A rotina agora é outra. Também marcada pelas risadas, correrias e a gritaria animada das menininhas felizes, sapecas e saltitantes que se sobrepõe ao cantar distante do galo equivocado. Sempre às quatro horas da tarde.

Daqui a pouco começa a esfriar. O sol está caindo cedo…

Ah! Tem o céu. É o mesmo. Só que o daqui é emoldurado pelas copas das árvores gigantescas que fazer um desenho aleatório e filigranado contrastando com o azul, o branco e o cinza plúmbeo, mais pesado.

Nessa época a chuva é pouca. Num amanhecer seus sinais eram visíveis nas gotinhas dançarinas refletindo a luminosidade que brincavam de quase cair pela beirada do telhado da varandinha.

Dava pra vê-las do posto de observação. Dava até para tentar igualar o ritmo das idas e vindas com a queda dos pingos.

Leva tempo para sincronizar os movimentos. E tempo, sabemos, temos só algum. Porém não para muitas gotas.

Pra acabar com a experiência bate um sopro de vento da nuvem de algodão que passa rápida. Não muito forte.

O suficiente para jogar por terra a brincadeira junto com a pingação se precipita da calha, reanimada com a água derramada pelas folhas das árvores em cima da casa.

O sol reaparece, as roupas tremulam na corda e o dia recomeça.

O tempo já não nos pertence. O dono dele é o cheiro forte que vem da cozinha. Sangue bom se anima, sabe o que o espera.

Hora de tomar um café…

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Não sei onde enquadrar” do SEM FIM… delcueto.wordpress.com

 

 

Mallu Ferreira apresenta “A Arte de produzir bonecos e sua manipulação: a estética e a plástica dos bonequeiros de Porto Velho/RO”

A arte de criar bonecos tem sido uma antiga forma de representação humana. Segundo Mallu Ferreira, professora, produtora de audiovisual, apaixonada pela cultura e história de Porto Velho e autora do projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc “sua modelagem e plástica encanta pela diversidade e originalidade de cada boneco produzido. É uma arte que permanece artesanal e guarda as impressões simbólicas de seu criador. Juntamente com a criação do boneco, vem o processo de dar-lhe vida, que é conduzido por meio da manipulação, que pode ser feita utilizando diferentes ferramentas como cordas, madeiras entre outros objetos.” diz Ferreira
“Portanto, bonecos são a materialização de personagens que pretendem assumir uma personalidade ligada à história contada e também, às suas características físicas. Quando se constrói um boneco de modo específico, seja para o cinema, seja para o teatro, o criador internamente projeta uma história que envolve o universo do boneco, assim é traçado o perfil psicológico do personagem em questão.” complementa a artista.
Tendo como proposta salvaguardar por meio de um registro documental, ou seja, uma produção literária, o trabalho desses profissionais que produzem e criam elementos artísticos na cidade de Porto Velho, RO, procuramos dar ênfase aos grupos de artistas locais que trabalham com a criação de bonecos a partir de suas diferentes técnicas, bem como a plástica de produzir e manipular. Trazendo relatos transcritos dos bonequeiros, artistas que trabalham com a produção de teatro de corpo e teatro de bonecos, o livro pretende contribuir enquanto material inédito que divulgue a importância da profissão no contexto artístico, crítico e cultural.
Desse modo, o projeto foi dividido em duas etapas, sendo a primeira no formato e-book, afim de proporcionar um melhor alcance de divulgação e a segunda em livro físico que será distribuído nas escolas da capital.
“A Arte de produzir bonecos e sua manipulação: a estética e a plástica dos bonequeiros de Porto Velho/RO, é um projeto fomentado pela Lei Federal Aldir Blanc (Lei no 14.017-2020), Governo do Estado de Rondônia, por meio da Superintendência Estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer de Rondônia (SEJUCEL), pelo Edital 1o Edição Alejandro Bedotti (n 83/2020/SEJUCEL-CODEC).

Cinema brasileiro perde Capô, o Maurice Cappovila

E o Capô se foi, aos 85 anos, em decorrência de uma doença pulmonar, nos deixando ainda mais tristes. Capô, (Maurice Capovilla) como todo mundo carinhosamente o chamava no meio cinematográfico, foi diretor de talento. Entre seus vários filmes, destacam-se documentários como Subterrâneos do Futebol (1965) e ficções como Bebel, Garota Propaganda (1967), O Profeta da Fome (1970) e O Jogo da Vida (1977).

Teve também extensa carreira como produtor, ator e docente de cinema. Trabalhou no projeto original do Instituto Dragão do Mar, núcleo cinematográfico criado pelo governo do Ceará, em Fortaleza, uma fugaz fonte de inspiração para o nosso cinema.

Bebel, Garota Propaganda é adaptado do romance de Ignácio de Loyola Brandão, e O Jogo da Vida, de Malagueta, Perus e Bacanaço, de João Antônio.

Capô teve forte atuação no norte, principalmente no Estado do Acre onde colaborou no projeto da Usina de Arte, uma usina de beneficiamento de castanha e que vinha servindo como depósitos de materiais inservíveis do Estado e que estava abandonada há mais de uma década, transformando-se em depósito de máquinas obsoletas. Em 2006 passou a funcionar regularmente com cursos de teatro, cinema e música.

Capovilla também esteve por Rondônia, onde ministrou uma oficina do projeto DocTV , uma parceria da TV Cultura de SP com o Governo do Estado . Foi homenageado no Festival de Cinema Ambiental – CINEAMAZÔNIA e virou nome de um prêmio, o prêmio Capô de Linguagem Cinematográfica.

Pô, Capô ! Estamos muito tristes…

Filme sobre Expedição Dequech desvenda mitos das lendárias Minas de Urucumacuã

DEQUECHO falecimento do engenheiro de minas Victor Dequech, ocorrido em Belo Horizonte em 2012 poderia também sepultar uma parte importante da história de Rondônia.

Conhecido por ser o fundador da Geosol, a maior empresa de sondagens do país e da Sociedade Brasileira de Espeleologia, Dequech entra para a história de Rondônia a partir da Expedição da década de 40 que visava encontrar as lendárias Minas de Urucumacuã.

Outro depoimento histórico e fundamental para a compreensão dos fatos é o do Prof.Me. Emanuel Pontes Pinto, escritor , historiador e autor do célebre livro “Urucumacuã : mitos, lendas, tradição e história “.

O depoimento de Dequech é uma verdadeira bomba e põe por terra muitos mitos criados na fértil imaginação de cutubas e peles curtas.

O filme foi contemplado no Edital nº 78/ 2020/SEJUCEL-CODEC 1ª EDIÇÃO JAIR RANGEL “PISTOLINO” e fomentado pela Lei Federal  14.017/2020 (Lei Aldir Blanc) através do Governo do Estado de Rondônia por meio da Superintendência Estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer / SEJUCEL.