Arquivo da categoria: Coisas do Além Mar

Sem Covid 19, Cuba elimina lista restritiva de atividades comerciais privadas e amplia turismo

Pela 1ª vez em 130 dias, Cuba anunciou  que não há novos casos domésticos de covid-19, à medida que a maior parte do país passou para a fase final visando à retomada de atividades, com uso de máscaras e distanciamento social.

Francisco Duran, chefe de epidemiologia do Ministério da Saúde, que atualiza o país diariamente sobre a pandemia, tirou a máscara durante a transmissão nacional para dar a boa notícia.

A maior parte da ilha do Caribe, onde vivem 11,2 milhões de habitantes, está livre da doença há mais de 1 mês.

“Eu sempre digo para você ficar seguro em casa, mas eu sei que muitos hoje vão à praia”, disse Duran, sorrindo, lembrando à população a importância de manter o distanciamento social.

Os 2,2 milhões de habitantes da capital permanecem na 1ª fase de 3 estágios de reabertura, na qual eles podem usar transporte público e privado, ir à praia e outros centros de recreação e desfrutar de uma viagem à beira-mar, bem a tempo para as férias de verão.

O distanciamento social e o uso de máscaras permanecem obrigatórios na maioria das circunstâncias.

O país abriu um grupo de resorts para turismo internacional. A fase 3 amplia viagens internacionais, dependendo do risco.

O país comunista recebeu altas notas pela forma de informar sobre a pandemia. O sistema de saúde comunitário robusto e gratuito de Cuba permitiu manter o número de infecções abaixo de 2.500, com 87 mortes.

Cuba eliminará a lista de 123 atividades permitidas no setor privado , uma medida amplamente exigida pelos economistas que abre novas oportunidades de negócios para empresários da ilha em um momento de grave crise econômica.

A ministra cubana do Trabalho e Previdência Social, Marta Elena Feito, anunciou na televisão estatal, embora sem especificar uma data, que essa lista de atividades será eliminada “com escopo pré-estabelecido e limitado” para permitir que indivíduos iniciem negócios. “perfil muito mais amplo”.

Na lista atual – em vigor desde 2018 -, o número de atividades permitidas é de 123 , a maioria relacionada a restaurantes, transporte e arrendamento de moradias.

Ao eliminar essa lista, os “trabalhadores independentes” (como são conhecidos os trabalhadores do setor privado em Cuba) poderão realizar outras atividades econômicas “onde o escopo é determinado com base no projeto de trabalho apresentado pela parte interessada”.

Economistas cubanos e o próprio setor privado passaram anos exigindo a eliminação da lista de atividades permitidas, considerando um empecilho para a economia do país, que passa por uma crise cada vez mais preocupante , agravada pelas mais recentes sanções dos EUA, que mantém um bloqueio total à ilha há mais de 50 anos e pela queda do turismo devido à pandemia do coronavírus.

Como alternativa, os especialistas sugeriram que o governo substituísse a lista de empregos permitidos por uma das ocupações proibidas, o que aumentaria bastante o espectro de atividades dos empreendedores na ilha.

Espera-se que setores estratégicos do Estado cubano, como saúde, educação, telecomunicações, imprensa e defesa, permaneçam vetados da iniciativa privada .

Elas serão complementadas por outras políticas que buscam garantir que os salários “constituam a principal fonte de satisfação para o trabalhador e sua família”, que geralmente procuram vincular pagamentos ao desempenho dos funcionários , eliminar restrições à remuneração e agilizar os procedimentos.

Por seu lado, o setor privado, que reúne mais de meio milhão de trabalhadores independentes que geram aproximadamente um terço dos empregos no país, foi particularmente afetado pela pandemia , pois o turismo desapareceu e o número de clientes em seus negócios.

Várias empresas reiniciaram os vôos internacionais para Havana, Cayo Coco, Santiago de Cuba e outros destinos como a Mexicana de Aviación, American Airlines , Copa Airlines dentre outras.

Além das praias estonteantes,  Cuba tem uma cultura de prestígio.
Museus por toda a ilha, dedicados aos temas mais diferentes, como: História, Revolução, música, ciências naturais, arte colonial e decorativa, armas, carros, religião, tabaco, rum, açúcar, etc. Instalações culturais e entretenimento para balé, concertos, música popular, dança, galerias de plástico. Eventos internacionais como Festival Internacional de Ballet, Festival Internacional de Novo Cinema Latino-Americano, Jazz Plaza Festival, Bienal de Havana, Feira do Livro, Cuba Baila, Las Romerías de Mayo, entre outros.
Valores arquitetônicos e patrimoniais e o bom estado de conservação de diferentes conjuntos de edifícios centenários. As fortificações da engenharia militar espanhola da época colonial podem ser vistas em muitas cidades do país.

Cuba cobre uma área de 110.992 km². É uma ilha longa e estreita, com a aparência de um jacaré, atingindo 1.200 quilômetros de extensão. Sua parte mais larga mede 210 quilômetros e os 31 quilômetros mais estreitos.
Está localizado na parte mais ocidental da Bacia do Mar do Caribe, logo na entrada do Golfo do México. Trata-se de terras longas e estreitas dispostas horizontalmente entre as duas Américas na entrada do Golfo do México, no noroeste do mar do Caribe, uma posição estratégica que, na época, o tornava um local altamente cobiçado. O arquipélago cubano é composto por mais de 4.000 ilhotas e pequenas ilhas.
Em um mapa da região, Cuba será facilmente reconhecida por seu tamanho, pois é a maior das Antilhas e, além disso, por sua forma que lembra um crocodilo. Seus territórios mais próximos são: a leste, Haiti (77 km), a oeste, Yucatan, México (210 km); para o norte, Flórida, EUA (180 km); e ao sul, Jamaica (140 km).
Cerca de 300 praias naturais de areia branca e fina e águas transparentes a privilegiam. O mais conhecido é Varadero, no entanto, existem outros semelhantes. Três grupos montanhosos, duas longas regiões de savana, vários vales conhecidos internacionalmente como Viñales, Yumurí e Los Ingenios, atravessam a ilha em sua extensão.

Águas mornas e transparentes, biodiversidade impressionante e conservação de seus ecossistemas, a grande variedade e suas diferentes formações de corais atraem os amantes do mergulho. Nas nossas águas existem cerca de 500 espécies de peixes e outras 200 de esponjas, jardins de corais, cavernas, campos gorgonianos, além de moluscos e crustáceos, algas e leques marinhos. O norte da parte central oriental, exatamente na província de Camaguey, é uma das barreiras mais bem preservadas do planeta e a apenas 2 km da costa.

Para completar o maravilhoso mundo subaquático, belas cavernas, paredes verticais, túneis, falésias, canais e destroços valiosos, entre outras atrações consideráveis, se reúnem.

A fauna cubana é muito atraente, preserva algumas curiosidades, como o zunzuncito ou o pássaro de mosca, o menor pássaro do mundo. O menor sapo, um pequeno morcego chamado borboleta e um escorpião que não excede 14 milímetros, fazem parte de nossa espécie mais exclusiva. O endemismo é apreciável da mesma maneira em anfíbios e répteis. O crocodilo, perpetuado em incubatórios, é outra das espécies características de Cuba. Há cerca de 400 espécies de aves, nenhuma delas prejudicial ao homem.

Sua flora é rica e diversificada. No país, existem mais de 300 áreas protegidas que ocupam aproximadamente 22% do território nacional. Cuba estima seis áreas declaradas pela UNESCO como Reserva da Biosfera: a Península de Guanahacabibes, a Sierra del Rosario e o Parque Nacional Ciénaga de Zapata, a oeste; o Parque Nacional Caguanes, no centro; e o Parque Baconao e Cuchillas del Toa, no leste do país.

O significado da palavra Cuba poderia ser terra, devido ao significado aborígene dessa palavra, pertencente à língua Araguaco da cultura Taíno, de acordo com os critérios mais amplamente utilizados na historiografia. Outro significado recentemente atribuído poderia ser cúpula, de acordo com novos elementos fornecidos por estudos atuais que atribuem uma origem hispano-árabe ao nome da maior das Antilhas.

É na parte urbana, onde vive cerca de 70% da população, predomina a arquitetura eclética, embora alguns centros históricos como Havana ou Trinidad, entre outros, preservem o ambiente colonial, a ponto de serem declarados Patrimônio da Humanidade. Mas, em geral, é observada uma grande diversidade de manifestações culturais.

Quando e como viajar
Em qualquer época do ano, você pode ir para Cuba. Nos primeiros meses, é mais frio e agradável e, se uma frente fria aparecer, será apenas por alguns dias.
De abril a setembro, praticamente sem interrupções, o céu é limpo e a temperatura é quente, sendo ideal para ir à praia ou praticar atividades ao ar livre. Chove frequentemente em áreas montanhosas e mais esporadicamente nas planícies e costas. Os meses de julho e agosto são os mais quentes.
Cuba está ligada às principais capitais e cidades latino-americanas e européias por mais de 60 linhas regulares e fretamentos, e 10 aeroportos internacionais operam no país, além de uma dúzia de marinas e portos localizados nas costas norte e sul, que facilitar as chegadas por via marítima com as melhores condições de atracação.

Divisão político-administrativa
A República de Cuba é composta por 14 províncias e pelo Município Especial da Ilha da Juventud. De oeste a leste, essas províncias são: Pinar del Río, Havana, Havana, Matanzas, Cienfuegos, Villa Clara, Sancti Spiritus, Ciego de Ávila, Camagüey, Las Tunas, Holguín, Granma, Santiago de Cuba e Guantânamo.

em formação
As melhores informações são obtidas diretamente das pastas dos hotéis ou das agências de turismo, onde você também pode gerenciar suas excursões, fazer várias reservas para restaurantes, cabarés e shows. Nas grandes cidades com um grande fluxo de viajantes internacionais, como Havana, Santiago de Cuba, Camagüey, Matanzas, Cienfuegos e Trinidad, entre outras, existem algumas unidades ligadas ao Ministério do Turismo da República de Cuba, conhecidas como INFOTUR, com as informações mais atualizadas. serviços turísticos, propostas de opções, circuitos, transporte e hospedagem.

Atenções médicas
Nos hotéis, a atenção primária à saúde é garantida. Existem também clínicas internacionais e uma garantia para cobrir emergências em hospitais especializados. É sempre recomendável que o viajante seja coberto por uma apólice de seguro. O país possui um sistema de saúde considerado único em toda a América Latina, com cobertura total da população e um trabalho permanente em saneamento epidemiológico que constitui a base dos sucessos da ilha em uma esfera tão importante da vida social.

Extensões e mudanças modais de Turismo
Para prolongar a estadia em Cuba, o turista deve ir ao escritório de turismo de seu hotel ou vila; Da mesma forma, se você desejar variar a modalidade pela qual você viajou para o país, o departamento de turismo correspondente do seu hotel ou villa fará os ajustes necessários.

Moedas e formas de pagamento
A moeda oficial é o peso cubano e o peso conversível (CUC) também circula. Os preços em todos os serviços turísticos são fixados em CUC, portanto, quando você chegar ao aeroporto, deverá fazer a alteração; Você também pode alterá-lo em bancos e hotéis. Nas principais cidades e vilas, existem casas de câmbio (CADECA) para converter moedas em pesos e CUC. Os cartões de crédito Cabal, Transcard, Visa e MasterCard são aceitos desde que não tenham sido emitidos por bancos americanos ou suas subsidiárias.

Regulamentos de imigração
Todos os visitantes devem ter um passaporte válido em seu nome e o visto ou cartão de turista correspondente, exceto nos países com os quais Cuba possui acordos de visto gratuito. O cartão de turista, individual e para grupos, pode ser solicitado nas representações consulares cubanas, agências de viagens e escritórios de companhias aéreas.

Regulamentos aduaneiros Itens de uso pessoal, 2 garrafas de bebida alcoólica, 1 caixa de cigarros e até 10 kg de medicamentos estão isentos de impostos. Itens de até US $ 250,00 podem ser importados; desse valor, 50,00 USD estão isentos de pagamento e, para os restantes 200,00 USD, uma taxa de 100% deve ser paga. Não é permitido o seguinte:
– Narcóticos. É proibida a posse, tráfico, consumo e venda de drogas e entorpecentes.
Pornografia. É proibida a introdução de qualquer tipo de material pornográfico.
– produtos de sangue.
– Telefones e microfones sem fio.
– Eletrodomésticos.
– Armas de fogo, exceto armas de caça devidamente autorizadas. – A importação ou exportação de pesos cubanos.
A entrada de dinheiro é ilimitada. Para reexportar um valor igual ou superior a 5 000,00 USD, é necessário apresentar a declaração aduaneira correspondente.

Ao sair de Cuba, é autorizada a exportação gratuita de até 23 charutos a granel ou em contêineres. Para uma quantidade maior, o viajante deve entregar à alfândega uma cópia da fatura correspondente à compra do produto. Os charutos devem estar em contêineres originais, com classificações oficiais. Para extrair obras de arte ou antiguidades, é necessário solicitar permissão do Registro Nacional do Patrimônio Cultural, do Departamento de Patrimônio do Ministério da Cultura. O pagamento do excesso de bagagem no ponto de origem não exime o viajante de pagar, na chegada a Cuba, o pagamento da taxa correspondente de acordo com o valor dos itens.
Regulamentos de saúde
Somente é necessário apresentar o Certificado Internacional de Vacinação a viajantes de países onde a febre amarela e a cólera são endêmicas ou foram declaradas áreas de infecção pela OMS. A entrada de produtos de origem animal ou vegetal é restrita.

Corrente elétrica
110V., 60 Hz. Tomadas planas. Em alguns hotéis e instalações, é possível usar corrente de 220V.

Nossas Sugestões
Praias:
Pinar del Río: Cayo Levisa
Matanzas. Praia de Varadero
Península de Zapata: Playa Girón e Playa Larga.
Cienfuegos: Rancho Luna
Trinidad
Praia: Ancón Camaguey Península : Santa Lucía Praia:
Las Tunas: Praia de Covarrubias: Praia de Guardalavaca
Holguín: Praia de Marea del Portillo: Granma
Santiago de Cuba: Baconao e Chivirico.
Cidades:
Havana
Santa Clara
Cienfuegos
Sancti Spíritus
Trinidad
Santiago de Cuba
Paisagens.
Pinar del Río: Vale Viñales
Trinidad: Vale dos Engenheiros e Topes de Collantes
Santiago de Cuba: Costa Baconao, de Gran Piedra, Marea del Portillo – rodovia turística de Santiago de Cuba, na costa sul do leste de Cuba.

Detalhes. Ouça música tradicional na Casa de la Trova em Trinidad; navegue pela Cueva del Indio, em Viñales, Pinar del Río e observe de seu telhado a brilhante baía de Cienfuegos.
Sempre favoritos. de Trinidad, os músicos populares da Casa de la Trova, em Santiago de Cuba. E não esqueça ! “Mi mojito en La Bodeguita, mi Daiquiri en La Floredita” – Ernest Hemingway

com Vozpopuli e Agência Brasil

Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba abre inscrições para a seleção de estudantes brasileiros

A Coordenação dos Exames de seleção para a EICTV no Brasil comunica que estão abertas até 21 de janeiro, as inscrições para o Processo Seletivo 2020 / 2023. As provas serão aplicadas nos dias 14 e 15 de fevereiro de 2020, em Belo Horizonte / MG, Fortaleza / CE, Florianópolis / SC, Belém / PA Brasília / DF. O edital, com todas as informações necessárias e a ficha de inscrição serão disponibilizados pela internet no blog www.eictvbrasil.blogspot.com. Cada candidato deverá optar por apenas uma das especializações oferecidas:

 – DireçãoProduçãoRoteiroFotografiaSomDocumentário, Edição e TV e Novas Mídias.

Do Brasil, serão selecionados de quatro a seis candidatos que irão fazer parte de um grupo de 40 estudantes de todo o mundo, principalmente da América Latina. O curso tem duração de 3 anos. O início está previsto para setembro de 2020 e término em julho de 2023.

Procedimento para Inscrições                                                                                       

– Ler atentamente as informações deste edital e tirar todas suas dúvidas através do email eictvbrasil@gmail.com.

– Efetuar depósito em conta, referente à taxa de inscrição, no Banco do Brasil, agência 1221-1, c/c 6733-4, CPF 717 936236-00, Luiz Guilherme de S L Pádua, no valor de R$ 160,00 (cento e sessenta reais).

– Preencher a ficha de inscrição disponibilizadas pela internet através de link no blog www.eictvbrasil.blogspot.com

– Anexar o Comprovante de Depósito de R$ 160,00 no campo correspondente da ficha de inscrição (campo 22).

– Enviar a ficha de inscrição. O candidato receberá uma cópia da ficha em seu endereço de e-mail. Esta ficha deve ser entregue, impressa, no dia da prova.

Recomenda-se ao candidato que tire todas suas dúvidas antes de efetuar o depósito. Não haverá devolução em caso de desistência. Em até 48 horas após a confirmação do depósito e recebimento da ficha o candidato receberá, através de email, uma Confirmação de Inscrição com informações adicionais.

Condições e documentos exigidos no dia 14/02, antes dos exames escritos:

– Ter Idade entre 22 e 30 anos (nascidos entre 1990 e 1998).

– Preencher e enviar por e-mail a ficha e comprovante da taxa de inscrição indicando o local onde fará os exames. O candidato deve levar uma cópia impressa, no dia da prova.- Apresentar seu currículo impresso.

– Apresentar carta de motivação, com no máximo 2 laudas, que justifique seu interesse em estudar cinema. No caso de esta carta estar em português, o candidato deve apresentar uma cópia em espanhol.

– Apresentar um autorretrato do candidato, em qualquer suporte, técnica ou formato.

– Arquivo pessoal (portfólio), com materiais em cine, vídeo, foto fixa, música, artes gráficas, literatura, teatro, imprensa, e outros, em cuja elaboração haja participado ou desempenhado um papel significativo e criativo.

Os documentos e materiais abaixo deverão ser entregues apenas pelos classificados para a entrevista no dia 15/02:

– Certificados de estudos que demonstrem que concluiu dois anos de estudos sistemáticos, técnicos ou universitários em qualquer carreira.

– Certificado médico de aptidão física e mental (Exame simples fornecido por qualquer clínico).

– Seis fotos, tamanho 10x10cm. Uma das fotos deverá ser afixada na ficha de inscrição.

Processo de seleção

Cada candidato responderá a 2 provas escritas: uma prova de conhecimentos gerais e uma prova correspondente à especialização que escolheu.

A Prova Específica acontece entre 8h e 11:30h e a Prova de Conhecimentos Gerais, entre 13:30h e 16:00h, no dia 14 de fevereiro. Os candidatos aprovados nas provas escritas passarão por entrevista oral no dia seguinte (15 de fevereiro). A comissão julgadora, então, realiza uma pré-seleção indicando os melhores candidatos em cada especialização. Os candidatos que tenham vindo de outras cidades terão prioridade, na ordem das entrevistas. Todo o processo é realizado em português. O material e a documentação dos selecionados são enviados, em seguida, para Cuba, para a EICTV. O Conselho Docente da EICTV faz a seleção final.

Os nomes dos candidatos selecionados devem ser anunciados na segunda quinzena de abril.

Matrícula

O curso tem duração de três anos, e uma matrícula anual no valor de seis mil euros, pagos à vista (em setembro) ou em duas parcelas (setembro e janeiro).

Os estudantes que ingressam no curso regular têm direito a hospedagem em quartos individuais, alimentação, transporte entre Havana e San Antonio de los Baños, assistência médica primária e de emergência, material escolar e produção integral dos trabalhos em cinema e vídeo.

Sobre a Escuela Internacional de Cine y TV                                                                                       

A EICTV, localizada em San Antonio de los Baños (Cuba), é considerado um dos melhores centros de formação audiovisual em todo o mundo. Foi fundada em 15 de dezembro de 1986, pela Fundação Novo Cinema Latino-Americano (FNCL). Seus fundadores foram o jornalista e escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez, o poeta e realizador argentino Fernando Birri e o teórico e realizador cubano Julio García Espinosa, entre outros. Na época, a intenção foi criar uma escola que atendesse povos de língua latina, África a Ásia. Desde então, já formou milhares de estudantes e profissionais de mais de 50 países, que fizeram desta escola um espaço para a diversidade cultural de grande envergadura, hoje referência mundial.

Escuela Internacional de Cine y TV – San Antonio de los Baños – Cuba

Diretora Geral: Susana Molina /Diretor Acadêmico: Jerónimo Labrada / Coordenadora Acadêmica: Maria Julia Grillo / Site: www.eictv.org

Coordenação Seleção EICTV – Brasil

Geral: Guigo Pádua (eictvbrasil@gmail.com) (31) 99635-1026 EICTV Brasil

Belém:Afonso Galindo(afonsogallindo@gmail.com) (91) 98342-1531 / 99143-5111 Matapi Produções

Brasília: André Leão(andremunizleao@gmail.com) (61) 98634-0404 Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais – IRIS, do Deptº de Antropologia da UnB

Fortaleza: Marcelo Muller(muller.marcelorm@gmail.com) (11) 98106-7386                                    Porto Iracema das Artes

 Belo Horizonte: Ana Macedo(eictvbrasil@gmail.com)(31 ) 98487-7363 EICTV Brasil

Florianópolis:

 (carol.carolmarins@gmail.com) (48) 99915-1366 SINTRACINE / Cinemateca Catarinense

KLM expande sua frota com jatos comerciais brasileiros

Nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, a KLM Cityhopper (KLC), subsidiária regional do Grupo KLM na Europa, recebeu duas aeronaves da geração atual de jatos Embraer, o modelo E175+, com registro PH-EXU, e o modelo E190, com registro PH-EXV. A KLC opera na Europa exclusivamente com as aeronaves da fabricante brasileira, tendo 45 aviões em sua frota.

A entrega da 14º Embraer E175+ e 31º Embraer E190 marca um passo importante no processo inovador e contínuo de renovação da frota da KLM. Depois de eliminar o Fokker, e com base nas suas características tecnológicas avançadas dos jatos da Embraer, a KLM Cityhopper opera de maneira mais sustentável, utilizando menos combustível e, assim, reduzindo as emissões de CO2. Em comparação com o Fokker 70, a aeronave E175+ mais recente usa até 22% menos combustível.

10 anos de relacionamento entre KLM Cityhopper e Embraer

A primeira entrega de uma aeronave Embraer à KLM ocorreu em 2008 e desde então outras 44 já estão na frota da companhia. A aeronave Embraer também sustenta o objetivo da KLM, de sempre focar em seus clientes. As novas aeronaves oferecem mais conforto e espaço, contribuindo para que seus passageiros tenham experiências memoráveis.

A KLM Cityhopper atualmente opera a maior frota da Embraer na Europa. Em meados de 2018, a frota completa da KLC consistirá em 49 aeronaves produzidas pelo fabricante brasileiro de aeronaves. A entrega do 46º Embraer é esperada em abril.

Pela Democracia – Filme Aquarius em Paris

Por MD18.org

Na véspera da entrega da Palma de Ouro no Festival de Cannes, os filmes que concorrem ao prêmio foram projetados em avant-première em Paris. Na projeção do filme brasileiro Aquarius, indicado ao prêmio, a platéia seguiu o exemplo do diretor brasileiro Kléber Mendonça Filho e dos atores do filme que se manifestaram essa semana em Cannes contra o golpe de Estado no Brasil. Após os créditos finais, a platéia se colocou diante da tela com cartazes contrários ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff, assim como contra a supressão do Ministério da Cultura pelo governo interino, e entoaram gritos de Fora Temer.

md18.org/
facebook.com/movimentodemocratico18demarco/?fref=ts

Enquanto isso, na Espanha…

alemanha-campea20140713_0001

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A Procuradoria Geral da Espanha pediu a prisão do atacante Lionel Messi nesta quinta-feira, segundo a imprensa espanhola, como o jornal El Pais e Sport. O argentino é acusado de fraude fiscal e se for condenado, ele será preso. O jornal El País diz que teve acesso ao processo que diz que Messi recebe parte de sua renda a partir da exploração de direitos de imagem veio de empresas localizadas em paraísos fiscais, como Uruguai, Suíça e Belize. De acordo com a publicação, o órgão pediu que Messi fosse a prisão de 22 meses para o jogador do Barcelona. Ele é acusado de ser co-autor de delitos contra a Fazenda entre os anos de 2007 e 2009,que somam 4,1 milhões de euros. Em sua defesa, Messi havia alegado que desconhecia como era feita a gestão de seu patrimônio. A procuradoria disse que “não se deve considerar impune a quem usa terceiros para situações fraudulentas”. Nesta semana, o Ministério Público da Espanha já havia pedido a prisão de Jorge Messi, pai do jogador, por sonegação fiscal.

Grécia: o que o NÃO significa. Discurso de Alexis Tsipras à nação grega

Greek citizens,

We are at a critical juncture regarding the future of this country.

Sunday’s referendum is not about whether our country will stay in the Eurozone. This is a given and no one should question this.

On Sunday we will choose whether to accept the institutions’ agreement or whether, with the strength of the people’s verdict, we will seek a viable solution.

In any case, I want to reassure the Greek people of government’s firm intention to reach an agreement with its partners, with conditions that are sustainable and will provide for the long-term.

Since we announced our decision to hold a referendum, better proposals have been offered concerning the debt and its necessary restructuring than those that were on the table on Friday.

We did not ignore them. We immediately submitted our counterproposals asking for a viable solution, and for this reason an extraordinary Eurogroup meeting was convened yesterday, which will continue this afternoon.

Should there be a positive outcome, we will respond immediately. In any case, the Greek government remains willing to negotiate and will do so until an agreement is reached. The government will be at the negotiating table on Monday as well, immediately after the referendum, seeking better terms for the Greek people.

A popular verdict is always so much stronger than the will of a government alone. And I would like to reiterate that democratic choice is a core European tradition. During very important moments in European history, the people have made important decisions through referenda.

This happened in France, and in many other countries, concerning the referendum on the European constitution. This happened in Ireland, where the referendum temporarily voided the Treaty of Lisbon and led to a renegotiation, that resulted in better terms for Ireland. Unfortunately, in Greece’s case, we’ve been subjected to different standards.

Personally, I would have never expected that democratic Europe would not understand the need to give some space and time to a people to sovereignly make a choice about their future.

The prevalence of extreme conservative forces led to the decision to asphyxiate our country’s banks–with the obvious aim of blackmailing not just the government, but each citizen individually.

It is unacceptable in a Europe of solidarity and mutual respect to have these disgraceful images: For the banks to be closed, exactly because the government decided to give the people the opportunity to express their will; And for thousands of elderly people to be deeply inconvenienced.

However, the Greek government, despite the financial asphyxiation, took the appropriate measures and made sure that pensions were paid and deposited into the accounts.

We owe an explanation to these people who have been so inconvenienced: We have been fighting all these months in order to protect your pensions. To protect your right to a decent pension and not a miserly “tip”.

The proposals that they tried to blackmail us in order to accept demanded huge pension reductions. And we refused to go along with this.

And this is why they are retaliating today.

The Greek government was given an ultimatum to implement exactly the same austerity measures, and all the outstanding aspects of the memorandum that had not been implemented. And, in fact, without any provisions on the debt and financing.

This ultimatum was not accepted.

The self-evident alternative was to reach out to the people.

And this is what we have done.

I am well aware that during this period the sirens of destruction have been blaring.

They are trying to blackmail you as well, and ask that you vote YES on all the measures requested by the institutions, without any prospect of exiting the crisis.

They want you to side with those in Parliament who have repeatedly said YES to all the measures that have burdened the country.

To become one with them.

Complicit in perpetuating the memoranda.

It is important to understand, NO is not just a slogan.

NO is a decisive step towards a better deal that we aim to be signed immediately after Sunday’s result.

It constitutes the clear choice of the people concerning how their lives will be going forward.

NO does not mean breaking with Europe, but rather, returning to a Europe of values.

NO means: strong pressure for an economically viable agreement that will solve the debt issue, that will not increase the debt so that it continuously undermines our efforts to rebuild the Greek economy and society.

A socially just agreement that will allocate the burdens to those that can shoulder them, and not the workers and the pensioners.

An agreement that will allow the country, in a short period of time, to access the international financial markets, and thus end the supervision and guardianship.

An agreement containing reforms that will punish, once and for all, those who enable corruption and that have been fueling the political system all these years.

And at the same time, it will address the humanitarian crisis, create a comprehensive safety net for those who are marginalized–precisely because of the policies that have been implemented in our country for so many years.

Greek citizens,

I am fully aware of the difficulties.

I personally pledge that I will do everything possible so that these difficulties are temporary.

Some insist on linking the referendum’s result to the country staying in the euro.

They claim that I have a hidden agenda, if the NO vote prevails, to remove the country from the EU.

They are knowingly lying.

These are same people who used to say the very same thing in the past.

And they do a great disservice to the people and to Europe.

As you are aware, a year ago during the European elections, I was a candidate for the Presidency of the European Commission.

I stood before the Europeans then, just as now, and I argued that austerity policies must stop, that the memoranda will not lead to an end to the crisis.

That the program implemented in Greece failed.

That Europe must stop behaving in an undemocratic manner.

A few months later, in January 2015, the Greek people confirmed these sentiments.

Unfortunately, certain people in Europe refuse to understand this, refuse to admit this.

Those who want a Europe of authoritarianism that fails to respect democracy, those who wish for Europe to be a superficial union with the IMF being the “glue” that binds, are not visionaries for Europe.

They are timid politicians, unable to think as Europeans.

They stand side by side with those in our domestic political system, who are responsible for leading our country to bankruptcy, and that now have the gall to attempt to dump the burden on us–even as we’ve been trying to put an end to the country’s course of destruction.

They dream, indeed, of being restored to power.

This is what they’ve been hoping for—and still hope for, irrespective of whether we accepted the ultimatum–as they have blatantly sought an unelected Prime Minister who would implement it– or whether we gave our people the opportunity to express their will.

They talk of a coup. But democracy is not a coup. Unelected governments intent on manipulating circumstances—that is a coup.

Greek citizens,

I want to wholeheartedly thank you for the calmness and composure you’ve shown during every hour of this difficult week.

I want to assure you that this situation will not drag on. It will be temporary.

Salaries and pensions will not be lost.

The deposits of citizens who did not withdraw their money or place it abroad will not be sacrificed on the altar of expediency and extortion.

I personally assume responsibility for reaching a solution immediately after the democratic process.

I urge you to strengthen this negotiating effort with your support, I invite you to say NO to the memorandum measures that are destroying Europe.

I invite you to respond positively to the prospect of a viable solution.

To turn a page, that calls for upholding democracy.

With the certain hope that we will reach a better deal.

We owe this to our parents, our children, ourselves.

It is our duty. We owe this to history.

Thank you.

via Referendo Grego

Japão decide parar com a captura de Golfinhos

JAPAO DECIDE PARAR COM A CAPTURA DE GOLFINHOS NAGOYA, ESTADO DE AICHI - JAPÃO - 21/05/2015 Após uma forte pressão da Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) suspendendo a adesão do Japão no dia 22 de  abril com a alegação de violação do Código de Ética e Bem Estar do Animal, a Associação Japonesa de Zoológicos e Aquários (JAZA) realizou uma votação no dia 20 de maio, quarta feira entre os 89zoológicos e 63 aquários de todo o Japão e decidiram parar com a captura de golfinhos em Toji( uma pequena vila de pescadores) no estado de Wakayama famosa pela caça a baleia e aos golfinhos. Em Toji os animais eram capturados e de la enviados para os aquários de todo o Japão e exterior. Com a proibição da captura de golfinhos o único método dos aquários conseguirem golfinhos é a reprodução em cativeiro. Nos Estados Unidos a captura de golfinhos é proibida desde a década de 90 e hoje a maioria dos golfinhos dos aquários foram reproduzidos em cativeiro. Na foto golfinhos do aquario de Nagoya onde ja nasceram varios golfinhos. Fonte emissora NHK. Foto Marcelo Hide/Fotos Públicas.

fotos: Marcelo Hide / Fotos Públicas

Nagoya, Estado de Aichi – Após uma forte pressão da Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) suspendendo a adesão do Japão no dia 22 de abril com a alegação de violação do Código de Ética e Bem Estar do Animal, a Associação Japonesa de Zoológicos e Aquários (JAZA) realizou uma votação no dia 20 de maio, quarta feira entre os 89 zoológicos e 63 aquários de todo o Japão e decidiram parar com a captura de golfinhos em Toji ( uma pequena vila de pescadores) no estado de Wakayama famosa pela caça a baleia e aos golfinhos.
Em Toji os animais eram capturados e de lá enviados para os aquários de todo o Japão e exterior.
Com a proibição da captura de golfinhos o único método dos aquários conseguirem golfinhos é a reprodução em cativeiro.
Nos Estados Unidos a captura de golfinhos é proibida desde a década de 90 e hoje a maioria dos golfinhos dos aquários foram reproduzidos em cativeiro.
Nas fotos golfinhos do aquario de Nagoya onde ja nasceram varios golfinhos.

“A Internet pode tomar o lugar do mau jornalismo” (entrevista com Umberto Eco)

Do El País

Umberto Eco tem na entrada de sua casa em Milão, antes de sua montanha de livros, o jornal de seu povoado (Alessandria, no Piemonte), que recebe diariamente. Quando pedimos fotos de sua juventude foi a um computador, que é o centro borgiano de seu Aleph particular, seu escritório, e encontrou as fotos que o levam ao princípio de sua vida, quando era um bebê de fraldas. Faz tudo com eficiência e bom humor, e rapidamente; tem na boca, quase sempre, um charuto apagado com o qual, com certeza, foge do charuto. Tem uma inteligência direta, não foge de nada, nem dá voltas. Acostumado a escolher as palavras, as diz como se viessem de um exercício intelectual que tem seu reflexo nos corredores superlotados dessa casa que se parece com o paraíso dos livros.
Está com 83 anos; emagreceu, pois faz uma dieta que o afastou do uísque (com o qual almoçava algumas vezes) e de outros excessos, de forma que mostra a barriga achatada como uma glória conquistada em uma batalha sem sangue. É um dos grandes filólogos do mundo; desde muito jovem ganhou notoriedade como tal, mas um dia quis demonstrar que o movimento narrativo se demonstra andando e publicou, com um sucesso planetário, o romance O Nome da Rosa(1980), cujo mistério, cultura e ironia impressionaram o mundo.
Passeamos junto com o escritor. Física e metaforicamente. Percorremos juntos a imponente biblioteca de sua casa em Milão, onde também repousam alguns de seus livros de maior sucesso, como O Pêndulo de Foucault e Apocalípticos e Integrados. Nas mesmas prateleiras também está seu novo romance, Número Zero, uma ficção sobre jornalismo inspirada na realidade. Um olhar sobre a informação no século XXI e a Internet, campo de batalha das ideias, das notícias e das mentiras. Controlar a verdade do que aparece na rede é, para Eco, imprescindível. Uma tarefa à qual deveriam se dedicar os jornais tradicionais, para que esses continuem sendo, no futuro, garantidores da democracia, da liberdade e da pluralidade.
Com esse sucesso que teria envaidecido qualquer um, não parou de trabalhar, como filósofo e romancista, e desde então o professor Eco é também o romancista Eco; agora aparece (em vários países do mundo) com um novo romance que nasce do centro de seus próprios interesses como cidadão: ele se sente um jornalista cujo compromisso civil o levou durante décadas a fazer autocrítica do ofício; seu romance Número Zero (cujos direitos no Brasil foram comprados pela Record, que deve lançá-lo neste ano) retrata um editor que monta um jornal que não sairá às ruas, mas cuja existência serve ao magnata para intimidar e chantagear seus adversários. Pode se pensar legitimamente que nesse editor está a metáfora de Berlusconi, o grande magnata dos meios de comunicação na Itália?, perguntei a Eco. O professor disse: “Se quiser ver em Vimecarte um Berlusconi, vá em frente, mas há muitos Vimecarte na Itália”.
Alessandria, 1932. Nasceu no Piemonte, na Itália, onde foi educado pelos salesianos. Em 1954 se formou doutor em Filosofia e Letras na Universidade de Turim, onde também foi professor, além de lecionar nas Universidades de Florença, Milão e Bologna. Beirando os 50 anos, Umberto Eco obteve um de seus maiores sucessos literários com seu romance O Nome da Rosa, traduzido para vários idiomas e levado ao cinema. Ao longo de sua trajetória, conquistou inúmeras premiações, como o Prêmio Príncipe de Astúrias de Comunicação e Humanidades no ano 2000. Também é cavaleiro da Grande Cruz da Ordem ao Mérito da República Italiana e cavaleiro da Legião de Honra francesa.

Pergunta. Um romance sobre o jornalismo. Por quê?
Resposta. Escrevo críticas do ofício desde os anos 1960, além de ter na carteira o registro de jornalista. Tive um bom debate polêmico com Piero Ottone sobre a diferença entre notícia e comentário. Escrever sobre certo tipo de jornalismo era uma ideia que me passava pela cabeça desde sempre. Há leitores que encontraram em Número Zero o eco de muitos artigos meus, cuja substância utilizei porque já se sabe que as pessoas esquecem amanhã o que leram hoje. De fato, alguns me elogiaram. Por exemplo, há quem aplaudiu o que escrevo sobre o desmentido na imprensa, e já escrevi o mesmo sobre isso há 15 anos! De forma que abordei o tema porque o carrego comigo. Até o princípio do livro é muito meu, porque esse episódio em que a água não sai da torneira era também o princípio deO Pêndulo de Foucault. Para aquele alguém me disse que não era uma boa metáfora, e tirei; mas, paraNúmero Zero, gostei dessa ideia, a água que fica presa na torneira e não sai, e você espera que saia pelo menos uma gota. Gostei dessa ideia, fui ao porão, encontrei aquele primeiro manuscrito e voltei a usar. Tudo é assim: na discussão que há com Bragadoccio [um jornalista fundamental na trama de Número Zero] sobre qual carro comprar, o que escrevo é uma lista que fiz nos anos 1990 quando eu mesmo não sabia qual automóvel queria…

P. O romance está cheio de referências ao cinismo do editor que cria um jornal para extorquir…
R. Tinha em mente um personagem da história da Itália, Pecorelli, um senhor que fazia uma espécie de boletim de agência de notícias que jamais chegava às bancas. Mas suas notícias acabavam na mesa de um ministro, e se transformavam, em seguida, em chantagem. Até que um dia foi assassinado. Disseram que foi por ordem de Andreotti, ou de outros… Era um jornalista que fazia chantagens e não precisava chegar às bancas: bastava que ameaçasse difundir uma notícia que poderia ser grave para os interesses de outro… Ao escrever o livro pensava nesse jornalismo que sempre existiu, e que na Itália recebeu recentemente o nome de “máquina de lama”.

P. No que consiste?
R. Em que para deslegitimar o adversário não é necessário acusá-lo de matar sua avó ou de ser um pedófilo: é suficiente difundir uma suspeita sobre suas atitudes cotidianas. No romance aparece um magistrado (que existiu de verdade) sobre quem se lança suspeitas, mas não se desqualifica diretamente, se diz simplesmente que é extravagante, que usa meias coloridas… É um fato verdadeiro, consequência da máquina de lama.

P. O editor, o diretor do jornal que não chega a sair, diz por meio de seu testa-de-ferro: “É que a notícia não existe, o jornalista é que cria”.
R. Sim, naturalmente. Meu romance não é apenas um ato de pessimismo sobre o jornalismo da lama; acaba com um programa da BBC, que é um exemplo de fazer bem feito. Porque existe jornalismoe jornalismo. O impressionante é que quando se fala do mau, todos os jornais tratam de fazer acreditar que se está falando de outros… Muitos jornais se reconheceram em Número Zero, mas agiram como se estivessem falando de outro.

P. O jornalista, em particular, está retratado também como um paranoico em busca de histórias custe o que custar, e fica babando quando acha ter encontrado…
R. Acontece quando Bragadoccio encontra a autópsia de Mussolini… Sempre disse, também quando escrevia romances históricos, que a realidade é mais fantástica que a ficção. Em A Ilha do Dia Anteriordescrevo um personagem fazendo um estranho experimento para descobrir as longitudes; é muito engraçado, e as pessoas disseram: “Olha que bonita a invenção do Eco”. Pois era de Galileu, que também tinha ideias loucas de vez em quando e havia inventado essa máquina para vender aos holandeses. Se mergulhar na história pode encontrar episódios mais dramáticos, mais cômicos, e também mais verdadeiros do que os que qualquer romancista pode inventar. Por exemplo, enquanto buscava material para Número Zero, encontrei a autópsia inteira de Mussolini. Nenhum narrador de pesadelos e horrores jamais conseguiu imaginar uma história como essa, e é verdadeira. E a passei para o personagem Bragadoccio, jornalista investigativo, que babava enquanto a utilizava para sua crônica sobre conspiração que inventou.

P. E o senhor não a inventou, claro.
R. Está na Internet, é assim. Então é muito fácil imaginar que um personagem tão paranoico e tão obsessivo como esse jornalista comece a desfrutar tanto da autópsia como das caveiras que encontra na igreja de Milão por onde passa sua história. Também nesse caso da igreja tudo é verdadeiro: tentei desenhar uma Milão secreta, com essas ruas, essas igrejas, que abrigam realidades que pareceriam fantasias…

P. Agora a realidade e a fantasia têm um terceiro aliado, a Internet, que mudou por completo o jornalismo.
R. A Internet pode ter tomado o lugar do mau jornalismo… Se você sabe que está lendo um jornal como EL PAÍS, La Repubblica, Il Corriere della Sera…, pode pensar que existe um certo controle da notícia e confia. Por outro lado, se você lê um jornal como aqueles vespertinos ingleses, sensacionalistas, não confia. Com a Internet acontece o contrário: confia em tudo porque não sabe diferenciar a fonte credenciada da disparatada. Basta pensar no sucesso que faz na Internet qualquer página web que fale de complôs ou que invente histórias absurdas: tem um acompanhamento incrível, de internautas e de pessoas importantes que as levam a sério.

P. Atualmente é difícil pensar no mundo do jornalismo que era protagonizado, aqui na Itália, por pessoas como Piero Ottone e Indro Montanelli…
R. Mas a crise do jornalismo no mundo começou nos anos 1950 e 1960, bem quando chegou a televisão, antes que eles desaparecessem! Até então o jornal te contava o que acontecia na tarde anterior, por isso muitos eram chamados jornais da tarde: Corriere della Sera, Le Soir, La Tarde,Evening Standard… Desde a invenção da televisão, o jornal te diz pela manhã o que você já sabe. E agora é a mesma coisa. O que um jornal deve fazer?

P. Diga o senhor.
R. Tem que se transformar em um semanário. Porque um semanário tem tempo, são sete dias para construir suas reportagens. Se você lê a Time ou a Newsweek vê que várias pessoas contribuíram para uma história concreta, que trabalharam nela semanas ou meses, enquanto que em um jornal tudo é feito da noite para o dia. Um jornal que em 1944 tinha quatro páginas hoje tem 64, então tem que preencher obsessivamente com notícias repetidas, cai na fofoca, não consegue evitar… A crise do jornalismo, então, começou há quase cinquenta anos e é um problema muito grave e importante.

P. Por que é tão grave?
R. Porque é verdade que, como dizia Hegel, a leitura dos jornais é a oração matinal do homem moderno. E eu não consigo tomar meu café da manhã se não folheio o jornal; mas é um ritual quase afetivo e religioso, porque folheio olhando os títulos, e por eles me dou conta de que quase tudo já sabia na noite anterior. No máximo, leio um editorial ou um artigo de opinião. Essa é a crise do jornalismo contemporâneo. E disso não sai!

P. Acredita de verdade que não?
R. O jornalismo poderia ter outra função. Estou pensando em alguém que faça uma crítica cotidiana da Internet, e é algo que acontece pouquíssimo. Um jornalismo que me diga: “Olha o que tem na Internet, olha que coisas falsas estão dizendo, reaja a isso, eu te mostro”. E isso pode ser feito tranquilamente. No entanto, ainda pensam que o jornal é feito para que seja lido por alguns velhos senhores –já que os jovens não leem— que ainda não usam a Internet. Teria que se fazer um jornal que não se torne apenas a crítica da realidade cotidiana, mas também a crítica da realidade virtual. Esse é um futuro possível para um bom jornalismo.

P. Em seu romance, um editor concebe um jornal que não vai sair às ruas, para dar medo. É uma metáfora do que acontece?
R. E não só isso. Em Número Zero aprofundo a técnica do dossiê. A chantagem consiste em anunciar uma documentação, um informe. A pasta pode estar vazia, mas a ameaça de que existe basta: cada um de nós tem um cadáver no armário ou pelo menos recebeu uma multa por excesso de velocidade há 30 anos. A ameaça da existência de um dossiê é fundamental. A técnica da documentação é como a técnica do segredo. Filósofos ilustres, como Simmel e outros, disseram que o segredo mais poderoso é o segredo vazio. É uma técnica infantil: o menino diz (enganando): “Eu sei uma coisa que você não sabe!”. Dizer que sabe uma coisa que o outro não sabe é uma ameaça. Muitos segredos são vazios, e por isso são muito mais poderosos. Depois você vê os verdadeiros documentos, e são apenas recortes de imprensa. São vendidos a um Governo e aos serviços secretos, ou para a polícia, e são dossiês vazios, cheios de coisas que todos sabiam, menos os serviços secretos.

P. Número Zero é um romance de ficção, mas tudo pode ser visto na realidade…
R. É do jornalismo real que eu falo. Os jornais especializados na máquina de lama existem. Nem todos os jornais usam essa máquina, mas existem os que a utilizam, e por uma modesta soma de dinheiro eu poderia te dar os nomes…

P. E como sair da lama?
R. Dando notícias credenciadas. O que é maquina de lama? Normalmente é utilizada para deslegitimar o adversário e desacreditá-lo sobre questões particulares. Quero dizer que, na época áurea, se você não gostava de um presidente dos Estados Unidos, já aconteceu com Lincoln e Kennedy, o matava; era, por assim dizer, um procedimento honesto, como se faz na guerra… Por outro lado, com Nixon e Clinton se produziu uma deslegitimação com base em questões particulares. Um incitava a roubar papéis, o outro fazia coisas com uma estagiária… Essa é a maquina de lama. Poderiam ter dito, algo que não aconteceu nos Estados Unidos, que Kennedy dormia com Marilyn Monroe; a máquina de lama teria feito isso… Aquele juiz de Rimini do meu livro (que existiu realmente, em outra cidade) foi colocado na máquina de lama: usava meias extravagantes, fumava demais. Na verdade, havia emitido uma sentença que naquele momento não tinha agradado Berlusconi. E o que o maquinário do ex-primeiro-ministro fez foi buscar desacreditar sua reputação por meio de episódios menores. Pode se deslegitimar Netanyahu pelo que faz com a Palestina. Mas acusá-lo, por exemplo, de pedófilo, então já não estará trabalhando com fatos, mas estará colocando em funcionamento a máquina de lama.

P. Contra a máquina de lama…
R. As provas, as notícias rebatidas. Para a máquina de lama é suficiente difundir uma sombra de suspeita ou trabalhar sobre uma fofoca menor. No fim, na Itália, Berlusconi foi colocado contra as cordas contando o que ele fazia à noite em sua casa. Podiam dizer dele, e disseram, coisas muito mais graves, sobre seus conflitos de interesse, por exemplo. Mas isso deixava o público indiferente. E quando se provou que ele estava com uma menor de idade, então se viu em dificuldades. Como você pode ver, até defendo o Berlusconi! Ele foi vencido a partir de revelações sobre sua vida pessoal mais do que por notícias sobre fatos verdadeiros e outras coisas pelas quais é responsável.

P. O senhor cita em seu livro a Operação Gládio em relação a fatos que ocorreram após a Segunda Guerra Mundial… Entram aí até as suspeitas sobre a autoria da matança dos advogados de Atocha… Aquela sombra da extrema direita agora volta ao mundo com os atentados islâmicos. Um mundo sombrio outra vez. Qual a sua opinião desse momento outra vez sangrento, protagonizado dessa vez pelos terroristas jihadistas.
R. É como o nazismo: pensava em restabelecer a dignidade do povo alemão matando todos os judeus. De onde nasce o nazismo? De uma profunda frustração. Tinham perdido uma guerra, e é nos momentos de grandes crises que o cacique de um povo pode congregar a opinião pública em torno do ódio contra um inimigo. Acontece agora com o mundo muçulmano: três séculos de frustração, após o império otomano, após o imperialismo, surge essa frustração em forma de ódio e fanatismo…

P. E como se luta contra isso?
R. Não sei. Estava muito claro como se podia lutar contra o fanatismo nazista, porque os nacional-socialistas estavam em um território identificável. Aqui a coisa é mais complexa.

P. Tem medo?
R. Não por mim, por meus netos.

P. O senhor escreveu um livro em que um jornal da lama faz batalhas sujas sem sair às ruas… Cogita que um dia não haja jornais?
R. É um risco muito grave, porque, depois de tudo que disse de mau sobre o jornalismo, a existência da imprensa ainda é uma garantia de democracia, de liberdade, porque especialmente a pluralidade dos jornais exerce uma função de controle. Mas, para não morrer, o jornal tem que saber mudar e se adaptar. Não pode se limitar apenas a falar do mundo, uma vez que disso a televisão já fala. Já disse: tem que opinar muito mais sobre o mundo virtual. Um jornal que soubesse analisar e criticar o que aparece na Internet hoje teria uma função, e até um rapaz ou uma moça jovem leriam para entender se o que encontraram online é verdadeiro ou falso. Por outro lado, acho que o jornal ainda funciona como se a Internet não existisse. Se olhar o jornal de hoje, no máximo encontrará uma ou duas notícias que falam da Internet. É como se as rotativas nunca se ocupassem de sua maior adversária!

P. É adversária?
R. Sim. Porque pode matá-la.

Com Sul 21

Mali: A Filosofia Dogon e a origem da vida nas escarpas de Bandiagara

As Escarpas de Bandiagara carregam em seu ventre um pedaço de paraíso. O cenário contrasta o marrom avermelhado das rochas, o verde incisivo de árvores esparsas e das plantações familiares e o azul forte do céu sempre aberto. Ali, encaixados no cenário cru, espalham-se dezenas de vilarejos que dividem harmoniosamente o espaço com a natureza formando o País Dogon. Lembrando a origem do mundo, a região parece ter a resposta do equilíbrio entre homem e natureza que o futuro pede. Nos 150 quilômetros de falésia, antigas habitações encrustadas nas rochas, como cidades camaleões, se escondem na paisagem e dão um toque mágico à região. Texto via Afreaka

Daily life in the Dogon Region

Foto: Fotos Públicas/Marco Dormino / UN Photo

 

A Geração do Não Chega Lá (via Aventar)

Por

Nos meus idos vinte anos olhava para os distantes quarentões como aqueles que tinham encontrado o lado estável da vida. Era o achar que nunca vez se teria uma daquelas barriguinhas dos petiscos, que o cabelo seria sempre viçoso e que a juventude era uma característica pessoal. Mas sabendo que inexoravelmente se lá chegaria e que o conforto da democracia burguesa desculparia alguma coisa.

Alguns anos depois seria o tempo da geração rasca, a dos então miúdos que Vicente Jorge Silva diz não ter alcunhado, antes houvera as geração dos sessenta e dos oitentas, e nós, os que brotávamos idealismo pelos anos noventa? Qual era a nossa geração?

Continue Lendo via Aventar

Cabo Verde, na África, recebe o Festcineamazônia Itinerante

FOTO SHOW PRINCEZITO artista africanoNa última edição do Festcineamazônia em Porto Velho, a surpresa do encerramento foi o show de um cantor até então desconhecido na capital rondoniense- e no Brasil-. Princezito. Aos poucos, o jovem cantor conquistou o público que lotava o Teatro Banzeiros. A surpresa da plateia mostrava o quanto a cultura caboverdiana ainda é desconhecida dos brasileiros. Essa distância cultural começa a ser minimizada com mais uma edição do projeto Festcineamazônia Itinerante a Cabo Verde.

É a terceira vez que Cabo Verde recebe o Festival de Artes Integradas – Festcineamazonia Itinerante. A integração cultural com os países de língua portuguesa é o principal objetivo do projeto. “Intercâmbio permanente é uma necessidade para que especialmente os países africanos que falam a mesma língua possam interagir mais, já que ao total mais de 240 milhões de pessoas falam português no mundo”, diz Jurandir Costa, um dos organizadores do Festcineamazônia.

Serão exibidas sete produções brasileiras, abordando a questão ambiental do planeta. A iniciativa é uma parceria com a Câmara Municipal de Tarrafal (a mítica cidade situada no extremo norte da ilha de Santiago , conhecida como um dos bastiões do Batuco e Finason) através do vereador da cultura (cargo equivalente a secretário de Cultura) Inácio Borges, e o presidente da Câmara ( o mesmo que prefeito)José Pedro Nunes Soares. 

Do lado caboverdiano serão apresentadas atrações como o Palhaço Xclumbumba e a participação especial do cantor Princezito e o Grupo Batuku Delta Cultura. O Batuco é uma manifestação cultural, com raízes africana que teria chegado á Cabo Verde na época da escravatura. É sobretudo praticada por mulheres. Uma cantora descreve acontecimentos quotidianos, mas também se refere à política e à cultura em geral de uma forma divertida ou crítica.O coro imita os versos, e a canção vai-se tornando progressivamente mais intensa, culminando com o Tornu, uma dança muito espetacular que se resume praticamente aos movimentos do quadril, realizada normalmente por uma ou duas dançarinas.

Já o cantor Princezito, participou da ultima edição do Festival, num show com Eliakin Rufino, numa conexão Amazônia – África. Um DVD está em processo de finalização sobre esse encontro musical.

A programação será toda com entrada livre, iniciando na próxima quinta-feira, 20 de junho, no Mercado de Artesanato e Cultura do Tarrafal, em Cabo Verde.

Deu na RTP > Nova fraude alimentar em Portugal : peixe-caracol é vendido como legítimo bacalhau

Há um novo caso de fraude alimentar em Portugal. O peixe-caracol, uma espécie não autorizada no país, está a ser vendido como bacalhau. O Diário de Notícias pediu uma análise laboratorial a um preparado de bacalhau com natas à venda num supermercado do grupo Auchan e encontrou peixe-caracol. O produto já foi retirado das lojas.

Veja matéria completa na Radio e Televisão Portuguesa

[Especial] Festival de Cannes 2013 (via Sobre Cinema)

Festival de Cannes, foi presidido por Louis Lumière e no dia 20/Setembro de 1946 ocorreu sua primeira edição.
O mesmo foi criado por iniciativa de Jean Zay, ministro da República e das Belas Artes que desejava implantar na França um evento cultural internacional para competir com as amostras Venezianas.

Na edição desse ano, o evento ocorreu entre os dias 15 e 26 de maio.
De acordo com o site oficial, a premiação tem como objetivo promover, valorizar obras que possam servir como referência de evolução para a indústria.

Vencedores 2013

Palma de Ouro
“La vie d’Adele”, de Abdellatif Kechiche.

Grand Prix
“Inside Llewyn Davis”, dos irmãos Coen.

Melhor diretor
“Heli”, de Amat Escalante.

Câmera de Ouro (Para diretores estreantes)
“Ilo Ilo”, de Anthony Chen.

Melhor ator
Bruce Dern, de “Nebraska”.

Melhor atriz:
Bérénice Bejo, de ‘Le passé”.

Melhor roteiro
Jia Zhangke, de “A touch of sin”.

Prêmio do júri
“Like father, like son”, de Hirokazu Kore-Eda.

Melhor curta-metragem
‘Safe’, de Moon Byoung-Gon.

Veja Mais Sobre Cinema

Português para espanhóis: foda-se e vai-te foder (via Aventar)

Depois de ter falhado a conversão de uma grande penalidade (expressão futebolesa carregada de ressonâncias religiosas), Cristiano Ronaldo acabou por marcar um golo, na marcação de um livre indirecto. A complementar a descompressão, soltou um sonoro e evidente “foda-se!”, essa interjeição tão portuguesa e tão reveladora de alívio, revolta, raiva, frustração ou qualquer outro sentimento à escolha.

Sendo o português e o castelhano línguas de tão próximo parentesco e estando o balneário do Real Madrid em estado de sítio, a comunicação social espanhola, pouco conhecedora da língua portuguesa, deixou-se enganar pela aparência e julgou que Cristiano Ronaldo estaria a insultar alguém, escolhendo Mourinho como hipotético alvo de um insulto inexistente.

Não é que Cristiano Ronaldo seja um primor de elevação ou de desportivismo, como será inegável que a relação com Mourinho esteja muito desgastada, mas, neste caso, é evidente que foi a ignorância a ditar uma conclusão.

Assim, seria importante que alguém ensinasse aos espanhóis a diferença entre uma interjeição e um insulto. Quero, assim, deixar o meu contributo para uma didáctica do “foder”.

Num primeiro momento, poderá ser feita uma comparação entre Passos Coelho e Mariano Rajoy. Depois, poderá explicar-se que o português, farto de ser roubado pelo triste barítono português, soltará um “foda-se!” de revolta sempre que tiver o azar de ver na televisão o ocupante do cargo de primeiro-ministro, usando um tom similar ao de alguém que, estando descalço, mandou um pontapé numa mesa que já lá estava e não devia estar. Depois de ouvir Passos Coelho, esse Rajoy lusitano, anunciar, pela milésima vez, mais um corte, o português vitimado recorrerá, como solução imediata, a um “Vai-te foder!”, dirigido a um assaltante engravatado que tem a sorte de estar longe. Acrescentar a essa expressão “filhadaputa” ou “filhadagandaputa” é opcional, mas habitual. Há, até, quem diga que é inevitável.

Via Aventar