Em tempos nebulosos, Esquadrões Poti e Pacau protegem os céus da Amazônia

O primeiro Grippen NG da FAB faz pose em Brasília, mas ainda não está operacional.

O AH2 Sabre , batismo da FAB para o russo MI 35

Por Beto Bertagna

Depois da transferência do Esquadrão Poti de Recife para Porto Velho/RO há 10 anos atrás,  constituindo o 1º Esquadrão de Helicópteros de Ataque , com a compra da Rússia de 12 AH-2 Sabre (MI 35) e  do  1°/4° Gav. Esquadrão Pacau, de Natal/RN para Manaus a geopolítica da região esquentou, com as claras tentativas dos EUA de pressionar a queda de Nicolas Maduro do poder, na Venezuela. . A operação do esquadrão é com os jatos mais modernos e letais da FAB, o Tigre F-5M, caça  supersônico com recursos aviônicos, armamentos e performance adequada ao desempenho da missão de controle do espaço aéreo. Conta também com o apoio da aeronave E-99 (radar)  e do COPM4 (4º Centro de Operações Aéreas Militares) . Com a  conseqüente extensão da cobertura radar na aérea na Região Norte. A FAB concluiu em 2013 a modernização de suas 46 aeronaves F-5E/F, que passaram para o padrão F-5E/FM. O motor e célula dos aviões permaneceram os mesmos, mas a sua aviônica (HUD, radar e painel de controle) foram extremamente modificados. Ainda em 2013, outros F-5E/F, adquiridos da Real Força Aérea da Jordânia, sendo 8 F-5E e 3 F-5F bipostos foram modernizados pela Embraer Defesa e Segurança.  São 49 caças F-5E/F que foram atualizados entre 2002 e 2013. O último foi entregue agora, em 14 de outubro de 2020. Os caças estão espalhados pelas Bases de Anápolis/GO, Santa Cruz/RJ, Canoas/RS e Manaus/AM;

F5-M modernizado, da FAB

No entanto, especialistas ouvidos pela redação deste blog  www.betobertagna.com apontam que o F5-M, um projeto inicial da década de 50,  apesar do seu poder não é páreo para os  aviões Sukhoy SU-30, que integram a Força Aérea da Venezuela, que ainda assim manteriam superioridade estratégica sobre a nova base em Manaus. Como os 36 Grippen vão demorar a ser construídos e se tornarem operacionais, hoje a Aviación Militar Bolivariana (AMB) que possui uma frota de 23 caças Sukhoi Su-30 e 20 caças F-16 é uma real ameaça. Estes mesmos especialistas garantem que o poderio de um Grippen equivale a 4 unidades de F5-M.

Su 30 Flanker, da Força Aérea Venezuelana

Outros problemas também terão que ser solucionados, pois a operação deste jato em Ponta Pelada ainda é complicada pelo comprimento da pista. Os jatos de Manaus são os mesmos comprados da Jordânia em 2006 no Governo Lula e modernizados na Embraer e em Israel.

Com a chegada do primeiro Grippen NG, equipado com um novo grupo motopropulsor, o General Electric F414G, um radar ativo de varredura eletrônica, além de um aumento significativo da capacidade interna de combustível a situação de supremacia aérea na Amazõnia muda radicalmente. O Grippen pode decolar até de uma estrada !

Os Grippen NG na fábrica da Suécia. Espera-se que pelo menos 20 unidades sejam construídas na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo que possui uma pista de quase 5.000 metros para testes.

São oito vetores modelo Grippen JAS 39F, versão de dois lugares semelhante ao modelo E mais  28 aviões monopostos do modelo JAS 39E, somando 36 unidades que foram compradas em contrato assinado no Governo Dilma, em 2014 depois de muitos anos de idas e vindas numa novela que começou em 1990 no Governo Collor, com lobbies e pressão do governo dos EUA e França que desejavam emplacar os modelos F/A-18 Super Hornet, da Boeing e o caça Rafale, da francesa Dassault respectivamente. O problema dos dois é que não seria feita transferência de tecnologia, o que levou a Grippen para a escolha, já que ela se dispunha a fazer uma parceria com a Embraer e até montar os caças em Gavião Peixoto/SP, planta da empresa, que tem a maior pista do mundo . Para se ter uma idéia da importância do martelo batido por Dilma e o Ministério da Defesa, o Comando da Aeronáutica elaborou um relatório com nada menos que 33 mil páginas de análises.

A questão da transferência de tecnologia é crucial para a soberania do Brasil e já está dando alguns frutos.  A subsidiária gaúcha AEL Sistemas, de Porto Alegre, está produzindo o (WAD) Wide Area Display , uma tela de 19×8 polegadas que reúne todos os dados cruciais de voo – que, nas versões anteriores do Gripen, ficavam espalhados por três monitores e passará a equipar todos os Gripen (não só os brasileiros).

Veja também : O Esquadrão Poti agora é aqui

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