Não sou muito diferente de todas as outras pessoas deste mundo. Vivo a minha rotina, tenho preguiça de acordar cedo, morro de sono depois do almoço, comemoro a chegada da sexta-feira e no domingo eu morro de preguiça até de viver.
Fisicamente também não fico nem acima e nem abaixo, faço parte da média. Não possuo beleza unânime de ganhar olhares pelas ruas – e das vezes que recebo acho que estou com a roupa suja, sei lá, não sei lidar com elogios e/ou flertes – não tenho tanto dinheiro para ir nos lugares mais descolados da cidade, não conheço muito de tecnologia e não vi os filmes mais cult que se tem notícia.
Eu sou normal e o que há de mais especial em mim é quem eu sou. E isso é tudo o que eu posso oferecer. Mas em um mundo normal isso não deveria ser o bastante?
Tem dias que acordo sem vontade de levantar e se fosse pela vontade de continuar na cama eu entenderia, mas é pela preguiça de encarar mais um dia. Tenho preguiça das pessoas, preguiça da mediocridade, do pensamento pequeno, da atitude desleal. Tem dias em que daria tudo pra ficar em casa a ter que encarar gente mal humorada com a vida, que desconta a raiva me esmagando no metrô como um monte de lixo, enquanto estou no melhor refrão nos meus fones.