Por Daniel Bovolento
Aos moços de plantão, deixo o meu aviso: é perigoso. E nem falo da conotação sensual que esse reclame pode ter. Desse ar de desafio que estala no céu da boca e os atiça ainda mais. Não tem uma permissão subversiva que pede que vocês avancem. É sincero e cauteloso: não tentem me ganhar em qualquer dimensão romântica que não seja a minha.
É que eu tenho medo – e um certo receio – de feri-los em campo de batalha. Eu sou uma dessas guerras que não foram feitas para serem ganhas. Eu fui feita pra durar até que algum fator externo – que não é você – me fizesse sossegar num marasmo bacana. O meu processo de gostar de alguém não é tão simples assim. E eu me decepciono a cada nova tentativa de quem vem tentar alguma coisa. De quem assume a coragem de bater umas barreiras, nadar depois de uns naufrágios, dizer que está aqui por mim. Isso dói tanto. A angústia de não poder fazer nada quanto a isso me dói mais do que aos bravos cavalheiros que tentam me fazer sentir algo. Mas é que. Eu não consigo. Eles não são o tal cara que vai revirar o meu mundo e me fazer querer alguma coisa que vá além da minha zona de conforto. Mas eu tento.