Monólogo sobre o desamor.(via Entre Todas as Coisas)

Por Daniel Bovolento

Sabe, eu passei uma vida toda tentando encontrar a resposta pra aquele tal probleminha que todo mundo disse que eu tinha. Fui na tal da psicóloga, bati papo por horas, dei uma ou outra olhada no telefone pra ver se alguém ligava e nada. Só agonia. Achei que era falta de homem e lá fui eu tentar me relacionar.

Vocês já viram como é difícil se relacionar com alguém? Credo! Quebra as unhas. A TPM vem redobrada. Eu já acordava irritada e com vontade de socar a cara do romântico que cismava com a porra da conchinha. Daí desisti. Achei que o problema era insatisfação crônica – aquele problema que a gente sabe que tem, mas nunca admite. Estudei muito, viajei muito e essa coisa continuava ali. Angústia. Vontade de chorar do nada, sabe? Aperto no peito – como se fosse uma mão fria. Falta de ar mesmo.

Um dia desses a gente levanta da cama e liga a televisão de novo – faz parte da rotina. Tem nada de bom passando e o cobertor parece te convidar pra voltar pra cama. Acho que vocês me entendem. Uma ligação pro trabalho, uma mentirinha de leve e folga dada. Até que ser profissional exemplar tem lá suas vantagens – anotem isso. Chuva me dá preguiça e me faz pensar. Se bem que eu sempre fui dessas que pensam demais – de roer as unhas.

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