Vlado Herzog, que assinava Vladimir por considerar seu nome muito exótico para estas bandas brasileiras era um jornalista, fotógrafo, professor e dramaturgo nascido na Croácia e naturalizado brasileiro. Com o golpe de 64, foi com a familia morar em Londres. De volta ao Brasil, foi convidado pelo Secretário de Cultura de São Paulo, José Mindlin para assumir o jornalismo da TV Cultura. Na noite do dia 24 de outubro de 1975, o jornalista foi intimado e apresentou-se espontâneamente na sede do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações/ Centro de Operações de Defesa Interna) para prestar esclarecimentos sobre suas ligações com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, foi morto aos 38 anos. A morte de Herzog foi um marco na ditadura militar (1964 – 1985) provocando reações imediatas da sociedade civil.
As redações de todos os jornais, rádios, televisões e revistas de São Paulo pararam. Os donos dos veículos de comunicação fizeram um acordo com os jornalistas para que estes trabalhassem apenas uma hora afim de que os jornais circulassem e os rádios e tvs não interrompessem as programações.
Vlado integrava a Expedição Ford (Caravana Ford) , a primeira a percorrer a BR 29, como correspondente do “Estado de São Paulo” . No relatório do Sr. Antônio Brasileiro, primeiro chefe da Caravana Ford ao Governo do Território ele descreve a primeira parte da viagem até Muqui , quando passou o bastão para a chefia de Eduardo Lima e Silva, que conduziu a caravana até Porto Velho. Diz ele em certa parte:
” – Peço permissão a V. Excia para deixar registrada neste relatório a cooperação prestada à Caravana pelo pessoal de imprensa que nos acompanhou até Pimenta Bueno. O sr. Hugo Penteado, da Folha de São Paulo, excelente amigo, minucioso nas suas anotações, muito observador,excepcional. O sr. Wlado Herzog , repórter do “Estado de São Paulo”, desenvolveu sempre intensa atividade e teve oportunidade de fazer diversas observações, encontrando sempre meios para transmití-las a seu jornal, mantendo assim em evidência a nossa progressiva marcha. ”
Aliás, o relatório inteiro está reproduzido no livro ” O Outro Braço da Cruz”, indicado por este site como um dos livros imprescindíveis para entender Rondônia.
A construção da BR 29, hoje BR 364 na década de 60 interrompeu o isolamento do Território de Rondônia e é um capítulo importante na história da ocupação amazônica.
O Presidente Juscelino Kubitschek derrubou, simbólicamente, a última árvore que obstruía a BR 29, em Vilhena, no dia 6 de julho de 1960. A foto , histórica, de JK caminhando em cima da árvore foi feita por Manuel Rodrigues Ferreira, autor do consagrado livro “A Ferrovia do Diabo” .
Beto:
O Wlado não chegou a Porto Velho, só o seu crachá, que se encontra no Cedoc do governo (prédio do Relógio).
Segundo duas testemunhas (membros) da caravana, que eu ouvi, ele veio só até Cuiabá e retornou a São Paulo.
Abraços,
Lúcio
Caro Lúcio: Segundo o relatório do Sr. Antônio Brasileiro, primeiro chefe da Caravana Ford, entregue ao Governo do Território, os jornalistas, entre eles, Vladimir Herzog acompanhou a expedição até Pimenta Bueno/Rondônia. Abs
Não sabia deste episódio: da passagem de Vladimir Herzog por estas bandas!
Até pelo espectro lendário que cerca esse personagem, qualquer comentário só será detentor de algum crédito se acompanhado de provas (como neste caso!)!
Depois que andaram ‘espalhando’ q
Eu Tenho Foto do Wlado nessa expedição….
tem foto dele? – pode me enviar? – jotabea@terra.com.br – João Batista de Andrade
Parabéns pelo Blog!
Adorei as informações!
Com certo atraso e a titulo de informaçao, eu tenho as imagens da expediçao ford em um filme 16mm que achei em minha coleçao de películas de aprox. 5min. com imagens raras da viagem e estou surpreso com a participaçao de wladimir herzog .Vou telecinar e em breve jogarei no youtube.Um abraço.
Renato Santana, tenho as fotos dessa expediçao tenho foto do WLADO,
sou filho do também jornalista, o cinegrafista Nestor Marques.